as aventuras de camila - 2: motel

Um conto erótico de k.
Categoria: Heterossexual
Contém 604 palavras
Data: 25/04/2014 21:17:21

Camila se perguntava por onde andava o sargento Gomes. Fazia quase duas horas que ele a deixara ali naquele quarto cheirando a desinfetante. Era seu primeiro motel, e ela nem sequer se lembrava disso. Naquela tarde foram muitas as primeiras vezes. Primeiro motel, primeiro cliente sexual, primeira enrabada. Que bom que fora o sargento, pensava ela sem parar. Um homem calmo, silencioso, quarentão tipo pai cuidadoso.

Ela andava lentamente pela rua na madrugada, uma pose esquisita de quem espera por algo. Logo vira a viatura policial se aproximando vagarosa. O sargento lhe perguntara o que fazia ali àquela hora, e ela não soubera responder. Nem sequer se lembrava como a conversa chegou tão rapidamente ao preço de um programa. O sargento falava de uma folga na tarde seguinte, se ela poderia. Sim, poderia. E pôde. Ali estava ela, sem saber como proceder. O sargento não voltava. Não voltaria mais? Será que ela teria de pagar o motel? O pior seria se tivesse de sair andando. Nas condições atuais, seria um martírio. Pegar um taxi? Até poderia, mas aí provavelmente o dinheiro não daria. Recebera 63 reais, tudo que o sargento dissera ter nos bolsos.

Que estranho que foi. Ele pedira que ela se deitasse de bunda pra cima. Ali, naquela posição tão indefesa, sentira quando as mãos ásperas dele começaram a apertá-la. Se demoraram principalmente em sua bunda. Eram apertões sem arte, como que avaliando o material. Logo as mãos puxavam sua saia e calcinha até os pés. Os dedos retornaram à bunda, vasculhando, digitando como num teclado. Eram dedos bobos, inábeis, que seguiam uma linha sem sentido em suas carnes. Passavam pela buceta, subiam até o rabo, mas não sabiam o que fazer. O sargento parecia tímido, ou mesmo intimidado com ela. Em um momento seus olhares se encontraram no espelho lateral. Ele soltou um risinho sem graça e olhou pro outro lado. Seu rosto estava tenso, o corpo hirto e sem humanidade. Em mais alguns instantes ela o ouvia abrir uma embalagem e extrair uma bisnaga de lubrificante. Foi muito estranho sentir o líquido frio sendo injetado cu adentro. Não lhe parecia correto ser comida assim. Mas ficou firme. Um dedo forçou e entrou. Doeu, doeu muito. Uma dor ardida, desagradável. Mas o dedo foi até o fim. Ia e voltava, girava. Quando um segundo tentou invadir, ela retesou o corpo e gemeu. Só aí o sargento pareceu ganhar vida. Ficou mais interessado, e sua respiração subiu sensivelmente de tom. Sem mais nem menos ele começou a chama-la de potranquinha, que iria sentir a vara, que era uma putinha bem fraquinha, mas que tinha o rabinho muito ajeitado. Ele só abrira o zíper. Tirara a pica pra fora, e muito simplesmente a cobrira com o corpo. Logo a cabeça do pau pressionava suas pregas. Mas quase nem teve tempo. Um golpe firme fê-la sentir-se no inferno. Foi um rasgo lancinante, uma dor fina e luminosa. Tudo doía. Nem sequer sentira o pau. Sentia apenas dor. Sabia que ele a enrabara por completo, porque depois de alguns segundos pudera conferir no espelho. Ele não lhe dera tempo. Fodia sua bunda como se tratasse de um cu experiente. Foram pouco mais de 80 segundos. Logo ele bufava e tremia. Em seguida, dissera que iria no bar da esquina buscar umas cervejas, pois as dali eram caras. Ela acreditara. Não podia duvidar de nada. O rabo não permitia raciocínios bem encadeados.

Enfim enrabada, pensava ela. Enfim sentia uma dor conquistada pela vontade própria.

Já vestida, espera a conta. 52 reais. Paga, e sai andando do motel. Não está muito longe de casa. Vai a pé.

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Comentários

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Muito bom, K.. Ao ler os dois contos da Camila fui remetido, outra vez, a Henry Miller por conta da solidão que emana dos personagens e os caracteriza.

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obrigado. há muitos estilos de contos. e todos são muito bons. escolhi esse, que privilegia um pouco o lado mais psicológico;

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