E sem demora voltei aos seios dela - na hora pensei em como até então seios eram apenas seios para mim e ali olhando para eles, me pareciam o que de mais bonito poderia existir - e comecei tudo desde o começo, agora conseguindo notar melhor as reações que cada carícia provocava. Marcela certamente gostava muito de ter seus seios acariciados, mas quando me concentrava nos mamilos ela se contorcia como se quisesse fugir e ao mesmo tempo implorasse para continuar, o abdome dela era sensível e cada vez que minhas unhas traçavam o caminho ela se arrepiava, mas quando era com a minha boca ela me apertava a cabeça como se tivesse achado um ponto particularmente mais prazeroso, quando cheguei onde queria e vi sua “amiga” com poucos pelos e inchadinha como de uma mocinha, fechada e molhada, resolvi usar a mesma técnica que ela usou em mim, até mesmo por não saber o que mais poderia fazer, pelo menos por enquanto – a partir dali assistiria filmes lésbicos com mais atenção – com os dedos toquei-a e ouvi um sussurro implorar.
— Mete em mim...
Com isso atiçou minha curiosidade e procurei colocar um dedos nela, quando mais o dedo entrava mais alto ficava o gemido estrangulado e quase choroso, quando estava com o indicado inteiro dentro dela, com o polegar comecei a acariciar seu clitóris e em pouco tempo os gemidos se transformaram em gritos e aquilo me deu um tesão louco, uma vontade de estar inteira dentro dela e com um desejo imenso tirei o dedo indicado e no mesmo ritmo penetrar dois dedos de uma vez, o corpo de Marcela se arqueou e tombou na cama batendo como se tivesse levando um choque elétrico, o grito veio alto, misturando sofrimento e alívio, aquele gozo escorreu por minha mão e molhou o lençol. Marcela ficava ainda mais linda enquanto gozava, revirava os olhos e tudo, seu coração foi a mil por hora e ela lutava para respirar. Uma cena digna de registro. Eu queria sentir seu gosto e assim que sua respiração voltou mais ou menos ao normal comecei a chupá-la, lambia sua vagina inteira, lambia e tentava colocar ao máximo minha língua dentro dela, acariciava levemente seu clitórias com o polegar até que passei a chupá-lo e sem soltar dos meus lábios passava a língua nele. O orgasmo dessa vez veio rápido, mais forte que o primeiro e ao final estávamos as duas cansadas, molhadas de suor e arfando, lado a lado na cama e olhando com um sorriso para os olhos da outra.
Só então me ocorreu que em nenhum momento comparei-a com qualquer um dos homens com quem me deitei, mas havia uma clara diferença e não era na forma como o orgasmo foi conquistado ou na intensidade deliciosa com que aconteceu, mas nos sentimentos que brotaram quando ela deitou sua cabeça em meu peito, enroscou suas pernas nas minhas e ficou fazendo desenhos em minha barriga com a ponta das unhas. Soube naquele momento que não conseguiria ficar sem ela, se aquilo era tesão ou amor eu ainda não conseguia definir, mas sabia com a toda a certeza que iria curtir aquela relação ao máximo.
O banho foi uma experiência fascinante a qual pretendia tornar um hábito freqüente entre nós, ríamos como duas crianças e entre carícias e muitos beijos - nunca imaginei que viciaria em beijar alguém daquela forma - nos amamos novamente em pé no boxe e quando por fim voltamos para o quarto estávamos encontrando dificuldades para andar direito, eu pelo menos tinha as pernas tão bambas que achei que cairia de cara no chão, trocamos o lençol e nos deitamos nuas.
— Tenho a impressão - disse ela - que consigo me acostumar com isso muito facilmente.
— Se eu disser que tenho sérias intenções de fazer isso muitas vezes, você topa participar?
— Com prazer. - respondeu ela rindo e se aninhando no meu peito como parecia ter se tornado sua posição predileta e dormiu.
Relaxei como se nada no mundo pudesse me importunar e dormi também. Acordei quando ela levantou a cabeça do meu peito, me vendo acordada ela sorriu, beijou meu mamilo como se aquilo fosse a coisa mais natural - se bem que depois daquela sessão de sexo vespertina não tinha cabimento haver qualquer constrangimento entre nós - e foi ao banheiro dando pulinhos. De lá gritou sobre irmos ao shopping e no mesmo tom confirmei que precisávamos ir.
— Se vamos para algum lugar, acho melhor você se arrumar, já são quase sete e meia.
Levantei, vesti a mesma roupa que usei na noite anterior e fui até meu carro, que em algum momento Marcela colocou na garagem e da maleta tirei um vestido florido que combinava com as sapatilhas e uma calcinha e um sutiã limpos. Subi e Marcela ainda estava no banheiro, troquei de roupa e da minha bolsa tirei os apetrechos para me arrumar. Marcela saiu do banheiro e vestiu uma calça jeans clara, justíssima de cintura baixa que a deixava exalando sensualidade, sandália elegante, regata justa e branca deixando uma pequena faixa da barriga à mostra e para variar os cabelo estavam soltos, a maquiagem simples apenas batom nos lábios e lápis nos olhos, mas apesar disso demorou quase tanto quanto eu e quando vimos havia passado quase uma hora. Pelo horário escolhi levá-la ao shopping Ibirapuera onde conhecia um quiosque oficial do Palmeiras. Pela Avenida Nove de Julho levamos apenas meia hora para chegar. Quando a apresentei ao Glorioso Alviverde ela ficou encantada e me permitiu com alguma insistência presenteá-la com uma camisa oficial do modelo novo e uma camiseta feminina verde de decote baixo e com o escuro do lado, que para variar ficaram lindas nela. Eu estava que não me agüentava, nunca pensei que pudesse ser feliz daquele jeito e o sorriso permanente no rosto da Marcela me servia de confirmação de ela estar tão feliz quanto. Fomos para a praça de alimentação e quando nos sentamos ela foi ao banheiro, voltou vestindo a camiseta que lhe dera momentos antes e sorria como se me ver emocionada fosse o motivo da sua alegria. E eu tive de me esforçar para não abrir o berreiro ali mesmo, no meio daquela gente toda. Ela sentou ao meu lado apertou minha coxa bem perto da minha "amiga" e sussurrou ao meu ouvido.
— Espero que tenha descansado bastante Paty... por que essa noite você não dorme... - e terminou com uma leve mordidinha na minha orelha.
Eu podia sentir minha calcinha encharcada, minha respiração desregulou totalmente e meu batimento cardíaco chegou perigosamente perto do limite, minha pele arrepiava ao sentir sua respiração na minha orelha, sentia um calor absurdo, mas com muito esforço apoiei os braços sobre a mesa para não agarrá-la ali mesmo na frente de todo mundo e avisei.
— Não me provoque menina...
Ela me olhou com um sorriso maravilhoso e seus olhos pareciam brilhar, mas de repente ela ficou séria e disse baixinho, quase triste.
— Esqueci de te dizer uma coisa. - e apoiando as mãos nos meus ombros chegou a boca pertinho da minha orelha e sussurrou pornograficamente - O seu gosto é uma delícia.
É claro que eu quase convulsionei na hora, me subiu um calor que parecia vir diretamente da minha vagina. Esperei até conseguir me acalmar um pouco e olhando-a nos olhos perguntei.
— É impressão minha ou está tentando me seduzir?
— Supondo que esteja... - respondeu ela - você diria que está dando certo?
— Você me deixa maluca... se continuar assim não respondo por mim.
Ela me olhou e fez a cara de surpresa mais falsa do planeta e disse.
— Não sei do que está falando... achei que estivéssemos apenas conversando.
Fiz um carinho no rosto dela com a mensagem “me aguarde menina” no olhar. Levantei e fui ao restaurante, fiz meu prato de salada e quando voltei ela levantou e saiu toda rebolando, algum tempo depois voltou com a bandeja transbordando de coisas.
— Como você esqueceu, eu trouxe comida de verdade para nós. E nem pense em fazer graça!
O que tinha de baixinha Marcela tinha de mandona. Comi como um estivador, já imaginando o quanto teria de malhar para acabar com tanta caloria, mas fui obrigada a reconhecer que estava realmente com fome.
Terminamos de comer e ingenuamente perguntei se ela queria ver um filme. Ela riu, me envolveu a cintura passando discretamente a mão no meu bumbum e disse que aceitaria apenas se fosse o mesmo filme que tentamos ver naquela tarde. Era impressionante como tudo para ela era motivo para uma insinuação, uma cantada ou uma piadinha de duplo sentido. Estava encantada com o jeito delicado como ela me surpreendia, num momento era a criança pedindo colo e depois virava uma ditadora que me obrigava a comer, tinha jeito de ingênua e ficava falando sacanagem no meu ouvido numa praça de alimentação, tomava sorvete com a mesma fome que me fazia ter orgasmos alucinantes. Era delicioso não saber o que esperar, pois tudo que vinha dela era acompanhado por um sorriso, um carinho e aquela mensagem silenciosa de felicidade que a fazia andar aos pulinhos.
No carro a convidei para conhecer meu apartamento e para lá fomos. Ela elogiou a localização, o tamanho e a decoração do lugar, mas deixou implícito que não dava muito valor àquilo.
Quando percebeu que eu esperava reação diferente ela rapidamente explicou.
- Adorei o lugar por ser confortável e bem localizado, mas principalmente por ser seu, Paty, fico muito orgulhosa de você ter conquistado tudo isso, mas ficaria com você em qualquer lugar, nos Jardins ou em Itapecerica, estou mais interessada em você, na pessoa que você é... e obviamente no seu corpo nu na cama junto comigo me fazendo gozar a noite inteira. Então pára de fazer bico e vem me beijar.
Marcela estava realmente disposta a me fazer apaixonada por ela.
E estava sendo muito bem sucedida naquilo.
Fomos direto para o quarto e ela disse que iria tomar banho, tirou a regata e dobrou-a com respeito e colocou no encosto da poltrona, sentou para tirar a calça jeans e como sou uma pessoa muito solícita fui ajudá-la. A pele dela era uma coisa sem igual, suave, sedosa e cheirosa, perfeita e delicada e ela ficou de calcinha e sutiã na minha frente e sem esperar convite passou as mãos por baixo do meu vestido e foi tirando-o pela cabeça. Eu simplesmente não conseguia parar de admirar sua pele, suas formas, sua cintura que fazia uma curva linda quando começava os quadris, sua barriga lisa - que depois ela me disse manter graças a horas de academia - os seios firmes - sério, já vi muito peito siliconado menos firmes que os dela – de aureolas rosadinhas e bicos protuberantes... ela era perfeita, simplesmente, totalmente, completamente perfeita. Ainda mais quando ficava com vergonha de ser olhada.
— Olha aqui pra mim – disse pegando gentilmente seu queijo e fazendo com que me olhasse nos olhos – Eu gosto muito de olhar para você inteira, por que você é linda de um jeito que me fascina, não quero e não vou parar de admirar a sua beleza então, acostume-se. - ela deu um daqueles sorrisos que misturavam timidez e sacanagem e eu continuei falando - Acho que você não tem noção do quanto é linda... - eu estava já com a respiração ofegante, passando o braço em sua cintura, juntando nossas pelves e com o tronco afastado para continuarmos conversando.
— Nunca pensei em mim - disse ela - como uma pessoa bonita desse jeito, não que me ache feia, mas não pensava em mim como alguém que pudesse despertar o desejo de alguém como você Paty, não por ser mulher, mas por ser essa pessoa deliciosa que você é. Tive meus namoradinhos, mas nada se compara com o que você desperta em mim e imaginar que você sente algo parecido... me deixa louca de felicidade, de tesão e com vontade de grudar em você como uma tatuagem. Não quero me adiantar e sair por aí dizendo que te amo, mas nunca senti nada tão intenso por ninguém. E só de imaginar que em algum momento terei de te ver se afastando de mim... me dá uma dor no peito e uma vontade de chorar. Tenho medo de não conseguir respirar sem você por perto.
— Meu bem, eu também não sei como vou conseguir voltar para o trabalho na segunda-feira ou mesmo viver como antes com você longe de mim. Sinto um ciúme tão ridículo só de imaginar que alguém possa se meter a besta com você...
— Sou toda sua, Paty, inteirinha, mesmo não sendo muito, cada pedacinho meu só reconhece o seu toque. Minha boca parece implorar a todo instante para te beijar e seu corpo é irresistível, como se ter o privilégio de vê-lo e tocá-lo e senti-lo em meus lábios fosse aquele tipo de coisa que a vida inteira a gente sente falta sem saber o que é. Nunca me senti tão viva como desde que nos beijamos e quero te beijar o tempo todo e não tenho vergonha nenhuma disso, muito pelo contrário, nunca me senti tão importante fazendo alguma coisa como me sinto ao perceber que você sente prazer com minhas carícias e que gosta dos meus beijos.
Marcela então apoiou a testa no meu peito e começou a chorar, eu voltei novamente seu rosto para mim e então, éramos as duas chorando de alegria. Quando abri a boca para dizer alguma coisa ela me beijou com carinho,voltou a afastar o rosto do meu e disse.
— E se quer saber mais uma coisa, eu vou falar e quero se foda... EU. AMO. VOCÊ. PATRÍCIA!!!!
E naquele momento, depois daquele discurso eu só consegui chorar e responder.
— Eu também te amo. Não quero mais nada, apenas ficar com você. Tenho medo disso tudo, mas apaixonar-se parece ser isso, correr o risco de ser feliz. Nunca me apaixonei antes e é meu o privilégio de amar você, de estar em sua companhia, de aprender com você e de ser feliz, pois hoje é o dia mais feliz da minha vida.
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P.S – com a palavra, minha amiga Patrícia:
Em janeiro completamos seis anos vivendo como marida e mulher, tivemos de brigar com unhas e dentes por cada pequena conquista que tivemos, inclusive nos casarmos oficialmente e como dizia Renato Russo: “nós já comemoramos juntas e também brigamos juntas tantas vezes depois, mas todo mundo diz que ela me completa e vice versa, que nem feijão com arroz...”
Muito obrigada a todas e todos que tiveram paciência de ler nossa história, muito obrigada ao Maverick por contá-la de forma tão bonita e para finalizar queria apenas deixar uma mensagem para o grande e único amor da minha vida:
Marcela, meu bem, você é meu tudo, meus sorrisos e minhas lágrimas, minha força e minha coragem, é com você que eu me sinto completa, é em que você encontro os melhores motivos para querer ser uma pessoa melhor a cada dia e se tem uma coisa, uma única coisa que peço a Deus em todas as minhas orações é que me permita passar cada dia da minha vida a seu lado, pois minha tarefa nessa existência é fazer o que eu puder para torná-la a mulher mais feliz do mundo. Obrigada por existir e por me encontrar, por me permitir amá-la e por me amar desse seu jeito tão delicioso."