- Eu me sinto nu com o seu olhar. Como você consegue comer alguém com os olhos? – eu disse a ele.
- Eu estou atraído por você, Fernando. E quero muito te conhecer melhor.
- Você é um homem bastante atraente. Essa tua voz... – eu me aproximei dele, e nos beijamos outra vez.
Ele me jogou no sofá e me envolveu em seus braços. Ele beijava muito bem, e eu já estava em êxtase com o toque dele. O Arthur tirou a camisa, e me deu uma pegada de jeito. Eu, naquele momento, só queria está entregue. Uma química muito forte havia entre nós, e o seu perfume... Ahhh... Que perfume! De homem, de macho!
- Vamos pro meu quarto. – ele me levou com carinho para o quarto. Ao entrar, éramos como dois selvagens, derrubando objetos no chão. Agora era a minha vez de dominar. Eu o joguei na cama e fiquei por cima dele. Comecei a lamber o seu abdômen, e toquei em seu pau. Ele me deu outro beijo, ainda mais molhado. Que loucura eu estava fazendo...
- Eu quero transar com você. – ele disse com a voz rouca. De repente, não sei o que me deu, mas a imagem do Felipe veio em minha cabeça. Aquilo nunca havia acontecido antes. Eu não consegui ir adiante.
- Desculpa, eu preciso ir embora. – comecei a catar minhas coisas, ele me olhava sem entender nada.
- Mas... Você não estava curtindo?
- Eu tava. É que... Ainda não é o momento. – eu procurei uma desculpa. Jamais poderia dizer que a imagem de outro homem invadiu os meus pensamentos. Maldito Felipe!
- Você é maior de idade. Nós dois sentimos uma atração um pelo outro. Vamos deixar o momento falar mais alto. – ele se aproximou de mim, na tentativa de um beijo.
- Não vamos forçar a barra. Deixa rolar naturalmente. Eu preciso ir.
- Tudo bem então. – eu pude ver na cara dele, o tamanho da decepção que eu havia causado.
Eu não podia transar com o Arthur, pensando no meu primo. E meu Deus, porque eu pensei no Felipe? Já fiquei com tantos homens e isso nunca aconteceu. Por quê? Justo naquele momento tão gostoso, com um homem maravilhoso? Bom, eu precisava sair dali.
- Não precisa se preocupar, eu sei voltar sozinho pra casa. Obrigado por tudo. – dei um beijo no rosto dele, e saí.
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- O que foi Felipe? Você nunca negou fogo a mim. Tá acontecendo alguma coisa? É outra mulher? – a Paloma falava arrasada com a rejeição do namorado. A tal loira linda que ele namorava não se conformava com o comportamento dele.
- Não é isso Paloma. Eu só estou cansado. – disse o Felipe, vestindo a cueca. E se levantando da cama.
- O seu pau nem subiu. Você não senti mais tesão em mim. É isso FELIPE? – ela gritou.
- Eu já disse que não. Você não entende quando um homem está muito cansando? Eu trabalhei muito hoje, e o que eu preciso é de uma boa noite de sono.
Na verdade, ele estava inventando uma desculpa. O Felipe, não tirava o Nando da cabeça, principalmente aquela transa selvagem que ambos tiveram na casa de sua avó. Ele era apaixonado pelo Nando, e não conseguia entender a rejeição do primo. Na mesma noite, em que o Nando tentou ficar com outro cara, o Felipe tentou ir pra cama com a namorada, mas era o primo que estava em seus pensamentos.
- Acho melhor você ir pra casa. Amanhã a gente se fala, e eu prometo uma noite bem gostosa. Eu só estou cansado meu amor. Ele beijou a boca dela.
- Jura que não é outra mulher? – ela fez voz de chorosa, e mal sabia ela que o Felipe morria de amores pelo primo.
- Ok. Vê se descansa, porque amanhã você não me escapa. – ela se vestiu e lhe deu um beijo de despedida.
O Felipe se jogou na cama, levando as mãos à cabeça.
- Porque eu não consigo te esquecer moleque? Sai da minha vida, sai do meu coração. – ele dizia si mesmo, referente ao Nando.
A paixão de um homem por outro, vai muito além de julgamentos e desilusões. Um homem quando ama outro, ele ama de verdade... Intensamente, loucamente, perdidamente e faz o possível, para manter intacto este amor.
O Felipe chegou a pegar no celular para ligar, mas havia prometido a si mesmo que não iria se rebaixar ao Nando. Não depois do que ele fez. Ia esquecê-lo, e por fim a esta paixão.
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Eu cheguei em casa com o dia amanhecendo. Minha família ainda dormia, e eu fui direto para o meu quarto. Me joguei debaixo do chuveiro, e um misto de Arthur e Felipe, perturbava os meus neurônios. Eu não amava o meu primo. O Felipe era só uma atração louca, e nada mais. Ele não tinha o direito de invadir meus pensamentos e estragar a minha noite. Mandei uma mensagem para o Gui, avisando que eu já estava em casa, e me atirei na cama. Uma boa noite de sono, e o meu cérebro voltaria a funcionar corretamente.
No dia seguinte, depois de um sono tranquilo, tomei café com meus pais.
- Como foi à noite ontem? – perguntou meu pai.
- Foi ótima. Me diverti bastante. – eu mal conseguia falar, pois eu estava com um pedaço de bolo na boca. Minha fome era gigantesca.
- Parabéns meu filho. Chegou comportado, sem estar bêbado.
- Eu disse a senhora mãe, que não chegaria mais daquele jeito em casa.
- Fernando... Você não vai trazer um rapaz bacana para nos apresentar? Até quando vai continuar vivendo esta vida de noitadas? – meu pai estava mesmo a fim de me estressar.
- Pai, eu... Não quero namorar agora. E ainda preciso terminar a minha faculdade de engenharia.
- Uma coisa não tem nada a ver com a outra. Ao invés de ficar saindo com qualquer um por aí, procure alguém descente e traga para sua família conhecer.
- O que foi agora hein? Resolveu pegar no meu pé?
- Não! Só estou sendo sensato. Você tem 22 anos e precisar acordar pra vida.
Eu definitivamente não estava entendo aquela bronca. Ele nunca foi de me cobrar nada.
- Pai, eu sei a hora certa de ter alguém. Combinado?
- Ok,ok. Vamos parar com discussões na mesa. Nando, seu pai precisa que você vá até a região dos Lagos, pegar uma encomenda para ele. – disse a minha mãe.
- Eu me esqueci de lhe dizer. Quero que vá hoje mesmo. – falou meu pai.
- Hoje pai? E eu nem sei chegar até a região dos Lagos. – eu fiquei puto com a notícia.
- Eu sei. Por isso que liguei para o seu primo, o Felipe, e perguntei se ele não se importava em ir com você.
- O Felipe? Pai, sinto muito, mas eu não vou.
- Claro que vai. Eu sou seu pai, e estou lhe pedindo um favor. Posso saber o porquê de não querer ir com o seu primo?
- Eu acho ele muito chato. – a Natasha, minha irmã, me olhou com cara de deboche.
- Não quero saber. Vá se trocar, por que daqui à uma hora, ele vai passar aqui. E não me irrite.
Nossa como o meu pai estava chato! E justo o Felipe? Era o que ele queria mesmo, debochar da minha cara e me ignorar. Mas porque não mandar somente ele? Às vezes eu tinha vontade de morar sozinho.
UMA HORA DEPOIS...
- Oi tia, oi tio! – ele invadiu a casa, sorridente.
- Oi querido. Como vai sua mãe?
- Vai bem tia. E aqui, como andam as coisas?
- Tudo ótimo. Espera aí que eu vou chamar o Nando. – Nandoooooo.
- Ai mãe, precisa me gritar? – eu vim até a sala, e lancei um olhar discreto para o Felipe.
- Oi. – ele disse praticamente forçado.
- Oi. Vamos? Eu quero chegar cedo em casa.- eu não estava pra muita conversa.
- Claro. – Tchau tia. E a Natasha?
- Saiu com uma amiga. Vão com Deus, e cuidado na estrada.
- Tchau mãe. Afff... Pais... – eu estava totalmente impaciente, e esta viagem com o meu primo, ia ser um inferno!
CONTINUA...