Dez horas da manhã Soldado Águia se apresenta no Quartel General de Foz de Iguaçu, onde se junta aos outros soldados para montar equipamentos para ir para o treino de reciclagem. Treino obrigatório para pôr os soldados aptos a trabalhar novamente.
Após o treino, feito por Anna com mérito, foi levada junto com vinte soldados de ambos os sexos para uma sala de projeção, uma vídeo matéria sobre a missão foi projetada, o exército paraguaio pediu reforço ao exército brasileiro para desmantelar um cartel de drogas no interior da Cuidad del Este.
Há mêses um grupo de traficantes que plantam coca para transformà-la em cocaína, estão sendo vigiados pelo exército do país, porém este não tem efetivo adequado para enfrentá-los.
- O plano é o seguinte; vamos esperar um sinal do comandante do exército paraguaio, então entraremos em ação. Qual é nosso lema?
- Atirar primeiro! - Responderam os 20 soldados, sincronizados.
- Amanhã à noite vamos montar guarda nas margens do Rio Paraná. Seremos informados caso a organização criminosa agir. Dispensados até segunda ordem.
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Marina chegou em Foz do Iguaçu, a primeira coisa que fez foi pagar o irmão, centavo por centavo e ainda mais abono.
Chamou a mulher que cuida de sua filha, pagou adiantado pelo dia e disse que viajaria depois do almoço e só voltaria de madrugada.
Alex estranhou a viagem repentina da irmã, inclusive tentou de toda forma descobrir o que a irmã iria fazer no Paraguai, já que tinha dinheiro pra se manter por semanas. No almoço mais uma vez quis saber:
- O quê vai fazer no Paraguai? Já foi presa da última vez. Deixa esse serviço e vem trabalhar comigo logo de uma vez.
- Alex eu não preciso de dar satisfação, mas a Anita não está nada bem. A cirurgia não pode esperar mais, semana que vem ela será operada.
- Sinto muito. Eu pago.
- Não! Não quero seu dinheiro sujo, saí da minha casa. Saí! Nos deixa em paz!
Alex pegou sua cerveja e saiu nervoso, Anita estava atrapalhando seus planos, pensou que a morte da sobrinha facilitaria sua vida. Marina moraria com ele para sempre, nunca entendeu esse sentimento de posse que tem sobre a irmã, chegou a espancar junto com dois amigos o namorado de Marina, mesmo machucado no hospital ele pediu Marina em casamento. No mesmo dia descobriu que seria pai, sua felicidade não poderia ser maior.
Marina tomava um suco vendo desenho com a filha, pensando na morte do marido e na obsessão de seu irmão. Negava fervorosamente os fatos que queriam fazê-la duvidar do envolvimento do irmão no acidente que matou seu marido.
"Ele jamais faria isso. Alex só quer me proteger, agora que nossos pais morreram".
- Tenho que me arrumar, Ani.
- Mãe, fica, só mais um pouquinho?
- Vou me atrasar e perder o ônibus. Eu te amo muito, minha filha. Faço tudo para te ver bem.
Se abraçaram e beijaram.
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Cuidad del EsteRápido, preparem tudo. Essa encomenda vai atravessar o Rio Paraná essa noite, tamo fechado com os canas. - O celular tocou, atendeu. - Fala, Alex.
- Tudo pronto?
- Os cara tão fechando a banana (bomba caseira), rsrs.
- Hoje à noite vai ser transportada um carregamento de "farinha" pelo rio né?
- Vai sim. Vou pôr lá seu presente pra piranha.
- Firmão, vou depositar aqui, só manda uma foto do objeto.
Tirou uma foto e mandou.
- Gostou?
- Parece assassina, kkkkkkk. Falow.
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Marina chegou à rodoviária às 18 horas, um rapaz veio buscá-la com uma caminhonete. Nenhuma palavra durante o trajeto, chegando ao sítio foi recebida pelo chefe com um copo de vodka, ofereceu drogas à ela, ela recusou.
Sua tarefa era simples; embarcar em um barco clandestinos de imigrantes ilegais que cruzaria o Rio Paraná rumo ao Brasil esta madrugada. Receberia 30 mil reais pela atravessia, dinheiro suficiente para complementar o valor da cirurgia e recuperação de Anita.
Jantaram por volta de oito e vinte da noite, duas mochilas grandes com 25kg de cocaína a esperava na caminhonete para ir para o barco.
O barco estava parada às margens do Rio Paraná no lado do Paraguai desde a manhã, ao escurecer pessoas começaram a subir nele, trazendo seus poucos pertences. Com o sonho de uma vida melhor milhões de imigrantes cruzam fronteiras fluviais.
A movimentação chamou a atenção dos soldados paraguaios, ligaram imediatamente pedindo socorro. Uma sirene soou, Águia e seus companheiros de trabalho se colocaram de pé rapidamente, se vestindo, arrumando bolsas e checando as armas.
Em menos de 20 minutos chegaram à fronteira brasileira do Rio Paraná, montando um forte esquema tático por terra, colocando um barco simples à motor na água. Águia e mais 5 soldados estavam à postos dentro do barco, esperando para atacar se eles colocassem o barco para funcionar rumo ao nosso país.
Do outro lado da fronteira Marina chegou com as mochilas, entrou, sentou em um banco na janela, olhou para o céu nublado, prometendo chuva a qualquer momento. Apertou a medalhinha em seu pescoço, mentalizando que iria ficar tudo bem.
Homens armados andavam impaciente pelo barco olhando o outro lado da fronteira, desconfiavam que tinha "cana" de fora do acordo à espreita para pegá-los e extorquir mais dinheiro. Do binóculo não viam nada, mas as armas carregadas estavam prontas para o uso.
- Chega, não vai subir mais ninguém. Vamos!
Ordem dada, o barco se pôs em movimento, lento, acelerando pouco à pouco. O exército brasileiro veio de encontro, tiros começou ser trocados, as pessoas dentro do barco assustadas se jogaram ao chão. Marina viu algo fixado com fita adesiva embaixo do banco que ela estava, um relógio cronômetro marcava 25 segundos, diminuindo.
Vinte e quatro, vinte e três, vinte e dois, tentou se levantar, mas era empurrada e caía ao chão de novo. Era uma bomba, relógio 18, 17,Os barcos estavam próximos quando houve a explosão.