Quando se é criança, pouco se sabe sobre a vida, sonhamos com mundos fantásticos utópicos, onde o mal jamais derrotara o bem.
Lembro-me vagamente da minha infância, meus pais nunca mantiveram contatos com os outros familiares, eram sempre os apenas nos. Nunca tive primos com quem brincar, nem a amigos, a cidade era pequena cercada por gente de mais idade. Cresci em uma fazenda no interior de são Paulo, a cidade que a cercava deveria ter no Maximo 5 mil habitantes. Como disse não tínhamos ninguém próximos, meus avós, como meu pai sempre dizia, haviam nos deixado cedo.
Cresci como uma criança solitária mas muito amada, vivia brincando na terra e com os animais da fazenda, meu pais nunca me deixaram faltar nada. Diana era o nome de minha mãe, toda delicada e rústica ao mesmo tempo, seu cabelo era negro como o mais escuro céu, seus olhos eram caramelos e bem acentuados, em sua pele via-se marcas do tempo e do trabalho duro d eu uma dona de casa.
Meu pai, césar, já era o tipo caipira, pele queimada do sol, cabelo loiro sempre sujo pela terra que ele tanto amava. Seus olhos verdes e seu corpo sarado pelo trabalho árduo o deixava muito atraente, mesmo pela idade.
Me recordo que os dois se amavam muito, nós nos amávamos muito, meu pai e minha mãe sempre demonstrando carinho um pelo outro, e para comigo também.
Quando chegou a hora de ir pro colégio, lembro de minha mãe chorando e dizendo o quanto eu tinha crescido, que sempre seria seu eterno bebe.
Na escola com meus 15 anos, foi onde conheci meu primeiro amor, não era nada normal mas foi lindo do mesmo modo.
Eu um menino do sitio, me apaixonei pelo filho do prefeito, não foi nada fácil para mim aceitar que eu era gay, que gostava de um homem também. Incrível e que fora uma paixão modesta sem malicia. Com ele deu meu primeiro beijo inesquecível, seu nome era Bruno, todo metido a mauricinho, e eu todo cowboy caipira. Fora um dos momentos mais lindos de minha vida, sempre que podia dormia na casa de bruno, nunca tentamos nada demais, eram apenas beijos e caricias.
Lembro-me pouco daquela desprezível noite, estava deitado na cama de Bruno quando tocou o telefone, o prefeito bateu a porta e depressa desci para o colchão no chão.
O olhar do prefeito era triste e muito amargurado, ate hoje não acho que ele estaria pronto para dar a noticia a um garoto de 15 anos que seus pais morreram queimados em um incêndio na fazenda, e que ele estaria órfão.
Foi a pior semana da minha vida, e olha que hoje passo cada uma, mas a única coisa que me lembro foi de entrar no carro da assistente social e partir para um orfanato em uma cidade mais perto da capital.
Todo o dia naquele lugar era um tormento, fiquei um ano, cresci e mudei naquele lugar, puxara a minha mãe, no cabelo e na pele branca, a meu pai os olhos me foram herdados, verdes como a mais linda folha do chão, chamava a atenção de muitos meninos ali do lugar, mas nenhum me interessava, só pensava em fugir daquele maldito lugar.
Não estou exagerando não, o lugar era medonho, comida era apenas uma vez ao dia, e todo o serviço nos internos fazíamos, não existia nada de bom naquele lugar, por vezes os professores tentavam me seduzir, me alisavam ate tocaram em minha bunda, me sentia menos que um misero pedaço de carne.
Não me pergunte como consegui fugir daquele lugar, com 16 anos tentei a sorte, sai correndo sem ao menos olhar uma vez se quer para traz. Corri durante um dia todo e alcancei a rodovia ali tentei pedir carona para qualquer lugar mas fiquei mais um dia e uma noite ali parado esperando uma boa pessoa aparecer.
Já estava morrendo de fome, de frio. Tinha chegado a exaustão quando um caminhoneiro parou e me deu carona, ele estava indo a capital, Hugo era seu nome, não deveria ter mais de 40 anos, era bem em forma, mas não era bonito.
Hugo fora bom, ate parou em um posto para comermos, conversávamos bastante. Quando caiu a noite Hugo queria descansar, parou em um desses motéis de estrada para dormir e relaxar. Ele pediu um quarto com duas camas, tomei banho e deitei enquanto ele se banhava. Estava exausto quase para dormir quando Hugo sai do banheiro, nu , se enxugando, eu era muito inocente na época, nunca se quer olhei para os meninos no internato tomando banho, me virei e fingir dormir.
Caiu em um pequeno cochilo, mas logo despertei com os gemidos de Hugo ao lado, ele assistirá a um filme adulto e se masturbara, estava todo suado e seu membro ereto. Pediu desculpas quando me viu acordado mas não parou,ficou falando que nas viagens ele se sentia muito só.
Envergonhado tentei adormecer mas não consegui. Hugo gemia cada vez mais alto, eu dormia só de cueca pois não tinha mais roupas. Do nada os gemidos param, Hugo se levantou, seu membro ainda estava ereto, virou para me olhar e ordenou que eu tirasse a cueca, fiquei com muito medo, queria correr, mas ele era maior e mais forte, fiz o que ele mandou, então virei de bruços como ele mandou e com uma força enorme introduziu seu membro em mim, lembro que aquilo doeu mais que qualquer coisa, eu queria gritar mas Hugo tampou minha boca, ele forçava cada vez mais e dizia que aquele seria o preço da viagem, o tempo não passava, ele dentro começo a ejacular, e quando finalmente ele terminou corri pro banho, em baixo da água só o ouvir dizer que agora seria assim eu teria que fazer as vontades dele em troca de carona e comida. Minhas lagrimas se misturavam as gotas do chuveiro, sai sangue de mim e me sentia nojento violado, mas aquilo apenas começava, a viagem toda fora daquela maneira, fazia sexo oral nele o tempo todo, ele ordenava que eu engolisse cada gota de seu esperma, toda vez que ele me usava me desligava do meu corpo.
Quando chagamos a capital, ele me deixou na vila central e me deu 100 reias, disse apenas que era por ser bonito.
Com 16 anos me vi em são Paulo, a maior cidade desse Brasil, com apenas 100 reais no bolso, a roupa do corpo, mas observei com Hugo um detalhe que me fez chegar aqui até hoje, eu era bonito e as pessoas pagariam para ter sexo, foi isso que me salvou e me fez o que sou hoje, um garoto de programa.
Com os 100 reais pensei em investir em mim mesmo, comprei algumas roupa usada e usei um banheiro publico pra tomar banho, quando anoiteceu fui para as ruas, assustado e faminto.
Não foi fácil arranjar os primeiro clientes, mas logo consegui, cobrei a pouco preço, 50 reais a hora fazia tudo o que a pessoa queria, vi de tudo naquela noite, pais de família, gays velhos, até pais levando seus filhos. No final da noite arrecadei 500 reais, achei incrível, mas trabalhei das 18 horas às 6 da manhã.
Consegui dormir em um quarto em um hotel vagabundo, a semana inteira forra assim, o bom é que nunca ocorria nada demais, nenhuma agressão, nenhum cliente querendo sem proteção.
Toda a vez que me deitava com alguém era como se minha alma descola-se de meu corpo, pensava em tudo menos no momento, eles faziam o queriam comigo,no começo doía tanto física quanto emocionalmente, mas me acostumei, observei o quanto o ser humano pode desprezar e usar o outro como um nada, mas era o que me restará.
Comprei um celular na terceira semana em são Paulo. Minha beleza já estava sendo propagada, notei que também teria que cuidar de mim, separei uma grana, me depilei, cortei o cabelo, entrei numa academia meio pobre, ate um perfume de camelo eu compre.
A cada dia a clientela aumentava, com meu celular consegui o que se chama de cliente fixo, me alimentava., e mantinha bem, agradecia a Deus e pedia perdão todo dia. Mas como disse antes era isso que me restava, nem da pra notar que foi assim meu começo a seis anos atrás
As coisas melhoram, mas nunca curti são Paulo, com dois anos Ana cidade fui para o Rio de janeiro tentar a sorte, uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida.
sou escritor novo, quero muito criticas para poder evoluir. obrigado pela atenção