Until The Very End - Cap 21 "The Mother and the Judgment"

Um conto erótico de Lipe
Categoria: Homossexual
Contém 1640 palavras
Data: 13/04/2014 18:43:55
Assuntos: Gay, Homossexual

Amores, desculpe a demora.. mas esse fim de semana foi corrido para mim! Segue abaixo o novo capítulo! Beijo e abraço =)

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No outro dia eu acordei mais cedo que Caio. Eu estava preparando o café da manhã quando ele entrou na cozinha e me perguntou:

- Tio Lipe, cadê o papai? – Respirei fundo, ajoelhei para ficar no mesmo nível de Caio e disse:

- Seu pai Caio, teve que viajar. Ele disse que era muito importante. Mas também disse que te ama. Até ele voltar, você vai morar comigo... – Caio começou a chorar. Eu sabia sua dor, mas não sabia que era tão grande até ele dizer:

- Quando mamãe foi embora, papai também disse isso – Ele me abraçou e eu resolvi não dizer mais nada, foi melhor assim.

=== 2 Anos depois

Muita pouca coisa mudou desde a ida do Fer. Exceto que agora eu tinha um “filho” pra cuidar. No princípio Caio chorava pela partida do pai, mas ele foi forte e superou. Matriculei-o na melhor escola da cidade, coloquei no inglês e numa escolinha de futsal. Aos finais de semana fazíamos programas diversos. Íamos pescar, em restaurantes, praticar aeromodelismo e sempre tomar sorvetes. Procurei dar a melhor educação possível, mas somente continuei o que Fernando havia começado.

Caio ainda me tratava por “Tio Lipe” ou “Tio Felipe”, mas nossa relação era de pai e filho. Ele me respeitava e eu o respeitava. Era incrível como se parecia com Fernando. Os mesmos olhos verdes e mesmos cabelos pretos me lembravam constantemente seu pai. Era, pra mim, a forma de mantê-lo vivo perto de mim.

Esperei em vão por seis meses a volta do Fernando. Mas como eu disse, em vão. Após esse tempo, dei entrada no período de adoção. Demorou um pouco, mas tendo em vista o que eu fiz por ele, consegui. Legalmente, ele era meu filho.

Mas coisas inesperadas acontecem.

Um belo dia, eu estava em minha casa, jogando vídeo-game com Caio, quando a campainha toca. Abri a porta e uma mulher loira, muito bonita por sinal, me olhou e disse com arrogância:

- Vim buscar meu filho – Olhei confuso para ela.

- Seu filho?

- É! Você não é Felipe Magne? Vim buscar o Caio – Respirei fundo. Aquela era a mãe de Caio. Eu não a deixaria leva-lo, não depois de tê-lo abandonado.

- Desculpe, mas você devia ter feito isso a anos atrás. Ele agora tem uma casa e uma família que não o abandona na primeira dificuldade.

- Mas é meu filho. Chama ele se não ligo para a polícia! – Ela estava nervosa.

- Chama mesmo. Assim você pode explicar onde você estava durante todo o seu tratamento. Saia daqui, ou eu chamo a polícia – Na hora que eu citei o tratamento ela pareceu não entender.

- Mãe? – Caio estava parado a porta junto comigo.

- Filhão! Como você cresceu! Dá um abraço aqui! – Na hora que ela foi abraça-lo, ele se esquivou.

- Mães nunca abandonam – Ele se “escondeu” atrás de mim. Essa frase foi um choque para sua mãe.

- Caio Albuquerque! Sou sua mãe! – Ela falou brava com ele.

- Caio, espera lá dentro, por favor. Depois a gente conversa, ok? – Falei em tom calmo, ajoelhado, no mesmo nível que ele.

- Ok, tio Lipe – Ele foi prontamente para seu quarto.

- Sabe, senhora, eu tenho a guarda legal do Caio. E se você não sair daqui, eu chamo a polícia! – Foi a minha vez de dizer bravo.

- Eu vou. Mas ele é meu filho e tem que morar comigo!

A mulher saiu pisando duro. Imediatamente eu liguei para meu advogado. Ele me explicou que ela poderia entrar com um recurso, já que ela voltara. Decidi por mim mesmo que ela só tiraria Caio de mim quando eu estivesse morto.

Também expliquei para Caio a situação. Ele já tinha 10 anos, creio que entenderia. Trata-lo como homem era melhor, pois eu ganharia a confiança dele. Ele entendeu e disse que não queria que eu o abandonasse também. Eu prometi que não iria.

Nossa vida continuou normal até eu receber uma carta avisando que a mãe do Caio entrara com um processo para recuperar a guarda de seu filho.

Bom, ficar narrando processos jurídicos é muito chato e não cabe nessa história. O que aconteceu de importante é que após algum tempo, a justiça pegou o Caio e ele teve que ficar com o Conselho Tutelar até o julgamento.

A mãe dele foi no jornal para noticiar o que estava ocorrendo. Por sorte a justiça proibiu a entrevista do Caio e eu me recusei. Claro, como ela foi a única entrevistada, o ponto de vista repassado pela emissora foi o dela.

Tentamos algumas conciliações, mas nenhuma deu certo. De fato o caso ia a julgamento. Uma vez marcado, saiu no jornal data, local, dia e etc...

Eu e meu advogado fizemos vários encontros para decidir o que eu falaria, preparando defesa e tudo mais. Estávamos otimistas para tal processo. Mas o problema era que o “outro lado” também tinha advogados.

No grande dia do julgamento o meu nervosismo era palpável. Meu advogado transmitia confiança. A mãe do Caio estava com uma expressão esnobe no rosto.

O tribunal estava lotado. Lúcio, lúcia, Coronel Marjão, Gabi com seu marido (devido a sua expressão, de má vontade), meus colegas do trabalho e muitos outros curiosos, além da TV, é claro.

O julgamento começou, o meu advogado falou sobre o que eu fiz para o Caio, explicou que eu pagara o tratamento, cuidara dele quando Fernando foi embora, além, é claro, de possuir a guarda.

A mãe baseou seu argumento basicamente em que ela havia o posto no mundo. Ela foi questionada acerca de seu abandono e ela disse que fora “iludida”.

Após tudo, o juiz chamou Caio e um psicólogo para interroga-lo. Meu advogado me alertou que isso poderia acontecer e que se eu não tivesse feito nada de errado, nada poderia dar errado.

- Caio, como é a vida com o Tio Felipe?

- É bem legal. Ele faz coisas comigo que eu gosto – Na hora que ele disse isso o juiz olhou apreensivo. Com certeza achara que eu era um pedófilo. Mas mostrou-se enganado a seguir.

- O que ele faz exatamente? – Perguntou a psicóloga desconfiada

- Dia de semana eu faço natação, inglês e vou pra escola. Eu só posso jogar no PC e ver TV após estudar e ler um livro. Nos finais de semana nós vamos pescar, brincar com o aviãozinho de controle remoto, vamos no restaurante, tomamos sorvete, me leva na casa de um amigo.

- Você se lembra do seu papai? – Caio fez uma carinha triste e eu fiquei comovido.

- Sim, moça.

- Como era a relação dele com o Tio Lipe? Eles brigavam?

- Eles brigavam às vezes. Sempre depois disso, papai me levava pro quarto para dormir, pois eram à noite. Ele não me contava por que, mas sempre falava que o Tio Lipe era a pessoa mais incrível que ele conhecia e que eu devia agradecer a Deus por conhecer ele, e pra nunca abandoná-lo.

- Na noite que seu pai foi embora, eles tinha brigado?

- Não, moça. A gente fico jogando vídeo-game até denoitão. Depois, na hora de dormir o papai falo que era pra eu nunca abandonar o Tio Lipe, e que era pra eu cuidar dele. E que me amava.

Meu coração derreteu. Eu não sabia disso. Pelo visto, Fer construiu uma imagem positiva de mim para o Caio. E também me considerava uma ótima pessoa. Foi a melhor coisa desse julgamento.

Foram feitas mais algumas perguntas sobre educação, dia-a-dia e tudo mais. O juiz e o conselho gostaram muito das respostas.

Eles deram um tempo para chegar ao veredicto. Eu e meu advogado, bem como a mãe e o advogado dela foram à lanchonete próxima ao tribunal. O juiz e o conselho, embora eu não sabia que pudessem fazer isso, foram também. E eu acho que aí foi um ponto crítico da decisão.

Eu estava numa mesa, a mãe do Caio na outra. O juiz e o conselho estavam de saída, quando a psicóloga chegou com o Caio. Eles pararam para ver. A mãe levantou e começou a chamar o Caio. Eu só fiquei em silêncio, o observando. Dei um sorriso para ele.

Sem pestanejar ele saiu e veio se sentar comigo. Todos os que tinha voz e voto viram e saíram em seguida.

Tomei um café divertido com o Caio, ele me contou alegre sobre a casa que ele ficou e tudo mais. No meio da conversa, a psicóloga chegou para ele e perguntou:

- Caio, você não quer sentar com sua mãe? – Ele olhou chateado e disse com voz de tédio:

- Vou – Ele se levantou e foi arrastado até a mesa de sua mãe. Ficou de cabeça baixa e tristonha. Por fim, o horário acabou e voltamos ao Juri.

O juiz começou a falar sobre o caso, um monte de blá blá blá que eu não entendia, até que ele disse:

- ... sendo assim, a guarda definitiva fica com ... – Mas nesse momento a mãe interrompeu e disse:

- JUIZ, ELE NÃO PODE FICAR COM MEU FILHO! ELE É GAY! – Ela gritou pra todo mundo ouvir. Um “ohh” ecoou dos presentes, o juiz se virou a mim e perguntou:

- O senhor é homossexual, Felipe? – O meu advogado fez sinal de falar, mas eu o impedi e perguntei:

- Qual o Artigo 5º da Constituição? – O juiz me olhou estranho mas não respondeu.

- Vossa Excelência, qual o 5º Artigo da nossa Constituição? – Ele pensou um pouco e disse:

- Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.

- Essa lei é cumprida no Brasil? – Creio eu que ele se sentiu ofendido, demorou um pouco. O silencio era palpável na sala. E então ele respondeu:

- Sim, como todas as outras

- Então sim, eu sou gay.

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Comentários

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Qual foi a criatura que invocou esse demônio? Porque essa mulher só pode ter saído do inferno, né?

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Vish Ferrou-se! Nossa culpa do Maldito desgraçado do Fernando. Tomara que tenha morrido

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Se esse Juiz der a guarda do Caio a essa mulher ele vai ser muito injusto, torço muito pelo Felipe.

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QUE VACA ESSA MULHER. ESPERO QUE O CAIO FIQUE COM O FELIPE.

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