Sem saber explicar, aquele ruivo tomava conta de toda a minha atenção naquele instante. Ele, junto com seu parceiro de conversa passaram por mim e logo depois a moça que havia se disposto a perguntar à amiga onde ficava o endereço o qual eu deveria seguir, chamou o ruivo – em português. Para a minha total surpresa o rapaz a atendeu e se despediu de seu colega com quem antes conversava. De onde eu estava já não mais podia ouvi-los mas notei ele acenar que sim com a cabeça e se despedir dela. Pronto, agora ela apontava em minha direção e ele seguiu até mim.
- Oi. – disse ele com o sorriso mais amigável que eu já havia visto.
- Olá.
- A Juliana disse que você procura o prédio de Direito?
- Exatamente.
Ele falava com uma certa delicadeza, suave... Era agradável ouvi-lo e surpreendente também, visto que poucos minutos atrás eu o ouvi conversando em inglês com um certo sotaque e sua facilidade em falar comigo em português me deixou confuso.
- Bom, posso lhe informar onde fica.
- Claro.
Eu o segui e logo estávamos fora do prédio. Nos deparamos com um longo pátio bastante arborizado.
- Você não faz ideia de onde fica né? Está um tanto longe.
- Pois é ... Não sei não. Nunca vi aqui pra dizer a verdade.
- Percebi. – disse ele com um risinho. – Desculpa.
- Ok. Ah, e desculpa te fazer caminhar tanto assim.
- Imagina, Eu estava indo para esse caminho mesmo, só terei que andar mais um pouco.
Ele andava com certa calma, ele parecia muito calmo. Ele não deveria ser mais do que 4 cm mais baixo que eu, mas era mais forte. Certeza que dedicava boa parte do dia à academia, enquanto que eu aparecia por lá esporadicamente. Mantinha um um look social, bem diferente dos outros estudantes que optavam por algo mais alternativo, mas isso não afetava em nada seu aspecto juvenil. Eu só conseguia pensar que era mais vantagem conhece-lo numa balada a conhece-lo ali, me ajudando com um serviço, ele era digno da atenção de qualquer um numa festa.
Meu celular vibrou no meu bolso e como estava um pouco difícil de tirá-lo, reduzi um pouco a velocidade e logo o ruivinho me deixou pra trás. Quando consegui tirá-lo do bolso, me concentrei em alcança-lo mas logo outra coisa me distraiu: sua bunda. Era algo que preenchia bem sua calça, imaginava ser bem durinha. Ao espantar aquelas visões de minha mente, me aproximei dele.
- Olha, ali mais a frente é o prédio de Direito.
- Obrigado. – fiquei um pouco desapontado pois ali terminaria nossa caminhada e não sabia nada dele. Não passaria de uma paixonite diária. – Mas é que eu preciso saber onde fica essa sala. – disse mostrando o endereço.
- Humm, eu não sei bem onde fica mas você poderia perguntar para o Rafael. É um rapaz que fica na recepção, é bem perto da entrada. Mas eu arrisco dizer que deve ficar no segundo andar.
- Muito brigado... qual seu nome? – era a minha chance.
- John.
- Obrigado, John.
John... já era um começo. Tentei esquecer o garoto que acabara de conhecer e segui para o serviço que haveria de fazer. Por sorte, o Rafael me ajudou e consegui chegar a tempo da reunião. Fechei negócio com o diretor da universidade, que mantinha sua sala na faculdade de Direito onde obteve sua formação, ele queria que nossa empresa fizesse a divulgação do processo seletivo da instituição nos meios de comunicação. Após fechar um breve acordo, fui direto à empresa para acertar o compromisso com meus superiores e depois disso segui para um restaurante almoçar. Eu havia resolvido aquele serviço, mas havia outro tarefa que havia de cumprir: reencontrar aquele ruivinho... John.
Continua...