A Metamorfose (Capítulo VII)

Um conto erótico de jsell
Categoria: Homossexual
Contém 1498 palavras
Data: 13/04/2014 19:26:04

A noite parecia não passar. Os segundos pareciam minutos, os minutos pareciam horas e as horas pareciam séculos! Depois de uma noite bem obscura em meus pensamentos, finalmente podia ver a luz do dia, e então consegui dar um cochilo. Por voltas de 10 horas da manhã o Renan me acordava.

- Alexandre?

- Huuuuum - ainda estava de olhos fechados.

- Acorda, cara, tu nem arrumou tua mala ainda! Vamos sair daqui 2 horas, acorda!

Me levantei da cama correndo e fui pro banheiro, nem tirei a barba nem nada, só escovei o dente e joguei água no rosto. Peguei minhas malas e comecei a colocar as roupas dentro. Diferente da noite, os minutos pareciam segundos! Eu corria contra o tempo, então o Renan saiu pra tomar café.

- Você vem? - ele perguntou.

- Claro que não, né, olha como eu tô aqui, todo ocupado - falei colocando todas as roupas na mala.

Ele saiu do quarto então finalmente pude colocar seus presentes na mala que já estava terminando de arrumar. Terminei de terminar a outra e pouco tempo depois ele chegou. Ficamos calados, eu no computador e ele lendo uma revista.

Publiquei no Facebook que essa tarde estaria de volta em minha cidade, então meus amigos mais próximos criaram uma conversa em grupo pra dizer que estavam ansiosos pra me verem, até parecia que eu tinha passado anos fora. Na conversa tinha a Larissa, uma menina bem histérica mas muito gente boa, ela era fã de Justin Bieber, era bem autoritária e um pouco patricinha também. Tinha também a Alexandra, eu gostava muito dela e nosso gosto musical era bem parecido, legião urbana, jota quest, arctic monkeys, coldplay.. Talvez ela era a mais madura da turma. Tinha a Paula, a careta do grupo, era bem bonita mas muito tímida e pra completar ainda era BV. Tinha o Victor, que era o mais novo da turma, o mais mimado e o mais zoado também. Tinha a Clara, a rodada do grupo, mas era muito gente boa e passava uma barra em casa, além de ter distúrbios alimentares ela praticava auto-mutilação. E por ultimo e não menos importante tinha o Fábio, ele era muito gente e inteligente. Ele, assim como eu, também almejava a faculdade de Engenharia Civil. Como nem a Ana e nem o Renan eram da minha classe, eu e ele fazíamos tudo juntos, provas trabalhos e etc. E claro, A Ana e o Renan, que não preciso falar nada dos dois, não é? Conversamos sobre algumas coisas irrelevantes pra dizer aqui, mas logo me despedi porque tinha que fazer algumas coisas no hotel. Saí do Facebook e percebi que o Renan me olhava estranho.

- Então, tu vai ficar comigo assim até quando? - ele perguntou.

- Eu não tô diferente contigo, tu tá viajando - respondi, não dando bola pra ele.

- Olha, se foi pelo que aconteceu ontem eu... - ele disse, mas eu o interrompi.

- O que aconteceu ontem ficou no ontem, não iremos lembrar mais disso, ok? - falei com um tom sério.

- Tá. - ele disse, saindo do quarto.

Eu me sentia um lixo por tratá-lo assim. Eu sabia que ele estava mal e eu devia uma explicação pra ele, mas o que eu iria dizer? Não é tão fácil dizer que está apaixonado por uma pessoa, principalmente quando essa pessoa é seu melhor amigo e é hetero. Decidi que iria voltar a tratá-lo bem, sem dar explicação nenhuma a ele.

Desci no elevador e fui até o quarto dos meus pais. Minha mãe colocava um brinco e passava blush na cara, enquanto meu pai ajeitava sua camisa social.

- Estão prontos? - meu pai perguntou, me olhando pelo reflexo do espelho.

- Sim, pai! Estamos. - respondi.

- Nos espere na recepção, querido! Ja estamos indo - minha mãe disse. Dei tchau e desci até a recepção. O Renan estava sentado nas cadeiras mexendo em seu celular. Sentei na cadeira ao lado dele e ele me olhou.

- Me desculpa - falei.

- Pelo o que? - agora parecia que era ele quem estava me ignorando.

- Por estar agindo como um idiota contigo - falei.

- Ah, tá tudo bem! - ele pegou na minha mão mas soltou em seguida.

Ficamos calados por um tempo enquanto meus pais desciam pelo elevador com as malas. Fizemos o check-out e finalmente seguimos no taxi em direção ao aeroporto. Estava feliz por finalmente voltar pra minha cidade. O Renan conversava com meus pais sobre faculdade (ele quer fazer medicina). Meu pai disse que quando tinha a idade dele também queria fazer medicina mas depois viu o que é salvar vidas e ter que abrir mão da família, então ele seguiu odontologia. Meu pai era um homem muito sábio. Era o mais novo de 5 irmãos nascidos em família pobre no interior do Paraná. Ele tem 1,88 de altura mais ou menos, tem um corpo legal e tem 35 anos. Tem os olhos cor de mel e o cabelo castanho claro, pele branca e barba por fazer. Meu pai, minha tia e meu outro tio foram os únicos que conseguiram se estabilizar financeiramente, então meu pai e esses meus outros tios ajudavam toda a família (incluindo seus tios, irmãos, sobrinhos e etc). Já minha mãe era uma renomada psicóloga do estado. Além de ela trabalhar na prefeitura e ter seu próprio consultório, tratava semanalmente a filha de um político recém-assassinado. Ao contrário de meu pai, nasceu em berço de ouro e sempre teve tudo que queria: as melhores roupas, estudou o ensino fundamental nas melhores escolas e fez o ensino médio na França. Ela era uma mulher de 1.69 de altura, loira, tem um sotaque paranaense bem forte e vive fazendo dietas malucas. Seus olhos são verdes bem arregalados e lutou muito pra poder ser mãe, já que ela foi estuprada enquanto morava na França.

Finalmente chegamos no aeroporto. Como era final de ano e faltavam poucos dias pro Natal, todos os vôos estavam lotados e conseguimos com muita dificuldade os 4 acentos. Meus pais ficaram na frente e eu e o Renan quase nos ultimos acentos do avião, perto do banheiro. Durante a viagem, não falávamos nada. Ele mexia no notebook e eu mexia no meu iPad.

- Ale? - ele perguntou. Seus olhos castanhos estavam escurecidos e um semblante triste tomou conta de seu rosto.

- Oi? - respondi, pegando em sua mão.

Ele tirou a sua mão que estava embaixo da minha.

- Eu andei pensando e acho que a gente tem que se afastar - ele falou, mas ele não me olhava.

- Tudo bem, me desculpa por qualquer coisa que fiz. Vou respeitar sua decisão - falei.

- Mas antes tenho que fazer mais uma coisa - ele disse.

- O quê? - perguntei.

- Quero te dar isso - ele tirou um cordão um pouco parecido com o que eu tinha comprado pra Mariana, e sabia que tinha sido um tanto caro.

- Obrigado. - falei. Ele me deu um abraço.

Passamos o restante do voo calado. Ele me olhava as vezes. Não que eu olhasse pra ele, mas sabe como é, visão periférica...

Finalmente chegamos na cidade, a Ana nos esperava no aeroporto. Ela sugeriu que ficássemos lá pra comermos e colocássemos o papo em dia, mas tive que rejeitar. Eu estava muito cansado pra fazer qualquer coisa. Cansado fisicamente e mentalmente. A mãe do Renan chegou logo em seguida.

Ela cumprimentou meus pais e perguntou como tinha sido o comportamento do filho dela na viagem e blá blá blá. Minha mãe a convidou pra tomar um chá lá em casa um dia desses e ela disse que assim que terminassem os periodos de provas finais ela iria com certeza. O Renan cumprimentou meus pais novamente e me deu um abraço, fazendo cafuné na minha cabeça e dizendo que me amava no meu ouvido. Aquele filho da puta sabia me deixar louco.

Ele foi andando com a mãe em direção a saída do aeroporto e fiquei conversando mais um pouco com a Ana, quando me lembrei de uma coisa: não tinha dado os presentes pra ele. Abri minha bolsa desesperado e peguei os dois pacotes e saí correndo atrás dele, esbarrando em muitas pessoas e deixando meus pais e a Ana sem entenderem nada. Finalmente o alcancei e lhe dei um abraço apertado por trás.

- Isso é teu! - falei.

- O que é isso? - ele perguntou

- Um presente que comprei. Você não achou que eu realmente tinha esquecido de você, não é?

- Obrigado. Ele me deu um ultimo abraço e sumiu no meio da multidão.

Voltei pra onde estava e meus pais já me esperavam pra irmos embora. A Ana se despediu de mim e dos meus pais e disse que mais tarde ligava pra ela. Fomos pra casa.

Assim que cheguei em casa, nem tratei de desfazer minha mala, logo deitei em minha cama que estava um pouco empoeirada. Dormi.

Continua...

Pediram pra eu aumentar o conto então eu tentei! Não tenho noção de como ficou porque digitei pelo celular (o tablet foi mesmo pro brejo). Já tratei de pedir outro, só não sei quando vai chegar. Um abraço a todos, não deixem de comentar e de votar!

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Comentários

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me cita no próximo capítulo do conto!!Não esquece que eu tô sempre aqui lendo todos os seus contos : esse e OCEOD tá!!!

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