– Precisamos terminar.
– O QUE?! O que você quer dizer com isso? Luke, eu não posso viver sem você!
– Marc – Luke disse, me olhando nos olhos, eu já estava chorando – eu sei que o que passamos até agora foi muito intenso, mas é preciso, é o melhor a se fazer agora.
– Não! Eu preciso de você! Se for a imprensa a gente finge que se separou, não nos encontramos em público, eu me escondo, por favor não me deixa! – Eu estava implorando a Luke, eu não podia ficar sem ele, não podia VIVER sem ele.
– Minha decisão está tomada Marc, mas tudo o que vivemos foi real.
Eu saí correndo de lá, eu precisava de alguém! Liguei para Diane, ela estava em casa, talvez ela pudesse me ajudar. Fui para a casa dela, onde ela me recebeu com um chá que nem sequer toquei.
– Diane, Luke terminou tudo comigo! – Desabei a chorar.
– O que você quer que eu diga? – Ela perguntou, austera. – Vocês são jovens, eu também tive muitas paixões em sua idade, sei o quanto você está sofrendo, mas é algo que vai passar.
– Não, não vai passar! Um pedaço de mim foi tirado, como alguém pode viver sem um coração? Não é possível, e eu não posso viver sem Luke, isso também não é possível.
– A única pessoa que precisamos para viver somos nós mesmos Marc, eu posso viver sem meu pai, a pessoa mais importante que já existiu no mundo para mim. Ainda hoje eu uso a moeda de ouro dele em meus sapatos, para me dar sorte, e eu nunca me esqueci dele. Quando o perdi foi como se eu tivesse perdido parte de mim, foi como se nada mais no mundo tivesse sentido, mas eu segui em frente. Ainda sinto a perda dele, mas ainda estou aqui, e preciso viver.
Saí de lá pensando no que Diane havia me falado. Eu ainda estava desolado, mas precisava seguir em frente. Luke havia sido o único amor de minha vida, até agora, mas eu ainda tinha muitos anos para viver e não deixaria com que aquilo acabasse com a minha vida.
Fui para a casa, contei para meu pai que não estava mais com Luke e liguei para um jornalista do TMZ informando tudo, pessoalmente. Era um furo, sem dúvidas, mas eu queria que todos soubessem daquilo.
Os dias seguintes foram infernais, pessoas que eu nunca havia vido na vida me perguntavam a razão de eu ter terminado e a todo momento algum jornalista vinha tentar alguma declaração, normalmente eu falava:
“Luke é uma ótima pessoa, e eu também, passamos momentos maravilhosos que acabaram, não há ressentimento algum entre nós, ao menos da minha parte.”
Eu não entendia a razão de Luke terminar comigo, certamente era algum ciúmes de Zac, o que era absurdo, eu não tinha a menor atração por Zac. Nesse meio tempo acabei ficando introspectivo, não queria mais viver. Acompanhei meus pais em alguns trabalhos, fotografamos algumas celebridades, investi muito em pesquisa e comecei a estudar para o PSAT, o qual fui muito bem.
Foi, ao todo, três meses até que eu cansei de ficar em casa! Cansei de me reservar, aquilo não tinha o menor sentido, eu estava na melhor fase da minha vida e estava jogando tudo fora por causa de um “amor”? Tudo bem, eu amei Luke, provavelmente ainda amava, mas não poderia deixar aquilo atrapalhar a minha vida.
Decidi viajar para Milão a procura de inspiração para criar alguma coisa relacionada a moda, o que deu certo de certa forma e de outra foi um fracasso total! Apesar de ter me encontrado com amigos relacionados a moda nós não fizemos muito coisas ligadas a moda, na verdade eu dormia durante o dia e saía e bebia a noite, estava tudo incrível.
Voltei para Manhattan e tudo na minha vida mudou! Eu já não era mais o bom garoto, reservado e caseiro, agora eu saía quase todas as noites. O namorado de Brigitte era agente de uma banda underground e esse se tornou meu passatempo preferido: a noite.
Numa dessas saídas, na Temple, encontrei com Zac. Eu estava completamente bêbado.
– Marc!
– Zac! – Eu disse, dando um abraço nele. – Faz tanto tempo que não te vejo, você parece mais forte.
Zac riu.
– Marc, quem está aqui com você? Veio sozinho?
– Brigitte está em algum lugar por aí, o namorado dela também, tem o Jeremy que eu perdi... Que calor! – Disse isso saindo de perto dele para o terraço. Zac me seguiu.
– Acho melhor você ir para a casa Marc – Zac disse, falando sério – você não me parece bem.
– Eu estou fantástico! Aqui fora está muito melhor!
Eu comecei a dançar com uma garota que estava perto de mim, não sei qual de nós dois estava mais bêbado, Zac me pegou pelo braço e me levou para fora do clube, quando chegamos na rua ele parou um taxi.
– Marc, casa – ele disse.
– Me deixa! Eu não quero ir – disse, tentando inutilmente me soltar dele.
– Me ouça, por favor – ele disse – você me ajudou quando eu precisei, agora é você quem precisa.
Ele me colocou no taxi, me pediu para eu falar meu endereço e eu disse, o taxista nos levou e ele me levou até a portaria.
– Te odeio – eu disse.
– Você vai me agradecer amanhã – ele respondeu – bebe bastante água, vai ajudar.
Eu subi e Zac foi sei lá para onde, subi para o apartamento e meu pai e Gianni tinham adormecido na sala, eu bêbado esbarrei na mesinha e derrubei uma bandeja que estava lá em cima, os dois acordaram sem entender nada.
– Desculpe – eu disse, e fui tropeçando para o meu quarto.
– Criança, você está bem? – Meu pai perguntou.
– Ótimo.
Fechei a porta do quarto e desmaiei na cama, acordei no meio da noite enjoado e corri para o banheiro, parecia que nada mais iria parar no meu estômago. Consegui dormir novamente.
No dia seguinte acordei com (a terrible hangover?) e não me lembrava de muita coisa, só de Zac...