Mesmo ele sendo super direto, isso me deixou um pouco mais confortável. Eu até aquele momento estava muito tenso, nervoso... pensava que partia só de mim o interesse de ficarmos.
Conforme íamos conversando eu tinha mais certeza que o interesse apenas sexual ia sumindo, ele era uma ótima companhia e aproveitava o quão ele é falante para interrogá-lo mais sobre a sua vida.
- Então você se apaixonou pelo Brasil? - perguntei.
- Sim, amo demais esse país. Pena que demorei a vir definitivamente para cá.
Ele me contou que havia entrado na faculdade com 16 anos, na Inglaterra. Se formou em inglês e literatura e entrou numa pós graduação lá mesmo e veio para o Brasil com 22 anos definitivamente.
- E seus pais vieram juntos?
- Na verdade, eles já moravam aqui antes de eu vir. Minha mãe convenceu meu pai a morar aqui hahaha.
- Que bom.
O papo rolava gostoso até notarmos que o vinho havia acabado.
- Iii acabou. - disse balançado a garrafa.
- Que pena, realmente ele era muito bom.
- Bom saber que você gostou. Da próxima vez comprarei ele sem hesitar.
- Outra vez? Pretende me chamar pra beber de novo? - disse ele com um sorriso no rosto.
- Com toda certeza.
A gente estava na sacada de frente um pro outro. Puxei-o pra mim e o beijei, o segurava pela cintura e o apertava contra mim e ele como era mais baixo, passava os braços pelo meu pescoço.
- Eu preciso ir. - disse ele ainda de olhos fechados.
- Fica mais um pouco.
- Eu até gostaria mas realmente não dá.
Confesso que fiquei um pouco triste ao saber que realmente ele já iria embora.
- Você mesmo me disse que quer me chamar pra beber de novo. Estou aberto à convites.
- Se for assim, eu deixo você ir.
Roubei mais um beijo dele antes dele pedir para ir ao banheiro antes de ir embora. Aproveitei a ida dele ao banheiro para arrumar a mesa e colocar as taças sobre a pia.
- Que mal educado eu fui. Assim vai parecer que não quis te ajudar. - disse ele chegando na cozinha.
- Deixa de besteira, você é o convidado.
- Assim fico mal acostumado.
- Sem problema.
Levei-o até a porta, não sem antes dar um beijo de despedida e esperei o elevador chegar. Eu estava realmente encantado por ele.
No dia seguinte, mandei uma mensagem de "Boa tarde" pra ele e não obtive resposta, isso se repetiu no domingo. Confesso que fiquei triste, até a terça ele não havia me respondido e eu decidi não mais insistir, pensava que para ele tudo não havia passado de um lance casual. Se tratando dele, eu sempre estava enganado: na sexta-feira á noite ele me mandou uma mensagem perguntando se eu estava ocupado. Isso era no horário de almoço, pensei até em me fazer um pouco de difícil mas resolvi não brincar com ele desse jeito, então resolvi dizer que não. Não demorou muito ele me telefonou.
- Oi. - disse ele timidamente.
- Oi.
- Posso conversar contigo?
- À vontade.
- Mas não agora, pode ser mais tarde?
- Eu sairei um pouco tarde, hoje.
- Hmmm Eu precisava realmente conversar mas já que não está disponível, quando puder, me avisa. Se puder ou quiser.
Pensei que fosse arrancar algo dele mas ele era muito direto, não enrolava. Ele poderia muito bem fazer drama e inventar mil e uma desculpas pelo sumiço mas não, foi direto ao ponto e eu sabia que ele queria falar sobre isso, só não sabia se eu tava preparado.
- Pode ser amanhã, 10 h.
- Amanhã? Pode sim. Onde?
- Eu vou ao shopping, pode ser lá. - eu não queria dar margem pra ouvir as desculpas dele e ceder ao seu corpo. Um local pública inibiria nossas vontades.
- Ok, então até amanhã.
- Até.
Confesso que estava ansioso para vê-lo de novo, nosso encontro me deixou com gostinho de quero mais, mas parecia que pra ele nem tanto.
No dia seguinte, fui ao shopping esperá-lo, não demorou muito meu celular tocou com ele me procurando, informei onde estava e logo ele chegou.
- Oi. - disse ele afastando a cadeira para sentar. Estávamos numa lanchonete.
- Oi.
- Tudo bem?
- Sim.
- Hmm. Então, acho que te devo umas explicações.
- Se você acha...
- Olha, desculpa não te responder, ontem vi as suas mensagens e fiquei chateado comigo mesmo por não ter respondido.
- Ah, você viu ontem...
- Sim, eu estava sem celular, posso assim dizer.
- Por que?
- Eu estava super ocupado com a tese da minha pós e me desliguei do mundo mas esqueci de avisá-lo. Peço desculpas.
- E você nem pra me dizer que fazia pós.
- Pois é... culpa minha.
Aos poucos ele foi falando um pouco mais sobre a vida acadêmica. Ele havia se formado na Inglaterra e assim que pôde transferiu-se as pós pra cá, ele tava terminando a segunda. Ele estava ministrando um curso "novo" na faculdade, ele praticava o inglês com os alunos para diversos fins: tradutor-intérprete, empresarial e também ajudava com a pronúncia, visto que muitos carregavam seus vícios fonéticos para a língua inglesa. Eu até perguntei o porquê dele não ingressar em uma universidade federal, e ele me disse que esse curso é caro e quem o procura são pessoas dispostas a pagar o preço, sem contar na universidade conceituada.
- Entendo. Muita força de vontade a sua, não cansa de estudar?
- Às vezes bate um cansaço mas me sinto bem ao aprender coisas novas... viver coisas novas também - ele disse isso dando um leve sorriso.
Não me contive e sorri pra ele também. Após pagarmos a conta fomos para o meu carro e logo tratei de beijá-lo. Ele respondeu na mesma intensidade, beijava forte e aproveitei em peguei em sua coxa e fui subindo até sentir a mão dele em meu pulso.
- Calma. Eu vacilei contigo essa semana e agora quero fazer as coisas da maneira certa, vamos devagar.
Entendi onde ele queria chegar, ali eu vi que ele também tava se envolvendo.
- Ok, vamos com calma. - dei um selinho nele e liguei o carroRu/Ruanito, juh#juhEdu19>Edu15 obrigado por acompanharem;
Geo Mateus, muito obrigado. Sim, sinto que ele é mais velho que eu às vezes;
Jhoen Jhol, graças a Deus que ele tem sangue brasileiro também, que os gringos me perdoem mas a maioria é sem sal. Sim, estamos juntos firmes e fortes e ele sabe sim. Ficou meio receoso mas concordou. Abraços;
Kklinhos, agradeço a leitura.
Desculpem a demora, aconteceram alguns pequenos imprevistos mas tudo resolvido. Até logo.