- Oi, vê pra mim uma também. – eu reconheci aquela voz, que não me era estranha. Quando eu olhei para trás, não conseguia acreditar. O mundo era mesmo pequeno.
- Você? – Que surpresa!- eu disse.
- Oi. – ele me lançou um sorriso devastador.
Era o Arthur, o cara que havia me derrubado na praia.
- Que surpresa te vê por aqui. – eu devolvi o sorriso.
- Por quê? Achou que não é a minha cara boate GLS?
- Definitivamente? – Não! Quer dizer, depois daquele dia, eu não imaginava que fosse te ver outra vez.
- Pois é... O mundo é pequeno. E aí? Tá sozinho?
Eu senti que por trás daquela pergunta, havia um leve toque de malícia. O Arthur estava completamente diferente da primeira vez. Pra ser sincero, ele estava lindo! Usava uma camisa polo da grife Lacoste, e uma calça jeans. Seu sorriso combinava com seus cabelos ondulados, jogados para o lado. Ele não era malhado, mas tinha um corpo definido esguio.
- Não, eu vim com um amigo meu.
-Amigo? – ele arqueou as sobrancelhas, como se duvidasse do termo “amigo”.
- Sim. É um amigo, ou melhor, um quase irmão. Deve estar por aí, jogado na pista de dança.
- Eu queria ter pegado o seu telefone na praia, para saber se estava tudo bem.
- O meu telefone? Humm... Bom, pelo que você pode ver, eu estou ótimo! Pronto pra outra queda. – nós dois rimos juntos, e eu sem querer deixei cair uísque na camisa dele.
- Me perdoe cara. Poxa, eu sou um desastre! Desculpa.
- Não foi nada. É só uma manchinha. Depois seca.
- Poxa, a sua camisa é tão bonita, eu não queria ter feito isso. Eu prometo que pago outra a você.
- Ei! Tranquilo. Não precisa ficar nervoso. É só uma camisa... Vem, vamos para o andar de cima e sentamos um pouco para conversar.
Ele me arrastou pelo braço, e me levou para parte superior da boate, onde tinha umas mesas e sofás. Eu estava adorando aquele momento com o Arthur. Ele mexia comigo de tal forma que eu não sabia explicar.
Ao sentarmos, ele buscou mais bebidas, e ficamos horas conversando. Eu pude conhecer melhor aquele homem, assim como ele, também me conheceu melhor.
- Eu juro! Eu não deixo nenhum homem me dominar. E olha que eu já tive vários paqueras.
- Sério? Então quer dizer que você é o Senhor Fernando: o indomável?- ele riu.
- Sou! – eu ri também. Na verdade, o que eu quero dizer, é que nunca namorei sério. Eu curto a minha liberdade e tenho medo de perdê-la.
- E se você se apaixonar por alguém? – ele levou o copo à boca, dando um gole em sua bebida, e me olhando ao mesmo tempo.
- Acho difícil isso acontecer. – eu me ajustei no sofá, e o Arthur se aproximou.
- Posso te confessar uma coisa? Eu te acho lindo sabia? E esse teu sorriso me deixa louco.
- Arthur... Acho melhor... – antes mesmo de eu concluir a frase, eu já sentia sua língua quente invadindo a minha boca. Por um instante, eu pensei em recuar, mas ele foi se aprofundando no beijo, e confesso... Estava delicioso.
- Eu... Vou pegar mais bebida. – foi o que me veio à cabeça, quando ele me soltou.
- Tudo bem. – ele sorriu.
Meu Deus! O que ele tinha, que me deixava hipnotizado? - eu me aproximei do balcão, e levei um susto.
- Onde você tava cara? Te procurei a boate inteira.
- Oi Gui. Eu estou conversando com aquele cara da praia.
- Cara da praia?
- Lembra, quando fui eu, você e seus primos a praia, e eu fui arremessado ao chão?
- Lembro...
- Pois o cara que me derrubou, acabou de me dar um beijo maravilhoso, e eu estou doido.
- Sério? Cadê ele?
- Está me esperando no 2º andar. Gui, ele tem a boca gostosa, o sorriso gostoso, tudo gostoso.
- Vê lá hein? Toma cuidado!
- Deixa eu ir, por que deixei ele me esperando. Vai curtir sua noite e nos encontramos depois. - deixei o Guilherme de lado e voltei.
- Demorou hein? Mais um pouquinho e eu ia atrás de você.
- Viu quando eu falei de dominação? Imagina se você fosse o meu namorado? Iria pensar que eu estava me flertando com outros.
- Não. Eu iria pensar que o meu gatinho estava precisando de mim. Que tal sairmos daqui e irmos para um lugar mais calmo?– eu gaguejei.
- O que foi? Se não quiser, a gente pode ficar aqui mesmo.
- E para onde você me levaria?
- Para minha casa. Moro sozinho.
- Sua casa? – eu arregalei os olhos. - Você não está pesando que eu sou...
- Claro que não!Jamais passaria isso pela minha cabeça. Eu só queria estar com você, num ambiente mais silencioso, aconchegante. Podemos ir para outro lugar se você quiser.
- Não. Eu gostei da ideia. Iremos para sua casa. Eu só preciso avisar ao meu amigo.
- Passa uma mensagem pra ele.
- Boa ideia. – eu mandei um aviso ao Gui, de que eu estarei na casa do Arthur.
- E aí, vamos? – ele saiu da boate abraçado comigo, me colocou em seu carro, que por sinal era lindo, e fomos para casa dele. No percurso, conversávamos sobre vários assuntos, como: profissão, trabalho, homens.
- Eu posso te dizer que sou bissexual. Já tive namoradas e namorados, mas hoje, procuro alguém que me complete. – ele me encarava.
- Posso saber a sua idade? – eu perguntei.
- Tenho 27 anos.
Fiquei admirado com a idade dele. Parecia ser bem mais jovem. Como eu tinha 22 anos, estávamos no mesmo patamar.
- Me acha velho?
- Não. Muito pelo contrário; você parece ser mais novo. E o que você faz da vida?
- Eu sou empresário. Estudei Administração para ajudar o meu pai a tomar conta da rede de restaurantes que ele tem. Meus pais moram em São Paulo e eu fiquei aqui no Rio. Sempre trabalhei desde os 16 anos. Nunca gostei de ser sustentado.
Eu fiquei ainda mais admirado por ele. A sua determinação e perseverança, transparecia em suas palavras.
- Bom, eu estou no meu último ano de faculdade. Faço Engenharia. Ao contrário de você, ainda preciso dos meus pais.
- Chegamos. – ele parou o carro em frente a um lindo condomínio. Tava na cara que o Arthur era rico, mas tinha um jeito super simples e humilde. Não era do tipo que gostava de exibir a fortuna na cara dos outros.
- Parabéns! Seu apartamento é muito bonito. – eu falei.
- Obrigado. Quer tomar alguma coisa?
- Não. Eu já bebi muito hoje, e na minha casa existe uma regra de que, se eu chegar bêbado, o bicho pega.
Ele riu da minha maneira de falar. Nossa que tosco eu sou. Me senti com 10 anos naquele momento. Quer saber?
- Aliás, eu vou aceitar sim. Você tem vinho?
- Vou pegar pra nós dois.
Ele voltou com duas taças.
- Me fala: Como é possível alguém tão lindo como você, está sozinho? Tem certeza de que não sente falta de uma perninha a mais em sua cama?
- Eu me sinto nu com o seu olhar. Como você consegue comer alguém com os olhos? – eu disse a ele.
- Eu estou atraído por você, Fernando. E quero muito te conhecer melhor.
- Você é um homem bastante atraente. Essa tua voz... – eu me aproximei dele, e nos beijamos outra vez.
CONTINUA...
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Olá meus queridos! Estão gostando do conto? Me digam comentando. Bom, respondendo a perguntas: Continuar a segunda temporada de Paixão Escandalosa, não é um objetivo agora. Eu preciso terminar um conto, para começar outro. Mas posso estudar a ideia, vai depender da vontade de vocês. Em relação a este conto, farei com que meus leitores, fiquem numa decisão cruel, e num questionamento intrigante. Bom, não posso falar mais nada.