Voltei a escrever, estou viciada em pôr letrinhas em um espaço em branco. Estava ouvindo a música Guerra fria e me veio à mente este conto. Espero que gostem, boa leitura.
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Fronteira Brasil/Paraguai às 02:45 da manhã, dois ônibus são avistados ao longe, vindo sobre a ponte da amizade. Foram informados de que haviaria esta noite uma movimentação de mercadorias ilegais entrando no país, a equipe do exército no local estava alerta desde às 23 horas do dia anterior.
Soldado Águia, 23 anos, viu pelo binóculo os veículos se aproximando em alta velocidade, não iriam parar para a revista. Munida de sua Metralhadora acompanhou o restante da equipe para beira da estrada, a ordem era atirar primeiro, perguntar aos parentes do falecido depois.
O bloqueio da pista assustou o primeiro motorista do ônibus, assustado ele mudou o curso do veículo, tomando a direção de uma estrada de terra.
- Para os carros! - Ordenou o comandante da operação.
Jipes 4x4 acompanhavam à distância, acelerando ao máximo para se manterem perto dos ônibus. Quatro Jipes e dois ônibus fazendo a poeira subir naquela estrada clandestina, rota de fuga de vendedores ambulantes que transportam mercadorias eletrônicas, vestuário, ferramentas de trabalho artrsanal, entre outros, incluido drogas tóxicas, e armas.
A fuga foi um ato mais que comprovado de culpa, ordem via rádio:
- Atirem!
Som de tiro foi escutado por passageiros dos ônibus, o medo de morrer fez o motorista do primeiro ônibus parar. O segundo ônibus foi atingido por um tiro na roda, perdendo o controle ao desviar do outro ônibus, descendo um ribanceira.
Seis dos 15 soldados foram designados para ir ao ônibus parado ao bater de frente com uma frondoza árvore. Soldado Águia estava à vespera de pegar sua licença de 20 dias, desceu suando a ribanceira, Metralhadora com a luz neon ligada, disposta à tudo. Não morreria essa noite em um buraco qualquer.
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Marina Prado, cinco horas antes do ônibus que ela estava bater de frente com uma árvore...
- Porquê você não deixa essa vida? Sabe que eu posso cuidar bem de você e aquilo que você chama de filha. - Baforou a fumaça de maconha, tomando um pouco da cerveja na latinha.
- Respeito com minha filha, Anita não tem culpa de ter nascido com paralizia. Não vou ser sustentada por traficante, se eu quisesse me casava com algum amigo seu.
- Deixa de ser fresca Mari, você tem sofrido muito após a morte daquele mané, anda pra todo lado vendendo porcarias pra ganhar uma merreca, eu posso te dar conforto e você nem precisa fazer muito por mim, só cuidar da casa.
- Quer uma escrava? A escravidão acabou, fio. Anda sai do meu sofá, da minha casa, tenho muito o que fazer antes de ir pro Paraguai.
- Um dia tu vai aceitar minha proposta maninha, e engolir todo esse orgulho. Honestidade não vai pagar a cirurgia da sua filha, cê sabe disso. - Levantou do sofá, saindo.
"Espero não ter que admitir que está certo, Alex. Pablo você faz muita falta meu amor."
Marina arrumou a casa e a mochila, levando dinheiro e uma roupa bluda de frio.
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Parecia praga de seu irmão, muita vezes fez esta viagem de madrugada trazendo eletrônicos e brinquedos para revender nas ruas de sua cidade, justamente hoje havia uma blitz policial. Observou melhor e não se tratava de uma batida policial comum, era o exército brasileiro. Mariana estranhou fato, com certeza seria mais difícil se explicar, mas estava com seus documentos e não resistiria quando fosse abordada.
Em vez de parar o ônibus o motorista acelerou para uma pista secundária, nesse momento estavam encrencados. Os tiros a deixou arrepiada de medo, o ônibus perdeu a direção, viu-o descer a ribanceira segurando com fervor sua medalhinha de Nossa Senhora de Aparecida (Maria, mãe de Jesus).
Só começou a trabalhar como vendedora ambulante após a morte do marido em um acidente de carro há poucos mêses, por que mesmo com o salário do mariso falecido não está conseguindo arcar com todas as despesas da casa e a cirurgia de sua filha dentre em breve.
Levantou do banco, seus braços e o rosto estavam bastante machucados, todavia sabia que devia sair do ônibus, talvez o mesmo explodisse com a gravidade da batida. Com o veículo ainda em movimento, pulou da janela, batendo com a perna em uma pedra.
Mesmo sentindo a dor terrível a cada passo tentava escapar da possível prisão. O barulho do ônibus batendo contra a árvore demonstrou a gravidade do acidente, os primeiros passageiros se estivessem vivos estariam feridos gravemente. Iria se afastar o máximo possível do local do acidente, assim não encontrariam.
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Anna Karbuckem vulgo soldado Águia, sempre quis ser policial, fez com prazer as aulas de tiro na academia onde formou Segurança.
Seu pai era um comerciante, tinha um mini-mercado na favela onde moravam. Dia de Sexta, aproximadamente da hora de fechar entra três pivetes, um deles rende Antunes e pede o dinheiro.
Visivelmente eles estão drogados, irritados com o baixo valor do caixa, o rapaz menor de idade saca um revólver calibre 38 e atira na cabeça do comerciante.
Com roupa suja de sangue e com o pouco dinheiro fogem correndo, Anna estava chegando do trabalho, os rapazes passarm correndo por ela. Somentr quando chegou ao mercado viu o pai morto e compreendeu toda a ação.
Chorou a morte de seu pai, um homem trabalhador de 65 anos. Após uma semana de luto, vendo a impunidade do crime contra seu pai, decidiu entrar para o exército, para impedir que mais pessoas sofrar a morte de seus entes queridos assassinados por viciados dispostos à tudo para obter o maldito dinheiro para usar.
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- Maldito pernilongo! - Plaft! Águia estapeou o próprio pescoço.
Ouviu barulho de mato pisado, tinha alguém poucos mêtros dela. Não conseguia ver muita coisa com a luz da arma e para não ser alvo fácil a desligou, com a arma pronta para atirar se aproximou do local onde ouvir pisadas em galho seco.
Ninguém em um ângulo de 360 graus, à sua frente uma queda d'água de uns 350 mêtros, com certeza a pessoa não pulou por ali. As árvores... Antes de olhar para cima Águia recebeu uma forte pancada nas costas, caindo longe de sua arma.
A pessoa pegou a arma e apontou para ela. Consciente, mas sem visão clara, sentiu a adrenalina do perigo, levantando em um salto da grama, entrou em luta corporal com quem lhe apontava a arma.
Dominada, de bruços, Marina rezava baixinho para o soldado não atirar ou lhr estuprar. Quando o oponente estava devidamente algemado, Anna pegou a arma, ligou a luz e viu o rosto de uma mulher ferida.
Mesmo simpatizando com a bela mulher, teve que fazer seu trabalho:
- Você está presa por agressão à uma oficial do exército. Você tem direito...
Marina olhou bem para Anna, a chutando quando tentou levantá-la do chão. Com a chegada de mais dois soldados conseguiram levá-la para o Jipe policial.