ENTRE HOMENS CAPITULO 39 – A VIDA E A MORTE

Um conto erótico de Antunes Fagner
Categoria: Homossexual
Contém 3935 palavras
Data: 15/04/2014 16:06:09

ENTRE HOMENS

CAPITULO 39 – A VIDA E A MORTE

‘Sabe filho o outro é essencial quando percebemos que a simples ausência de sua presença nos tira deste mundo e nos leva ao encontro de quem se ama.’

Pássaro de Fogo (Paula Fernandes)

‘Vai se entregar pra mim

Como a primeira vez

Vai delirar de amor

Sentir o meu calor

Vai me pertencer

Sou pássaro de fogo

Que canta ao teu ouvido

Vou ganhar esse jogo

Te amando feito um louco

Quero teu amor bandido

Minha alma viajante

Coração independente

Por você corre perigo

Tô afim dos teus segredos

De tirar o teu sossego

Ser bem mais que um amigo

Não diga que não

Não negue a você

Um novo amor

Uma nova paixão

Diz pra mim

Tão longe do chão

Serei os teus pés

Nas asas do sonho rumo ao teu coração

Permita sentir

Se entrega pra mim

Cavalgue em meu corpo, minha eterna paixão

Vai se entregar pra mim

Como a primeira vez

Vai delirar de amor

Sentir o meu calor

Vai me pertencer

Sou pássaro de fogo

Que canta ao teu ouvido

Vou ganhar esse jogo

Te amando feito um louco

Quero teu amor bandido

Minha alma viajante

Coração independente

Por você corre perigo

Tô afim dos teus segredos

De tirar o teu sossego

Ser bem mais que um amigo

Não diga que não

Não negue a você

Um novo amor

Uma nova paixão

Diz pra mim

Tão longe do chão

Serei os teus pés

Nas asas do sonho rumo ao teu coração

Permita sentir

Se entrega pra mim

Cavalgue em meu corpo, minha eterna paixão

Tão longe do chão

Serei os teus pés

Nas asas do sonho rumo ao teu coração

Permita sentir

Se entrega pra mim

Cavalgue em meu corpo, minha eterna paixão.’“A primeira fatia desse bolo vai para o meu pai, que nestes últimos tempos tem se mostrado o melhor pai do mundo.” Falou Taumaturgo dando a fatia cortada pelo casal e terminando num abraço dos noivos com o seu Fernando.

“Não vejo a hora de provar desse bolo.” Falou Rita com a boca cheia d’água. Logo quando provara da fatia de bolo Rita começa sentir mal. Começa a sentir sintomas que vai desmaiar. Humberto percebendo que Rita não estava bem tenta apoiá-la. Mas antes mesmo que isso pudesse acontecer ela desmaia.

“Gente! Pai! Alguém me ajuda aqui!”

Todos logo se voltam para Rita que está desmaiada no colo de Humberto.

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Todos acorreram para ajudar Rita desmaiada no colo de Humberto. Logo Humberto carregou sua namorada para a sala de estar. Um grupo estava um pouco preocupado em torno da desmaiada. No entanto, a senhora Ruth tomou a iniciativa:

“Por favor, gente afastem-se um pouco. A moça precisa de ar pra respirar. Esse tumulto não ajuda em nada.”

“O que está acontecendo com a minha Ritinha?” Chorando Humberto tentava entender o que estava acontecendo.

“Meu filho tenha calma!” Tentava tranquilizar seu Fernando a Humberto.

“Alguém pode me trazer álcool.” Solicitou a senhora Ruth com a cabeça de Rita em seu colo.

Rapidamente trouxeram uma garrafa de álcool que Ruth pode colocar próximo do nariz de Rita. Aos poucos a moça foi abrindo seus olhos sem muito entender o que estava acontecendo. Tentando se levantar ainda sente uma ligeira tonteira. Soerguendo-se um pouco e não conseguindo fica sentada ali mesmo no sofá.

“Alguém pode me dizer o que está acontecendo. A última coisa que me lembro... que eu estava lá fora e depois não me lembro de mais nada. Agora estou aqui e todos me olhando como se eu estivesse morta.” Falou Rita ainda perplexa sem entender o que estava acontecendo.

“Acho melhor levarmos você para ser consultada por um médico.” Disse Humberto ainda preocupado com o estado de saúde de Rita.

“Que médico que nada. Vamos para com esse papo de médico, pois eu estou muito bem. Não preciso disso agora. Vamos voltar para a festa. Não se preocupem eu já estou bem.” Exclamou Rita tentando persuadir a todos que já estava bem.

“Dona Ruth o que a senhora acha de tudo isso?” Perguntou seu Fernando buscando uma opinião de alguém mais experiente no assunto.

“Eu suspeito de algo seu Fernando. Mas acho melhor encaminhar a mocinha para o médico. Lá se fará os exames necessários.”

“Também acho mais prudente mesmo. Humberto vamos levar a sua mulher para o hospital contra o gosto dela.” Falou Fernando olhando para Rita contrariando sua vontade.

“Sim, eu que estou mais interessada não tenho mais opinião sobre o que eu quero ou não?” Interveio Rita.

“Bom no seu caso não. Afinal quero bem de você minha filha. E se for preciso nós te arrastamos daqui nem que seja na marra. Falando nisso vamos Humberto leve sua mulher no colo até o carro. Miguel meu filho tome as chaves. Vamos para o hospital agora. Vamos ver o que está acontecendo com essa menina.” Disse seu Fernando.

Humberto toma em seus braços sua amada e se dirige para o carro. No trajeto Rita fica murmurando sobre tal preocupação de todos e dizendo-se estar melhor. O grupo então partiu para o hospital. Ficando na casa Taumaturgo para se despedir dos convidados que aos poucos se retiravam da fazenda após o incidente com RitaNo Hospital.

Rita foi levada para o consultório médico. Todos ficaram na sala de espera ansiosos para saber sobre alguma novidade. Humberto não parava quieto sempre andando de uma ponta a outra da sala cheio de nervosismo.

“Desse jeito você vai furar o chão.” Brincou Miguel com o seu cunhado.

“Ai Miguel estou ansioso mesmo afinal quero saber o que está acontecendo com a minha mulher. Eu amo demais a Rita. Nem quero pensar no pior.”

“Calma meu filho, para de ter pensamentos negativos. Vai ver que não é nada. Apenas um susto.”

“Eu sei pai... Mas sei lá tenho que pensar em tudo mesmo... Fico até nervoso só de pensar nisso. Nem quero pensar nisso. Eu amo demais aquela mulher. O senhor sabe que ela me ajudou muito e me fez ver que o meu jeito estava errado. Agora graças ao amor dela sou outro homem.”

“Sei disso meu filho, não se preocupe vai dar tudo certo. Quem sabe Deus não está preparando algo maravilhoso na sua vida?”

Mesmo o seu Fernando tentando tranquilizar o seu filho, o mesmo continuava inquieto. Indo de um lado ao outro da sala. Até mesmo interpelando alguém do hospital para saber notícias de Rita. Após uma longa espera finalmente chega uma das enfermeiras e se dirige ao trio.

“O doutor pediu que vocês me acompanhassem até o consultório.”

“Viu pai. Acho que não é nada bom.”

“Para com isso Humberto. Esse seu jeito não vai te ajudar em nada. Olha será que vou ter que dar um tranquilizante.” Brincou seu Fernando tentando acalmar o seu filho.

Já no consultório médico. O trio entra. Humberto se antecipa e diz: “Pode dizer doutor estou preparado para tudo. Nem que seja o pior.”

“Seu Fernando o seu filho é sempre assim?”

“Doutor eu queria que o senhor arrumasse um medicamento pra ele dormir. O homem está com cada pensamento.”

“Não se preocupem. Estou apenas esperando Rita se recompor quero dizer o que está acontecendo na presença de todos.”

Rita finalmente volta para o consultório e o médico olha para todos e diz: “Acho o que a Rita tem não é nada grave pelo contrário. Ao conversar com ela já sabia do que se tratava mais tinha que fazer alguns exames para ter certeza.”

“Vamos doutor não me deixa aflito. Diga logo o que a minha Ritinha tem.”

“Quero dar os parabéns ao casal. Vocês vão ter um filho.”

“O que o senhor está dizendo?” Perguntou Humberto.

“Que você vai ser pai. Sua mulher está gravida de uns dois meses.”

“Eu vou ser pai...” Quando Humberto soube da notícia desmaiou no meio do consultório. Colocaram o peão na maca.

“Acorda rapaz... Você vai ser pai e não preso ou morto.” Brincou seu Fernando com o novo papai do pedaço.

“Quer dizer que eu vou ser avô, doutor?”

“Isso mesmo seu Fernando... Quando a Rita me contou que estava atrasada com a menstruação e depois do desmaio e também que me relatou que já estava com certa fome percebi que era gravidez. Mas queria tirar todas as dúvidas com o exame cujo foi positivo.”

“Doutor o senhor tem certeza?” Indagou Rita, pois ainda não tinha caído a ficha que estava esperando bebê.

Depois que Humberto entendeu finalmente que iria ser pai começou a chorar e aproximou-se da barriga de Rita e na tentativa de escutar alguma coisa do bebê em seu ventre lhe diz emocionado:

“Hoje você me fez o homem mais feliz desse mundo. Se antes eu te amava, agora você é tudo para mim, meu amor.”

“Sei disso meu amor... também sinto a mesma coisa... mesmo sendo pega de surpresa sinto que o fruto do nosso amor está aqui no nosso ventre.” Falou Rita com lágrimas nos olhos. Humberto então beija sua namorada se alegrando com a boa nova do filho.

“Eu vou ser pai! Eu vou ser pai! Paizinho, eu vou ser pai!”

“Eu vou ser avô!” Pai e filho se abraçam comemorando a novidade do novo membro da famíliaNa Fazenda Paraíso.

“Mano, meu irmão, onde você está?”

“O que houve Humberto?”

“Você vai ser tio Taumaturgo, você vai ser tio.”

“É isso mesmo que estou entendo, vou ser tio... Meu irmão e Rita vocês estão de parabéns. Torço para que tudo seja da vontade de Deus na vida de vocês.”

“Bom, a conversa está boa. Mas quero que os dois saibam de uma coisa. Esse meu neto vai ter um lar, uma família. Acho que está na hora de vocês assumirem de vez isso. Vamos marcar o casamento de vocês. Espero que eu tenha sido claro meu filho Humberto.”

“Pai eu vou ter que casar!”

“Claro né meu filho. Onde já se viu um neto meu, o meu primeiro neto sem os pais casados. Quero tudo direitinho. Como manda a ordem e os bons costumes. Se um eu errei com você. Quero que entenda que hoje eu não quero que você cometa o mesmo com essa criança e nem com a sua mulher.”

“O senhor está certo pai. Além do mais está na hora de casar com o meu amor, a Rita, não é vida?”

“Poxa! Pensava que nunca chegaria esse dia.” Brincou Rita.

“Rita você aceita ser a minha mulher e a mãe dos meus filhos?”

“Claro que eu aceito. Você é o homem da minha vida, seu peão maluquinho.”

(Aplausos).

“Meu genro Miguel me faça o favor de pegar aquela cachaça e vamos brindar a esse momento da nossa família. Pois graças a Deus a cada dia que passa ela está crescendo cada vez mais.”

“Pois não seu Fernando.” Logo após Miguel trazer aquela cachaça todos brindaramNo hospital São Lucas.

Alan vai até o hospital para buscar Romeu que se recuperou e recebeu alta. Quando o modelo chega até o leito encontra o rapaz já sentado à beira da cama. Com um belo sorriso no rosto.

“Cara você que esteja comigo neste tempo todo. Nem sei o que dizer? Uma única posso te dizer que te agradeço por tudo mesmo. Você fez muito por mim.”

“Nada fiz apenas o que estava ao meu alcance. Afinal quem cuidou de tudo mesmo foi o doutor. Apenas vinha ver de vez em quando como você estava.”

“Queria te dizer quem fez isso comigo.”

“Vamos fazer o seguinte vamos sair daqui. Reservei um lugar no meu apartamento para que você possa descansar.”

“Não quero te dar mais trabalho.”

“O que é isso mano. Estou fazendo apenas a minha parte como eu te disse. Depois você ver o que vai fazer.”

“Você está certo vamos embora, afinal passei muito tempo aqui em recuperação e não aguento mais ficar aqui nessa cama. Já estava ficando doente só de pensar nisso agora.”

“Está podendo andar?”

“Estou sim.”

“Espera ai se apoia em mim, deixa eu te ajudar a levantar dessa cama.”

“Valeu.”

Logo em seguida Alan coloca Romeu na cadeira de roda e o conduz até o carro... Depois de um tempo a dupla chega até o apartamento onde Alan está morando.

“Pode entrar aqui você fica até quando você quiser. Vou preparar alguma coisa pra você comer.”

“Não querendo te incomodar.”

“Diga.”

“Por favor, me prepara um sanduiche. Estou cansado de comer aquela sopa de hospital.”

(Risos).

“Legal o seu flat. Já está morando aqui há quanto tempo?”

“Faz pouco tempo. Desde que sai da casa de Pablo...”

“Aquele cara não presta. Ele não é gente boa. Pode crer.”

“O que você sabe sobre o Pablo?”

“Foi justamente por causa dele que eu resolvi entrar em contato com você. Sabia que você era o namorado dele. Afinal fiz uma loucura, pois não sabia se podia confiar em você.”

“Aquele cara é um louco, um louco. Ele acabou com a vida do meu irmão. Sei disso porque meu irmão me disse que estava se envolvendo com ele tempos atrás. O filho da mãe iludiu o meu irmão. O tonto caiu na rede daquele canalha.”

“Ainda queria saber com detalhes o que o Pablo fez com o teu irmão.”

“Ele usou do seu poder de colocar qualquer cara na mídia ou mesmo na sua agencia e começou a levar meu irmão para todos os lugares mais badalados da cidade. Com o tempo meu irmão acreditando que tinha tirado a sorte grande foi aceitando tudo o que ele queria. Até mesmo induzi-lo a utilizar entorpecente pesado. Com o tem o meu irmão foi se viciando e não sabia mais sair daquela vida.”

“Não posso acreditar nisso. Eu convivi com o Pablo. Como eu nunca percebi isso?”

“Lembre-se do que eu vou te dizer. O Pablo é um tipo de psicopata. Ele sabe muito bem como enganar as pessoas. Com você não seria diferente... voltando ao assunto do meu irmão. Ele foi ficando cada vez mais viciado. Resultado perdeu a cabeça e no dia que foi ver aquele filho da puta, simplesmente o cara disse que não tinha nada haver com ele. Meu irmão sem sentido na vida, em uma dessas atravessando a rua não viu o carro e foi atropelado, vindo a óbito.”

“Caramba!”

“Antes de entrar em contato com você. Resolvi ir ao encontro daquele filho da mãe. Resultado acabei sendo perseguido por um cara que desconheço e acabei no hospital onde você me encontrou.”

“Nossa mano se tudo isso que você estiver dizendo for verdade. Realmente estava morando com alguém estranho. Pensando que conhecia alguma coisa dele. Agora vejo que não sei nada sobre ele.”

O telefone de Alan toca é Enzo ligando para ele.

“Oi amor.”

“Como você está? O que você está fazendo?”

“Estava resolvendo um problema. Depois podíamos nos ver o que você acha?”

“Está bem amor. A gente se encontra na academia.”

“Está tudo bem então. Até mais... beijos.”

Alan desliga o celular e meio perplexo com tudo que ouvira do Romeu diz que depois vai sair que logo voltará.

“Mano como não quero incomodar vou até o meu antigo apartamento pegar meus documentos. Acredito que deve tá uma zorra ao longo do tempo que ficara internado me recuperando. Depois vou ver uma viagem somente de ida.”

“Tranquilo mano. Mas não precisa se apressar. Afinal você pode ficar aqui o tempo que você quiser lembre-se disso.”

“Ok cara.”Na academia.

Enzo e Alan estão na lanchonete da academia tomando vitaminada de frutas com granola acompanhada de veia. Os dois sempre que podem trocam olhares. Na verdade seus olhos se perdem mutuamente. A convivência dos dois a cada momento intensifica o sentimento que foi desperto sem pressa mais com muita cumplicidade. Os dois deixaram que o tempo fosse o grande escultor da intimidade que emergia do impulso e do desejo da carne. Se antes existira cautela, agora existe firmemente o amor.

Enzo olhando para Alan dar um sorriso bem largo, o seu semblante fica bem sereno diante daquele rapagão de caraterísticas italianas. Por sua vez Alan fica curioso em querer saber o que sabe no pensamento do seu namorado.

“O que se passa, hein?” Falando e tentando sugar alguma coisa de sua vitaminada.

“Fico imaginando que o seu mundo é muito diferente do meio da moda. Sempre que estou com você percebo um cara simples, parece que você destoa do mundo que você faz parte.”

“Nossa não sabia que você era tão observador.”

“Infelizmente eu tenho essa característica comigo. Não sei se isso me ajuda ou me atrapalha. Na maioria das vezes me ajuda a não errar muito.”

“Enzo, alguém já disse que você é muito lindo?”

“Sim, até mesmo muitas mulheres (risos).”

“Acho que vou aumentar o coro de quem fala isso. Realmente você é lindo pra caramba.”

“Pára de falar isso hein. Que vou começar a sentir a síndrome de Narciso (risos). Pow você é o maior gato. Pensa que não noto os olhares de todos pra você. Até os ditos marombeiros da academia olham pra você.”

“Está com ciúmes é Enzo?”

“Eu me garanto, viu...”

“Verdade sou um cara simples, sou o que se chama um cara que gosta da natureza, de esportes radicais... Falando nisso quero te levar pra um passeio de asa delta.”

“Você está maluco. Ficar no alto, tenho medo.”

“Comigo você nunca precisará ter medo. Sempre vou cuidar de você.”

(Silencio).

“Agora mocinho vejo que mesmo vindo do interior mudastes os teus costumes. Nem que parece que veio do mundo rural.”

“O meio da moda e da fama, infelizmente me transformaram no que eu sou hoje. Tem momentos que me sinto envergonhado do que me transformei. Sinto-me desumano...”

“Uma coisa é certo meu amor. Nem sempre somos tão bonzinhos ou mesmo somos tão cruéis, afinal somos fruto de onde nascemos e convivemos. Tá certo que podemos fazer diferente, e devemos ser diferentes. Mas não te cabe esta cobrança.”

“Entendo. Pra você parece que tudo é fácil.”

“Não me veja assim. Dentro do meu coração trago uma amargura imensa. Algum tempo atrás perdi o meu melhor amigo, o meu irmão. Até hoje não compreendo como alguém foi capaz de fazer essa barbaridade com ele... Mas depois que te conheci tudo mudou, sabia.”

“Meus pêsames...”

“Tranquilo... Mas espero descobrir quem fez isso a ele. Nos meus últimos meses estava obcecado em descobrir o assassino. Era minha única meta. Mas depois que encontrei você descobri que também mereço ser feliz.”

“Sinto-me feliz em saber que estou fazendo você feliz. Também digo o mesmo. Fiz muitas coisas erradas. Mas acho que Deus ou a vida me deram outra chance quando te conheci.”

“Acredito que tudo na vida tem o seu momento. Percebi que você já me queria como seu namorado. Mas precisa ter certeza.”

“Quando você teve essa certeza, Alan?”

“No exato momento em que senti sua falta.”

“Hum...”

“Sabe filho o outro é essencial quando percebemos que a simples ausência de sua presença nos tira deste mundo e nos leva ao encontro de quem se ama.”

“Romântico esse rapaz!”

Sem menos esperar Alan se levanta um pouco e beija Enzo diante de todos que estavam presente na lanchonete.

“Você é louco mesmo!”

“Sou louco por você Enzo... Hei vamos malhar um pouco. Se não o sangue vai qualhar (risos).”Alan já está de volta ao seu apartamento. Encontra Romeu fazendo uma sopa.

“Hum cheiro bom.”

“Estou fazendo uma sopa. Mas é algo diferente do hospital é claro. Coloquei mais legumes.”

“Está tudo bem?”

“Está sim... amanha você pode me dar uma carona; quero voltar novamente ao meu apartamento. Já falei com meus pais que estarei voltando pra casa.”

“Tranquilo.”

(Toca a campainha do apartamento).

“Deixa que eu vou ver quem é.” Disse Alan indo em direção da porta. Ao abrir a porta ver que é o seu amigo Roberto.

“Roberto?!”

“Por que a surpresa? Não vai me convidar pra entrar?”

“Claro desculpa. Entra aí rapaz... Pode se sentar.”

“Valeu.”

“O que te traz aqui?”

“Bom como sabes que ando te ajudando na investigação da morte do teu irmão. Achei melhor passar uma temporada aqui no Rio. Ficaria mais fácil o processo investigativo.”

“Legal. Uma ótima notícia mano.”

“Quem está ai com você?”

“É o Romeu. Lembra que eu te falei dele. É aquele cara que tinha informações sobre o Pablo. Ele saiu do hospital e resolvi traze-lo aqui pra casa.”

“Beleza.”

“Pow mano estou grilado com a conversa que eu tive com ele sobre o Pablo. Se realmente ele for mesmo o que ele disse, o Pablo é um canalha.”

“Sempre te falei que você não poderia confiar nesse Pablo, Alan.”

“Infelizmente ainda tenho ligação com ele. Tenho que cumprir um contrato de trabalho. Espero que tudo acabe logo. Afinal preciso descobrir tudo o que aconteceu com o meu irmão, o Ícaro.”

“Você sente muita falta dele, não é mesmo?”

“O Ícaro não era apenas um irmão, era o meu melhor amigo. Tínhamos uma cumplicidade incrível. A morte dele me causou um vazio muito grande.”

“Entendo.”

“Hei para com isso, sei também que você sentiu a morte dele. Afinal ele era o teu namorado antes de vir para o Rio.”

“Seu irmão era o amor da minha vida. Apenas não entendi como ele foi capaz de me trocar por um sonho que acabou consumindo sua vida.”

“Cara só sei de uma coisa. Quero logo colocar um ponto final nesse crime. Quero descobrir quem fez isso com o Ícaro.”

“Não se preocupe mano. Vamos fazer isso juntos.”Noutro dia.

“Já está pronto rapaz?”

“Sim Alan. Quero ver meus documentos que deixei no apartamento.”

“Tranquilo. Depois passo lá pra te pegar.”

“De boa mano. Pow nem sei o que eu posso fazer para te agradecer por tudo o que você tem me feito.”

“Para com isso apenas estou fazendo a minha parte.”

“Você está sendo um amigão.”

“O que é isso rapaz. Sou apenas alguém que gosta de ajudar quando pode.”

Romeu dar um abraço bem forte no seu novo amigo. Depois Alan o deixa em seu apartamento.

Solidão De Amigos (Jessé)

‘Lenha na fogueira, lua na lagoa

Vento na poeira, vai rolando à toa

A cantiga espera quem lhe dê ouvidos

A viola entoa, solidão de amigos

A saudade lembra de lembranças tantas

Que por si navegam nessas águas mansas

A saudade lembra de lembranças tantas

Que por si navegam nessas águas mansas

Quando a cachoeira desce nos barrancos

Faz a várzea inteira se encolher de espanto

Lenha na fogueira, luz de pirilampos

Cinzas de saudades voam pelos campos

A saudade lembra de lembranças tantas

Que por si navegam nessas águas mansas

A saudade lembra de lembranças tantas

Que por si navegam nessas águas mansas.’No apartamento de Romeu.

Alguém toca a campainha e Romeu pensa que fosse novamente o Alan. Abre a porta e exclama:

“VOCÊ!!!”Como combinado Alan vai até o apartamento onde tinha deixado Romeu. Toca a campainha e nada de alguém atender. Ele toca na maçaneta e percebe que a porta está aberta.

“Romeu! Romeu!”

O rapaz não responde aos seus apelos. Alan começa a olhar por todos os cômodos do apartamento. E nada de encontrar o rapaz. Começa a sentir que algo não está certo naquele exato momento.

“Romeu! Romeu! Onde será que esse cara se meteu?”

Alan escuta o barulho do chuveiro ligado e vai até o banheiro. Chegando lá abre a porta e ver Romeu enforcado com uma corda amarrada em seu pescoço dependurado pelo basculante do banheiro.

“Não... porra... quem fez isso contigo cara?”

Alan tenta desesperadamente tirar ele daquela situação em que se encontrava. Mas percebe logo que Romeu já está morto.

Continua...

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