Não sei... Mas parece que eu sentia o olhar de Deus condenando nós dois. Eu me sentia na própria cruz, sendo torturado e massacrado, por um destino cruel. Eu precisava me afastar, para curar esta dor imensa. Resolvi tomar uma decisão louca. Eu ia aceitar o pedido de namoro do Arthur!
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Naquela quarta-feira nublada, eu recebi uma ligação do Arthur. Ele queria se encontrar comigo, e eu aceitei o encontro. Marcamos num restaurante próximo a casa dele. As últimas imagens da noite em que eu e o Felipe fomos para cama, eu queria esquecer. Depois de uma longa reflexão... Eu cheguei à conclusão de que, nós não podíamos mesmo estar juntos. Irmãos são irmãos. É pecado! É estranho... É contra a lei da natureza divina e humana. Eu não queria me tornar um ser amargo, por carregar muitas condenações nas costas. Eu precisava domar os meus sentimentos, e transformá-los. Sim, eu tinha que aprender a gostar dele, como um irmão gosta do outro. E a forma de esquecer o amor que eu sentia por ele, era preenchendo o meu coração com outro alguém. O Felipe ia ser feliz ao lado da Paloma, e aos poucos, tudo se encaixaria.
- Oi. Você demorou. – Arthur se levantou para me abraçar. Realmente, eu havia demorado mais do que devia.
- Oi Arthur. Como vai? – eu sorri pra ele.
- Melhor agora. Eu pensei que você fosse me dar um bolo.
- Eu jamais faria isso. Eu te dei a minha palavra, não dei?
- Sim. Você quer beber alguma coisa? Me acompanha no vinho?
-Vou aceitar. Faz um tempinho que eu não tomo vinho. – éramos metódicos e sérios um com o outro. Havia uma barreira entre nós, que ainda não foi quebrada.
- Ultimamente eu te vejo tão triste... Sabe Nando... A vida é muito curta. Devemos aproveitar ao máximo! Muitas coisas não acontecem do jeito que nós queremos, e outras acontecem. Mas para tudo na vida há uma explicação. Nanda é por acaso. Se hoje, esses teus olhos, estão perdidos no tempo, um dia você vai entender os motivos.
- Nossa Arthur! Fiquei impressionado com suas palavras. Você tem razão. Eu não posso mudar o destino. Me conta dos seus relacionamentos.
- Não tive muitos casos. Foram poucos. As pessoas ao qual eu me envolvi, não gostavam de mim. Elas terminaram comigo.
Eu achei meio fria a colocação dele, ainda mais pelo olhar que ele fez.
- Mas por quê? Você é tão bacana.
- Pois é! Talvez o meu excesso de bondade, fez com que eu espantasse as pessoas de mim. – ele riu.
Eu na verdade achei estranho. Bom, ficamos batendo papos sobre homens, sociedade, e nem me dei conta de que eu já estava na quinta taça de vinho. Fiquei meio tonto, e comecei a rir um pouco mais.
- Me leva pra casa Arthur? Eu não vim de carro.
- Eu quero te levar pra minha casa. Você deixa?
- Não... É melhor eu ir para a minha casa. Amanha acordo cedo, e tenho muita coisa pra fazer.
- Ahhh não. Hoje você vai pra minha. Eu quero cuidar de você. Não crie este bloqueio entre a gente. Deixa eu entrar na sua vida. Hum?
- Tudo bem. Vamos pra sua casa. Mas ó, nada do que você está pensando vai acontecer.
Eu já não tinha controle de mim. O Álcool passou a fazer efeito em meu corpo, e fui guiado por ele até o carro. Quinze minutos depois, chegamos em sua casa. Eu pedi para tomar um banho, e tentar curar aquela sonolência causada pela bebida. Arthur queria tomar banho comigo, mas eu não deixei. Ele ficou me esperando no quarto.
Debaixo do chuveiro eu pensava: - Não Nando! Você está fazendo tudo errado. Fica com ele. Deixa rolar... Quando eu saí, o Arthur só estava de cueca Box, em cima da cama. Ele se levantou e veio em minha direção. Eu estava imóvel. Arthur me deu um beijo, e eu abri a minha boca. Não tinha a mesma emoção como o beijo do Felipe, mas ainda sim, me permiti ao toque dele.
- Eu te acho tão gostoso sabia? Você tem um cheiro que me enlouquece. – ele passava a língua em meu pescoço. Eu apenas o deixava fazer o que quisesse comigo.
- Tira a roupa. Fica nuzinho pra mim. – eu fiz o que ele pediu e fiquei nu. Ele também tirou a sua roupa, e fomos para cama. Eu precisava a me acostumar com ele. O Arthur era bacana e divertido. Trocamos carícias quentes e ele me beijava cada vez mais forte. Tesão carnal eu sentia, mas o emocional estava intacto!
- Deixa eu penetrar você. Por favor? – ele quase suplicou. E eu permitir.
- Cadê a camisinha? Eu não transo sem camisinha. – eu disse a ele.
- Vou pegar. – ele se levantou e vasculhou gavetas, mas não encontrou nada. – Eu acho que me esqueci de comprar na farmácia. Poxa, você não confia em mim? Acha mesmo que eu tenho alguma doença?
- Não é isso Arthur. Não estou dizendo que você tem doença. Mas é muito importante pra mim e inclusive pra você, nos prevenir.
- Tudo bem. Fica pra uma próxima vez. – ele fez cara de desapontamento.
- Ok! Transamos sem camisinha. Mas só desta vez. Eu nunca transei sem preservativo com ninguém. Vou abrir esta exceção.
- Posso te dizer uma coisa? – eu fiz que sim com a cabeça. – Eu estou me apaixonando cada dia mais por você. – Ele voltou a me beijar e a ficar ereto. Me jogou na cama e dominava a situação. Trocamos sexo oral, e o Arthur era bem dotado. Tinha um membro grande. Eu fiquei de frango assado, e ele penetrou devagar em mim. Ele era carinhoso... Eu não podia reclamar. O Arthur cumpria o verdadeiro papel de um homem na cama.
- Ahhhh... Você tem um buraquinho tão quente. Tão gostoso. - ele acelerou as metidas, até ver a minha cara de dor.
Eu me envolvi na transa. Meus instintos de homem buscaram pelo corpo do Arthur. Eu o puxei ainda mais para dentro de mim.
- Vai. Mete mais forte. Você não queria tanto? Mostra do que você é capaz. – eu o instiguei ainda mais, com aquela frase. Ele se transformou e virou um selvagem na cama. Trocamos de posição várias vezes, e nossos corpos estavam muito suados. Já não aguentando mais, eu pedi para que ele gozasse fora, mas o Arthur não conseguiu segurar o gozo, e acabou ejaculando dentro de mim. Fiquei meio bravo no inicio, mas depois, procurei relaxar.
- Desculpa. Eu ao consegui segurar. Foi tão bom. A melhor da minha vida.
- Não tem problema. Eu também curti muito. – ele me beijou e caímos na cama. Por um momento, a lembrança do Felipe veio em minha mente. Procurei apagá-la imediatamente.
- Nando? – eu me virei para ele. – Posso te fazer um pedido?
- Claro! Pode pedir.
- Você aceita namorar comigo? Quer ser o meu namorado?
Fui pego de surpresa. Mas não tinha muito que pensar. – Eu aceito!
A partir dali, eu tinha um novo namorado, uma nova vida, um novo começo.
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UM MÊS DEPOIS...
- É isso mesmo. Eu e o Arthur estamos ótimos. Nossa relação anda muito bem.
- Amigo, você está mesmo feliz? – perguntou o Paulo.
- Ou você só está tentando amenizar o que ainda senti pelo Felipe, e está enganando o Arthur?
- Quer parar vocês três? – o Felipe é o meu irmão. Eu não sinto mais nada por ele. Quer dizer, gosto dele, mas como irmãos. Fui claro? Poxa! Eu querendo o apoio de vocês, os meus melhores amigos... E os três resolvem me criticar?
- Nando, só estamos preocupados com você. – disse o Victor.
- Dispenso! Ou esquecemos este assunto, ou vou embora daqui.
- Ok! Não falamos mais neste assunto. Só pra te lembrar, que o seu irmão se casa no mês que vem.
- Guilherme! Quer saber? Que ele seja muito feliz ao lado daquela mulher. Que eles tenham lindos filhos, saudáveis e que formem uma família linda. Agora podemos fazer nossas compras no shopping?
Eu queria que ele fosse mesmo feliz. Talvez a Paloma fosse o grande amor da vida do Felipe, e ele iria realizar o seu sonho de ser pai. Havia um mês que eu e o Arthur estávamos namorando. Às vezes ele tinha um comportamento meio estranho, mas nada que abalasse a nossa relação.
CONTINUA...
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Oi queridos! Gente, vocês precisam entender o lado do Nando. É difícil pra alguém saber que a quem você tanto ama, é seu irmão. Não podemos ser tão óbvios assim, pois nem tudo é fácil. O que eu tenho pra dizer é que muitas águas irão rolar por estas entre linhas da vida dos dois. O Nando ainda vai sofrer muiiiiito com algo assustador. O Felipe vai se desesperar com a própria vida, e o Arthur... Bom, este é surpresa. Vocês vão gostar da reta final do conto. Calma, eu não irei acabar o conto na parte 20. Ok? Beijos!!!