Olá leitores do CDC, há tempos não posto por aqui... Venho lendo alguns contos e decidi escrever alguma coisa...
Conheçam a vida do Sam.. É só uma introduçãozinha... ; )
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RELATOS 01
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Desde o inicio, quando descobri minha sexualidade aos 14 anos me escondi do mundo por medo do julgamento, foi então que me concentrei no meu mundo particular. Não tinha muitos amigos na escola, na rua, ou em qualquer outro lugar, foi uma fase meio complicada pra se lidar, nem minha família sabia como me tratar, já que não queria mais estar no convívio deles, não tinha mais vontade de participar de nenhum encontro de família, não queria sair do meu quarto. Uma simples ida a padaria era um tormento pra mim.
Quando fiz 15 anos meus tios, irmãos da minha mãe morreram num acidente de carro, e meu primo que era filho único deles, veio morar com a gente, ele tinha 16 anos na época, um ano mais velho que eu. Éramos então: minha mãe (Juliana, 34), meu pai (Carlos, 35), meu irmão (Jonas, 18), eu (Samuel, 15) e meu primo (Douglas, 16).
Logo no inicio eu me sensibilizei com a história dele, tentei me colocar no lugar dele, então foi até normal no inicio, mas logo na terceira semana já queria que ele fosse embora. Como nossa casa não era tão grande teria que dividir meu quarto com ele, meu precioso espaço, o único lugar que eu tinha paz, agora já não era só meu.
O Douglas era o contrário de mim, enquanto eu era tímido, estudioso e organizado, ele era extrovertido demais, rebelde nos estudos e bagunceiro, logo vieram às primeiras brigas.
- Douglas porra, meus livros! Tu jogas a toalha molhada em cima da minha cama, deixa lanche espalhado pela mesa do computador e usa os MEUS livros como apoio pra suas bebidas? Tomar no cu velho! Meus livros!
Eu tinha um enorme ciúme dos meus livros, naquela época meu divertimento era ir pra biblioteca comprar o máximo de livros que eu pudesse comprar com meu dinheiro.
- Ah Sam, tu vai ficar esbravejando por causa de um livro? Cara é só um livro!
- Douglas não é só um livro, é um livro da minha edição limitada do Harry Potter!
- Ah velho, foda-se você e esse tal de Harry Potter!
E assim eram os meus dias... Nós estudávamos na mesma escola e na mesma sala de aula, enquanto eu sentava na frente e mal falava com alguém, ele sentava no fundo e tinha amizade com o colégio quase que inteiro, excluindo os nerds como eu.
Quando estávamos em casa, ele ia sujando e bagunçando tudo e eu vinha atrás limpando e arrumando, por um lado à chegada do Douglas tinha me dado algo pra fazer e me preocupar.
Mas logo passei a ter raiva dele, ele vivia saindo à noite pegava um monte de menina e eu sequer tinha beijado alguém. Seu corpo era todo definido, seus músculos ficavam sempre a amostra, já eu era magrelo e franzino, vivia de casaco, escondendo meus ossos. Eu era muito branco, quase sem cor, ele tinha um corpo bronzeado, e um jeito de malandro que dava um charme a ele.
Não demorou muito e ele estava sendo alvo das minhas punhetas noturnas no banheiro do meu quarto, enquanto todos dormiam.
Teve um dia que voltamos cedo do colégio porque a professora tinha ficado doente e fomos liberados, naquela noite ia ter uma festa que todos no colégio estavam comentando, eu até fiquei com vontade de ir, mas não conhecia ninguém, não tinha nenhum amigo. Mas decidi que iria, então fui tomar uma atitude.
- Douglas? – falei entrando no quarto, ele estava tirando a camisa.
- Fala Sam. – era assim que todos me chamavam em casa.
- Hoje vai ter uma festa no clube né?
- Vai ter sim, por quê?
- Então... Eu... Queria... Saber... Se...
- Porra velho, fala logo o que você quer e para de gaguejar.
- Queria saber se você pode me levar?
- Como é? Tu? Numa festa? – ele falou olhando pra mim.
- É cara. Eu sempre tive vontade de ir, mas ninguém nunca me chamou!
- Ah cara... Não sei não! Você nunca sai, não tem amigos, eu vou ter que ficar de babá de você à noite inteira e não vou poder pegar ninguém!
- Tá... Tá... Tu podia ter só dito não! – falei e fui saindo do quarto, já com raiva dele ter jogado todas as verdades em cima de mim. Eu não tinha amigos, nunca tinha ido numa festa daquele tipo, não pegava ninguém, ia só atrapalhar a noite dele.
- Sam, não cara, pera ai!
- Que é?
- Tá bom, vamos comigo! Mas eu já te aviso logo, se pintar uma mina legal e eu tiver que te deixar sozinho eu não vou pensar duas vezes.
- Tá bom! – falei concordando, mas por dentro estava soltando fogos de artificio. Iria a minha primeira festa.
IRIA A MINHA PRIMEIRA FESTA!
Quando pensei nisso comecei a ficar nervoso, com que roupa eu iria? Como seria? Nossa! Eu ia curtir uma noite diferente!
- Sam caralho, estou falando com você! – Douglas gritava na minha frente.
- Que?
- Já falou pros teus pais?
- Ainda não... Então, eu pensei que você pudesse falar com eles...
- Ah não né Sam! Até isso? Já não basta eu ser sua babá a noite inteira? – Olhei pra ele com uma cara de ódio, como se fosse torcer o pescoço dele ali mesmo.
- Tá bom, eu falo! – ele concordou e foi falar com eles.
Um tempo depois ele voltou.
- E ai? – perguntei.
- Eles deixaram e ficaram muito felizes, mas perguntaram se eu estava chantageando você.
- Sério?
- Anham! Mas ai eu falei que a ideia foi sua, e eles ficaram mais felizes ainda que você vai sair de casa, pra um lugar diferente que não tenha livros.
*** Continua? ***
