Quando vi meu pai na porta fiquei com vontade de morrer, e digo isso com toda a sinceridade do mundo queria morrer mesmo, mas me lembrei que meu pai é um tanto quanto mente aberta, ele entrou em casa e lá estavam o Gustavo o Rafael e eu, o primeiro ele já conhecia, como eu disse o Gustavo é quase que da família, aquela feminina até chama meu pai de pai. Enfim... O Rafael se apresentou dizendo nome e sobrenome, ele adora fazer isso é meio característico, e meu pai como sempre pegou tudo no ar, mas ficou calado e não comentou nada, ele sempre faz isso, analisa a situação, depois monta uma critica internal para só no final falar alguma coisa e isso é em qualquer situação, é hilario, mas de todo modo me ajudava muito, nos sentamos e fomos conversar, eu tinha muita coisa pra falar, muita mesmo... E lá fomos nós trocar uma ideia enquanto os meninos ficaram avulsos por alguns minutos, quase hora.
E no final da nossa conversa eu pedi dinheiro já era um ritual nosso, ele nem estranhava mais, da mesma forma que eu não estranhava o fato de minha mão não ir me visitar, segundo meu pai ela me ama do jeito dela, mais ainda não tinha entendido as minhas opções, tem que ter paciência gente, muita paciência, não sei qual o problema de ter um filho gay talvez porque eu seja gay né, voltando ao assunto quando meu pai já ia embora depois de me prometer dinheiro me fez a pergunta que eu já sabia que ele faria, sem muitos rodeios e com o Rafael ao meu lado, ele me perguntou se aquele rapaz era meu namorado, me surpreendeu apenas a maneira como ele perguntou, o Rafael quase vomitou de vergonha...
– Matheus eu não sou bobo, e é meio obvio que esta namorando, pode não saber mais eu te monitoro nas redes sócias, e o tem estado muito quieto ultimamente, sendo assim só pode estar namorando, é obvio que não é com o Gustavo, sendo assim só resta esse rapaz, esta namorando meu filho Rafael?
– Sim senhor, e quero dizer que gosto muito dele, já estamos a um tempo juntos e fazemos de tudo para dar certo esse namoro.
– Gostar e querer que de certo não vai sustentar vocês, quem são seus pais? Você faz faculdade de Economia certo, pretende trabalhar com o que?
– Minha família é do interior senhor, e eu pretendo ingressar na área bancaria quando me formar, estudo bastante para ser aprovado em um concurso e já tenho CPA 10.
– Mas você mora onde? Não me diga que já estão morando juntos.
– Não senhor, eu moro aqui perto em um condomínio, não moramos juntos não.
– Ok, porque eu não concordo com esse tipo de coisa ainda mais uma decisão importante como essa, pois ela leva anos e muita discussão para se definir isso, você trabalha?
– Meu curso é integral senhor, não tenho como trabalhar, tenho aulas a tarde algumas vezes por semana, por hora minha família tem me ajudado.
– Vou pensar melhor sobre esse namoro de vocês, mas deixo claro que tive uma boa primeira impressão, enfim... tenho que ir agora, amanhã de manhã vou resolver umas coisas por aqui e quando for para o aeroporto eu telefone para nos despedirmos. Ok Matheus?
Meu pai tem o dom de não me dar espaço para falar nada, ele mesmo pergunta e responde, adora uma retorica, depois do interrogatório só me restava concordar com ele, e assim meu pai foi, e junto com ele o Gustavo, ficamos em casa o Rafael e eu, ele todo sem graça pelo interrogatório, mais ao mesmo tempo tinha um sorriso bobo no rosto, eu fiquei olhando ele sem dizer nada, depois de um tempo calado, ele me disse que estava feliz de ter conhecido meu pai, e mesmo ele não dizendo sim, nem não, ao menos não o expulso dali, nem foi mal educado. Meu pai tem essa vantagem, até quando brigava comigo na infância era com essa elegância, exigia muito da minha inteligencia para entender a briga, quando entendia eu chorava todo sentido, acho que se me batesse não doeria tanto.
Me falou ainda que a mãe dele me expulsaria da casa dele me batendo com a bíblia fiquei preocupado, demos umas risadas tentando imaginar ela me agredindo e tentando me afogar na água benta, aquela noite ele não dormiu na minha casa, voltou para dele, disse que não iria dormir na minha casa enquanto meu pai não fosse embora achei tão fofinho ele falar isso, queria conquistar a confiança do meu coroa, fiquei sozinho em casa aquela noite, e a semana toda foi meio assim, dormindo sozinho e vendo meu marido apenas na faculdade, trocando mensagens e ligações que terminavam e o que ficava era apenas a ereção, depois de uma semana de um namoro quase imaculado, voltamos a nos ver na minha casa, e sim, continuava o homem mais bonito e fofo do mundo... Depois do Jared Leto, Adam Lambert, Daniel Radclife, Jason Derulo e aquele rapaz cantor de MPB a Maria Gadú.
Sexo já era ótimo, nossa sincronia surpreendia e finalmente ele tinha perdido a vergonha na cama, já rolava até uns tapas na bunda sem eu precisar pedir, sou meio bundudo e isso pra ele é ótimo, pode ser fartar comigo, por falar nisso... Me lembrei de um episódio bem engraçado, certa vez o Gustavo e eu fomos para Goias nas nossas férias e em um município do interior que a avó dele mora fomos a um ponto turístico chamado prainha, lá é vida, muita gente, muito boy bebado, pessoas de sunga na maioria classe trabalhadora, mas vez ou outra aparece alguém de lancha pra abrilhantar o dia. E nesse dia que fomos estávamos bem masculinos os dois vestidos de homem, ficamos de sunga seguindo a moda local e nos sentamos em uma mesa...
Sem mentira nenhuma em mais ou menos meia hora, dois caras se sentaram perto da gente, um deles muito conversador, puxou assunto com o Gustavo, e o outro conversa comigo, de uma forma mais tímida, como sou puta formada, fui fazendo ele se soltar, o que conversava com o Gustavo era empregado do que conversava comigo, o meu já era mais maduro, o que pra mim nunca foi problema, prefiro pessoas mais velhas. E começamos a beber tomamos duas caixas de cerveja, e comemos algumas porções, depois de pagarmos a conta, eles alugaram uma lancha no deck em frente ao bar e fomos passear no Rio, o que nós fizemos? Muito sexo na lancha, cada um com o seu porque somos bem sistemáticos quanto a isso, mas no mesmo quarto. Rsrs Coisas da vida, enquanto transávamos de cinco em cinco minutos o cara parava a penetração pra ficar mordendo a minha bunda, ou me dava tapas, tirou foto da minha bunda, ficou apaixonado... E o sem vergonha era casado, acho ruim esse tipo de coisa, mas fazer o que?
Depois quando fomos embora, ele ainda ficou me beijando um tempo e disse que sempre se masturbaria pensando em mim, como eu já vivi nessa minha vida, aproveitei muito, e espero do fundo do coração que o Rafael não leia o meu conto... Voltando ao assunto, o Rafael também tinha pegado a mania de bater e morder minha bunda, sempre que podia ele fazia isso, e eu deixava porque sou um cara bom, gosto de agradar as pessoas, nem iriamos sair naquele dia, decidimos ficar em casa e tirar o atraso, depois do sexo tomamos banho e eu propus a ele darmos uma volta na cidade, apenas para sentir o clima mesmo, e se por sorte aparecesse algo que compensasse o esforço pararíamos e entraríamos para beber.
O Resultado da noite, fomos a uma pizzaria meio no centro da cidade, demos a sorte de ser um rodizio e comemos como dois porcos, eu principalmente estava morto de fome, e também nessa noite eu conheci a amiga dele, que era namorada, e virou conselheira, e a vagabunda é muito bonita, e como se não bastasse ser magra, alta e loira tem olhos azuis e é extremamente simpática, ela não tinha o direito de ser assim, quem ela pensa que é? Se sentou na nossa mesa, e fomos conversar, me fez um interrogatório, de tipo sanguíneo ao hidratante de pele que eu uso, ela perguntou tudo, demos altas risadas, e foram altas mesmo, porque se for pra rir, eu vou rir. Quando conheci ela entendi o porque de ser amiga do Rafael, parecia um ser humano extremamente esclarecido, mente aberta e com uma pitada de humor negro.
Ao que pareceu ela gostou de mim e me aprovou como namorado do ex-namorado dela, fomos para minha casa a deixando lá na pizzaria com uns amigos dela, nem tivemos um segundo round, pois estava muito cansado e já tinha comido muito tudo que eu queria era dormir, já virei o Rafael de lado e fiz ele me abraçar e assim fomos dormir, o que não é nada bom, comemos muito, e tomamos muita coca-cola, tive pesadelos com uma calça tamanho 46 naquela noite, sábado de manhã acordei bem cedo, e fui limpar a casa enquanto o Rafael dormia, tenho sorte de meu apartamento ter apenas um quarto, assim fica mais fácil limpar tudo, lavei banheiro, cozinha.
Lavei mesmo, limpei todos os azulejos, lavei louça, limpei moveis e chão, deixei tudo impecável, e ainda coloquei roupas na maquina pra bater, entrei no quarto e fui arrumar o guarda-roupas com o Rafael ainda dormindo, vez ou outra olhava pra ele ali deitado com aquela mala todinha marcada na cueca, e de barriga pra cima, largadão na cama, bem bonitinho, organizei as roupas dele e levei pra lavanderia, e deixei roupas limpas em cima da comoda, já tinha algumas peças dele na minha casa, já eramos quase um casal, voltei pra cozinha depois de terminar tudo, pingando de suor, sentei no chão no rumo da porta e fui tomar iogurte, enquanto o vento fazia as vezes de ar-condicionado e resfriava meu corpo, estava todo distraído pensando no que faria de almoço pra gente, e a campainha toca, atendo era o Gustavo com a cara mais lerda do mundo, eu já pensei logo que ele tinha atendido alguém, a bicha entra em casa e depois de respirar fundo, diz...
– Gata, o Junior me pediu em namoro.
