- Tchau mãe. Afff... Pais... – eu estava totalmente impaciente, e esta viagem com o meu primo, ia ser um inferno!
**********
Fomos à metade do percurso em silêncio. Na verdade, o silêncio dele despertou a minha curiosidade: o que será que ele está pensando? Desde a última vez que nos vimos, e que tivemos uma transa selvagem na casa da nossa avó, o Felipe ao me procurou mais. Tudo bem que eu o destratei, mas é o meu modo de defesa. Eu não quero homem nenhum no meu pé, eu odeio cobranças e satisfações.
- Você tem ideia do que se trata esta encomenda? – ele quebrou o silêncio.
- O meu pai me disse que são umas peças de carros. Eu até agora, não consigo entender o porquê de ele ter me enviado para a região dos Lagos afinal, você sabe o caminho.
- Você está assim por causa da minha presença? – ele me olhou.
- Felipe, não começa. E se você quer saber, eu não quero me aproximar muito de você.
- Tem medo de se apaixonar?
- Eu? Hã, até parece! – franzi a testa.
- Você sim. Eu tenho certeza de que você pensa em mim. Se me odiasse tanto, não ficaria louco, quando eu encosto em você, quando eu te pego de jeito.
- Escuta aqui seu imbecil, deixe de ser ridículo e pare de falar bobagens! – eu não te amo e jamais te amarei.
- E porque não está falando isso olhando nos meus olhos? Por mais que você não queira, seu fogo fala mais alto, e você acaba me procurando. Eu sou o seu delírio, a sua tentação, o seu pecado, priminho...
- Você é muito convencido, isso sim! Quer saber? Eu não vou ficar batendo boca com você. Discuti algo que não existe, é meio tosco pra mim.
Ele começou a rir, e aquilo já estava me irritando.
- Por acaso eu falei alguma piada, seu idiota!
- E adoro quando você tá assim, nervosinho. Olha como eu fico. – ele apontou para a sua calça jeans, onde destaca o seu pau enorme e muito duro. – Vai dizer que você não fica louco?
- Eu fico com homens melhores que você. – eu acho que eu acabei pegando pesado dizendo aquilo.
- Isso doeu sabia? Eu só queria que você soubesse que eu tenho um carinho muito grande por você, e jamais mereci este tipo de tratamento. Sempre te dei meu colo, meus braços, minha proteção... É desta forma que você me devolve?
Eu senti uma tristeza invadir o seu rosto. Talvez eu não estivesse sendo justo, o tratando daquela forma fria.
- Me desculpa. Eu não queria ter dito isto. – tentei me redimir.
- Não precisa se preocupar. Aliás, você nunca vai se importar com os sentimentos dos outros, porque você só consegue olhar para o seu próprio umbigo. Eu vou esquecer você, Nando. A Paloma é uma mulher maravilhosa, e me trata muito bem. Vou dar valor, a quem me valoriza de verdade.
- Casa com a vadiazinha. Aliás, tenha muitos filhos com ela e me deixe em paz.
Eu virei o meu rosto para o lado, olhando a paisagem lá fora. Com raiva, ele aumentou a velocidade do carro, e continuamos em silêncio.
O céu começou a se fechar e trovões já podiam ser ouvidos. Por sorte, eu havia trazido à chave da casa de praia da minha família comigo. Eu já pressentia aquela chuva forte, e me precavi. Por fim, chegamos, e a chuva já estava intensa.
Era quase noite, e fomos ao local onde o meu pai havia destinado. Pegamos a tal encomenda dele, e ainda tentamos voltar pra casa, mas a chuva era muito forte. A única solução foi dormir na casa de praia e voltar no dia seguinte.
- Eu vou voltar! Não quero passar a noite com você.
- Ah é? Então vai Felipe! Pegue a estrada com esta chuva forte, e procure um acidente. Você não é obrigado a olhar na minha cara... Agora, quer parar de teimosia, por favor? – eu dei uma bronca nele.
- Volto amanhã bem cedo.
- Como você quiser primo! – fomos para casa de praia passar a noite. Havia dois meses que eu não ia ao local. Antes, passamos no mercado e compramos comida.
Já em casa, eu fui cuidar do nosso jantar, pois o Felipe não sabia cozinhar nada, e enquanto eu fazia a comida, ele foi tomar banho. Eu preparei um risoto de camarão, pois era a minha especialidade.
- Nossa, o cheiro está invadindo a casa.
- Eu fui pego de surpresa, com ele vestido apenas de toalha, envolto a sua cintura. Seu corpo másculo, e com gotinhas de água, o deixava tão sexy. Eu respirei fundo, pois nem eu mesmo consegui me conter com a cena. Ele não podia perceber que eu havia ficado mexido com aquela visão dos deuses.
- O que foi? Vai ficar me olhando desse jeito? – ele me tirou do transe.
- Hã? Eu olhando pra você? Eu hein! Tá doido? – Ó, eu já terminei. Vou jogar uma água no corpo, e volto pra gente jantar.
Fui para o banheiro, e fechei a porta rápido. Meu Deus! O que está acontecendo comigo? Será que... Não, Nando. É só uma carência idiota, que vai passar logo.
Cair no chuveiro, e deixei aquela água morna e deliciosa lavar a minha alma. Fiquei tão relaxado no banho, que nem me dei conta a minha demora. Me sequei rápido, pus um roupão e voltei pra cozinha. Aquela casa me trazia boas lembranças. Foi ali, que eu e o Felipe, começamos a nossa primeira “sacanagem de criança”. A partir de então, fomos crescendo com esta atração louca.
- Poxa, você demorou hein? Eu não suportava mais esperar. Minha barriga está roncando.
- Felipe, você vai ficar só de cueca? Quer por uma bermuda pelo menos?
- O que foi Nando? Sabe que eu gosto de ficar a vontade. E só tem nós dois aqui.
- Eu sei, mas...
- Chega de mais. Vamos atacar logo essa comida.
Nossa, ele estava mesmo com fome. Sentamos a mesa e apreciamos o meu risoto.
- Tá uma delicia. – ele me olhou com um olhar tão cúmplice. Tão meigo, que eu acabei me rendendo, e lancei outro. Eu ficava feliz com o elogio dele.
E que tal depois daqui, a gente jogar uma partida de xadrez? – ele propôs.
- Ah não Felipe! Você sempre ganha de mim. Eu proponho a gente assistir a um bom filme, comendo uma pipoquinha. Hum? Que tal?
- Fechado. Você escolhe o filme. – pelo menos o clima entre nós, parecia tranquilo.
Bom, terminamos o nosso jantar, e como prometido, eu escolhi um filme de suspense, peguei um edredom da minha mãe, e sentamos no sofá da sala. Cada um ficou num extremo do sofá. Confesso que a minha vontade, era de está bem agarrado a ele, e assistir ao filme, abraçadinhos... Mas eu me contentei em ficar no meu canto.
Eu fiz a pipoca, e colocamos o filme. Quando nos sentamos, ele mesmo me puxou para perto dele, e exigiu que eu ficasse ao seu lado.
- Você já parou pra pensar, que esta oportunidade de estarmos a sós, está sendo única. Para de implicar comigo, para de me desprezar desse jeito. Eu gosto tanto de você, Nando... Não faz mais assim. Eu posso parecer um cara bobão neste momento, mas eu...
- Xiiiii... Não fala nada Felipe. Só beija minha boca. Eu tentei deixar a minha teimosia vencer o meu lado emocional, mas o meu corpo pede você. Ele implora o seu carinho, o seu toque. Não vamos deixar que palavras mal colocadas, estrague este momento legal. Me beija.
- Diz que vai ser meu pra sempre. Diz que não vai deixar ninguém tocar em você, além de mim. Diz! – ele sugava a minha boca, enquanto dizia aquelas palavras. Eu me rendi totalmente...
CONTINUA...