Logo que as meninas chegaram começamos a conversar e já percebi o Joaquim dando em cima da Mariana. Eu não sabia se eles se gostavam mas sabia que ambos eram muito tímidos e só havia uma solução pra mandar a timidez: Vodka. Eu e o Joaquim fomos comprar em um mercadinho que tinha perto de casa e como ele aparentava ser mais velho ele conseguiu comprar sem problemas. Voltamos pra casa e as meninas estavam rindo e cochichando comendo pipoca, então logo tratei de começar a noite.
- Então gente, é o seguinte, vamo jogar "eu nunca".
Todos se olharam mas concordaram já que, convenhamos, estava um tédio.
- Façam um circulo ai no chão. - falei.
Fizemos um circulo.
- O jogo é o seguinte.. eu vou começar falando alguma coisa que eu nunca fiz, ex "eu nunca fiquei bêbado", dai todos que já ficaram bêbados dão um gole na vodka. - Falei, deixando todos animados. Vou começar.
- Eu nunca transei com alguém no primeiro encontro - falei.
Iasmim e Bruna beberam o copo de vodka, fazendo com que todos rissemos.
- Eu nunca fiquei com um menino mais novo que eu - disse a Bruna.
Todos tomamos vodka, ahaha.
Depois dessa todos inexperientes já estávamos bem alegres.
- Minha vez - Disse a Alice.
Ela era a mais "santa" dali, então era visível que ela não sabia o que perguntar.
- É.. sei lá, deixa eu ver... eu... nunca fiquei com alguém do sexo oposto.
Eu olhei pro Joaquim com aquela cara de "eu bebo ou não?". Eu estava com muito medo da reação das meninas, então como já tava um pouco alegre, taquei o foda-se e bebi um gole considerável de vodka. Todos ficaram se olhando quando algo me surpreendeu: o Joaquim bebe um gole de Vodka, fazendo todo mundo rir e ficarem caras de surpresos.
Eu e a Mariana sabíamos que ele nunca tinha ficado com nenhum cara, ele tava fazendo aquilo porque percebeu um olharzinho de desaprovação pela parte das meninas. Era por isso que ele era meu melhor amigo.
O clima ficou um pouco tenso depois disso, quando a Mariana resolveu apimentar mais as coisas um pouco.
- Agora vamos brincar de verdade ou consequência.
Todos viramos e começamos a jogar. Em um momento, a Iasmim rodou a garrafa e ela teria que perguntar pra mim.
- Verdade ou consequência? - perguntou.
- Consequência. - respondi.
- Eu quero que você beije o Joaquim agora.
Como já tava beeem alegre, cheguei perto dele que nem prestava atenção na roda conversando com a Mariana e taquei um beijo nele. Sua barba roçava em minhas mãos que estavam em seu rosto, ele a principio permaneceu imóvel mas depois lentamente foi se rendendo ao beijo. Sentei em seu colo e senti seu membro um pouco ereto, todas as meninas observavam a cena com atenção. Logo estávamos nos beijando de lingua mais de um jeito discreto, sem deixarmos que elas vissem muito.
- Só isso, apimentem mais - Mariana disse enquanto eu ainda o beijava.
Peguei sua blusa, levantei um pouco e comecei a passar as minhas mãos pela sua barriga de tanquinho. Ele fazia o mesmo com as minhas costas. De repente, alguém adentra a porta:
- Mas que porra é essa? - Grita o Duda.
- Era pra isso que tu queria ficar sozinho, caralho? - ele continuava gritando. O Joaquim parecia ter acordado de um transe, ele balançava a cabeça e passava a mão nos lábios com uma expressão indecifrável, ao contrário do Duda, que tinha uma expressão de ódio. A Mariana levou as meninas até a recepção e as colocou dentro de um taxi e voltou correndo pro apartamento, mas era tarde demais. O Duda havia me dado um soco e eu estava caído no chão, meio inconsciente. Ele agora estava em cima do Joaquim, que não reagia. A Mari acertou-lhe um chute nas costas o fazendo cair no chão.
- OLHA O QUE TU FEZ CARALHO - Ela disse, com a respiração ofegante.
- OLHA O QUE TU FEZ MARIANA! - Ele respondeu, avançando em cima dela.
Eu ao ver aquela cena tirei forças de onde não tinha e derrubei a Mariana no chão, caso contrário ele a acertaria com um murro. Ele me deu um chute e eu cai no chão, mas ainda não havia ficado inconsciente. O Joaquim, agora já reagindo ao Eduardo conseguiu trancá-lo dentro do meu quarto e me carregou, junto com a Mariana, pro quarto dos meus pais. Cuidaram dos meus ferimentos, me deram banho e ficaram esperando eu dormir. Ou eu fingir que dormia.
- Mariana, o que merda foi aquela que aconteceu? Eu não tenho mais coragem de olhar na cara do Enzo - diz o Joaquim.
- Joaquim, relaxa, foi culpa da bebida. As meninas nem aqui moram e eu não vou contar isso pra ninguém, ninguém vai saber - Mariana respondeu.
- Eu vou saber, Mariana. Eu nunca me imaginei ficando com um cara, principalmente com meu melhor amigo. E o mais horrível é saber que eu reagi, que eu correspondi. E se o Enzo confundir as coisas e achar que eu tô gostando dele? - Ele dizia, impaciente e andando de um lado para o outro.
Eu chorava baixinho pra que ninguém escutasse. Adormeci.
No dia seguinte a Mariana dormia do meu lado na cama.
- Bom dia - ela disse.
- Bom dia um caralho - Respondi. - Cadê o Joaquim? - perguntei.
- Ele foi pra casa, passou a noite aqui cuidando de ti.
- Me diz que o que aconteceu ontem foi um pesadelo!
- Não En, não foi.
- Eu quero morrer - disse, me levantando da cama.
Batidos eram ouvidos do meu quarto.
- Que merda é essa? - Perguntei.
- O seu namorado. Tô com medo de deixar ele sair e ele fazer alguma coisa com a gente, ainda mais estando sozinhos nessa casa enorme. - Mariana respondeu.
- Eu vou lá.
Abri a porta e ele saiu. Ele estava com cara de quem não havia dormido nada, seus olhos estavam vermelhos e inchados.
- Eu te dei toda a porra do meu amor, eu me dediquei a você, eu deixei de andar com meus amigos pra ficar conversando contigo na porra do computador.. eu só fiquei com UMA menina depois que você foi embora, uma, e foi um erro.. eu ia te contar tudo que aconteceu no dia mas não vale a pena. - Ele cuspiu no meu rosto. - Pega a porra desse teu amor e enfia no cu do Joaquim. E esse cordão também. - Era o cordão que eu tinha feito a promessa no hospital. Eu me joguei no chão sem saber o que fazer.
- En, vou tomar um banho e já volto, tá? - Disse a Mariana, me sentando na cama.
Eu estava assustado, confuso e machucado. Na bancada da minha cama havia o perfume que ele tinha me dado há três dias atrás. Taquei na parede, chorando. Fui até os cacos de vidro do perfume, peguei um caco e fiz uma coisa que nunca imaginei fazer: fiz um corte bem grande... no meu pulso.
Bah, foi MUITO clichê adolescente esse capítulo, mas é porque eu já tinha escrito e nem tive tempo de fazer alterações, me desculpem realmente. Particularmente eu não gostei, prometo tentar melhorar no próximo.
Não se esqueçam de ler o meu outro conto, A Metamorfose.
E obrigado a todos os comentários, deixem os comentários desse conto aqui em baixo ↓ me xingando pelo o cocô que ficou o capítulo, façam perguntas e tudo mais. Um abraço.