"Quero você na minha cama, para eu te chupar todinha" - Pensou Anna, mas disse:
- Um refrigerante.
- Guaraná Antártica, Coca-cola, Kuat ou Fanta?
- Tantas opções, rsrs. Coca.
"Vai embora logo, não posso arrumar confusão agora" - Pensou Marina, entregando o pedido.
Anna sorriu, pegou a latinha e levou à boca, olhando descaradamente o corpo de Marina, vestida com um short curto e uma regata.
"Essas férias serão ótimas, rsrs".
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Às vezes sentimos necessidade de ficar sozinhos, mas o tempo todo também é entediante. Anna decidiu que viajaria, estava de férias há mais de uma semana, trancada em seu apartamento, vendo filmes em sua televisão de 50 polegadas, comendo porcarias e bebendo demais.
Poxa ainda era jovem para se afundar na depressão, então consultou uma agência de viagem sobre preços e locais, escolheu ir à praia aproveitar o verão. Inclusive o fator decisivo foi um pensamento: "Quer lugar melhor que a praia para ver mulheres lindas em poucas roupas? Haha".
Dinheiro para ela não estava sendo problema há muito tempo, desde que entrou no exército seu dinheiro estava sendo depositado em uma conta com seu nome, ela podia bancar essa estravagância.
Ela sabia se interessar por mulheres, mas nunca deu vazão ao desejo, sempre que levava uma cantada sorria, contudo não passava de beijos. Pode parecer bobo no comportamento atual do Ser humano, Anna esperava encontrar alguém que fizesse ela esquecer da sua vida para viver a da outra e perder o ar toda vez que estivesse juntas fazendo amor.
Sua busca estava enfadonha, mulheres fúteis e interesseira encontrava em qualquer lugar. Acredita que o destino vai se encarregar de trazer à ela tudo que é seu e ela ainda não tem conhecimento.
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Marina pediu ao irmão dinheiro emprestado para viajar, iria trabalhar na praia. "Verão+Praia= Dinheiro fácil e rápido" - Marina pensou. Não ter o dinheiro para a passagem de avião a fez engolir o orgulho, pedir à Alex, que riu no início fazendo pouco caso.
- Alex, por favor? Eu preciso viajar, fazer o dinheiro para a operação da Anita. Ou você não que sua sobrinha melhore?
- Eu só acho perda de tempo, ela não vai andar nunc..
Plaft, levou um tapa no rosto, dado pela irmã.
- você nunca mais fala isso na minha frente. Não quer me ajudar? Tudo bem, procuro outra pessoa, mas não venha me desmotivar.
- Ei, espera... Eu dou o dinheiro. Maninha, você devia lutar boxe rsrs, mão pesada da porra.
Marina embarcou no primeiro avião no outro dia, levando Anita com ela. O estado de saúde da menina não estava muito bom por esses dias, decidiu tê-la por perto. Durante o trabalho pagaria para alguém cuidar de sua filha, estava confiante que iria dar tudo certo.
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- Mais alguma coisa?
- Sim. Seu telefone.
- Olha, eu estou trabalhando legalizada aqui, pedi uma licença na justiça para trabalhat aqui este mês.
- Quero sair com você.
Anna estava sendo bem objetiva, torcia para não levar uma não bem grande. Matina se deu conta que era uma cantada, há muito tempo não se sentia disponível para encontros, pois sua única prioridade era Anita.
Mulheres já haviam lhe cantado antes, mas nenhuma tão feminina. Beijou uma mulher uma vez, mas não deixou passar de beijos inocentes, quando o clima esquentava dava uma desculpa qualquer e ia embora.
- Não saiu com mulheres. Cinco reais.
Anna pegou uma nota de vinte reais, colocou em cima do balcão e saiu sem olhar para trás. Marina não entendeu nada, resolveu não pensar mais na soldado, foi atender outras pessoas.
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Para comemorar o aniversário da cidade teria um lual na praia onde Marina trabalhava, o fato de não ter ninguém para cuidar de sua filha a fez pensar em não ir trabalhar. Não querua que seus clientes a rotulassem de chantagista ou oportunista por estar com a barraquinha aberta e uma menina na cadeira de rodas ao seu lado, conquistando clientes piedosos.
- Vamos jantar e depois dormir, temos que acordar cedo. Você tem consulta com o Dr. Mário às 07:00 horas.
- Mãe, eu quero ir ao lual.
- Você não pode.
- Mãe, eu não posso nada... Poxa! Estou cansada de ficar trancada aqui nesse quarto enquanto aquela velha fica vendo tv e rindo falando no celular. Eu quero sair um pouco. Estou perto da praia e não vi o mar até agora.
- Anita, chega.
- Mãe a Senhora já parou para pensar que eu posso não resistir à cirurgia? Você quer viver depois com o remorso de ter me negado de ver o mar? E outra, a Senhota precisa trabalhar no lual, vai ter muita gente lá, faturamento dobrado.
Marina ficou sem argumentos por um tempo, apenas servia o alimento à filha.
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Anna chegou ao apartamento alugado, estava furiosa pela regeição. Tiroi a roupa, tomou um banho gelado para refrescar o calot do clima e de seu corpo que clamava por Marina.
"Já sei vou ao lual, lá deve ter belas moças, acessíveis..."
Anna alugou um carro assim que chegou, facilitaria seu transporte, afinal ônibus lotado no Verão definitivamente não era seu plano de curtir as férias.
De banho tomado, arrumada simplesmente, saiu do apartamento com um sorriso no rosto, ficaria com alguém esta noite para extravazar sua luxúria interior.
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Marina trocou a roupa de Anita, concordou com a filha, afinal não podia negar à menina o direito de ir à praia ver o mar, tampouco podia dispensar a oportunidade de ganhar dinheiro.
Chamou um táxi e foram. O motorista estacionou em local proibido, buzinas podiam ser ouvidas longe, Marina tentava arrumar a cadeira de roda e o nervosismo pela pressão dos motorista a fazia errar no manuseio da cadeira, demorando ainda mais.
Anna ouviu as buzinas, assim que saiu do carro olhou para frente e viu Marina, mesmo sem perceber sorriu, caminhando em direção ao táxi.
- Quer ajuda, moça? - Anna sorriu galanteadora.
- Você... De novo... Aiiii....
Marina cortou a mão, Anna montou a cadeira de rodas e ajudou Anita sentar nela e pôr o cinto. A contra gosto pagou a corrida exorbitante que o taxista cobrou, ao notar que Marina não tinha o valor.
- Vou te pagar, não quero te dever nada.
- Me dá seu número, te ligo pra te dizer como pagar, rsrs.
- Respeito comigo, por favor. Droga! - Tentou subir com a cadeira de rodas o meio-fio, a roda enrroscou em um buraco, travando.
- Calma. - Anna segurou na frente da cadeira, Marina ergueu atrás, subindo. - Esse é meu dever de soldado, ajudar.
- Mãe, olha... É o mar, que lindo!
"Mãe?" - Pensou Anna.
"Ótimo, ela vai sair do meu pé agora" - Pensou Marina.
- Sim meu amor é o mar.
- Como queria sentir as ondas batendo nos meus pés, deve ser magnifico. Pena, não posso nem tocá-lo.
Marina ficou triste, não sabia o que dizer. Passava um carrinho de sorvete, Anna mandou parar e comprou para Anita.
- Sabe, você é uma menina linda. Simpatizei contigo... Quer dar uma volta de Lancha amanhã, comigo?
- Adoraria. Mãe, deixa?
- Vamos estar ocupadas amanhã. Esqueceu, Anita?
- Ah... - Desanimo da menina.
- Como sua mãe se chama?
- Marina.
- Marina, é uma voltinha de Lancha, meia hora. Deixa? Olha os olhos dela olhando pro mar sem poder entrar. Sobre ele, ela pode. Diz que sim, vai?
- Vou pensar. Com licença, preciso trabalhar. Vamos, Anita.
- Tchau, moça bonita.
- Me chamo Anna, princesinha. Nos vêmos, tchau. - Beijou o rosto da menina.