Cap.11
Ela parou o carro no acostamento e se virou.
- Não faz assim Luan- ela tentou pegar em mim, mas eu me afastei.
- Não toca em mim !- olhei pra ela com nojo- Você não é mais a minha mãe. Eu vou sair desse carro, não me sinto mais seguro aqui- Falei abrindo a porta
- Não, não faz isso Luan- saltei pra fora do carro e comecei a andar para o lado da cidade, esperando passar algum táxi. Ela veio me seguindo e gritando- entra nesse carro Luan, agora !
- Está perdendo o seu tempo me seguindo. Vou pegar esse táxi e volto pra casa sozinho- falei dando sinal.
- Não entra nesse carro Luan !- a ignorei, e entrei no carro. Dei meu endereço e voltei pra casa sozinho. Não aguentei e no meio do caminho comecei a chorar. Chorar por ter nascido assim, chorar por não ser aceito, chorei por diversos motivos. Nem percebi quando já havíamos chegado em casa. Paguei o táxi e fui entrando. Abri a porta e vi Juan no sofá.
- Luan, até que enfim. Já achei que tinha acontecido algo com você- falou ele vendo se estava tudo bem comigo- Cadê a mamãe ?
- É uma longa e dolorosa história.
- O quê foi que houve, ela tá bem.
- Tá, ela tá chegando aí, mas eu te digo uma coisa, eu não tenho mais mãe- falei o puxando pro quarto. Tranquei a porta e sentei na cama. Comecei a falar- bem, Juan. Mamãe é louca, um monstro.
- Mas porquê você está falando isso ?
- Ela tentou me curar com tratamento de choque Juan. Ela é um monstro- seu olhar foi de curiosidade para preocupação.
- Oh meu deus, tá tudo bem com você maninho ?- falou ele vindo me abraçar, e enfim, eu tive alguma calma no dia, sentindo o seu corpo abraçado ao meu
- Um pouco. Estou todo dolorido, muita dor de cabeça, quero apenas ficar deitado- ele se levantou e me puxou em direção ao banheiro- o quê você vai fazer.
- Vou te dar um banho- logo ele puxou minha camisa, tirou minha calça e a cueca, e me colocou no chuveiro pelado. Aquela água me deu uma tranquilidade enorme. Logo senti sua mão com o sabonete deslizar pelo meu corpo. Ele passava a mão sem segundas intenções, suas mãos eram tão suaves que eu quase não as sentia. Lavou todo o meu corpo e pegou a toalha. Me secou por inteiro, parecia uma criança tomando banho do seu pai. Ele me trouxe pra fora do banheiro, pegou uma cueca boxer e deu pra mim vestir. Vesti e ele se deitou na cama- vem
Me deitei na cama e ele me aconchegou em seus braços.
- Tudo vai dar certo pra nós, você vai ver. Eu não vou deixar nada de ruim acontecer de novo com você- ele beijou a minha testa. Ali, senti que ele era meu porto seguro, que enquanto tivesse junto dele, nada aconteceria a mim, meu irmão, também era meu tranquilizador, minha vida. E acabei dormindo, sentindo seu cheiro gostoso. Acordei com uma gritaria no corredor.
- Você é um monstro !- parecia a voz do Juan
- Eu fiz isso pelo bem dele- essa eu conhecia muito bem, era minha mãe.
- Pelo bem dele, então esqueça a preocupação com ele. Não se preocupe mais com ele, você vai se sair melhor assim.
- O quê está acontecendo com você, nunca foi de gritar comigo, e agora...
- Eu já não aguento mais ver ele sofrer tanto, que mal tem, ein ? Agora, se você ainda quiser ter o amor de um filho, pode parar com essas atitudes desumanas, ou então, eu vou sair de casa, e vou trazer ele comigo.
- Juan, volta aqui !- apenas vi a porta ser aberta.
- Nossa, você já acordou.
- Eu ouvi a gritaria, você não devia se preocupar comigo, eu sei me cuidar, e eu sei me resolver com ela.
- Não. Não vou mais deixar você ser submetido a esses tratamentos malucos, a partir de hoje eu cuido de você, pra que não aconteça nada de ruim com você.
- Você é o melhor irmão do mundo.
- Que nada !
- Ô modesto-ri. Ele quis me beijar, mas fomos interrompidos.
- Juan, você...
Continua
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