"Teve momentos em minha vida que se eu pudesse, voltaria no tempo para não repeti-los e outros que eu gostaria que o tempo parasse para que nunca terminassem.
Deveria ter um botão de reset rs".
Dia 02 de Janeiro de 2011, domingo ensolarado e já era hora de voltarmos para nossas casas.
Gente vamos aproveitar o dia de hoje que a noite vamos embora.
A praia não tinha tanta gente como nos outros dias.
Nossa cadê toda aquela muvuca que estava aqui até ontem?
Pergunta o Luiz.
Eu tenho certeza que o povo esta todo preso na subida da serra, toda aquela muvuca mudou de lugar e estão todos na estrada rs.
Me deitei um tempo na areia ouvindo as reclamações da Estela.
Minha mãe me sufoca, meu pai me pressiona demais.
Blá, blá, blá.
Você já pensou em ir morar sozinha, sei lá?
Eu morro de fome né amigo, não sei nem fritar um ovo rs.
Pow, mas então você reclama do quê?
Casa dos pais as regras são ditadas por eles, você aceita ou cai fora.
Graças a Deus que minha mãe é mais flexivel quanto as regras rs.
Aí Binho mas é que você é todo certinho vá rs, sua mãe nem tem nada para reclamar.
Vamos cair na água?
Aím amigo prefiro ficar aqui.
Eu entrei na água e chamei a garotada para jogarmos vôlei.
Todos toparam e começamos a bagunça e a gritaria, parecia que só tinha a gente alí.
O Raul mete uma bolada na minha cara que apesar de a bola ser leve, bateu no meu olho esquerdo, que ardeu muito.
O Renato segurou a minha cabeça e assoprava o meu olho, eu olhando aquele biquinho dele cheio de pelinhos da barba senti um tesão e sem pensar duas vezes meti a mão no saco dele, parou de assoprar na hora e começou a rir.
O que eu faço com você?
As vezes tenho vontade de te bater, mas em outras a vontade que eu tenho é de te levar pra cama e te encher de carinho seu tranqueira.
Eu lavei meu rosto e voltei para a brincadeira.
O dia foi passando e resolvemos ir embora, nossos oito dias na praia já tinham chegado ao fim.
Chegamos na casa e eu subi correndo até o banheiro para urinar, o Igor subiu logo atras com o violão na mão.
Binho eu adorei conhecer você e toda essa galera louca que veio junto, me passa o teu numero que eu quero convidar você e os meninos para irem ver um dos meus shows, quero te agradecer também por ter nos livrado de termos que passar esses dias juntos com nossos pais, eles são dificeis de lidar rs.
Imagina Igor vocês não vão se livrar assim de mim não, somos amigos agora rs, vem aqui e me dá um abraço carinha?
Ele vei se curvando para me abraçar e acabou que rolou um beijo meio rapido e sem lingua, eu me assustei com a atitude dele.
Igor por que tu fez isso cara, você é hetero, não é?
Binho eu vi tanta briga por sua causa esses dias que acabei ficando curioso.
E é verdade moleque você vale muito a pena, tchau!
Ele saiu me deixando com cara de bobo no quarto.
Deci me despedir da Estela que me deu um selinho e um abraço quase esmagando o meu pescoço.
Eu a puxei para perto do carro: Isté seu irmão é hetero mesmo?
É sim, por que?
Nada não eu que estou doido rs.
Os dois entraram no carro e foram embora, o Igor me olhava rindo.
Trancamos tudo e voltamos para casa.
Depois de algumas horas e um trânsito meio chatinho chegamos em nossa cidade, eu deixei o Renato e o Renan na casa deles e fui em direção a minha casa junto ao meu primo Ricardo.
Em casa as duas comendo a ponta dos dedos esperando a gente.
Ow de casa chegamos rs.
Abraços e beijos e broncas e mais beijos aquelas duas não existiam.
Como foi lá?
Cadê as nossas lembranças?
Calma que tem bastante e pras duas, lá foi tudo lindo, com excessão do fato de eu perder o William pra uma galinha, mas isso eu supero.
Minha mãe diz.
Eu falei com a Laura hoje e ela me disse que ele está todo arrependido pela idiotisse que aprontou com você, mas eu fui bem rigorosa com ela e não aceito mais que você perca o seu tempo com ele.
Mãe ele pode vir aqui em casa quando quiser, a Laura não vai deixar de ser nossa amiga por causa do idiota do filho.
Você esta bem mesmo?
Vixi tia Nita o Binho é uma barra de concreto e ele vai ficar bem sim.
Eu peguei minhas malas e subi para o meu quarto.
Ao abrir a porta eu sinto o cheiro daquele perfume que ele usava após tomar banho, todas aquelas lembranças.
Voltei para a realidade, como se eu levasse um choque, ele não estava deitado vendo tv e nem me esperando no banheiro com o chuveiro ligado, ele não ia me agarrar e nem me abraçar nas madrugadas.
Tranquei a porta do quarto, abri a gaveta do criado peguei a folha de caderno, me sentei na cama dedilhando as cordas do violão.
Chorei me lembrando do dia que ele tirou o gesso e cantou a canção que escreveu para mim.
" É impossivel descrever ou expressar, um amor tão verdadeiro que nasceu do teu olhar.
É impossivel não dizer que esse olhar, se tornou tão importante e pra sempre irei te amar".
Ainda o amava demais para esquecê-lo, mas tinha que reaprender a viver sem ele.
Eu morreria por ele, mas ele só sentia gratidão e afeto, e não amor.
Continua