- Quer ajuda? – ela se ofereceu, com um ar e deboche.
- Obrigado, eu sei me virar. – ele fez questão de agarrá-la e se esfregar nela, só para me provocar. Não seja por isso querido... Eu dou o troco. – pensei comigo mesmo, imaginando a cara dele, quando me visse com o Arthur.
Esta festa ainda vai rolar confusão...
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Felipe me olhava sério e seu ódio por mim era explicito. Eu catei aqueles pedaços de vidro ligeiramente, e me levantei para sair dali, foi quando a minha avó me chamou.
- Meu filho, venha cá! Você conhece a noiva do sue primo Felipe? – ela me fez eu me aproximar ainda mais dos dois.
- Já sim, vó! Eu vou... – eles me encaravam e eu queria sair dali o mais rápido possível.
- Vou te dizer um segredo Paloma, estes dois são os meus netos prediletos. – ela puxou a minha mão e a do Felipe, e fez a gente se unir. – Em breve será o meu netinho Fernando que estará se casando.
- Eu pretendo não me casar por tão cedo, vó. Aliás, isso nem passa por minha cabeça. – eu disfarcei. – Vó, eu vou lá fora falar com os meus tios.
Eu sai dali, sob a observação fulminante do Felipe, que fazia questão de exibir seu carinho por Paloma. Ainda bem que a minha avó não havia percebido o clima pesado que ficara na cozinha.
- Onde você esteve? Eu comecei a te procurar por toda a parte e não te achava. – o Arthur segurou em meu braço.
- Me solta! Eu fui até o banheiro. Por quê? - Não posso? Quando eu resolvi me envolver com você, eu deixei bem claro que eu odiava ser mandado por alguém. Deu pra entender?
- Por que você está tão nervoso assim? Se encontrou com ele não foi?
- Ele quem? Você bebeu Arthur? Quer parar de vexame? Daqui a pouco a minha família vai olhar pra nossa cara.
- Vem. Fica perto de mim. – eu concordei e fui sentar junto a ele. Nem me dei conta de que meus primos se aproximaram e puxaram conversa com a gente. Ao longe eu via a minha mãe conversando com a mãe do Felipe. A mesa ficou cheia de jovens, e o papo foi ficando agradável, até eu me dar conta de que o Arthur se afastara de mim. Bom, ele deve ter ido ao banheiro.
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- Então você é o famoso Felipe? O cara mais falado da festa?
- Quem é você? – perguntou o Felipe ao Arthur, sem entender nada. Os dois estavam na sala, e o resto dos convidados na área externa.
- Me chamo Arthur. Eu sou o namorado do Nando!
Felipe hesitou por um momento. Aquele cara arrogante ali em sua frente era o namorado do Nando.
- Prazer. Vejo que ele não perdeu tempo. Boa sorte! Espero que ele não te troque por outro cara na balada. – Felipe provocou e o Arthur revidou.
- Tá com ciúmes? O Nando é muito jovem pra você. E sem contar que são irmãos. Olha só que ironia do destino, não é mesmo? – Arthur debochava. – Cara... O Nando na cama... Meu Deus! Como ele chupa gostoso. Eu fico doido com ele.
- Não me interessa o que vocês fazem! Vem cá, qual é a tua meu irmão? Tu nem me conhece direito e vem com esse papo ridículo. Você tá na casa da minha família seu babaca.
- Você pensou que ele não ficaria com outro não é mesmo? Sabe o que ele me disse? Que na cama, eu sou melhor do que você! – O Arthur provocou até onde pode, mas o Felipe partiu pra cima dele com tudo.
- Seu idiota. – Toma filho da puta! – ele deu um soco em cheio no rosto do outro, que se desequilibrou. – Isso é pra você parar de falar merda! Seu babaca.
- Vai, bate! – Eu sei que por dentro, você estar mordidinho, pois quem dorme com o seu irmãozinho sou eu.
- Filho da puta!- Felipe o derrubou no chão e socou muito o rosto do Arthur. Ele também deu golpes na barriga, e o barulho da confusão só foi percebido, por um vaso que caiu no chão.
- Meu Deus! Que loucura é essa? – Natasha presenciou a cena e gritou para que os dois parassem. Ela foi correndo porta fora, chamar o irmão para separar aquela briga. Discretamente e sem querer estragar a festa da tia, ela cochichou no ouvido do irmão, que saiu ligeiramente.
- O que está havendo aqui? – Solta ele Felipe? – Eu gritei ao ver o Felipe por cima do Arthur.
- Parem vocês dois! – Natasha gritava em vão.
- Vem, me ajuda a separá-los. – Eu puxei o braço do Felipe, e a Natasha puxou o Arthur para outro lado.
- Vem idiota! Eu quero arrebentar ainda mais esta tua cara. – o Felipe provocava sendo segurado por mim.
- Quer parar? Eu posso saber que loucura é essa de vocês dois? Você não tem juízo Felipe? É a festa da nossa tia Paula.
- Avisa pro teu namoradinho a não me provocar mais. Dá próxima vez não terá ninguém para te socorrer seu imbecil!
- Eu não fiz nada Nando. Este ogro partiu pra cima de mim do nada.
- Que historia é essa Felipe? – eu olhei para ele.
- Me solta Fernando. Parabéns! Você escolhe bem as suas companhias. – ele se retirou dali, mas antes, me condenou com os olhos, e para minha sorte, apenas a Natasha sabia daquela confusão.
- Nando, eu vou atrás dele. – disse a Natasha.
- Agora somos só nós dois. O que levou o Felipe a deixar o seu rosto neste estado? Hein Arthur? – eu cruzei os braços e o encarei sério, esperando uma explicação plausível.
- Seu irmão me agrediu, só porque eu falei que nós dois éramos felizes juntos, e que era para ele te esquecer.
- Você pensa que eu sou idiota? – eu gritei. – O Felipe não iria perder o controle só por causa disso. Sinceramente, a cena de hoje foi ridícula e deplorável. Agora eu terei de ir embora da festa da minha tia, pra que ninguém veja o seu rosto desta maneira. Poxa, justo hoje que eu te trouxe aqui para conhecê-los... Você me decepcionou. Vamos. Pegue a chave do carro e vamos pra casa.
Eu fiquei arrasado. No fundo, eu sabia o motivo daquela briga. O ciúme doentio do Arthur, com certeza deve ter dito algo que fez o Felipe sair do sério.
Já dentro do carro, eu não dei uma palavra. A minha raiva fala por si. E por incrível de pareça, mesmo com o rosto machucado, e Arthur me olhava de forma estranha, como se estivesse glorificado por dentro. Seu olhar era indecifrável.
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- Você está mais calmo? – Natasha se aproximou dele. – O Nando acabou de me passar uma mensagem. Ele foi embora com o Arthur. Não quis estragar a festa da nossa tia.
- Aquele cara é um idiota Natasha! Ele me insultou na casa da minha tia. Da minha família.
- Eu entendo sua revolta. Não tiro a sua razão... Mas a gente não pode sair por aí partindo pra cima das pessoas. Poderia ter acontecido algo muito pior.
- Eu não tenho sangue de barata. E aquele cara é muito estranho... O Olhar dele é estranho. Eu senti algo ruim quando estive perto dele. E pelo visto, o seu irmão se arranjou rapidinho.
- Nosso irmão! Felipe, o Nando precisa seguir a vida dele. Você não vai se casar com a Paloma?
- Vou. E serei muito feliz ao lado dela. Diferente do Nando, a Paloma tem postura e é racional.
- Eu sei que esta historia ainda machuca vocês, mas temos de seguir em frente. – ela o abraçou, e lhe deu um beijo no rosto. Vamos voltar pra festa, pois eu ainda preciso inventar uma desculpa para o meu pai, sobre a falta do Nando.
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Já em casa, o Arthur ainda fazia questão de me irritar.
- Eu não vou pra sua casa Vou dormir na minha. Entendeu?
- Você não vai cuidar do meu rosto? Do que o seu irmão ogro fez comigo?
- Hã! – eu esbravejei. – Você procura confusão com o Felipe; sai na porrada com ele, e eu é quem fico no final para limpar ferimentos? – Nem morto! Quem procura acha. Vá pra casa, tome um banho, reflita a merda que você fez, e peça na farmácia, anti-inflamatório. Quem sabe não resolve a sua situação.
Eu virei às costas para ele, e segui para o portão da minha casa.
CONTINUA...
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Olá meus queridos. Um beijo no coração de todos. Bom, gente! É a partir daqui, que tudo vai se desenrolar. Quero informar que o nos próximos posts, o Nando passará por grandes sofrimentos e vocês entenderão o sentido do titulo do conto. Alguém vai aprontar nesta historia. Continuem comentando.