Povo, o Luca ainda não está de volta, mas creio que na próxima semana ele voltará por completo, então, tudo estará normal :)
Ai, mais um capítulo, mas uma vez, me perdoem pelo atraso de 13 dias.
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Aquilo estava bem estranho. Na verdade estranho demais. Nosso passeio no shopping foi tranquilo, Amanda não bateu nem brigou mais com o primo de Eduardo. Apesar de eu perceber os olhares cruéis e de ' Tomara que seu pinto caia e você caia de pernas abertas de cima de um penhasco. ' Como eu sabia? Eu já conhecia aquela criatura muito bem.
Nós chamamos um taxi e dessa vez, Eduardo foi na frente, Amanda ficou em uma ponta e Luan em outra.
Eu apenas 'oberveiney'.
Nós descemos e Amanda e Kátia logo se despediram.
Cada uma foi pra um lado. Logo só sobrou Eu, Eduardo e Luan.
-Que que você ainda está fazendo aqui? - disse Eduardo olhando com um olhar fulminante para o primo.
-Ah. Desculpa. Vou deixar os pombinhos... - ele disse sorrindo ironicamente babaca e saindo com as mãos no bolso.
Eu encarei Eduardo com um '??' Estampado no meu lindo e santo rosto.
-Eu vou dar na cara do seu primo. - Eu suspirei irritado.
-Não precisa. Eu vou ter uma conversa com ele. - Disse Eduardo me encarando com os seus olhos que naquele momento estavam acizentados.
-Ele não era assim. - Eu disse observando o pôr do sol e tapando os olhos.
-Não mesmo. - Ele suspirou. - Mas então, que olhos lindos você tem. Não precisa tampar. - Ele disse tirando minhas mãos dos olhos e entrelaçando nossos dedos. Estávamos na frente do condomínio.
-Acho que vou entrar. - Eu disse encarando o sobrado onde eu estava temporariamente.
-Passou rápido. Amanhã. Último dia em que estaremos aqui. - Ele disse me encarando com um olhar de sacana.
Eu sorri.
-Eu vou indo então. - Eu disse me afastando e dando tchau.
-Ei, um beijo, não seria má idéia. - Ele disse olhando para os lados.
Eu sorri e olhei para os lados também. Fui correndo em sua direção, apertei suas bochechas com a mão e dei um selinho.
-Oss. Que miséria. - Ele disse rindo.
-É o que tem pra hoje. - Eu disse correndo rumo a casa.
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-Amanda. Vai. Desenvolve. O que está acontecendo entre você e o primo do Eduardo? Vai. Desenrola. - Eu disse ficando de frente dela com os braços cruzados enquanto ela fazia uma hidratação no rosto no banheiro.
-Não quero falar disso.
-Você deu pra ele? - eu perguntei a olhando seriamente.
-Não! - Ela disse passando o esfoleante nervosa.
-Então fala. Que caralho. - Eu debati irritado.
-Tá. Sabe. Eu peguei ele. - Ela disse gesticulando com as mãos. Ela se virou para mim.
-Ou ele te pegou? - perguntei.
-Foi assim. Você e o Eduardo estavam não sei onde. Ai eu estava com a Kátia e ele me disse ' Nossa. Que sorriso lindo você tem. Na verdade. Você é toda linda.' - ela imitou fazendo aspas. - E como menina é BURRA, QUADRADA. Uma Porta de tão monga, eu acreditei e me derreti. E como meninos são APROVEITADORES E RETARDADOS. - ela disse alterando o tom de voz, batendo no próprio rosto com o creme. - Ai ele percebeu isso. Menina além de ser uma porta, tem que entender, que, não podem se demonstrar derretidas. Eu peguei ele. E ele me levou para andar. Bem. Ele até aí foi um fofo. Ai ele me jogou na areia e começou a me beijar e...
-Você deu pra ele? - perguntei novamente, já plasmo de tanta curiosidade.
-NÃO! Luca. Se você falar essa merda de novo, eu juro que enfio isso hidratante na sua guela. - Ela disse.
-Ah... mas parece. O jeito como ele falou e...
-Posso terminar? - ela disse me olhando autônoma.
Eu fiz sinal de sim.
-Ele me beijou e... a coisa esquentou. Nós rolamos na areia. E... eu parei ele. Ele ficou bravinho e começou a me xingar. E eu disse que pelo visto, ele tinha pau pequeno. - Ela mordeu os lábios nervosa.
-Você também provoca nè? - Eu suspirei.
-Uè. Provocou, levou. - Ela disse terminando de lavar o rosto.
Eu suspirei e me apoei na porta encarando a janela.
De repente um sentimento estranho me invadiu. Um aperto no coração na verdade.
Eu cai no chão instantaneamente , perdi a consciência por alguns instantes de tempo.
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-Luca? Não vai morrer agora. A gente ainda tem mais 2 dias de pegaçao e azaraçao. Para com isso. - Disse Amanda me abanando no chão, jogando pingos de água na minha cara.
Aos poucos minha consciência foi retomada . Porém minha dor no peito estava grande. Muito grande. Eu suspirei.
Minhas coxas e minhas costas doiam por causa do impacto ao chão. A queda.
-Eu... estou melhor. - Eu disse tentando sentar no canto da parede da porta.
-Luca? O que aconteceu? Quer que eu ligue pra minha mãe pra ela levar você no médico? - Perguntou Amanda se agachando e me encarando.
-Não precisa. Eu... estou melhor. Foi só uma coisa estranha. Um sentimento de que... algo ruim...
-Luca. Já pensou se você está grávida? - disse Amanda me provocando.
-Você é tão jumenta, burra e retardada que deveria saber que homem não engravida. Mais burra ainda que eu provavelmente estaria desmaiado , sangrando litros com a queda. - Eu disse irritado tentando me levantar.
-Você já voltou ao normal. - Disse Amanda com uma certa ironia na voz. -Calma. Vem. - Disse Amanda grudando na minha cintura e me ajudando a levantar. - o que aconteceu com você Luca? - perguntou Amanda em um tom assustador.
-Não sei. Não sei mesmo. Acho que minha pressão deve ter caído, ou algo assim , nada demais, sabe, aliás, já estou melhor. - Eu respondi me soltando dela.
Aos poucos minha força e minha consciência foram retornando.
Eu e amada nos sentamos no sofá e batemos papo por um pequeno intervalo, até que a mãe dela retorna.
A tarde seguiu normal.
Na verdade, depois disso eu não era mais o mesmo, vivia sempre tendo espasmos, sentindo coisas estranhas. Eu e o Edu? Bem, nós ficamos no carnaval inteiro. O beijo dele era o segundo melhor que eu já havia provado (querendo ou não, eu não podia negar, o do Bruno era o melhor, ele tinha uma pegada de galinha, aquela marra e aquele romantismo... eu queria que ele voltasse pro anus da mãe dele. Na verdade, de onde ele nunca deveria sair. Nunca mesmo), eu também não transei com Edu, apesar de rolar aquela química. Eu não ia dar pra um cara que eu só estou ficando a uma semana no mínimo. Não nè.
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-Filho? Como foi a viagem meu amor? - perguntou minha mãe enquanto eu desfazia a mochila no meu quarto.
-Ah mãe, foi perfeita. E essa barriguinha? Como está? - eu perguntei passando as mãos carisonhamente ao redor.
-Ah, está bem. Daqui a uma semana vamos descobrir o sexo!- disse minha mãe sorridente.
-Ah mãe! Que legal! Posso ir também?
-Que pergunta meu anjo! Claro que pode! - sorriu minha mãe.
Eu sorri em contrapartida e subi para o quarto.
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Eu entrei no facebook e óbvio, 'stalkiei' o Bruno. Aquela patifaria? Ele ainda estava em um relacionamento sério.
Porque eu tinha que ser ex de um garoto que era hetero? E não. Eu não chorei igual a Maria do Bairro agora. Porque eu aprendi que eu tinha que me valorizar. (Vocês vão pensar ' Aaaah Luca, eu já escutei isso antes', foda-se. Agora é pra valer. 'Ah Luca, você já disse isso.' Um foda-se ao quadrado. Você deveria me apoiar, não falar que eu já falei isso, mas enfim).
Eu desliguei o notbook na hora e fui deitar.
Não chorei.
Tá. Deu vontade.
Mas eu não chorei.
Eu amo ele ainda. Por mais que ele seja um otario.
Por mais que... eu amasse ele, dessa vez eu não queria. Amor é uma coisa, passar a ser idiota é outra. E eu estava disposto a recomeçar.
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No dia seguinte eu acordei sem um pingo de vontade de ir para a escola, o que não era tão anormal assim.
Tomei um banho e fui caminhando em passos rápidos rumo à escola.
Assim que cheguei la, a maioria já estava na sala. Eu estava com muita vontade de ir ao banheiro, deixei minha mochila em cima da mesa e segui em passos rápidos. Assim que retornei, o professor estava chegando.
Apressei os passos e rapidamente entrei antes dele.
Pude perceber os olhares da turma ao meu redor.
Sem risadas.
Ou qualquer provocação.
Isso estava estranho.
O professor logo iniciou sua aula. Logo o diretor apareceu na porta da sala.
-Com licença, poderia conversar com um aluno? - ele perguntou com uma cara de poucos amigos para a turma.
-Claro, claro que sim. - Respondeu o professor em contra-partida.
Eu estranhei aquela atitude e me perguntei com quem ele queria falar. Deveria mesmo ter sido uma put* de uma coisa.
-Luca. Pode vir comigo por favor? - ele disse me encarando com cara de poucos amigos.
-Ahh... tudo bem. - Eu disse fechando meu caderno.
-Traga a mochila por favor. - Ele disse secamente.
Todos na sala estavam quietos. Querendo ver eu me ferrando. Que feio.
Eu peguei minha mochila e o segui pelo corredor.
Nós entramos em sua sala e ele fez um gesto seco para mim me sentar.
-Luca. Abre a mochila por favor. - Ele disse com um olhar frio. - Vire ela de cabeça para baixo. Jogue tudo. Tudo. Em cima da minha mesa.
-Mas... por que? - Perguntei estranhando aquilo tudo.
-Rápido Luca. - Ele disse quase que, gritando.
Eu fiquei assustado e virei a maior parte do meu bolso para baixo. Despejando tudo. Em seguida a parte média. Nada fora da comum.
Eu coloquei a mão na pequena parte e o encarei assustado.
-Continua Luca.
Eu retirei o plástico esfèrico de dentro do bolso e encarei o embrulho.
-O que é isso? - eu perguntei para ele. Olhando assustado a pequena coisa que estava na minha mão.
-Eu que te pergunto garoto. Eu realmente não esperava isso de você. Não mesmo. - Ele me olhou com cara de nojo e decepção ao mesmo tempo e ligou para alguém que eu não escutei direito. Logo depois, para alguém que, obviamente, parecia ser meu pai. Ufa.
Esperava que meu pai me livrasse dessa. Pelo menos. Eu estava nervoso. Minha cabeça andava a mil, eu não sabia como reagir. Mas já tinha noção e uma mínima idéia de quem havia feito isso. Quem não, 'quem's' .
Eu tinha pego o plástico na ponta dos dedos e com a mesma ponta eu havia colocado na bolsa novamente. Não ia abrir aquilo, não mesmo.
Logo dois policiais chegaram, logo atrás, meu pai.
Eu suspirei de alívio.
-O que está acontecendo aqui? - perguntou meu pai, que aparentemente estava surpreso por dois motivos. 1, Porque ele foi chamado na escola, Se eu não sou um aluno problema. 2. Os policiais no local.
-Foi encontrado alguma droga desconhecida na mochila do seu filho. - Disse o Diretor me encarando com um olhar de divertimento e repulsa ao mesmo tempo.
-Como você chegou a conclusão da posse de drogas do de menor? - perguntou um dos policiais.
-Na verdade, eu já estava desconfiado a algum tempo, alguns alunos o denunciaram, falaram que o uso e a tentativa de venda da droga os estavam encomodando constantemente. - Disse o diretor.
-ELES SÃO UNS PAUS NO CU SE VOCÊS QUEREM SABER. EU TENHO CARA DE NOIADO POR ACASO? TÁ ESCRITO IDIOTA NA MINHA TESTA?! PELO AMOR! - eu gritei.
-Filho. - Disse meu pai fazendo um sinal para mim me silenciar.
-Mas pai... eles estão me acusando de algo que eu não fiz! E eu tenho certeza que isso foi armação daquela encapetada e daquela horrosa xexelenta... - eu comecei a me exaltar novamente. - Eu aposto que quem fez isso foi uma garota, e um garoto, eles armaram pra mim!
-Posso conversar com meu filho la fora, rápido? -perguntou meu pai de maneira rispida.
-Claro. Também preciso conversar com eles. - Disse o diretor.
Meu pai me puxou pelo braço e me levou para fora.
-Pai . Eu juro que eu não fiz nada. Eu não uso drogas. Eu sequer sei que tipo de droga é aquela! - eu disse nervoso.
-Olha, eu acredito em você. Eu estou pedindo para realizarem uma perícia na droga. Não deve ter só digital sua....
-Eu só encostei na ponta. Pra puxar essa porra da minha mochila. Resumindo, me fudi. Vou passar minha adolescência na Rehab.
-Calma Luca. Calma. Eu vou pedir a perícia, mas eu preciso saber mesmo se aquilo não é seu.
-Claro que não é!
-Então eu vou fazer o pedido de perícia, na sua mochila também, ok que eu vou ter que desembolsar uma boa grana pra essa perícia ficar pronta logo, mas... não sendo você mesmo, a gente pode processar quem fez isso, e a escola também.
-Pai... eu juro que eu não uso drogas. - Eu disse secamente. Confesso que eu estava mega nervoso no início.
-Eu acredito em você. - Disse meu pai sorrindo e bagunçando meu cabelo.
Eu e ele entramos e eu resolvi ficar quieto.
-Eu quero uma perícia sobre o conteúdo encontrado na mochila do meu filho, vocês podem fazer isso? Eu estarei me comunicando para acertar as coisas. E você Luca, quero pegar sua transferência daqui agora.
-Mas pai... - eu disse , obviamente eu queria gritar, me contorcer, não queria de maneira alguma voltar pro inferno onde fora meu primeiro ano.
-Luca. Sem discussões.- disse meu pai rispidamente.
- O seu filho filho pode continuar aqui, apenas uma advertenciazinha e... - disse o diretor, obviamente espantado.
-Não. Vou tirar meu filho daqui. Não gostei da maneira como você o tratou, e torça, torça para Deus que meu filho seja mesmo dono daquelas drogas. - Meu pai o encarou sério.
O diretor engoliu em seco.
-Vamos. - Disse meu pai grudando nos meu braços. - vocês, já sabem, estamos conversados. - Meu pai piscou e me levou até a saída.
Eu suspirei.
-Ei. Minhas coisas. - Eu debati.
-Deixa tudo como está. Material e as coisas eu compro de novo, o que tiver de valor, meus coleguinhas vão manter la. Tenho certeza. - ele sorriu.
-Pai. Fiquei com medo de você.
-Era essa a intenção. Você acha que drogas foram encontradas na bolsa do meu filho e eu vou ser bonzinho ?
-Pai... eu já disse q...
-Eu sei. Eu sei. Era só pra manter a imagem e foi bom, agora tenho uma noção do seu medo.- meu pai riu.
Nós fomos para o estacionamento e ele abriu as portas.
Eu entrei e olhei para ao redor.
-Lavou o carro. Melhor assim. - Eu ri.
-Pois é. Estava mesmo na hora. - Meu pai suspirou.
-Pai. Eu não quero voltar pra la.
-Você nunca me contou sequer porque quis sair. Se você me contar.
-Não mesmo.
-Não confia em mim? - ele suspirou.
-Pai... não é isso, é que... - meus olhos já começaram a encher de lágrimas.
Talvez eu não suportasse.
Talvez sim.
Eu não era mais o mesmo.
Não mesmo.
Eu limpei os olhos.
-Tudo bem. Eu vou.
-Qualquer problema. Você tem o paizao, como sempre. - ele gralhou.
'A verdade é que ninguém sabe.'
'O que?'
' Você guardou isso pra si.'
'Sim.'
'Você vai conseguir, eu sei.' Disse meu subconciente.
Eu tentei sorrir.
É, talvez eu... conseguisse.