Pronto, era só isso mesmo o que me faltava, ele jogar toda a responsabilidade do relacionamento pra cima de mim, quem disse que eu queria ser o responsável por decidir se a gente namorava ou não? Tudo bem, eu concordo que era isso mesmo que eu queria, mas tinham muitos parênteses abertos e que precisávamos fechar antes de decidir ou não namorar, o beijo não encaixou muito bem, e se o sexo não fosse bom? E se ele fosse passiva? E se fosse do tipo agressivo? Era muita coisa ainda pra resolver antes de dizer um sim, mas o Gustavo como sempre me fez o favor de adiantar os processos, e eu lá todo indeciso, mas não me demorei muito em responder e disse que sim, que a partir daquele momento eramos namorados.
Ele deu aquele sorriso gostoso que é só dele, e olhou novamente para o transito,e eu tentando assimilar as implicações de namorar com um homem do perfil dele, eu já tive meus rolos, e muitos por sinal, mas namorar mesmo eu nunca tinha namorado, e meu primeiro iria ser alguém que estava entrando no universo gay agora, tentei esquecer o que tinha acabado de acontecer, e fomos então almoçar, achei fofo ele pegar o meu pedido, e mais fofo ainda a justificativa dele para ter feito isso – Agora que somos namorados, você é responsabilidade minha, sendo assim eu faço questão de cuidar de você só pega leva com o gosto, e gastos... Ainda não to rico.
Fomos comer e conversar, sempre que nos sentamos em uma praça de alimentação ficamos no minimo uma hora, falando da vida alheia e comendo, é uma característica nossa, e que agora também fazia parte da vida do Rafael, ele sentado de frente para mim, todo bonitinho me olhando sem dizer nada, apenas com aquele sorriso bobo no rosto e eu com aquela feição apaixonada, depois de comer, fomos a um barzinho eles queriam beber, eu não fui contra, apenas concordei, paramos em um lugar chamado pracinha da Mandioca, pelo nome eu pensei que fosse um ambiente lotado de homens semi-nus a espera de catação. Mas não, era uma praça com musica ao vivo e um barzinho simpático.
Eu bebi pouco naquela tarde, mas me diverti muito, foi bem interessante, algumas mulheres se atreveram a me paquerar o que foi muito legal, sinal que meu disfarce ainda era bom e eu conseguia enganar as portadoras de progesterona, o Rafael ficava com aquela cara de poucos amigos mas não se manifestava de forma nenhuma, apenas ficava calado, o lugar foi enchendo e ficando animado, e eu sou do tipo de pessoa que a felicidade alheia me contagia, fico empolgado com a alegria de terceiros, comecei a dançar com desconhecidas, conversava com todo mundo, eu sou do povo mesmo, gosto de calor humano, e as horas foram passando e o dia dava lugar ao cair da tarde.
Eu estava em um bar comprando bebida, e um senhor parou ao meu lado para conversar, me confundiu com o filho de alguém que conhecia, e era um coroa interessante, mas a nossa conversa não durou dez segundos quando olho pro meu lado lá esta o Rafael me olhando, com aquela cara de sempre, me dava um tesão ele ficar com ciumes de mim, primeiro porque a expressão dele era linda de se ver, segundo porque eu sentia que meu passe estava sendo valorizado, e quem não gosta desse tipo de coisa? Pegamos as bebidas e fomos voltando para nossa mesa, no caminho uma mulher o chamou para dançar ele ia recusar, mas quando me olhou eu não perdi tempo e disse para ele ficar e dançar com ela, e assim ele fez, acho que ela notou mais ou menos o que acontecia, e perguntou se eramos um casal, eu virei minhas costas e sai, deixei essa resposta por conta dele.
Me sentei na mesa e deixei ele lá, se eu tinha ciumes? Tinha sim, mas ele precisava ver que eu confiava nele, e queria a mesma confiança em troca, poxa o cara é bem bonito, tipo Deus Grego, malhado e simpático para fechar o pacote e mesmo assim eu deixava solto, queria que ele fizesse esse raciocínio, depois de uns quinze minutos ele voltou e se sentou ao meu lado, todo suado e meio sem folego, tomou um gole de cerveja para recobrar o folego e me olhando disse.
– Pensei que ela não fosse mais me soltar, ficou me enchendo de perguntas, segundo ela nunca viu um casal de homem, onde os dois parecem homens, fiquei com vergonha, mas acho que já estou me acostumando com a ideia.
– Que bom que deu a resposta certa, eu preferi sair pra não te influenciar na hora de responder a pergunta dela, vai ser sempre assim Rafael, é algo que terá que se acostumar, ainda mais mulher se ela tiver curiosidade vai te perguntar mesmo.
– Eu sei disso, mas por enquanto podemos deixar o nosso relacionamento entre a gente, até eu me adaptar e entender direito o que é um namoro gay, ainda mais pela minha família como eu te falei ela não vai engolir isso muito bem.
– Eu nem queria sair por ai de mãos dadas, acho que não precisamos disso, vamos manter as coisas da forma mais discreta o possível, até mesmo porque nós dois dependemos dos nossos pais de uma forma ou de outra, não podemos e nem queremos contrariar.
Ele concordou com a cabeça e voltamos a nos concentrar na nossa mesa, ficamos mais um tempo por lá e fomos todos pra minha casa comer de novo, mas antes passamos no Extra para comprarmos algumas coisas que faltava para fazer um jantar descente, fiquei sozinho em casa com as compras e os meninos foram embora se arrumar, e o Rafael no meu carro tomar banho e trocar de roupa, eu prefiro fazer comida sozinho, me concentro melhor, e na hora de comer eu chamo a tropa, os meninos chegaram antes do Rafael, quando ele voltou trouxe consigo uma mochila, não entendi bem mas fiquei na minha, veio a cozinha me deu um beijo, tímido, pois meus amigos estavam perto, mas deu pra sentir o cheiro de limpeza que vinha dele, misturado é claro com a fragrância que usava.
O Gustavo ligou o som e foi ser o dj da noite, ou seja, ouvimos Britney Spears de todas as formas possíveis e ainda ver ele dublando ou dançando, fazendo graça... Precisavam ver quando saiu Work Bitch, a tortura que foi comigo, fui forçado a assistir aquele clipe incontáveis vezes, e sempre com comentários dele, depois ver ele fazer a coreografia, decorar a letra, enfim... Mas isso é historia para outra historia. Quando fomos jantar o Rafael estava todo carinhoso comigo, o que ditou um padrão naquele momento pois o Antonio Junior ficou todo amoroso com o Gustavo, comemos, depois ficamos de conversa pra ninguém ir dormir muito cedo, afinal tínhamos aula no outro dia, deveríamos estar bem dispostos, e sempre que durmo cedo, eu perco o sono no meio da madrugada.
Mais ou menos as 22:00 da noite o Antonio Junior foi embora, tinha que dar uma assistência a namorada dele, e ficamos os tres na minha casa, deixei o Junior ir, para confrontar o Gustavo, e como sempre começamos a nossa discussão, que terminou em risada, por sorte em todas as vezes é assim, ele achou que eu havia me esquecido, que no dia em que fomos ao Jeronimo, ele foi embora com o bombadinho da academia e no outro dia ficou pagando de santa na frente do Junior, eu falando e ele caindo na risada com aquela cara de puta safada dela. A resposta que ela me deu foi de que os olhos não vem o coração não sente, e que sim, ela merecia o Oscar de melhor atriz.
Demos muita risada de tudo, e o Rafael achando errado o comportamento do Gustavo, seria melhor ele ter ficado quieto em seguida o Gustavo começou a pegar no pé dele falando sobre a ceninha no Jeronimo, eu pensei que ele fosse apelar com a brincadeira e falar alguma coisa deselegante e ofensiva para o momento, mas para minha total surpresa ele levou tudo na esportiva, e disse que estava fazendo o que qualquer homem na situação dele faria, tinha ido lá pra defender o que era dele, e tirar aqueles caras de circulação, segundo ele iria bater nos dois, e só não fez isso porque eu interferi no processo, o Gustavo foi embora e ficamos apenas os dois em casa, ele me olha com aquela cara de cachorro caído da mudança e diz – Amor, eu posso dormir aqui contigo hoje?
É meu povo, ele me chamou de amor, no primeiro dia de namoro, eu sempre fui muito pé atras com essa coisa do chamar de amor, mas concordei com ele, afinal de contas já tinha até levado a mochila com as coisas dele, eu nada poderia fazer, seria muito deselegante, e também com aquela carinha que ele faz como eu poderia negar, ficamos na sala vendo TV por um tempo sem falar nada um pro outro, apenas calados assistindo um programa qualquer, ele desliga a TV e vem pra cima de mim, com aquele jeito controlador dele me segurando pela nuca, e novamente me beija para nossa sorte, em particular a mim o beijo foi perfeito molhado na medida certa, e a língua dele foi onde deveria ir...
O momento da pegação estava indo muito bem, e eu adorando tudo, logico. Ele pegou minha mão e colocou em cima do pau dele que diferentemente da primeira vez estava totalmente duro, me deu um susto não pelo tamanho eu já sabia que era grande, mas pela grossura, era mais grosso do que eu tinha imaginado, me deu até uma vontade de rir no momento pois pensei bobeira, eu já sabia no que aquilo iria dar, tirei minha camisa, e desabotoei minha bermuda, eu queria que ele tirasse ela, mas estava meio lento o processo, então continuei, tirei a camiseta dele, e desabotoei a bermuda, eu já estava abaixando quando ele me parou no meio do processo, eu olhei pra ele, que meio sem graça me falou...
– Será que a gente pode esperar mais um pouco pra fazer isso? É que eu ainda estou meio inseguro com toda a situação. O que acha, podemos?!