Bem Que Ele Poderia Ser Gay... Parte III

Um conto erótico de C.Riviecci
Categoria: Homossexual
Contém 1963 palavras
Data: 03/04/2014 02:23:49

Só de ele ter dito que, no almoço iriamos conversar mais, foi o suficiente pra me fazer ganhar o dia, eu fui pra minha sala com animo renovado, conversei com todo mundo eu parecia uma Miss de tão simpático que estava naquela manhã e tudo se devia ao Rafael que mesmo sem querer estava me conquistando e minha vontade isolada de dar pra ele, ia se transformando em algo muito maior e muito mais belo, era quase uma paixão que nascia naquele momento, o Gustavo como sempre me apoiando mesmo achando que eu iria quebrar minha cara com aquilo, mas eu pouco me importava com o resultado desastroso e devastador para meu coração, se o Gustavo podia ficar com um cara que só ia na casa dele pra comer ele e tudo que tinha na geladeira, eu poderia sim, sonhar em ficar com o cara hétero gente boa do curso de Economia.

Os minutos se transformaram em horas, o tempo não passava e por mais que eu adorasse a matéria daquele dia eu nem me concentrei direito, fiquei pensando no que iria falar com o Rafa e se ele iria mesmo me procurar na hora do almoço, nem dei muita bola para o Gustavo coitado, ele copiando e estudando e eu igual a Alice, perdido no Pais das Maravilhas, deu a hora de sairmos eu já ia me levantando mais meu amigo me fez esperar um tempo na sala mais ou menos uns cinco minutos pra só então depois sairmos, me disse que eu não deveria parecer desesperado e que tinha que chegar elegantemente atrasado, para despertar no Rafa o desejo por mim, na teoria tudo soava muito lindo, mas na pratica não funcionava nem pra ele.

Ele não foi ao refeitório comigo, quando cheguei o Rafael nem estava lá, mesmo assim me servi e sentei em uma das mesas da parte externa, graças a Deus estava um dia mais nublado que nos permitia ficar sem o uso da refrigeração, estava na minha comendo, e lá vem ele, com seu prato e comanda e se senta ao meu lado, depois de ter sentado me perguntou se poderia ficar e se eu estava a espera de alguém, eu disse que não que poderia ficar sim, almoçaria sozinho naquele dia, assim que terminei de falar ele me perguntou o porque do meu amigo não estar comigo naquele momento, eu justifiquei dizendo que ele tinha compromisso e que comeria na rua, ele ficou um tempo calado apenas comendo sem dizer nada, mas a expressão em seu rosto entregava que alguma coisa ele queria me perguntar, e pouco tempo depois ele começou...

– Cara, eu preciso te perguntar uma coisa, se não quiser me responder eu entendo, na boa. Mas to encucado com isso, o cara que anda contigo, o tal de Gustavo, ele é seu namorado? Se for na boa eu não tenho preconceito não.

– Imagina esse tipo de pergunta não me incomoda em nada, eu sou amigo do Gustavo desde que tínhamos dez anos eu acho, sempre fomos muito ligados, mas nada alem de amizade, é cada um na sua, não namoramos não. Nem sei se ele gosta de homem.

– Saquei, não sabe se ele gosta. Mais você gosta?

– Porque acha isso?

– Eu tenho um primo viado e ele é mais ou menos igual a você, não tem muito jeito não, é mais quieto na dele, e tem algumas coisas que fazem parecidos por isso eu achei que tu fosse gay, mas se não for nem me surpreenderia o mundo anda muito mudado mesmo, mal da pra diferenciar homem de mulher.

– Concordo contigo, as diferenças tem se estreitado muito, e respondendo sua pergunta, sim eu gosto de homem, na verdade eu fico apenas com homem não sou fã de ficar com mulher.

Quando fechei minha boca, meu coração quase saia do peito ele batia tão rápido que eu pensava que fosse morrer tamanha adrenalina naquele momento, foi tenso o processo para controlar as emoções e não me descontrolar naquele momento, ele ficou com a mesma expressão de sempre não mudou muita coisa, ou seja, ele parecia presumir que minhas respostas seriam aquelas, quando terminou de comer,ele se recostou na cadeira e me olhando fixamente nos olhos me disse que era minha vez de fazer as perguntas, eu poderia perguntar o que quisesse que ele iria me responder, já que eu tinha respondido a ele sem muitos rodeios, pensei um tempo sobre o que iria perguntar, eu tinha a oportunidade de ser obvio e perguntar se ele curtia homens, e ele provavelmente me diria não, o que quebraria todo o clima, optei então em ir na contra-mão e fazer uma pergunta menos obvia...

– Me diz, porque sempre anda sozinho, nunca te vi conversando com ninguém, nem homem e muito menos mulher.

– Cara, eu não tenho muita paciência pros moleques da minha sala, todo mundo muito novo, só fala de festa e droga, muito pouco sobre coisas que possam ser aproveitadas e eu não to aqui pra isso e nem tenho mais idade pra esse tipo de coisa.

– Não entendi muito bem o que disse, mesmo assim a resposta não foi completa ainda quero saber mais sobre a mesma pergunta.

– Eu converso com o pessoal, jogo bola com eles, mas não ando o tempo todo junto, não teríamos tanto assunto assim, meu tempo tem que ser bem aproveitado aqui, saca? E sobre mulheres ocasionalmente faço a alegria de algumas.

– Fiquei intrigado agora, qual sua idade?

– Tenho 26 anos, já é minha segunda faculdade, então sou meio sem paciência pras coisas dos “novinhos” sou mais concentrado, tipo o tio ranzinza da sala.

– Não parece mesmo ter essa idade, parabéns a sua linhagem genética com certeza foi muito beneficiado por ela.

Ele riu um pouco e me disse que a aparência vinha com muito esforço pra manter a boca fechada e a saúde em dia, conversamos sobre outras coisas, e sem eu perguntar ele me disse que conversou comigo primeiro porque achou que eu fosse mais inteligente que a maioria que comia ali, por estar sempre serio e na minha, e segundo porque tinha sacado que eu era viado, e ele prefere amizade com gays, segundo ele são mais divertidos e menos nojentos, infelizmente ele insistia em usar o adjetivo viado para se referir ao grupo, era uma coisa de formação cultural mesmo eu nada poderia fazer para mudar isso, a não ser dizer que não gosto do termo quando tivéssemos mais intimidade, porque sinceramente eu acho pejorativo, mais que qualquer um outro usado para se referir a nós, nem meus amigos eu admito me chamar de viado, mesmo assim o Rafael naquele momento não deixou de ser encantador, continuava imaculado aos meus olhos todo bonito e simpático e o sorriso nem se fala, era a coisa mais charmosa daquela faculdade.

Após o almoço cada um para seu lado eu fui pra minha casa, já que não teria mais aulas naquele dia, e ele provavelmente estudar na biblioteca, em casa fiquei de cueca andando de um lado pro outro organizando meu barraco, não muito depois de terminar chega o Gustavo todo animado me chamando pra ir em um bar chamado Villas eu topei já que era quase fim de semana, poderíamos nos dar ao luxo de sair a noite, e assim fizemos nos arrumamos e fomos ao tal bar, que por incrível que pareça é perto da nossa casa e eu nem sabia, é bem legal lá. Se bem que se você não curte sertanejo universitário provavelmente iria detestar, mas como eu vou pra beber e muito em pouco tempo eu deixaria de ouvir a musica do local.

Fui todo arrumadinho e cheiroso, já que o lugar era meio abafado, pagamos nossa entrada e depois de irmos ao bar escolhemos um lugar bem localizado e ali começamos os trabalhos, bebendo e conversando fiado em pouco tempo eu já estava dançando com algumas mulheres ou como o Gustavo adora dizer. Amapôs... E danço muito bem por sinal, estava tudo muito animado, um pessoal da nossa sala que lá estava se juntou a nós e ficamos todos em uma grande roda, dançando e falando paçoca um com o outro, depois de algumas horas que lá estávamos bateu aquela vontade louca de ir ao banheiro e quando eu bebo sou mais ou menos assim... Eu não posso ir ao banheiro, porque se eu for a primeira vez, começo a ir toda hora.

Sai caminhando em direção ao banheiro e alguém me puxa pelo braço, olhei pra ver do que se tratava era o Rafael que estava em uma mesa que só tinha homens, e uns muito belos por sinal, pensei comigo mesmo naquele momento – É, quem me dera poder ficar nessa mesa e ser a after-party desses caras. Cumprimentei a todos, e o Rafael vendo minha cara de bêbado caiu na risada falei que iria ao banheiro e na volta passaria por lá, e fui mesmo fazer xixi, acho que mijei uns três litros naquele momento sai até mais magro de dentro do banheiro, toda vodca e suco que tinha tomado havia saído do meu corpo eu tenho certeza disso. Rsrs

Fui voltando pra minha mesa nem me lembrava que o Rafael estava ali, passei por outro lado para terem uma ideia da minha situação se eu tivesse sóbrio, teria voltado na mesa dele mesmo e ficado por lá, já estava dançando de novo quando ele veio até a nossa mesa, só vi que estava lá quando ele conversava com o Gustavo, ai que fui me dar conta de que havia prometido voltar a mesa dele, parei de dançar e fui conversar com ele, ele interagiu com todos da mesa muito cordial e simpático, como sempre foi isso era uma característica dele, ficou conosco mais ou menos uma hora, ou mais, quando um dos seus amigos foi chama-lo para ir embora, ele disse que precisaria ir pois estava de carona, e eu todo bêbado como sempre. Disse que isso não era desculpa eu o levaria embora, se o problema fosse cara, e queria que ficasse comigo, em resposta ele disse algo que cortou meu álcool na hora...

– Ficar contigo? Quero ver se eu aceitar essa proposta o que vai fazer, se bem que é melhor eu ficar mesmo nem você, muito menos o Gustavo estão em condições de dirigir...

– Me faça esse favor, já aproveita e durma na minha casa, minha cama é de casal e eu moro sozinho, geralmente quando bebo fico com medo do escuro.

– Já me acostumei com as cantadas de outros caras e devo dizer que de longe essa foi a mais original que me passaram, eu vou ficar sim e depois resolvemos onde vou dormir...

Quando bebo fico toda safada, viro um Gustavo da vida, e o Rafa tinha razão o Gustavo estava muito pior que eu, bem mais bêbado já estava no estagio da tristeza, de cabeça baixa e pensativo, dançando sozinho, ficamos mais um bom tempo por ali, o Rafael dançou com uma guria da minha sala, o que me deixou morrendo de ciumes e raiva ao mesmo tempo queria dar na cara dela e na dele também, por me trair na minha frente, me controlei e mantive o personagem hétero até o final, na hora de irmos embora, nos despedimos do pessoal da minha sala, e ele beijou minha amiga, o beijo que eu queria dar, que eu tinha sonhado aquilo acabou com minha noite, quando finalmente soltou a boca dela, indiquei o local onde meu carro estava e fomos embora, permaneci calado o tempo todo, no meu prédio, o Gustavo foi pra casa dele e eu pra minha, na porta do meu ape, ele pergunta...

– Ficou estranho de repente, aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma ou falei alguma coisa? Ainda posso dormir aqui?!

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Comentários

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meu deus...você é cômico. Ri muito agora com suas cantadas...super original...srsrsrsrsrsrs to gostando tanto que tiver que comentar srsrsrs

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Esse Rafa, se bobear é pior vaca, galinha, cadela, perua e piranhas juntas!!!

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Há muito tempo ando procurando um conto bom de se ler, esse é ótimo, parabéns! 10! Lindooo

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eu acho que você tem que dizer que sim, até porque ele é hétero (até agora) e ele se dispôs a te levar em casa e vocês não tem nada. Não tem porque estragar a amizade com ciúmes de um cara que é sua paixão platônica. Ah tah, adotei seu conto, continua logo.

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Nao so dele ter te chamado de viado perdeu todo o encanto!!!

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