Limpei as mãos e quando ia sair, a última porta se abriu e adivinhem quem saiu de lá. O Edward.
Meu coração deu um pulo tão forte que quase vôou na cara dele.
Ele: ora ora... Vejam quem temos aqui!- disse ele batendo a porta do banheiro com força.- você achou que ia me fazer de idiota e se safar?!- ele começou a andar em minha direção.
Eu: o que eu fiz pra merecer isso?
Ele: simples... A culpa é dos seus país. Ninguém mandou eles fazerem você assim... Tão lindo.- disse ele me olhando de cima à baixo.
Eu: me deixa em paz!
Ele: nunca. Sabe por quê?- fiquei em silêncio.- porque eu acho que te amo.
Eu: me ama?! Que amor é esse? Você me machucou...- ele se aproximou rápido.
Ele: mas só porque você foi um menino muito levado...- ele me imprensou na parede e passou levemente seus lábios no meu ouvido esquerdo.- se você tivesse se comportado, nada disso estaria acontecendo.
Com movimentos leves, peguei meu celular e disquei o número do Fernando. Meu dedo estava em cima da tecla, prestes a apertar, quando ele me empurrou violentamente contra a parede.
Ele: mas você teve que meter aquele moleque no meio não é?!- ele me empurrou novamente contra a parede, só que com bem mais força.- por culpa dele eu fiquei três dias sem enxergar com o olho esquerdo!!!- ele me empurrou de novo.- você tem noção do que é não poder enxergar nada durante três dias?!!
Eu: os cegos não enxergão e nem por isso ficam chorando...
Ele: você tá tirando com a minha cara?!!- e me jogou contra a pia. Com o baque meu celular rolou pra dentro de um boxe mais afastado e eu cai no chão. Ele novamente me pegou e jogou contra a parede. Quando ele veio pra cima um chute o atingiu bem no meio das pernas. Ele caiu e eu tentei correr pra fora do banheiro, mas ele segurou minha perna e eu desabei no chão.
Eu: me solta!!!- vendo que não ia conseguir sai dali, usei toda minha força pra tentar pegar o celular mas estava muito longe.
Ele: vem aqui seu viado!!!- dei outro chute e esse atingiu seu rosto. Ele soltou meu pé e eu corri até o boxe onde meu celular se encontrava. Entrei e tentei fechar a porta, mas quando toquei no celular, lá estava ele me puxando pela roupa. No último segundo consegui apertar a tecla de ligar e fui arrastado pra fora. Ele me jogou contra a pia e pulou em cima de mim.
Ele: sua bicha do caralho!!!
Eu: me solta, aaaaaah!!! Socorro!!!- gritava o mais alto possível na esperança do Fernando ouvir no outro lado da linha.
Ele: agora você vai ver uma coisa!!!- seus olhos estavam vermelhos e arregalados, sua boca sagrava pelos chutes que dei em seu rosto. Ele tentou tirar minha roupa mais eu empurrei seu rosto pra trás e logo em seguida juntei todas às minhas forças, e já não aguentando mais dei um soco em seu rosto. Esse nem se mexeu, achei que ao menos iria lhe fazer recuar, mais nada.- seu desgraçado!
E meu rosto foi atingido por um bem mais forte, com a força do soco minha cabeça foi lançada contra a parede e tudo começou a ficar escuro.
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Abri os olhos e tudo estava cinza. Tentei mexer o rosto mais uma dor forte atingiu minha cabeça. Passei as mãos e uma atadura estava enrolada em torno dela. Em minhas mãos haviam varios curativos e ao olhar para os lados, percebi que estava em meu quarto. Fiquei deitado, tentando lembrar do que aconteceu mas o máximo que conseguia eram flashs. Fiquei olhando pro teto e senti que um buraco se abrira em meu estômago, parecia que não comia à dias.
Então a porta se abre e o Fernando entra. Quando me viu, deu um lindo sorriso e veio até minha cama.
Ele: até que enfim você acordou...
Eu: oi.
Ele: oi. Como você tá?
Eu: minha cabeça dói... O que aconteceu?- disse com a voz fraca.
Ele puxou uma poltrona e sentou ao meu lado.
Ele: você bateu a cabeça com força, está dormindo desde ontem.- olhei pela janela e vi que o sol já estava se pondo.- agente deu um jeito nele... Seu pai tá na delegacia, ele já é de maior, então, seu pai vai fazer de tudo pra ele ficar no lugar que merece...
Eu: não quero saber disso.- ele encostou os cotovelo na cama e apoiou a testa com as duas mãos juntas. Então lágrimas começaram a cair de seus olhos.- por que você tá chorando?
Ele: por que... Se...- ele começou a soluçar.- ele teria... Eu não consigo nem pensar...
Eu: ei, calma...
Ele: não, eu não vou ficar calmo porque de novo eu não estava lá pra te proteger!
Eu: mas você disse que deu um jeito nele...
Ele: é, mais e se eu não tivesse chegado à tempo?!
Eu: mas chegou.
Ele: é, mais e se não tivesse chegado?! Eu não ia consegui me perdoar se ele...- lágrimas começaram a rolar dos meus olhos também.
Eu: deixa isso pra lá. Deita aqui...- disse limpando seu rosto.
Ele: não, eu vou machucar você.
Eu: deita!- me arredei um pouco, e ele se acomodou ao meu lado tomando todo cuidado para não fazer movimentos bruscos. Sua cabeça repousou em meu peito e seus braços me apertaram forte.
Ele: eu nunca, nunca mais vou largar você pra nada.
Eu: nem pra ir ao banheiro?
Ele: bom, não desde que esse seja na sua casa ou na minha.- começamos a rir e meus dedos se embrenharam entre seus lisos e bagunçados cabelos.- eu te amo.- disse ele levantando a cabeça e olhando em meus olhos.
Eu: eu também te amo. Ninguém, nunca amou alguém como eu te amo...- lágrimas novamente correram pelo meu rosto. Nos beijamos como nunca havíamos beijado antes. Esse beijo era mais sincero, mais puro e mais cheio de amor do que qualquer outro.
Quase cinco meses se passaram desde que o incidente no banheiro aconteceu, eu e o Fê estávamos mais grudados que chiclete em sapato. Nossos país finalmente se acertaram e nos aceitaram do jeito que somos. O Rafa arranjou uma namorada, mas nunca escondeu dela ou do Fernando que ainda era apaixonado por mim. Se rolou alguma coisa entre eu e ele? Bom, deixo suas mentes tomarem conta disso... E um trechinho no final só pra matar a vontade dos fãs dele. Enquanto à minha primeira vez, eu e o Fernando viajamos pra Vancouver e tivemos as melhores férias de nossas vidas. Fizemos amor em uma cabine na estação de esqui, e garanto que foi o melhor dia da minha vida, lógico, à noite foi melhor ainda. Dois dias antes de voltarmos ele me pediu em casamento, de joelhos em uma ponte. Fazia 19 graus abaixo de zero, e seu narizinho estava tão vermelho e fofo quanto uma cereja. Um sorriso radiante se abriu quando o "sim" saiu da minha boca.
Lembrei há 6 meses atrás, quando estava tão certo de minha vida quanto uma buçola quebrada. Você me achou e me deu a direção certa, me pegou pela mão, e desde esse dia um amor tão grande que nem cabe no peito passou a tomar conta de mim. O dia em que disser que não o amo mais, não duvide, me interne o mais rápido possível. Isso só pode significar 99 graus de febre, pois, o que está aqui dentro, nunca, jamais, em hipótese alguma, vai acabar. E quando perguntarem o quanto eu te amo e eu não puder responder, apenas olhe para o céu e tente chegar o mais longe possível. Quando passar às nuvens, às estrelas e chegar ao fim da galáxia.... Saberá que está na metade do caminho.
(As crônicas de Rafa)
Sentado à beira de uma lagoa, Kayo, sentia os últimos raios do sol se perdendo por detrás do imenso tapete de água, o fazendo brilhar como diamante. Pensava em como tudo mudou de uma hora para a outra, e como uma mudança tão indesejada se tornou uma tortuosa mas incrível aventura. Como ele descobriu verdadeiramente o amor, e como encontrou uma razão significativa para viver. Apesar de tudo, estava feliz. Tão feliz que queria gritar ao mundo todo e mostrar o quão em paz e realizado se sentia.
Ouviu leves passos na grama verde. Átrás de suas costas uma figura de aparência escultural se posicionara bem no limite do meio-fio.
Rafa: posso sentar?
Kayo: claro.- disse ele olhando de canto. O garoto de cabelos dourados agaxou-se, e admirou o relance de luz que passava pelas pequenas ondas na margem do lago.- é lindo, não é?
Rafa: você é lindo...- Os dois se entre-olharam, e uma idéia ótima, mais errada, passou pela cabeça de Rafa.- por quê ele?
Kayo: e por quê não?
Rafa: não sei... Acho que do não consigo me acostumar a perder...
Kayo: todo mundo perde coisas.
Ele: você não é uma coisa. Não pra mim...
Kayo fechou os olhos e levantou a cabeça levemente, sentindo os raios em sua pele.
Kayo: já falamos sobre isso antes.
Rafa: é, mais será que não daria pra você abrir, ao menos, um pequeno espaço no seu coração pra mim?
Kayo: não. Sinto muito, mais alguém já ocupou os 50% que sobraram dele.
Rafa: posso saber quem é? Ele é melhor que eu?
Kayo: talvez...- Kayo se levantou e começou a andar na direção contraria ao lago.
Rafa: você não me respondeu quem é.- disse correndo ao encontro do mais baixo.
Kayo virou-se lentamente e na ponta dos pés colou seus lábios aos de Rafa.
O loiro ficou estático ao toque que tanto desejou. Por alguns segundos tudo à sua volta parou.
Quando o beijo chegou ao fim, uma simples frase mudou tudo em que ele acreditava:
Kayo: não posso mais abrir espaço no meu coração, porque você é o dono dos 50%...
Um sorriso iluminou o rosto de Rafael enquanto seu grande amor corria entre a meia luz, de um por do sol que significava o início da chama de um grande amor que jamais iria se apagar.
FIM.
SEGUNDA TEMPORADA???