Hoje espero ter tempo de postar duas partes da história.
Gostaria de lembrar que esse conto está sendo escrito a pedido de duas amigas e que é a história da vida delas.
Por favor, comentem.
"Trabalhava como uma louca e estudava como se ainda estivesse na faculdade, mas fazia o que me dava prazer e ganhava muito bem para fazê-lo, o problema era não sobrar muito tempo para a diversão. Visitava meus pais pelo menos uma vez por mês e quanto a homens eu sempre preferia correr o risco na balada, mas quando a noite não dava em nada, lançava mão da habilidade de um prestador de serviços muito eficiente e inteligente – formado em letras e física – que me fazia gozar até eu pedir para parar, por um preço bastante justo. Prefiro pagar com a garantia de ter um exemplar bonito, perfumado e eficiente na minha cama a me deitar com uma criatura infame qualquer. Eu me amo o suficiente para pensar em mim mesma como merecedora de alguém que, no mínimo, se cuide tanto quanto eu.
Sempre fui bonita de rosto, meu bisavô era indiano e com as miscigenações as características étnicas se dissolveram bastante, mas eu nasci com a pele morena clara quase jambo, lábios cheios e sedutores, olhos pretos um pouco puxados, cílios longos e cabelo abundante, liso que mantinha sempre cumprido, quase a cintura, mas havia um problema, meu corpo não era muito amigo das máquinas fotográficas.
Eu vivia um pouco acima do peso até entrar para a faculdade, onde descobri que, por mais que odiasse manipulações, a beleza ajudaria muito no meu trabalho. Passei então, a cuidar do meu corpo como de uma ferramenta, por que ser bonita exige cuidado constante e uma boa dose de sofrimento – quem acredita que a vida é um permanente Natal e que basta ser bonzinho para ganhar aquilo que quer, vai quebrar a cara continuamente até aprender – desde então, me dedico a uma hora de corrida todos os dia e pego pesado na academia ao menos quarto vezes por semana, muitas vezes de madrugada, pois durante muito tempo foi o único horário disponível na agenda, com isso perdi peso e ganhei formas, uma cirurgia colocou os seios onde deveriam estar – sem próteses. Da minha mãe herdei a boa estatura, tenho um metro e setenta, tenho seios médio, quadril que parecem largos devido a finura da cintura, medidas conquistadas a base de muito esforço e exercícios abdominais, barriga lisa, mas sem aquela doideira de músculos evidente e coxas trabalhadas por infinitas horas na bicicleta, me tornei a tão famosa “falsa magra”. Essa combinação tornava indiferente o fato do meu bumbum ser apenas um pouco maior que o mínimo aceitável. Procurava ser discreta, mas com roupa de academia eu sabia que deixava muito marmanjo babando, além do que, adorava despertar o tesão nos homens. Além disso, procurava me alimentar direito e praticamente não bebia, meu único hábito deplorável é o cigarro e meus vícios são os sapatos e os perfumes. Eu gastava e ainda gasto uma pequena fortuna em perfumes, ou melhor, corrigindo, perfume já que uso apenas Chanel Allure. E não imagino que tipo de mulher não se sinta muito mais poderosa no alto de um par de Scarpins Casadei, bem vestida e toda perfumada.
Como disse antes nunca me interessei por mulheres, invejava a bunda de uma, o cabelo de outra, mas considerava apenas como uma coisa naturalmente feminina, na academia tomava banho naqueles boxes sem porta, sem que isso significasse grande coisa e às vezes acontecia até de me pedirem para comparar meus seios com de alguma colega siliconada. Já tinha visto milhares de seios, bundas, pernas e tudo mais que uma mulher possa exibir e nunca, jamais senti uma só centelha de atração, mas como nunca se pode dar nada como certo nessa vida, um dia o inesperado "literalmente" bateu em mim."