O Raul queria saber em que eu precisaria da ajuda dele, e ficou o percurso todo me enchendo o saco até chegarmos em casa.
O William chegou logo atrás e subimos direto para nosso quarto, chamei o Ricardo também e o Jorge que estava em casa.
Bom rapaziada eu não consigo entender o porquê do Iago ter aceitado a condição de vida que o pai o impôs, mas a gente vai mudar tudo isso.
William ligue para o seu tio e explique a ele o que esta acontecendo, ele deve saber de alguma coisa que possa nos ajudar sobre as violências do pai e do irmão contra o Iago.
Mas Baixinho, você tem certeza que quer se meter nisso?
Isso mesmo magrelo, eu vou me intrometer nisso, aqueles dois vão achar o deles, mexeram com um amigo, mexeram comigo.
Fabiano é só isso mesmo né? Reclama o William!
Meu amor vem aqui?
Não precisa ficar preocupado, você é e sempre será o meu grande amor.
Ele desceu pegar o celular, já que ele largava as coisas dele jogadas pela casa, o Igor adorava encontrar controle, celular e objetos para brincar, uma vez ele jogou o celular do William no vaso sanitário rs.
Ricardo você vai ligar para a Dani e avisar que a gente precisa dela, pois se der B.O, temos ela para nos ajudar.
Agora eu quero saber qual de vocês está comigo, pois com ou sem vocês eu vou fazer isso.
Raul já ergueu a mão em sinal positivo.
O Ricardo eu nem precisava perguntar, e o Jorge também aceitou nos ajudar.
Raul o Iago me disse que mora num Sitio no meio do nada e disse que não tem energia elétrica na casa, você conhece algum lugar assim?
Não, mas podemos procurar, a cidade é pequena alguém deve conhecer esse lugar.
Gente parece coisa de cinema, novela, mas no desespero você procura todas as maneiras para dar um jeito nas complicações, esse foi o meu único jeito.
Entrei no carro do Raul e saímos pela cidade toda, chácaras, sítios e fazendas que encontrávamos nós perguntávamos do casal.
Numa dessas fazendas nós nos deparamos com um garoto, que foi muito receptivo e nos deu a informação que precisávamos, eu descrevi o casal e ele levou a gente até a porta da casa em que o Iago estava morando.
Um lugar bonitinho até, todo reformado, mas com os cômodos muito pequenos, vi que estavam instalando os postes de iluminação e energia, aquela região teria luz elétrica enfim.
O Raul deu R$20,00 ao menino que saiu todo contente com o trocado na mão.
Respirei fundo e bati na porta.
Nada, ninguém saiu e novamente eu bati dessa vez com mais força.
Já vai! Ouvi uma voz rouca falar.
Ele abriu a porta e se assustou quando nos viu, saiu fora e olhou de todos os lados.
Vocês são doidos?
Querem morrer?
Ninguém pode entrar nessa propriedade.
Se não podia Iago agora pode, vem entra no carro e vamos com a gente, eu vim te tirar desse inferno que o seu pai o colocou, aquele monte de merda.
Fabiano eu não posso, se eu fizer isso ele me mata.
Não Iago não mata, seu pai é um fraco que precisa dos outros para demonstrar poder, só que ele não imaginava que seus amigos não o deixariam sozinho.
Fabiano eu não vou, se você não quer ir, então deixa a gente entrar, estou com sede e preciso tomar meu remédio.
Ele abriu a porta para que eu e o Raul pudéssemos entrar.
Posso usar o banheiro Iago?
Pode é ali na porta do meio.
Entrei no banheiro, peguei meu celular e coloquei para gravar áudio.
Sai do banheiro e comecei a fazer o que minha mãe fazia naturalmente em casa, entrevistei o Iago.
Ele abriu o coração a nós dois, chorou na nossa frente, me agradeceu de não tê-lo deixado de lado, contou tudo em detalhes, a única coisa que eu não queria ouvir era as noites dele, com outros caras, as vezes gente da rua suja e porca, ele fazia tudo aquilo para não ter que ir embora para a casa, mas tudo as escondidas do pai, a mulher dele Ana estava grávida do vizinho, que sempre dava indiretas no Iago, por ser gay e não dar o trato merecido na mulher.
Ele contou tudo isso a nós e meu celular gravando tudo.
Falou do pai e do irmão, de quando apanhou pela primeira vez , o irmão segurando ele enquanto o pai o espancava, deslocaram seu braço na frente da mãe e da avó.
A mãe não enfrentava o pai e por isso o Iago não sabia de onde tirar forças para confrontar a violência dentro da própria casa.
Mas então Iago esse filho não é seu mesmo?
Não Fabiano, eu e a Ana nem temos relações, ela faz as coisas que quer só para não me delatar ao meu pai.
Ta certo então Iago, eu vou resolver isso, mas preciso saber se você aceita a minha ajuda?
Se você aceita que seus amigos intervenham por você?
Você sabe que eu não gosto de um mano a mano, mas discussão é comigo mesmo, e se o seu pai e seu irmão querem brigar eu aceito.
Binho, pelo amor de Deus tome cuidado, o meu pai é um homem traiçoeiro, ele mexe com coisa pesada.
Tudo bem Iago eu vou me cuidar, mas então você aceita a minha ajuda?
Aceito sim, só o fato de vocês me encontrarem eu já estou feliz.
O tio do William tinha muitos amigos aqui e por isso fez um pedido aos caras, que fossem até a casa do pai do Iago com a desculpa que receberam um chamado de uma briga na casa, e queriam saber o que teria acontecido, se o pai do Iago queria dar queixa ou algo do tipo.
Deram linha ao velho, que despejou todo o ódio que ele tinha de mim, ele falou o que queria e o que não queria aos dois policiais, que anotaram tudo, era uma confissão da boca do próprio pai do Iago junto com irmão.
A mãe chorava na sala pedindo ao homem que parasse de agir daquela maneira, os policiais entrevistaram todos na casa, até a avó.
Quando chegamos em casa a Daniela estava me esperando com minha mãe na sala juntamente com Ricardo, Igor e Jorge.
Meu filho saiu correndo e veio até mim, pulou no meu colo, me beijava todo, apertava meu rosto contra o dele, e depois o magrelo, a barbinha no queixo rs.
Então Fabiano como você está?
Dani eu estou muito bem, mas preciso de sua ajuda, ouça toda essa conversa e me diga se ainda não poderemos ajudar o Iago?
Ela ouviu tudo aquilo que eu gravei, depois pediu que eu passasse num cd mp3 que aquilo iria ajudar sim, tinha também as informações que os dois policiais colheram na casa do pai do Iago.
Juntamos tudo aquilo lá e entregamos nas mãos da Daniela.
Ela entrou com um pedido de ordem de proteção.
O pai e o irmão do Iago não poderiam freqüentar a casa, e o trabalho e os lugares onde o Iago estivesse, teriam que manter uma distância de quinhentos metros dele, e se por ventura acontecesse algo a ele, a culpa cairia sobre os dois.
O homem não foi preso, mas o processo seria sobre:
Agressão física e verbal,intimidação, forçar o filho a se casar, manipulado o filho, preconceito, já no meu caso seria um crime de agressão fisica, verbal, ofensa e difamação, preconceito e injúria qualificada.
Poderíamos dizer que o dele já estava na reta, se algo acontecesse eles dois iriam direto para a prisão, virar duas mocinhas dos detentos.
Se ele pisasse fora da linha, ele seria preso, e o Juiz determinou que os dois assinassem um documento ( termo de ciência e concordância), dizendo que não mais incomodariam o filho ou algum semelhante dele.
Nossa intenção foi somente assustar os dois para que não intimidassem mais o meu amigo.
Aquilo foi só um empurrão para que mãe do Iago tomasse coragem e decidisse se divorciar do marido pegou a sogra e se mudou para outra casa, o Iago foi morar com a mãe.
Dei uma resumida, se não seriam mais 100 capítulos rs.
Continua
