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Eu levantei a cabeça para olhar para ele, já estava pensando "Affê, de novo não", mas ele deu um sorriso torto.
- Eu não... Deixaria você sofrer, não na sua casa, não a pessoa por quem eu daria a vida - eu o abracei forte. Dessa vez eu não chorei, não sei explicar, mas tudo que eu queria que eles não pensassem é que eu seria mais fraco ou “mais mole” por ser gay.
Meu pai mesmo sendo o típico homem grande e das cavernas (parece mais com o meu irmão) era um cara muito firmeza, sempre foi engraçado e apesar de não demonstrar muito seu amor, sempre dava beijos nas nossas cabeças e aquele ato era tudo o que ele queria falar e passar, nós já entendíamos o seu amor.
Nós nos sentamos a mesa e o clima estava estranho, evidente, mas sabia que não demoraria para tudo entrar nos eixos.
Queria esclarecer algo, nos capítulos anteriores "o tempo passou" e não houve muitas novidades, mas isso não quer dizer que eu estava morto ou vivendo igual um morto-vivo. Eu saía com meu irmão, algumas vezes com o Edu, outras com colegas que havia feito na faculdade. Eu conheço muita gente e nesse período eu conseguia tentar me divertir em boates, clubes, etc, convites nunca faltaram. Tinha sim ficado com algumas três garotas e dois rapazes. Quase sempre quando já estava bêbado e só queria curtir. Mas nada que valha a pena incrementar neste. Foram pessoas que surgiram e partiram, sem envolvimento emocional, mesmo porque não estava querendo.
Por fim, naquela tarde fiquei na casa dos meus pais com a Lize, não tínhamos o que fazer, ou não queríamos, considere também. Eu fui para o computador, estávamos falando com o Christian pelo Skype, ele estava em uma curta viagem e voltaria no dia seguinte, eles haviam voltado a se entender e tudo mais, estavam “ficando”, vocês devem imaginar...
No fim da conversa que já estávamos falando uma besteira qualquer o Skype fez aquele barulho de nova conversa, eu fui ver quem era e era o Cadu, eu olhei para a Alice. Nos despedimos do Christian prometendo ligar depois.
- Ele não vai curtir me ver aqui... – disse fazendo um careta de “fudeu” – Vou esperar lá fora – disse tentando se levantar, era muito engraçado ver ela enorme de gorda haha.
- Não Lize, fica aqui... Nem vai conseguir levantar sua obesa – ela fez um bico de inconformada e voltou a se deitar na cama jogando o controle da televisão em mim.
- Hahaha Ei louca, por um triz não acertou a minha cabeça.
- Ai Tick, atende logo isso que eu já tô nervosa...
Eu atendi e estava o César, o Dani e o Cadu, eles estavam lindos como sempre. Charmosos. O Cadu continuava lindo e eu balancei de primeira.
Eu: Quanta gente bonita em uma tela só...
Dani: Eu não respondia por mim se ti visse por aí... Tá lindo – o Czar passou o braço por cima dele e o deitou na cama. Estávamos rindo.
Cadu: Olha a mamãe... Tá linda.
Lize: E enorme... – todos falaram “verdade!” hahahaha. – Engraçadinhos, melhorando o meu humor.
César: E o papai está preparado? – Alice me olhou com cara de quem perguntava se eu não tinha falado, e não, eu não havia contado que não iria mais assumir.
Eu: É... Não serei mais o pai, o Christian que é o pai, ele irá cuidar... Eles estão se acertando também... – ficou um silêncio, senti que todos queriam olhar para o Cadu.
Lize: É... E o Trick já conversou sobre os pais sobre ser gay também... Teve confusão, mas tudo se acertou hoje... – Alice com certeza havia percebido que eu não tinha contado nada para eles e resolveu... Ajudar?
César: Nossa... Não esperava. Assim ficará mais fácil pra você assumir um relacionamento concreto e ser feliz...
Dani: Que ótimo que tudo se acertou, Trick. E é isso que o Czar falou, vai tudo ficar mais fácil.
Isso mesmo, todos eles estavam dando indiretas para eu me acertar com “alguém”, acho que vocês já perceberam quem. O Cadu ficou calado o tempo todo depois do “e o papai?”, essa conversa foi tudo de uma vez. Sem momento para respirar. O César e o Dani disseram que iriam preparar comida e a Alice disse que iria conversar com meus pais sobre uma “coisa”, acabou ficando apenas Cadu e eu.
- E então, como foi pra você? Tudo isso...
- A... Sobre não assumir mais o bebê acho que foi melhor assim mesmo, o pai agora é um cara legal, ele só pirou de primeira... E sobre contar para a minha família a minha sexualidade foi terrível, escutei o que não queria, eles também devem ter se magoado. Mas tudo irá se resolver... – ele fez sinal de positivo com a cabeça e eu continuei para não morrer o assunto – E você? Como está?
- Estou do mesmo jeito Patrick, estudando, saindo poucas vezes... Solteiro...
Ficamos conversando coisas quem haviam acontecido com a gente, atualizei-o sobre meu trabalho, meu curso paralisado e essas coisas, ele o mesmo. O tempo foi passando e os meninos o chamaram para comer e nos despedimos. Alice estava na sala assistindo jornal com os meus pais, a chamei para comer, passamos na casa do Edu e fomos juntos. É sempre agradável sair com eles, e daquela vez não foi diferente.
Passado poucos dias Alice começou a sentir contrações depois de às cinco horas da tarde, ela estava com o Christian, que segundo ela ficou desesperado e ela tranquila. Ele me avisou quando ela já estava em trabalho de parto, eu pedi licença no restaurante para ir ao hospital cheguei e eram por volta das cinco e quarenta. Esse negócio que parto é chegou, abriu a pepeca e o neném saiu e tudo caô, gente, coisa de novela. O bebê nasceu 18:31 da tarde, ele pesava (se não me engano) 3,400 kg, tinha 47 centímetros. Se chama Anthony Lucca (segundo a Lize ele tinha que ter nome de artista haha). Ele é lindo, nasceu com o cabelo muito negro igual do pai e como era o da Lize, era bem branquinho, ele era o misto dos dois.
Ela ficou mais quatro dias no hospital, sempre que podia eu estava lá, todos estavam bobos, meus pais se consideravam avós, então o Thony tem três casais de avós.
No mês de outubro nós vivemos para paparicar o Thony, mesmo ele passando mais tempo dormindo do que acordado. Eu havia voltado a conversar com o Cadu com frequência, sempre comentando o dia-a-dia, mandando foto de umas pessoas zuadas para zuarmos juntos (quem nunca? haha), mas ainda não tínhamos tocado no assunto “nós” porque claro, o nascimento do bebê era recente e esse assunto tomava conta de tudo. Mas em fim uma madrugada (eram por volta 7 horas lá e 3 horas aqui) nós conversamos sobre isso, eu já estava com muito sono, mas continuei conversando.
- Patri, tudo se resolveu não é? É diferente ver que todos os errados deram certo e nós que éramos certos estamos separados.
- O que? Hahaha.
- Ah Patrick, você entendeu...
- Entendi... Talvez estivéssemos errados em pensar que éramos certos.
- Você acha?
- Não... Porque eu te amo e se te amar é errado... Eu não quero estar certo. E assim nós podemos ser errados que darão certos.
- Haha que papo estranho com esses errados e certos... O certo vem de cada um, certo?
- Certinho...
- E... Eu também te amo... Devo desculpa por ter te deixado em uma hora que você esperava que eu estivesse junto e que eu ficaria feliz também... Eu só não gosto de forçar, eu não fiquei tão contente porque eu fiquei com ciúmes... Imagina você me ver formando uma família e perceber que você não faz parte, eu me senti... Angustiado, me vi te perdendo.
- Eu te entendo Cadu, eu não deveria ter tomado essa decisão tão depressa. Mas já passou, tudo por fim está nos eixos.
- Tudo não... Nós não estamos.
Eu não sabia o que responder, em situações como esta eu o beijaria e tudo ficaria claramente resolvido, mas ele estava em outro continente e eu não sabia o que fazer, nem o que responder. Eu não poderia morar lá porque sou apegado a minha família e amigos, até gosto bastante do meu estado. Ele não poderia voltar porque teria estava todo resolvido por lá e o Cesar estava construindo a vida dele lá, junto ao Dani.
- Cadu, eu não sei mesmo o que falar, você sabe que essa distância é foda, você não pode voltar, eu não consigo ir... Não sei como resolver isso.
- Tudo bem, Patri... Tenho planos. Bom, você deveria ir dormir, já que aí ainda é madrugada, eu vou estudar e estudar. Bom dia pra você. Beijo a... Patri.
Eu não entendi a pressa em desligar, pensei até que havia falado uma besteira daquelas. Mas tudo isso faria sentido depois.
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Meus fofos lindos, estou bem apertado ultimamente. Peço desculpas pela demora. Infelizmente não tô com tempo nem para responder os comentários, desculpa por isso também e por ter ficado menor do que eu queria.
Obrigado a todos que acompanham, desculpem-me os erros e a demora.
Abraços a todos.