Garoto Doce. pt. 3

Um conto erótico de TN
Categoria: Homossexual
Contém 2412 palavras
Data: 28/03/2014 17:17:51

A semana começou e acabou passando rápido, finalmente tinha começado pra valer as aulas, a agitação já tomava conta de mim, ir na biblioteca procurar os livros, conversar com os professores, passar a tarde olhando e folheando paginas a procura de algo diferente. Minha lista de amizade era bem pequena, a maior parte do tempo estava com a Milena, passava alguns momentos com Marcelo na sala, conversava com outras pessoas, mas eles eram os mais importantes. Por volta de quinta no final da aula de desenho arquitetônico e urbanístico o professor passou um trabalho de grupo mais para um pesquisa do que um trabalho, Milena ficou toda empolgada com isso e já montou o trio Marcelo, eu e ela, fiquei feliz por poder passar mais tempo com o Marcelo, meio que uma desculpa para conhecê-lo melhor, marcamos de fazer o trabalho na sexta depois da última aula do dia que terminava as 14:50 na casa da Milena/Marcelo. A aula de sexta passou rápido, ao termino da aula estética e história da arte Milena me carregou para o carro do Marcelo, ele iria levar a gente.

Milena- O Marcelo já deve estar vindo. – olhando para um dos prédios.

Eu- Ele não estava com a gente na aula? – escorando no carro.

Milena- Ele ia conversar com o professor, coisa de nerd, adiantando matéria e fazendo pesquisas, e pediu pra esperarmos ele perto do carro.

Eu- Entendi.

Milena- Vai fazer o que nesse fim de semana?

Eu- Nada, não tem nada e não estou podendo ficar gastando.

Milena- Nem fala em dinheiro, mas a gente podia ir no tal do barzinho que os veteranos vão sempre, chamar uma parte da turma e ficar conversando.

Eu- Pode ser, contanto que eu não gaste muito e não seja longe da minha casa eu faço o que você quiser.

Milena- Olha o que você fala Daniel. – rindo- Lá vem o Marcelo.- acenando.

Não preciso dizer como ele estava lindo, calça jeans preta e uma blusa branca com detalhes coloridos, caminhando com a mochila no ombro, com os olhos um pouco forçados por conta do sol, minha vontade era tirar uma foto.

Milena- É ai nerd, conseguiu o que queria?

Marcelo- Claro. – sorrindo pra ela e abrindo o carro.

Eu- O que você queria?

Marcelo- Indicações de livros, filmes, trabalhos, essas coisas. – indo para o lado do motorista.

Milena- Sempre adiantando.

Marcelo- Não é adiantamento, apenas interessado. – entrando no carro- Tem preferência por algum tipo de música Daniel?

Milena- Se não falar nada vamos escutando Lana. – colocando o sinto de segurança.

Eu- Já ouvi falar de Lana Del Rey, mas para ser sincero eu não me lembro de ter escutado. – me acomodando no banco de trás.

Milena- A paixão do Marcelo.

Eu- Você gosta tanto assim?

Marcelo- Gosto. – olhando pra mim e rindo.

Eu- Te falo o que eu achei depois de escutar.

Marcelo e Milena compartilhavam do mesmo gosto musical, a diferença e que Milena achava que sabia cantar, enquanto Marcelo apenas dirigia calado curtindo a música, realmente gostei das músicas dela, mas não sabia se era porque era algo que estava ligado ao Marcelo ou se eu realmente tinha gostado. Chegamos na casa, entramos e fomos direto para a cozinha.

Marcelo- Fique a vontade Daniel, se quiser água tem copo naquele armário – apontando- e pode abrir a geladeira se tiver com fome. – saindo da cozinha.

Milena- Quer alguma coisa?

Eu- Apenas água.

Milena- O Marcelo fez uma pré-pesquisa ontem, então esse trabalho vai ser fácil. – me entregando o copo com água.

Eu- Sério?

Milena- Ele é meio surtado das idéias, sempre adiantando e fazendo tudo do jeito dele.

Marcelo- Está falando mal de mim de novo Milena? – rindo.

Milena- Estou, mas você sabe dos meus sentimentos por você, então não tem problema.

Marcelo- Aqui – colocando alguns livros na mesa e o notebook- separei por período artístico, também tenho alguns artigos no note sobre a arte romana e grega.

Começamos a fazer a trabalho, estava impressionado com o jeito do Marcelo em relação a pesquisa, ele achou tudo que tinha pra achar, não tinha dúvidas que o nosso trabalho ia ser o melhor da turma. Terminamos por volta das quatro da tarde.

Milena- Estou com fome. – deitando na mesa.

Marcelo- Vai comprar algo.

Milena- Desde quando você fala assim comigo? – fazendo cara de choro.

Marcelo- Desde o dia que eu te conheci, sempre tentando me fazer ficar com dó para conseguir o que quer. – olhando as anotações.

Eu- Quer que eu vou comprar algo Milena?

Marcelo- Não se deixe enganar Daniel, ela está apenas com preguiça.

Milena- Obrigado Daniel, mas eu vou.- levantando da mesa- quer alguma coisa?

Eu- Traz o que você gostar, a gente divide a conta quando você chegar.

Milena- Certo. – saindo da cozinha.

Fiquei sozinho com o Marcelo, estava nervoso, era a primeira vez que eu ficava com ele sozinho, ele estava tão concentrado lendo que nem reparou que a Milena tinha saído.

Marcelo- O que você acha de adicionarmos sobre a processo de fabricação de esculturas de cobre? – ainda olhando para o notebook.

Eu- Vou ler pera ai. – estendendo a mão para pegar o livro sobre arte grega.

Me dei conta que Marcelo estava tentando pegar o mesmo livro, sua mão estava sobre a minha, senti que estava ficando vermelho.

Marcelo- Desculpa, pode pegar. – tirando a mão.

Eu- Não tem problema. – meio nervoso.

Marcelo- Você está bem?

Eu- Estou, apenas com calor. - tentando disfarçar.

Marcelo- Esqueci de abrir a janela da cozinha. - sorrindo.

Fiquei aliviado por ele tem acreditado que era apenas calor e não o fato de ter encostado em sua mão extremamente macia. Milena voltou, ajudei o Marcelo a limpar a mesa, ele fez café e tivemos nosso primeiro lanche da tarde juntos, queria que continuasse daquela maneira o resto do curso. Após a tarde voltei pra casa, acabei dormindo, sábado foi um dia parado apenas no final da noite que fui para o barzinho com a Milena e com algumas pessoas da turma, passei o domingo com a minha mãe. A terceira semana de aula passou em um piscar de olhos, correndo para tentar acompanhar a matéria, estudando porque as primeiras provas estavam chegando, percebi que minha interação com Marcelo estava melhorando, reparei isso quando vi que ele conversava apenas com a Milena e comigo. Quarta feira após a aula de geometria descritiva minha cabeça estava doendo, não conseguia acompanhar bem a matéria, cheguei em casa as duas da tarde e me deparei com o Marcos, acabei ganhando dois ingressos para a festa do direito, cada novato no curso tinha direito de levar uma pessoa, e como Marcos assim como Pedro eram de outra cidade eles não conheciam mais ninguém, acabei ficando com os convites, decidi chamar a Milena e leguei pra ela.

Milena- Alô.

Eu- Milena tenho um ingresso sobrando para a festa do direito, quer ir comigo?

Milena- Não creio!

Eu- Verdade.

Milena- Daniel, você é um anjo, sério mesmo.

Eu- Queria chamar o Marcelo pra ir, mas só tenho mais um ingresso.

Milena- Mesmo se tivesse três ele não iria, preferi passar a noite sozinho em casa do que cercado por pessoas e barulho.

Eu- Mesmo assim, me sinto mal.

Milena- Eu falo com ele, mas ele nem vai ligar.

Eu- Valeu, a festa é sábado a noite.

Milena- Beleza, vamos nos divertir, não igual a última vez.

Eu- Nada igual a última. – rindo.

Milena- Então a gente se vê amanhã na aula.

Eu- Ok, até mais.

Milena- Beijos e até amanhã.

Esse foi o ponto alto do meu dia, passei o resto na frente da TV tentando não pensar na matéria da aula, acabei dormindo. Os dias até sábado foram iguais, aula, admirando o Marcelo, biblioteca, lendo um livro, casa, dormindo. Acabei acordando tarde no sábado, recuperando a energia e guardando um pouco para a festa, por volta das sete da noite fui me arrumar, tomei um banho, coloquei uma calça jeans e uma blusa verde meio fosco e peguei uma blusa de frio marrom, liguei para a Milena e combinei de encontrar com ela na porta da festa, pois ia com o Marcos. Fiquei uns vinte minutos esperando ele chegar, no meio tempo Pedro chegou.

Pedro- E ai Daniel. – estendendo a mão.

Eu- Olá Pedro. – apertando a mão dele- Valeu pelo convite.

Pedro- Da nada. – sorrindo.

Marcos- Aquela é a sua amiga? – encarando a Milena de longe.

Eu- É, por que?

Marcos- Tem como não ficar? Olha aquilo Pedro.

Pedro- É, ela é realmente bonita.

Não queria acabar com a festa dos dois, melhor deixar eles babando do que falar que não tinham chances com ela, por sinal estava lindíssima, com uma saia vermelha e uma blusa branca com muitos detalhes.

Milena- Daniel! – me abraçando.

Eu- Milena. – meio sufocado- esses são Pedro e Marcos.

Milena- Prazer e muito obrigado pelo convite.

Marcos- Que isso, uma menina como você, merecia até mais.

Milena- Mais gente. – colocando a mão sobre a boca e rindo.

Entramos, a festa estava bem animada, mas como não conhecia ninguém acabei ficando em um canto mais calmo, rindo do Marcos correndo de um lado para o outro perseguindo a Milena e morrendo de dó do Pedro tentando acompanhar os dois, tomei apenas um copo de suco com vodca que a Milena me trouxe, Pedro acabou me fazendo companhia, desistindo de correr atrás dos dois, ficamos um bom tempo apenas calados, não tinha assunto entre nós dois, mas decidi forçar.

Eu- É ai está gostando de SP?

Pedro- Estou, é bem diferente da minha cidade, maior e com mais gente.

Eu- Vai acostumar.

Pedro- Espero, fiquei meio loco quando fui no centro conhecer os pontos turísticos, muita gente.

Eu- Normal, tem que saber os dias e os horários para andar aqui.

Pedro- E você, está gostando da faculdade?

Eu- Estou, meio puxado, mas é bem legal.

Pedro- O meu curso está bem morto, nem está tão difícil, acho que esperei demais.

Eu- Calma, as duas primeiras semanas do meu foi bem tranqüilo, mas depois, só trabalho encima de trabalho, muita pesquisa, estou ficando bem cansado, vai ver daqui a pouco o seu começa a correr.

Pedro- Espero.

Eu- E o povo, já fez muita amizade?

Pedro- Não, apenas o Marcos de importante e um veterano, o resto converso por educação.

Eu- Igual eu.

Milena- Vou dançar- surgindo do nada- segura minha bolsa?

Eu- Tudo bem. – rindo.

Milena- Por isso que eu gosto de você. – me dando um beijo no rosto e indo para o meio da muvuca.

Pedro- Ela está afim de você, eu acho.

Eu- Milena? Não, não mesmo, não faço o tipo dela igual ela não faz o meu. – rindo.

Pedro- Coitado do Marcos. – rindo.

Mais uma vez o silencio dominou entre nós dois.

Pedro- Posso te pedir uma coisa?

Eu- Pode, eu acho. – meio desconfiado.

Pedro- Tipo, desde que a gente conversou eu meio que venho pensando nisso, de se descobrir e blá, blá, blá, e eu não tenho muito interesse em garotas, meio que não tenho muita paciência para correr atrás igual ao Marcos.

Eu- Você acha que é gay?

Pedro- Eu não sei, nunca tive interesse em homens, mas é o mesmo que com mulher.

Eu- É simples, fica com um cara pra descobrir.

Pedro- Então, eu queria ficar com você. – meio tímido.

Eu- Comigo? – assustado- Porque?

Pedro- Não sei, tipo eu te acho bonito, você é legal e meio que me fez pensar sobre isso. É pedir demais?

Eu- Não custa nada tentar, é apenas um beijo.

Fiquei meio nervoso, fazia quase um ano que eu não beijava ninguém, não custava nada.

Pedro- E como funciona.

Eu- Normal. – rindo da cara dele.

Passei a mão na nuca dele e cheguei meu rosto bem perto do dele, com a outra mão comecei a acariciar seu rosto de garoto tímido, Pedro colocou as duas mãos na minha cintura, deu para sentir que ele estava tremendo e nervoso, não queria assustar o garoto então comecei com selinhos e quando vi que ele estava correspondendo comecei a abrir a boca, logo ele pegou o ritmo, ficamos nos beijando por um tempo, apesar de ser a segunda pessoa que eu beijo não podia dizer que fui um bom beijo, acho que o fato dele estar muito nervoso atrapalhou ou simplesmente o fato de não ter interesse nele.

Eu- É ai? – Me afastando.

Pedro- É muito estranho, mas foi muito melhor que com qualquer garota que eu já fiquei, isso faz de mim gay?

Eu- Não sei, quem decide isso é você. – rindo- se você continuar beijando garotos e quiser um namorado faz, mas ter gostado de um beijo não te faz gay.

Pedro- Eu quero te beijar mais, isso conta?

Eu- Conta.

Pedro- Posso?

Resolvi dar mais uma chance, nos beijamos mais um pouco, mas ainda não sentia muita coisa, fomos interrompidos pela Milena.

Milena- Olha! – sorrindo pra mim.

Eu- O que?

Milena- Você com um gatinho. – piscando para o Pedro que ficou vermelho.

Eu- Menos Milena. - também vermelho

Milena- Então, vou deixar você se divertir, já cansei, o salto está me matando.

Eu- Vai embora?

Milena- Vou, mas pode ficar ai com o mocinho.

Eu- Vou com você, não vou te deixar andando sozinha a essa hora.

Milena- Tem certeza.

Eu- Tenho, foi mal Pedro –virando para ele- mas eu vou indo, depois a gente se fala.

Pedro- Não tem problema, uma garota como ela não pode andar sozinha, até mais Daniel, até mais Milena. – sorrindo.

Saímos da bagunça que estava na entrada.

Milena- Não precisava me acompanhar, podia ter ficado.

Eu- Não tem problemas, aquilo foi mais porque ele pediu.

Milena- Como assim?

Eu- Não estava legal, não estava afim dele.

Milena- Entendo.

O caminho não durou dez minutos, ela ficou me contando sobre o Marcos correndo atrás dela e sobre uma menina que ela achou bonitinha.

Milena- Vamos entrar e comer algo? – colocando a chave no portão.

Eu- Vou pra casa, não quero te incomodar.

Milena- Está tarde pra você andar sozinho, dorme aqui, a gente vê um filme ou fica conversando e o Marcelo fez um bolo muito gostoso.

Eu- Não tem problema mesmo?

Milena- Não, voltei pra casa porque meu pé está doendo e estava muito cheia a festa, não estou com sono, tem uma garrafa de pinga, a gente toma um pouco pra continuar a festa. – rindo

Eu- Certo então.

Entramos na casa, Milena foi até o quarto do Marcelo conferir se ele estava dormindo e fechou a porta para não acordá-lo.

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