Hoje eu me lembro claramente daquele primeiro momento em que tive um contato físico com a Bia...rsrs...não foi bem um contato mas, um atropelamento! A Bia estava brincando com uns garotos infantis que adoram ficar de empurra-empurra. E nesta brilhante brincadeira a empurraram...Ela que segurava seu capacete, acidentalmente ao abrir os braços acabou acertando-o em minha nuca!
Quando a vi bem próxima a mim me oferecendo ajuda... Senti algo diferente em seu toque no meu ombro e braço. Algo em mim reagia à sua presença...e pude ver bem de perto seus olhos. Uau! Nada me faz esquecer aqueles poucos segundos de reconhecimento entre a gente...é pessoal...neste espaço relâmpago sentir o cheiro, o toque, a respiração e seu expressivo olhar... me hipnotizou.
Minha reação apenas foi levantar-me rapidamente. Estava ainda um pouco zonza...e Bia aproximou-se super preocupada apoiando suas mãos em minha cintura e me envolvendo em um quase abraço frontal! Aquilo me deixou em pânico...
- Eu estou bem! Não precisa se aproximar tanto...
- Qual é a sua garota? Falou Bia indignada.
- Como assim qual é a minha? Você quase me assassina com uma brincadeira infantil, e espera que eu me sinta melhor com sua aproximação?! Aquela reação da Bia me deixou irritada.
Nossos instrutores chegaram e começaram a fazer várias perguntas enquanto apalpavam minha cabeça no local do impacto. Enquanto isso, a Bia observava tudo muito atenta. Fiquei um tempo sentada em uma sala reservada com uma bolsa de gelo para ver se o “super galo” diminuía...fechei os olhos...e pensei no desentendimento que tive com aquela garota. Poxa vida...eu só não queria ela por perto! Por que ela tinha que se aproximar tanto? Aliás, por que aquela aproximação me incomodou tanto? Nossa...que coisa mais absurda pensar em quem quase me assassinou! Essa garota é de fato alguém para se manter distância.
Neste dia não encontrei mais a Bia. A Ana e o Joaquim (amigos e colegas da auto-escola) me acompanharam até minha casa...eu estava com muita raiva. E isto não era comum. Sou bem equilibrada...mas aquela garota me tirava do sério! Eles riam demais da situação e até relatavam o quanto a Bia e eu éramos diferentes...daí concluíram “que éramos tão distintas que nos tornávamos tão iguais”. E essa frase me deixou mais irritada ainda...
