Bad Boy Saga 2+++ Os Instrumentos da Morte****Parte 4
Aqueles dias que se passaram foram vazios e cinzentos. O nascer do sol parecia sem cor, à noite era mais escura do que o normal e as estrelas pareciam não existir. Meus sonhos se tornaram pesadelos e não passava uma noite em que eu não acordava todo mundo gritando em minha cama. Já havia passado quatro dias desde que meu pai se matou e eu não conseguia esquecer. Eu ainda me sentia culpado e às vezes ficava zangado com o Andrew quando ele começava á dizer que ele era culpado. O final de semana passou, e mesmo com o Josh ao meu lado, eu me sentia completamente horrível. Amanhã ás aulas em meu colégio vai voltar e a última coisa que eu queria era voltar para aquele colégio. Eu tentei aproveitar os últimos minutos da minha noite de domingo jogando um game em meu Notebook, mas eu perdia por que não conseguia me concentrar. Josh me ligava de uma á uma hora e ás vezes me irritava. E eu sabia que ele apenas estava preocupado comigo, mas eu não conseguia pensar em nada á não ser coisas ruins. Perder um pai que você ama é uma das coisas mais difíceis da vida de alguém. O Alisson sempre tentou fazer o melhor possível para me alegrar, ou para alegrar o Andrew e a Gina. Ele nunca tinha sido muito bom em dar lições de morais e essas coisas parecidas, mas nos amava. Na segunda de manhã, acordei sem ninguém ter me chamado. Fiz minhas necessidades e depois me arrumei. Desci á cozinha e minha mãe estava sentada á mesa mexendo um copo de leite com uma colher. Ela ainda parecia aflita.
- Bom dia. – Eu disse me sentando á mesa também.
- Bom dia. – Ela respondeu baixinho e ficou me encarando. – Eu queria mesmo falar com você. No dia que seu pai se matou, quando estávamos jantando você disse algo sobre estar gostando de outro garoto... Aquilo foi um exemplo ou...
- Eu estava dizendo á verdade. – Eu respondi. – Eu estou gostando do Josh. Ele gosta de mim. Eu preciso dele. Eu e ele estamos meio que namorando. E eu o amo de verdade, e não há nada que vai destruir o amor que sinto por ele. Nada.
- Você parece estar sendo sincero, parece estar feliz. – Ela disse.
- Estou. – Eu disse.
- Que bom. Espero que continue sendo feliz. Afinal a felicidade é o que importa e nada mais. – Ela disse deixando um sorriso forçado escapar. – Se você está bem, então não mude. Mas sabe que eu não posso fazer nada contra o preconceito que você irá enfrentar. Preconceito dentro da família, na sua escola e em outros lugares mais.
- O Andrew já sabia de tudo e ele me apóia. – Eu disse. – A Gina nunca ficou do meu lado mesmo, sempre se importando com ela mesma e isso não vai mudar por mais que eu queira. Por mais que a gente queira.
Senti alguém me abraçando por trás da cadeira. Seu perfume feminino infestou a cozinha. Eu tinha ficado sem assunto por ela ter ouvido.
- Eu vou mudar sim maninho. – Ela disse. – Vou fazer o que for preciso para ser alguém melhor. E quanto você e ao Josh, eu já suspeitava de vocês dois. E eu não tenho preconceito e se não tenho preconceito, também vou te apoiar.
- Será que vai mudar mesmo? – Eu perguntei sendo sarcástico.
- Vou, vou fazer o que for preciso. É o que o papai queria. Ver todos nós juntos, como uma família unida. – Ela respondeu.
Se ela estava dizendo, então... Que seja assim. Meu celular vibrou no bolso da minha calça e era o Josh me mandando mensagem no WhatsApp. Comecei á ler.
- Meu dia é noite quando você está ausente e a noite eu vejo o sol se você está presente... S2. Bom dia príncipe. E então? Vai ao colégio hoje?
- Ooownnn... seu lindo. – Eu respondi feliz pela mensagem dele. – Vou sim. Estou com saudade e quero te ver logo. Nesse caso, vou sim.
- Tudo bem, eu passo ai na sua casa. – Ele retornou. – Te amo.
Depois que comi um lanche rápido, arrumei meu material e fiquei esperando o Josh. Ele não demorou muito e quando ele chegou eu dei aquele abraço... A você sabe. Aquele abraço de urso. Abraçá-lo e sentir seu perfume sempre me fazia se sentir melhor.
- Eu também senti sua falta. – Ele disse me lançando um sorriso. – Senti uma saudade enorme. Eu também senti falta do seu beijo. Eu mereço um beijo hoje?
- É claro que sim, vários se você quiser. – Eu disse rindo.
Eu o beijei rápido por que ainda estávamos em frente de casa.
- Bom dia senhora Black! – Exclamou Josh levantando o braço como uma forma de saudação.
Minha mãe estava em pé na porta com um sorriso no rosto. Ela estava mesmo contente com eu e o Josh juntos? Era difícil de acreditar que ela tinha aceitado. O colégio estava á mesma coisa, a única coisa que eles fizeram foram reformar o piso da quadra de esportes. Haviam chegado vários alunos. Eu e ele ficamos sentados em um banco embaixo de uma árvore que havia no pátio conversando.
- Agora é sua vez. – Eu disse. – A minha família já sabe de mim, agora é sua vez.
- Já era para eu ter confessado á muito tempo, mas quando eu tomo coragem para fazer isso, a coragem vai embora ao mesmo tempo. – Ele disse. – A minha mãe pode até aceitar, mas o meu pai... É provável que ele me expulse de casa.
- Há que isso, é sua família. – Eu disse abraçando ele. – Eles vão entender. Sei disso.
Não muito longe de nós, tinha outro banco. Um garoto de cabelo loiro, estilo Justin Biber me encarou. Ele sorriu maliciosamente. Eu nunca tinha visto ele no colégio antes então devia ser aluno novo. Ele se levantou e desapareceu pelo pátio do colégio.
- Garoto estranho. – Eu disse ao Josh.
- Sabe que eu fiquei com ciúmes não é? – Ele disse sorrindo.
- Há que isso, você sabe que eu não trocaria você por nada desse mundo. O mundo pode ser magnífico, a lua, o sol, os rios, mares... Nem mesmo as coisas mais bonitas desse mundo superam você. Você é garoto mais lindo do mundo. Eu seria um completo idiota se eu trocasse você, e eu nunca vou fazer isso.
- Nada vê. Como eu posso ser o garoto mais bonito se você é mais bonito que eu. – Ele disse rindo. – Valeu à tentativa, mas você é mais bonitinho viu.
Eu ri. Eu precisaria falar com a diretora Emily, por que afinal, nosso último encontro foi corrido e eu queria saber mais sobre aquele pingente enfeitiçado. Eu faria isso na hora do intervalo. O sino bateu e tivemos que entrar para a sala de aula. Eu ainda não tinha visto o Alexandre Evans e infelizmente o Thales havia indo á aula hoje.
- Eai Junior... Josh... – Ele disse feliz ao nos ver. – Sentiram saudade?
- De você? Jamais. – Disse Josh. – Quem sentiu sua falta? Ninguém.
Thales riu, mas não falou nada. Ele foi para sua carteira feliz. Até parecia contente demais. Demais mesmo. Eu já não perdia meu tempo ficando com raiva do Thales. A gente quase morreu uma vez e o Thales foi bem útil. O primeiro tempo já começou ridiculamente horrível. Era a professora Bia que sempre nos fazia dormir na carteira com a sua explicação grandiosamente tediosa de Artes. Já o segundo tempo foi educação física. Nós fomos à segunda turma e estrear a quadra reformada e estava melhor do que antes eu admito. Nem parecia que haviam detonado o piso á semanas atrás. Eu e o Josh fomos jogar futebol com os outros garotos e acabamos caindo em times opostos. Foi até interessante jogar contra o time dele. Já o Thales, estava jogando vôlei com algumas garotas e alguns garotos nerds. Já no terceiro tempo, tive aula com o professor Hacker. E como sempre, ele sempre vinha com arrogância para cima de mim. Quando o sino do intervalo bateu, Josh queria me arrastar para a quadra de esportes para junto dos outros garotos, mas eu precisava falar com a diretora, então fui à sala da diretora. Bati na porta, mas se passaram segundos e ninguém falou nada. Rodei a maçaneta e entrei. Não havia ninguém na sala e por isso me sentei em uma cadeira e fiquei aguardando. A sala ainda era aconchegante por causa do ar condicionado e percebi que ela tinha mudado o vaso de samambaia de posição.
- Junior... Junior... Nos Liberte... Liberte... – Um sussurro espalhou por toda a sala como se fosse um eco. O medo invadiu cada parte de mim. E o sussurro continuava, mas agora parecia que vinha de um lugar especifico. – Venha... Venha até... Nós... Nós...
O meu medo estava se transformando em coragem. O sussurro vinha de um pequeno armário de arquivos que eu nunca tinha visto antes na sala da diretora. Eu me levantei e caminhei lentamente até o gabinete.
- Isso... Isso... Venha... Venha... Até nós... – O sussurro continuou. – Continue... Continue...
Eu abri o gabinete e meus olhos ficaram atentos a luz brilhante do colar que causou tantos problemas á semanas atrás. Ele permanecia em uma caixa de vidro dentro da gaveta do gabinete. Apenas olhar não bastava... Eu abri á caixa de vidro e peguei aquele pingente maravilhoso. Aquele precioso colar que me fazia ser tão... Poderoso, mais forte. Eu me sentia outra pessoa. Eu não conseguia parar de olhar a jóia.
- Coloque-o... Coloque-o... – O sussurro insistiu.
Eu fiquei acariciando o coração de cristal vermelho e então eu o coloquei em meu pescoço. Sentia a pontada de terror invadir meu corpo. A jóia se transformou em um coração de pedra em meu pescoço. Senti minhas veias queimarem por dentro, como se chamas estivessem invadindo o meu interior.
Junior! – Ouvi uma voz feminina me chamar com desespero.
Senti o colar ser arrancado do meu pescoço e então cai de joelhos no chão. A diretora Emily me ajudou a levantar. Eu verifiquei todo meu corpo e eu não havia sido queimado. O colar estava jogado no chão.
- Mas o que foi que você fez? – A diretora perguntou pegando o colar do chão. – Eu achei que você iria morrer. Tive que tirar o colar do seu pescoço...
- Eu não sei o que aconteceu... Eu achei que iria morrer. – Eu disse.
- E você deveria ter morrido. – Disse á diretora. – Você é realmente um puro. Tem sangue de bruxo. Você deve ser de alguma linhagem de bruxo senhor Black e é por isso que não morreu queimado agora. Esse colar elimina todos os que o colocam que não têm sangue de bruxo.
- Eu não entendi. Quer dizer que eu tenho sangue de bruxo? – Eu perguntei ainda assustado com as circunstâncias.
- Seu pai ou sua mãe devem ser descendentes de bruxo ou de bruxa e isso passou para você. Todos que tem o sangue de um bruxo em suas veia é descendente. – Disse á diretora Emily. Você não devia saber de nada disso, mas você acabou de sobreviver á algo que deveria ter te matado em segundos se você fosse comum.
- Isso é ridículo. – Eu disse. – Eu não sou nenhum descendente de bruxo ou de bruxa. Não tenho sangue assim.
- Olha, ser descendente é algo normal. – Disse a diretora. – Eu sou uma descendente também e é por isso que eu sei muito sobre o pingente. E não só do pingente. Esse pingente faz parte de uma coleção de instrumentos de magia. Dos instrumentos da morte.
- Que instrumentos são esses. Está certo que esse colar é amaldiçoado, mas eu não sou nenhum... Bruxo ou macumbeiro. – Eu disse. – Como foi que criaram esses instrumentos então? Quem conseguiu criar esse colar de magia negra?
- Deixe-me contar a história desde o começo. – Disse a diretora Emily me convidando para me sentar na cadeira enquanto ela se sentava por trás de sua mesaCONTINUA
Wont Power - Produções™ e Eduardo Sampaio: OS INSTRUMENTOS DA MORTE.
Desculpe-nos os erros ortográficos e de gramática.
ATT. Wont Power Produções