Galera, alguém pediu e vou fornecer um e-mail para que vocês possam manter contato por lá também. O e-mail é: rafael_hanchuka@outlook.com. Podem mandar suas perguntas por lá, mas não deixem de continuar comentando o conto por aqui. Obrigado pessoal, vocês estão sendo muito receptivos para comigo.
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Até explicar ao meu irmão toda a história eu estava quase sufocado. O Murilo não teve coragem de abrir a boca, e meu irmão ao final de tudo encarou tudo com bom humor.
_Bom, talvez vocês não fossem tão perfeitos assim. Dizem que quando se acha alguém especial, é para sempre. Parece que esse não é o caso.
Eu estava surpreso com as atitudes do meu irmão. A algum tempo ela já sabia sobre nós mas não disse nada, e agora que ele revelou dizer que sabias, não demonstrava ser homofóbico. Isso era ótimo, pois diante de tantos problemas, ter um irmão que me crucificaria seria um atraso em minha vida. Mas em uma coisa ele tinha razão, se meus pais soubessem as coisas não iriam ser assim tão simples. Mas eu tinha esperança que pelo menos dos meus pais eu iria conseguir esconder tudo.
_Rafa, dá pra você sair? Quero falar com o Murilo a sós.
_Hein? Nem vem...
_Eu não estou brincando...
Contra meu gosto fui dar uma volta, e quando voltei o Murilo não estava mais em casa. Tive que perguntar o que eles haviam conversado.
_Sobre você é claro. Ele parece muito arrependido. Mas não vou dar minha opinião, porque você é quem tem que decidir. Ele disse que já arrumou um lugar pra se mudar, mas que não queria sair porque não queria te deixar.
_Matheus, você não precisa ficar cuidando desses assuntos, Pode deixar pra lá.
Naquele momento, meu irmão parecia ser mais maduro do que eu.
_E você guri, tá namorando? Pegando alguma garotinha?
Vi que ele ficou com vergonha, e logo ri da sua cara. Afinal de contas, ele não era tão maduro assim.
O resto do dia passou muito rápido, eu estava com pena de ter que ficar sem meu irmão de novo. Mesmo que tenha sido por um breve período, sua estadia lá em casa trouxe várias coisas positivas. Eu tinha o seu apoio. Ser condenado pelas pessoas que você mais ama não é uma das experiências mais agradáveis para ninguém.
Quando o levei até a rodoviária para que ele voltasse para casa, o Murilo fez questão de ir junto. Os dois tinham interagido um com o outro muito bem, apesar de o Matheus saber de tudo. Na despedida, já estava com saudades do meu irmão, e torci para que ele pudesse realmente vir morar comigo algum dia.
No caminho de volta eu fiquei em silêncio, mas o Murilo ficava contando tudo o que ele havia conversado com o Matheus. Apesar de não querer escutar, prestei atenção em cada detalhe.
_Rafa, ele disse pra que eu não desista de você.
_Murilo, eu já disse que não quero tocar neste assunto. Enquanto homem, você não passa de passado para mim, um passado distante.
_Por favor, me dê só uma chance. Eu juro que não irei fazer nada de errado.
_Quando você vai embora? É tudo o que eu quero saber!
Ele ficou riste, abaixou a cabeça e ficou em silêncio. Apesar de sentir pena, eu estava curtindo dar uma humilhada nele, para que assim ele se arrependesse e viesse atrás de mim, para que eu pudesse esnobá-lo mais uma vez. Apesar de ainda sentir falta dele enquanto namorado, eu já estava superando. E naquele dia mesmo, iria para um cidade vizinha com o Victor.
Lá, percebi que eu tinha entrado em uma festa bacana, com show ao vivo, muita gente bonita e também todos em perfeita convivência no ambiente. A noite era de música eletrônica, então logo caí na pista e dancei como nunca, eu precisava esquecer os problemas, viver o presente sem pensar no futuro. O Victor ficou dançando comigo o tempo todo.
Durante a festa toda, percebi que um cara muito bonito estava sozinho durante a festa toda. Somado com algumas doses de tequila (o Victor era o motorista da rodada), minha vergonha caiu por terra, e quando percebi o estava encarando. Quando ele percebeu, ficou sem graça e foi sentar-se em uma área mais reservada.
Um tempo depois fui ao banheiro, e quando estava saindo dei de cara com ele na porta. Ele era loiro, olhos azuis, pele bronzeada e o corpo bem bacana. Fiquei com vergonha de estar encarando, e antes de sair, dei mais espaço para que ele entrasse no banheiro.
A festa estava realmente ótima, o Victor estava sendo uma ótima companhia, nunca me deixava sozinho e nunca fazia algo desnecessário. Na hora de ir embora, esbarrei com o cara de novo, e dessa vez ele me olhou sem desvirar o rosto, o que me deixou na dúvida se ele curtia ou não.
Quando finalmente entrei no carro do Victor, o vi caminhando para o seu carro. Que cara lindo, sem dúvidas deveria ter namorada, caso contrário deveria ter uma grande concorrência. Naquela noite, mesmo ficando perto de mim o Victor havia ficado com uma guria, que por sinal eu conhecia de vista. E no caminho de volta ele falava no quanto tinha sido bom, e que trocaram de número e tal. Confesso que acabei ficando um pouco mal porque eu não consegui ficar com ninguém.
Um dos motivos é não ter tentado, e o outro é ter ignorado s cantadas das gatinhas. Minha cabeça não estava acostumada com a ideia de me relacionar com outra pessoa, ainda que fosse temporário.
Pensei em procurar um psicólogo, mas achei que era melhor pensar em tudo e deixar que o destino resolvesse por mim.
Como nessa data era aniversário do meu irão, mandei uma mensagem desejando a ele tudo de melhor, e agradecendo por ele ser assim tão especial. Ele saiu daqui pensando que não havia ganhado um presente, mas eu já havia mandado pelo correio, que por sinal me custaram os olhos da cara. Mas tudo iria ser recompensador.
No próximo fim de semana, resolvemos ir a outra cidade todos juntos, menos o Murilo que havia ido para casa dos pais e o Manoel, que já não falava mais com ninguém. O Murilo por sina havia encontrado um apartamento pra ele, mas que estava em reforma, portanto ainda ficaria mais alguns dias comigo.
Na festa, o ritmo da música era algo alucinante, e mais do que nunca resolvi cair na pista, sem me importar com quem estivesse prestando atenção em mim. Não demorou muito e o vi mais uma vez, o cara da semana anterior. Lindo mais um vez, com uma roupa super bacana, e para piorar ele me encarou também. Ficamos trocando olhares por um bom tempo, até que quando fui ao bar pegar mais uma bebida, lá estava ele, todo sorridente no balcão, sorrindo para mim. Logo ele pediu uma outra dose de alguma bebida que ele estava tomando, e depois pediu outra. Enquanto eu esperava o meu red com red, ele chegou mais perto e ofereceu um gole de sua bebida.
_Hey, beleza? Bora me acompanhar em uma dose?
_Foi mal cara, nâo tô afim de beber muito hoje, se não vou ficar de ressaca o dia todo amanhã.
_Você quem sabe. A propósito, meu nome é Luiz.
_Prazer, eu sou o Rafael.
Ficamos conversando um bom tempo, mas ele precisou ir embora porque iria viajar muito cedo na próxima manhã, então todo o descanso fazia-se por necessário.
Antes de ir ele pediu meu número de uma forma muito educada, dizendo que eu era uma boa companhia para um cerveja, e que dependendo de nossos horários ele poderia marcar algo para que nos conhecêssemos melhor. Aceitei de boa, eu estava realmente muito satisfeito com a presença dele.
O seu papo era interessante, nada de muito formal, mas nada a nível de palhaçadas. Depois que ele se foi, encontrei o Manoel por lá, e quando me viu ele abaixou a cabeça e foi andando em direção à saída. Mas apesar disso, ele pareceu ter mudado de ideia, já que ele voltou com um olhar determinado no rosto.
_Rafael, preciso de te dizer uma coisa.
_E o que seria?
_Eu não vou desistir do Murilo, então caso você ainda tenha pena dele, é melhor esquecer.
_Manoel, eu só quero te perguntar uma coisa. Como você consegue dormir anoite?
_Quando ele passa a noite comigo, eu não durmo. Hhahahaahhaha até mais, parceiro.
A vontade que eu tinha era de dar um soco nele, mas me controlei porque não queria ser expulso de lá por seguranças. Então fui e sentar junto com o pessoal, que discutiam entre si qual seria o melhor presente para mandar ao meu irmão. Dei algumas sugestões, e não demorou muito recebi uma sms de um numero estranho.
“Bom te conhecer”
Respondi: Digo o mesmo, pena que você está sempre ocupado.
“Quer marcar algo para o próximo final de semana, eu vou estar aí em sua cidade.
“hãaa, tudo bem.”
Sendo assim, marcamos um barzinho. O Luiz parecia estar me encarando, e como eu o encarava tudo deveria ocorrer corretamente.
Na faculdade as coisas estavam ficando apertadas, com professores exigentes e disciplinas complexas. O Murilo com o passar dos dias se mudou, não sem ates dizer que estava arrependido e que ainda tinha esperanças de que alguém iria perdoa-lo.
Consegui encontrar o facebook do tal Luiz. Descobri que ele fazia o mesmo curso que eu, mas em outra cidade. Ele era realmente lindo, com um olhar penetrante e com um sorriso que deixa qualquer um em coma. Mandei convite e logo ele adicionou, e sendo assim logo nos tornamos amigos, e a dessa forma nossa comunicação também. Um ligava para o outro, trocava e-mails, resolvíamos as questões do tal encontro que seria marcado imediatamente.
Quando as meninas vieram conversar comigo a respeito de minha bissexualidade, demonstraram surpresa mas também um apoio muito grande, afirmando que nossa amizade era eterna. Ainda naquela semana. Eu tinha visto o Manoel saindo da facul com a galera das drogas mais uma vez. Agora, mais do que nunca eu não tinha motivos para ir tentar ajudar. Ele tinha entrado no caminho, ele que resolvesse.
Em um dia de aula qualquer, recebo uma mensagem do Luiz, dizendo que estava muito afim de trocar uma ideia comigo, e que estava disposto a vir para minha cidade apara que nosso encontro fosse facilitado. Não pensei duas vezes, resolvi ir sem me preocupar com o que o destino me reserva.
Quando cheguei ao local combinado, ele já estava lá, lendo um jornal e tomando um café. Vê-lo assim, mês esperando, me encheu de coragem rumo ao encontro do meu futuro.
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Pessoal, esse capítulo ficou ainda mais pequeno que os outros, mas acontece que eu estava com muito sono. O próximo terá mais novidades e emoções. Não esqueçam de comentar e mandar e-mails. Abração galera!