Meu Primo Não Era Hétero - Parte 04: Revelação

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1180 palavras
Data: 10/03/2014 12:00:02

Eu nunca pensei que seria assim. Quer dizer, todos nós temos que partir um dia, mas eu nunca pensei que veria alguém da família partir daquela maneira. Nunca vou me esquecer do rosto de André durante o enterro de seus pais. Era vazio e sem expressão. O mesmo rosto desde a hora em que recebeu aquele telefonema naquela noite. Ah é, aquela noite em que estava comigo. Sim, eu me sentia culpado por estar com ele enquanto o carro de seus pais capotava por uma rodovia.

Durante o caminho pra casa André não disse nada, apenas olhava pra janela do carro. Aquilo me cortava o coração. Ele não quis voltar pra casa, então seguimos direto pra minha. Entramos sem dizer nada e fomos direto pro quarto. Minha mãe também estava bastante abalada, já havia perdido o marido em um acidente de carro e agora a irmã e o cunhado.

Assim que chegamos no quarto André se sentou na cama de cabeça baixa. Eu desabei no chão e me pus a chorar com a cabeça entre as pernas. A culpa me rasgava ao meio. Eu chorava desesperadamente.

-O que foi? - Ele gritou, preocupado.

-É culpa minha. Seus pais morreram por minha culpa. - Eu tentava falar, aos prantos.

Ele se sentou ao meu lado, no chão.

-Não é sua culpa.

-Você tava comigo quando eles morreram.

-Mas isso não muda nada. - Ele me puxou pro seu colo. - Você já pensou se eu não estivesse com você naquela noite? talvez eu estivesse morto agora. - Eu me acalmei. - Aquela noite com você foi mágica e mesmo que eu não estivesse lá, acho que não mudaria nada, talvez eu poderia até estar com eles no carro e ter morrido também. Eu perdi meus pais e dói muito. A única coisa que alivia um pouco essa dor é saber que eu tenho você por perto. Mas ao mesmo tempo o medo de te perder aumenta. Eu tô com muito medo de te perder, como eu os perdi.

-Eu nunca vou sair de perto de você. - Disse, o abraçando com força.

Eu o amava tanto que o simples fato de imaginar minha vida sem ele me deixava em completo pânico e desespero. Passamos a vida toda juntos. Crescemos juntos. Eu não consegui nem se quer passar um dia sem olhar pro seu rosto, sentir seu perfume e seu abraço. Não conseguia me imaginar dormindo numa cama sem André ao meu lado.

Recebemos visitas de nossos amigos, que nos apoiavam nesse momento de dor. Até Raquel apareceu. Mas eu não senti ciúmes, e mesmo que tivesse sentido, aquela não era a hora pra demonstrar.

O tempo foi passando e com ele a dor diminuía. Eu via como era difícil pra ele conviver sem seus pais por perto. Se adequar a uma nova rotina.

Faltava uma semana pro começo das aulas de André na faculdade e com isso nós ficávamos o tempo inteiro juntos.

Naquela manhã acordamos cedo e fomos todos tomar café da manhã juntos.

-Tia eu preciso falar com a senhora. - Disse André, ao se sentar á mesa.

-Pode falar querido.

-Uma hora ou outra a gente teria que conversar sobre isso, então é melhor que seja agora. - Meu coração quase saiu pela boca. Será que ele ia contar sobre a gente? - Eu pesei bem ontem a noite e acho que tá na hora de voltar pra casa. - Ai, que alivio. - Eu vivi a vida inteira naquela casa. Tenho lembranças lindas e felizes naquele lugar e não quero deixar isso tudo de lado.

-Eu sei querido. André, me desculpa, mas você não consegue sustentar aquela casa sozinho. Nem emprego você tem. - Minha mãe tinha razão.

-Eu também pensei nisso, tia. Como a casa era dos meu pais e agora é minha, eu pensei que seria bom pra todos nós morarmos juntos. Já que vocês moram aqui de aluguel, não vejo problema em se mudarem pra lá.

-O que você acha, mãe? - Perguntei.

-Olha, estou bastante surpresa com essa ideia. Mas você tem razão. Você não consegue sustentar a casa sozinho e não faz nenhum sentido vender aquela casa e vir morar de aluguel com a gente. Já podemos nos mudar amanhã mesmo.

E assim foi feito. Passamos o dia arrumando as coisas e colocando tudo em caixas. Colocamos vários móveis à venda, já que na casa de André já tinham as mesmas coisas. Nos mudamos no dia seguinte. Como a casa só tinha dois quartos, André e eu ficamos em seu quarto. Dei uma desculpa pra minha mãe de que não precisava se preocupar com as camas por enquanto, já que estávamos acostumados a dormir juntos.

Logo as aulas de André começaram...

O ano passou rápido e André já estava no segundo ano da faculdade. Eu continuava com meu curso de inglês. Minha mãe havia conhecido um americano chamado John em seu trabalho e estavam namorando há 6 meses. John era um cara legal. Sempre saíamos juntos em família nos fins de semana.

Naquele dia fazia um ano desde a mortes dos pais de André e ele estava bem calado. Fomos juntos os três ao cemitério, colocar flores nos túmulos. André chorava e eu o abraçava. Na volta pra casa ele não disse nada. Aquilo me fez lembrar do dia do enterro de seus pais. Assim que subimos pro quarto André me abraçou.

-Como é bom ter você por perto nesses momentos. Se não fosse por você, acho que eu não teria forças pra continuar.

-Eu te amo. - Disse, o beijando.

Trocamos de roupa e escutei a campainha tocar. Descemos e a madrinha de André estava sentada o no sofá, com minha mãe.

-Meu pequeno. - Ela disse, levantando e o abraçando.

-Oi Madrinha, que saudade.

-Como é bom te ver, meu anjo.

-O que veio fazer na cidade, Madrinha? - Ele perguntou.

-Eu vim lhe entregar isso. - Ela mexia na bolsa e tirou um envelope. Entregou nas mãos de André. - Eu não posso ficar por mais tempo, querido.

-Mas o que é isso? - Ele perguntou.

-É uma carta que sua mãe deixou comigo, pra caso acontecesse algo com ela e ela não pudesse te contar. Eu não sei o que tem na carta, nunca a abri. mas sei que sua mãe não tinha coragem de lhe contar pessoalmente. Bem, agora eu tenho que ir. - Ela disse dando um abraço em André e se despedindo de todos nós.

-André, você pode subir e ler a carta, nós ficamos aqui. - Disse minha mãe.

-Não tia, seja o que for, quero que vocês saibam também.

Ele abriu o envelope. Eu á estava bastante nervoso. André leu calmamente tudo que estava escrito na carta e quando ele terminou eu estava tremendo. Olhei pra ele, que estava atordoado. Minha mãe não parava de chorar. Eu nem conseguia pensar direito... A carta dizia que André era meu irmão!

CONTINUA!!!

Nossa gente, eu já estava na metade desse capítulo e sem querer fechei a aba do site. Quase infartei de raiva. Tive que escrever tudo de novo. Mas pelo menos deu pra rever algumas coisinhas e melhorar o capítulo. Aí está, espero que gostem! Abraços!

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Comentários

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Nossa '-' Tipo, não vai mudar nada entre eles. Como ele sempre dizia nos capítulos anteriores que eles eram como irmãos, sempre foram muito juntos. Muito bom *-'

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Ain caraleon ... To aflito agora !!! Incesto de primo e agora incesto de irmãos ... Espero que isso não abale a relação de vocês .

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PQP, isso porque desgraça pouca é bobagem, se eles já estavam ressabiados por serem primos imagina agora que são irmãos!

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