Gente, seguinte.. sei que o capítulo passado foi bem clichê (bem não, MUITO clichê), mas é porque realmente tô muito sem tempo. Resolvi fazer cursinho de manhã e quando dá ainda volto no cursinho pra assistir aulas a noite, porque apesar de eu cursar odontologia, o meu sonho realmente é medicina, e meu pai quem paga a facul e aqui onde eu moro não tem medicina em particular, e o curso de odontologia é bem carinho, e vocês devem saber como é, não quero depender do meu pai pra sempre. Não pensem que é drama, mas é porque realmente tá bem puxado. O capítulo passado eu tinha feito um rascunho, só e resolvi postar ele mesmo só pra não deixar vocês na mão. Infelizmente não foi o resultado que eu esperava que ficasse, mas fiquei bem feliz pela nota que recebi e pelos comentários, ri muito do comentário do tagaryen (a propósito estou morando em RR também, vim pra cá por recomendações de amigos e curti muito aqui, e estou acompanhando seu conto hehehe), e a quem disse que eu faço melhor que isso, fico agradecido e aliviado kkk, e Safadinho Gostoso, bom... você verá depois! P.S.: A parte do corte no pulso não aconteceu de verdade.
Me perdoem pelo "desabafo" imenso e vamos ao conto.
Sangue corria por todo o meu braço. Peguei uma camisa do Duda que tava no meu quarto e amarrei no corte pra estancar o sangramento e corri pro banheiro. Eu chorava alto, a dor era um pouco chatinha mas a dor interior era bem pior que a dor física que eu sentia. Algumas pessoas já haviam me dito que melhora a dor interior, mas no meu caso, só me fez eu me sentir mais lixo que eu já me sentia. Me cortar pelo Duda? O que diabos deu em mim? - Pensei, enquanto tentava estancar o sangue embaixo da pia do banheiro. Quando consegui estancar o ferimento, nem me importei em limpar o banheiro e sai, deixando o mesmo todo ensaguentado. Fui pro quarto e fiquei pensando no que havia feito e conclui que era uma criancice e que eu nunca contaria aquilo ha ninguém.
Passei o dia sozinho em casa então aproveitei pra ir na casa de alguém que não via ha um bom tempo: O Alexandre. Tomei um banho, fiz minha higiene, coloquei uma calça jeans, um sapato e uma camisa polo sem estampa. Coloquei um relógio e uma pulseira de prata pra ver se escondia a burrada que havia feito mais cedo e felizmente pareceu funcionar. Como fazia um tempo que nós não nos víamos, liguei avisando antes, pra não parecer mal educado.
- Alô? - disse.
- Fala Alexandre, esse teu numero ainda existe? - Disse ele.
- É, existe sim! Então, faz um tempinho que a gente não se vê, que tal a gente ir almoçar? - falei.
- Por mim tudo bem, to ai pertinho da tua casa, posso ir te buscar se quiser.
- Tranquilo, só tô terminando de lançar umas notas e já tô passando ai - ele era professor de inglês numa escola de idiomas.
- Ok, to pronto já!
Desliguei o telefone e fiquei esperando. Liguei a TV pra tentar me distrair, e tava passando um programa em um desses canais de dondoca (que eu adoro) sobre como é se assumir homossexual pros pais, e tinha uma menina falando que tinha um excelente relacionamento com os pais, mas quando ela se assumiu os mesmos lhe expulsaram de casa. Fiquei pensando o que aconteceria comigo caso meu pai descobrisse sobre minha orientação sexual. Fiquei prestando atenção atento a cada palavra que a menina falava. Eu prestava tanta atenção que nem vi a hora passar, só me destraí com o telefone da minha casa tocando.
- Alô? - falei.
- Meu irmão, se tu quer me foder me beija! To aqui ha meia hora te esperando seu merda - era o Alexandre.
- PUTZZZ, foi maaal, to descendo! - disse, desligando o telefone.
Sai de casa e vi seu carro parado, agora era um Corolla, muito bonito por sinal.
- Porra, taca se arrumando pra mim, é? - disse ele, me dando um beijo no rosto (aqui os caras se beijam no rosto normal)
- E aí mano, nada, tava vendo uma reportagem na TV. - disse.
- Sobre o que? - ele deu partida no carro.
- KK sobre caras que saem do armário - nós dois rimos.
- Vish meu amigo, não sei se um dia vou fazer isso, até porque não me considero gay porque só fiquei contigo - ele ficou vermelho. - Na verdade eu te amei muito, Enzo. - Ele prestava atenção na rua.
- Po Ale, sério, me desculpa.. eu curtia ficar contigo também, mas não era justo. Eu não tenho como te agradecer tudo que tu fez por mim, mas eu curtia outra pessoa..
- Eu sei, aliás, era o Duda, né? - ele disse, rindo e me olhando.
Eu não sabia o que responder. Fiquei vermelho e comecei a gaguejar.
- D-de onde t-tu tirou i-isso? - falei.
- Enzo, quando tu vem com o milho eu já tô voltando com o bolo pronto. Pode me contar, eu vou manter segredo. - ele disse, passando a mão na minha perna.
- Putz Ale, tá, é/era ele. - falei. Continuei a contar TUDO que aconteceu pra ele que prestava atenção em todos os detalhes. Nisso já estávamos almoçando no shopping.
- E aí foi isso. - ele parecia estar impressionado com tudo que havia acontecido.
- Nossa cara. Mas e aí, o que tu pretende fazer agora? - ele perguntou.
- Sei lá, mas não sei se tenho coragem de voltar com ele depois de tudo. - eu respondi.
- Enzo, sei lá cara... tu tá sendo bem hipócrita sabia? - ele disse.
- Como? Repete porque eu não entendi! Tu tá defendendo ele, Ale? - falei bravo.
- Eu não tô defendendo ninguém, só odeio injustiça. Tá certo que ele foi bem filho da puta contigo antes do acidente, mas depois ele tentou mudar pra melhor e o que tu fez? Fez uma viagem pra outro país com teus amigos. Tu não pensou no sofrimento do Duda, só pensou no teu. E pelo o que tu me contou, tu ficou com um moleque lá nos EUA, não? E então qual o problema de o Duda ter ficado com a menina? Como ele mesmo disse, ele não é de ferro, você mesmo não aguentou ficar só na punheta - ele riu, mas permaneceu sério. - E além do mais, ele pediu pra voltar contigo pelo skype MAS VOCÊ disse que era melhor vocês darem tempo ao tempo, então ele e você estavam solteiros, vocês estavam longe um do outro e ele não devia satisfação pra você e nem você pra ele. Acho que, sinceramente, o único errado é você que cobrou muito dele sem olhar pro próprio nariz. E ainda bem que ele não descobriu desse cara dos EUA, porque se não ele tinha te matado- O Alexandre disse, dando um gole na coca cola.
Fiquei pensativo depois disso. Deixei minha comida toda no prato. O que o Alexandre disse realmente era verdade, nós dois estávamos solteiros, ele queria voltar comigo e eu fiquei com outra pessoa nos EUA. Eu estava sendo um hipócrita. Tudo que ele disse tinha sido verdade, eu só havia pensado em mim e no meu sofrimento, mas não do Duda.
- Ale, me leva pra casa?
- Claro, só vou pagar aqui e já volto.
- Paga o meu lá, a senha você sabe qual é - disse, lhe dando meu cartão de crédito.
- Que isso, tá me tirando? Eu pago, relaxa.
Eu insisti mais um pouco mas foi em vão. Ele pagou a conta e fomos em direção pra casa calados. Os únicos sons ali eram o do Ar Condicionado e da música que tocava (tocava velha infância - tribalistas).
- Essa música kkkk - ele disse rindo.
- O que foi? - eu disse sem entender.
- Você não lembra? Cantei pra você uma vez - ele respondeu sem graça.
- Lembro, mas a gente nem tinha nada na época.
Nisso já estávamos em frente da minha casa.
- Nossa Ale, valeu mesmo, tava precisando sair pra esparecer. - disse.
- Que nada Enzo, você é um amigo que quero guardar pra vida toda. - ele disse, me dando um abraço.
- Você também - respondi, abrindo a porta do quarto.
- Ei - ele falou, segurando no meu braço. - Vai estudar no Objetivo esse ano? - ele continuou.
- Nem sei. Tu vai continuar lá? - perguntei.
- Vou. Vai pra lá, pô. - ele disse.
- Vou ver o que faço. - disse. - Ei, amanhã é véspera de ano novo e eu não tenho nenhum plano, quer vir passar aqui comigo? - Continuei.
- Será uma honra - ele disse. Nessa hora ele me roubou um selinho.
- Selinho de amigo - ele disse, vermelho.
- De amigo. - Sai do carro.
Quando vejo o Duda estava saindo de casa com o carro. A Mariana tava na varanda fazendo cara de "chocada". Será que eles viram?