A Cigarra e a Formiga - 10

Um conto erótico de Kahzim (Ian)
Categoria: Homossexual
Contém 817 palavras
Data: 30/04/2014 20:55:19
Última revisão: 30/04/2014 21:29:14
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

O que aconteceu em seguida foi tão rápido que não sei sequer precisar a ordem dos eventos. Meu pai estava com a arma na mão, apontando diretamente para onde eu estava com o Alisson. Pulei da cama, só de cueca e estendi os braços na frente do Alisson, com medo de meu pai mata-lo.

- Você tá estuprando meu filho, seu vagabundo??? – Gritou meu pai. A empregada, Marta, estava aos prantos do seu lado.

- Calma Doutor. Calma.

- Calma o caralho. Vou estourar os miolos desse delinquente.

- Pai, ninguém me estuprou, eu tô aqui porque quero. Abaixa essa arma por favor.

- Porque quer? Você é o que Matheus? Um VIADO? Eu não criei filho meu para ser viado. Quando você nasceu a porra do médico disse que era um homem e não que era uma bicha.

- O Senhor respeita o Matheus. – Gritou Alisson, tomando a minha frente e se colocando diretamente sob a mira da arma do meu pai.

- All, por favor. Volta. – Gritei tentando puxá-lo para trás de mim novamente.

- Vai falar de respeito com a puta que te pariu seu moleque. - Gritou meu pai se aproximando com a arma apontada e novamente tomei a frente do Alisson, com muito esforço, a arma ficou praticamente encostada na minha testa.

- Você morreria por esse viado, Matheus? Prefere ele ao seu pai?

- O senhor não vai me matar. – Foi a última coisa que eu disse antes de desacordar.

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Acordei em uma cama branca, com lençóis brancos e cortinas brancas. Conhecia aquele ambiente de algum lugar. Então lembrei. Era um apartamento que meus pais tinham no Icarai, uma praia próxima de fortaleza. Tentei focalizar na mente como havia vindo parar ali e então as memórias foram chegando e com elas o desespero. Soltei um grito involuntário.

- Matheus, meu filho. O que foi? – Minha mãe irrompeu no quarto preocupada.

- Mãe? Cadê o Alisson?

- Que Alisson?

- O meu namorado. O que o papai fez com ele?

- Namorado, Matheus? Meu filho, não use essa palavra na minha frente.

- Só me diz que ele está bem.

- Ele está bem.

- Preciso ver ele.

- Você não vai ver ninguém.

- Como assim?

- Porque nós vamos pra Brasília pela manhã. Vamos morar lá. Só nós dois.

- NUNCA. – Berrei.

- Escuta, o seu pai quer matar você. Onde já se viu virar gay Matheus?

- Eu não virei, sempre fui. Vocês que sempre só se importaram com a carreira de cada um e nunca notaram nem a sexualidade do próprio filho.

- Pode falar o que quiser. Mas larguei minha carreira em hospitais na capital para morar com seu pai num fim de mundo para você ter momentos com pai e mãe. – Falou ela calmamente. – E agora estou largando tudo e vou trabalhar em outro estado porque seu pai não quer nunca mais olhar na sua cara e eu não vou te deixar desamparado.

- Então me deixa ver o Alisson.

- Isso não é possível. Já disse.

- A Sra. Tem como entrar em contato. Dizer a ele onde estamos indo.

- Matheus, a mãe do Alisson pertencia a uma rede de trágico de drogas de proporções internacionais e estava sendo investigada pelo seu pai. Quando seu pai entrou naquele quarto, já tinha encontrado documentos e materiais comprometedores. Quando percebeu isso, seu namoradinho, que é maior de idade, pulou não sei como do segundo andar e correu para os matos. A mãe dele desapareceu e ele também.

Diantes daquelas palavras não pude evitar as lágrimas que correram dos meus olhos. Apesar de me recriminar, notei no olhar da minha mãe que ela sentia muita pena de mim.

- Filho, desculpa não ser a mãe mais presente do mundo. Acredito que isso seja uma fase, que esse garoto te iludiu. Mas se não for, vou estar do teu lado. Vou compensar minhas faltas aceitando sua vida da forma que você desejar vive-la. Você é um menino muito bonito. Qualquer garoto ou qualquer garota iria querer alguém como você. Alguns meses em Brasília e tudo vai ser apenas um pesadelo ruim.

Eu não falei mais nada. Engoli aquelas palavras que ela me disse e adormeci novamente. Acordei na manhã seguinte consciente de que não podia mais ficar no Ceará, meu pai me odiava e poderia atentar contra a minha vida. Aquela atitude violenta dele provocou uma separação brusca de minha mãe. Ela foi até a casa do Alisson naquele dia e ela que me tirou de lá desacordado, enquanto a casa era tomada por policiais e meu pai berrava que mataria a mim e ao Alisson.

Eu não tinha forças, não tinha recursos para ir atrás do carinha que amava, o que podia fazer? Segui o curso do destino. Na minha cabeça a idéia firme: um dia ia ser um cara independente, ia ganhar minha própria grana e ia descobrir o que houve com o Alisson.

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Romanov: Obrigado pelo comentário. Nem acredito que ainda tem leitor que lembra de mim, rsrsrsrs.

Abração.

Capítulo 11 sai daqui a poucos.

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Comentários

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Muito feliz em poder ler seu conto, já tinhas perdido a esperança de você terminá-lo... Mas como: "a esperança é a última que morre" aqui está você... Muito obrigado por voltar....

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Nossa estou emocionada por sua volta.

Surpresa com o Alisson

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