- Quero! Tem refrigerante?
- Tem! Guaraná, laranja...
Mais tarde, umas três e pouca,o tempo virou e começou a chover muito.
- E se os seus pais chegarem?
- Eles só voltam no domingo (era feriadão. Começou na sexta e iria terminar na outra sexta). No máximo, minha irmã pode chegar, mas ela sabe da gente.
- Então, você pode dormir comigo.
- Não, eu não posso.
- Algumas vezes eu acho que você não gosta de mim.
- Eu gosto, Gui, mas eu não vou me entregar a você assim. Eu não sou desse jeito.
- Ta bom! Eu to indo embora, sabe?! Se eu ficar aqui mais um pouco, só Deus sabe.
- Fica! Eu vou ficar sozinho.
- Ta vendo! Você me provoca. Eu to aqui na minha, querendo ir embora e você me convida pra ficar.
- Então vai logo, vai! Tchau!
Eu saí da sala e ele veio atrás de mim.
- Já leu “A Megera Domada”?
- Não, mas assisti “O Cravo e a Rosa”.
- Então! A gente ta parecendo eles, o casal de protagonista.
- A única diferença é que a gente não é um casal.
‘Não acredito que disse isso!’ pensei.
- É esse seu problema? Eu não ter te pedido em namoro?
- Um dos... Cara, a gente ta ficando há um tempão. Você disse que gostava de mim e até hoje nada. Eu to me sentindo uma piriguete usada.
- Eu tenho motivos pra não querer nada serio. Eu não to pronto ainda.
- Tudo bem, Guilherme! Eu não quero te pressionar, mas do jeito que ta eu não quero mais.
- A gente ta indo tão bem. Por que assim não ta bom?
- Eu não nasci pra isso. Eu não quero ser o peguete de alguém.
- Você é mais que isso pra mim. Você sabe disso. Eu preciso colocar um anel no seu dedo pra você acreditar?
- Não é só pelo anel. É pra eu ter certeza que você vai ser só meu. Como eu posso saber se você não sai beijando geral por aí.
- Porque eu te amo porra! Eu te amo! Sabe a dificuldade que eu tenho pra assumir isso?
- Se você me ama porque não me pede em namoro?
- Como você é fútil. Eu dizer que te amo não basta. Tem que rotular.
- Fútil? Eu que sou fútil? Sai daqui.
Se tinha uma coisa que eu odiava era ser chamado de fútil, mas assumo que estava sendo naquela hora.
- Eu digo que te amo e sua resposta e sai daqui. Eu sabia que isso ia acabar assim.
- Será que ama mesmo?
- O pior de tudo é que amo. Mas parece que só eu.
Depois de muita briga resolvemos não ficar mais. Eu não queria acabar com o que a gente tinha, mas eu queria ter a certeza de que aquela boca e aquele corpo seriam só meus.
No outro dia eu acordei nove horas da manhã. Levantei, tomei banho e voltei pro meu quarto onde fiquei lendo até começar a pensar no Gui.
Meu celular tocou.
- Alô!
- Como estão as coisas aí? Você ta bem? Dizia meu pai.
- Eu to bem pai.
Ele ficou um tempão conversando comigo.
Mais tarde eu estava muito entediado. A Lua tinha ido viajar, o Lipe estava com a ficante, eu estava sem o Guilherme... O que me sobrou foi admirar a chuva cair.
Eu estava sentado na varanda do quarto e percebi que um carro passava pela minha rua pela terceira vez. Eu fiquei com medo e resolvi entrar.
Eu tranquei a porta, deitei na minha cama, me tapei e fiquei vendo TV.
Traduzindo... Meu dia foi um tédio total!
Os dias se passaram do mesmo jeito. Chatos!
Finalmente chegou a sexta-feira e era o dia da minha festa de aniversario que seria na casa da Lua.
Eu acordei feliz, pela primeira vez na semana.
Meu primeiro telefonema do dia foi da Lua, falando sobre a festa, depois meus pais e meus irmãos, depois o Lipe e por ultimo o Guilherme.
- Oi! Ele diz com a voz calma.
- Oi!
- Tava com saudades da sua voz.
- Eu tenho que sair. Fala logo o que você quer.
- Você vai me tratar assim? Com tanta frieza?
- Eu não to sendo frio. To sendo direto. Se tem alguma coisa pra falar fala logo.
- Vem aqui fora.
- Você ta aqui?
- To te esperando no portão.
Eu saí e fui até o portão.
- Fala, Guilherme!
Quando abri o portão ele estava lá com uma caixa enorme.
- Feliz aniversario!
- Obrigado!
- É seu presente.
- Obrigado, mas eu não posso aceitar.
- Abre primeiro, depois recusa.
Quando olhei pro lado tentando achar uma razão pra não aceitar o presente que nem sabia o que era vejo o Miguel descendo do carro.
- Parabéns!
- Obrigado! Disse enquanto o abraçava.
- Seu presente prefiro te entregar na hora da festa.
- Não tem problema.
- Licença! A gente tava conversando aqui. Disse o Guilherme.
- Desculpa, Thalles! Não queria atrapalhar. Eu volto mais tarde.
- Não! Você não atrapalha. Na verdade o Guilherme já estava indo. Vamos entrar.
- Thalles, a gente ainda não terminou.
- Eu já! A gente não tem mais nada pra conversar. Eu não quero seu presente, ta bom?! Eu entrei.
Na hora que eu falei não percebi o quão grosso eu fui.
- Vocês brigaram é?
- Não!
- Não é o que parece.
- É coisa boba.
Eu juro que não tava percebendo o quão idiota eu estava sendo. Desde o principio. Eu entendia o Guilherme, mas fazia de tudo pra não entender.
- Se quiser desabafar eu to aqui!
- Não é nada! É infantilidade minha.
- Então fala com ele. Pede desculpa, sei lá.
- Se eu fizer isso meu orgulho vai ficar super ferido.
- Você gosta dele. Pelo soco que eu levei aquele dia eu posso dizer que ele também gosta de você.
Eu sorri.
- O pior de tudo é que eu sei que to errado.
- Então, pede desculpa. Esquece o orgulho.
- Eu vou tentar.
A gente conversou bastante e o resto do dia foi uma maravilha.
Á noite a Lua veio me maquiar. Nada demais, só um pó pra me deixar mais pálido, já que eu era um vampiro.
Eu entrei no carro do Lipe e nós fomos para a casa da Lua.
- Espero que não tenha gente demais.
- Ainda não tem, mas vão chegar.
Eu entrei e poucas pessoas haviam chegadoDicas do dia:
http://www.soloboys.tv/solo/comi-o-medico/
http://www.soloboys.tv/solo/foda-ainda-mais-gostosa/
Bom dia a todos! Espero que estejam gostando e queria saber o que tão achando das dicas.