Atração

Olá, caso você queira ir direto pro conto, vá para o próximo parágrafo. Se preferir aqui vou me descrever. Bem meu apelido é Doug, todos podem imaginar meu nome rs. Douglas, embora ninguém me chame assim, nem em casa. Sou moreno claro, tenho 24 anos, 1,78 de altura, olhos castanhos, cabelos pretos, e um corpo normal, atlético, nada definido demais, porque nunca fiz academia, mas nada em excesso porque sempre pratiquei exercícios e esportes. Até o seguinte relato, eu me achava hétero, mas depois disso... vamos ao que interessa... Mas saibam que sou detalhista, e sexo não vir nos dois primeiros contos.

Primeiro dia de aula na faculdade, todos nós calouros muito perdidos, no campus, e os veteranos passando trotes, e sustos na galera. Tudo muito normal para os primeiros dias de aula. Eu nunca me considerei tímido, até porque não sou, mas sempre dificuldades quando o assunto é relacionamento amoroso. E eu sou muito exagerado, então eu começo a gostar muito rápido das pessoas, não no sentido carnal da coisa rs, mas de amizade mesmo, exatamente por isso muitas vezes já tomei na cara. Minha primeira aula da faculdade era cálculo, pra melhor ainda mais os ânimos de todo mundo.

Todo mundo na sala estava ansioso quando o professor entrou. Mas pra nossa surpresa, ele foi super legal, e nada carrasco como os veteranos haviam dito, ele fez algumas piadas, e de cara já notamos a diferença entre ensino médio e faculdade. Eu sempre fui muito certinho, sempre me sentei na frente, e dessa vez não foi diferente, e já estava olhando pros lados para ver quem estava sentado ao meu redor. Havia uma menina a minha esquerda, loira, olhos castanhos, corpo definido, uma graça. Do meu lado direito um rapaz moreno, olhos castanhos, cabelo preto meio despenteado, e barba por fazer, o cara era lindo (apesar de até então, eu não achar nada demais nisso). Atrás dele uma das meninas mais lindas da sala, cabelo preto, olhos azuis, boca carnuda, e um corpo de dar inveja a muitas misses. Tentei puxar assunto com eles, mas somente as meninas me responderam, e foram super gentis, descobri então que a loira se chamava Amanda, e a morena Alice. O cara, quase não me respondeu, mas ao menos disse seu nome, Pedro. No final do primeiro dia, nós 4 tínhamos nos aproximado, e embora Pedro fosse meio calado, ele parecia uma boa pessoa. Já estávamos prontos para ir embora quando, fomos pegos...

Uma turma de veteranos, liderada por um tal de Marcos, chega até nós e já nos avisa do trote, que aconteceria ao final das próximas 3 semanas, para reunir dinheiro para a calourada que ocorreria no final do mês. E nos disseram que quem arrecadasse mais dinheiro não participaria do pior trote, que aconteceria no meio da festa. Eu sempre fui muito competitivo, e já estava fazendo planos para como arrecadar a maior quantia. Não era nem por medo do trote, mas pela emoção de ganhar. Nunca gostei de perder, nem nos jogos de vôlei, nem futebol, e nem no par ou ímpar.

O resto da semana foi normal, conheci mais pessoas, e me aproximei muito da Alice, da Amanda e do Pedro. Nós já tínhamos marcado de sair no final de semana, e nos encontrar fora da facul, essas coisas. No sábado ocorreu o primeiro dia de trote, que não podia acontecer na faculdade pois era proibido (somente era liberado o trote solidário, aquele de pedir dinheiro no farol). Então fomos para a chácara que aconteceria o trote, ao chegarmos lá fomos amarrados em postes, em grupos de 4, algo bem prova do líder do BBB. A diferença é que eles desciam bebidas em nós, e faziam apostas em quem iria conseguir. Então esse era nosso primeiro meio de "conseguir dinheiro": Não fazer os veteranos perderem dinheiro. Fui amarrado junto com um grupo de desconhecidos. Eu e mais 3 meninos que já tinha visto algumas vezes durante alguma aula. Depois de quase 4 horas de trote, Sobrou somente eu e Filipe, o cara que estava amarrado ao meu lado. Eu competitivo não o deixaria vencer de maneira alguma. Minha bexiga já estava estourando, eu estava com fome, bêbado, mas não sairia dali em 2º lugar. Além de quê eles estavam apostando alto em mim. Depois que ficamos sozinhos eu e Filipe não trocamos uma palavra. Eram só olhares. Um querendo acabar com o outro. Mas não teve como... Depois de mais uma hora mais ou menos, Filipe acabou saindo, ou mijaria nas calças, dizendo ele. Os veteranos fizeram a festa com a declaração dele e começaram a chamá-lo de mijão. Eu sai de lá super tonto, e passando mal, mas estava feliz por ter vencido.

A próxima semana começou com um domingo de ressaca, e dor de cabeça, e uma segunda de cão. Mas nada se comparou aos olhares de raiva do Filipe pra mim na faculdade, e descobri que ele estava em todas as minhas turmas. Mais uma semana se passou e com ela outro trote chegou. Esse foi bem mais leve que o primeiro acho que o primeiro servia mais pra assustar rs. Nesse sábado, fizemos apenas algumas brincadeiras na praça em frente a faculdade, passamos muita vergonha, nos pintaram, fizeram-nos chupar banana, (como se isso torna-se nos gays haha, esse povo infantil), e no fim arrecadar dinheiro. Poderia ser no semáforo, pedindo de casa em casa, ou conseguir bebidas, que eram contadas de acordo com seu valor. Eu fui pro semáforo pedir dinheiro, corri de um lado pro outro, quase chorava pros motoristas, vendi beijo, bati de porta em porta. E no final estava em primeiro novamente, se não fosse pelo Filipe chegar na hora da contagem e despejar o dobro do dinheiro que eu arrecadei.

Ele jogou o dinheiro na mesa que estavam contando, olhou pra mim, e perguntou se o mendigo queria algum trocado. Mais uma vez ele conseguiu criar um apelido, se na primeira vez ele criou o dele, agora foi o meu. Todo mundo zoou de mim. Mas o que me deixou com mais raiva não foi ter ganhado um apelido maldoso, mas ter perdido a competição, e ainda mais pro babaca do Filipe. Eu nem o conhecia, mas já o achava um babaca. Nesse meio tempo, Pedro já estava mais solto, não muito, mas tinha evoluído, Alice e Amanda caidinhas no Filipe. Era só o que me faltava!

No próximo sábado, era o trote final, todo mundo estava esperando algo bem difícil, maluco, ou perigoso. Mas na verdade foi algo sádico. O sistema era como o de apostas do primeiro trote, a diferença é que agora o jogo mudou. Quando chegamos recebemos números. Eu fui o número 2, e Filipe o número 1, porque ele chegou primeiro. O jogo era "O mestre mandou". Igual aquele que muita gente brincou quando era criança, o mestre manda, você responde "Sim Mestre" e dá os passos que ele ordenou. A diferença é que não eram passos, eram ordens! Nós tínhamos que cumprir ordens, e na maioria das vezes sádicas. As primeiras fases foram fáceis, embora tenha feito praticamente todas as meninas saírem, ficando somente Alice. E depois os homens foram saindo e o nível das ordens aumentando, até que sobrou Eu, Filipe e Alice, a esse ponto estávamos todos somente de roupas íntimas, todos sujos de outras ordens, e o pior ainda viria. Seguindo a ordem, Ordenaram pro Filipe tirar a cueca. Ele tirou. Nunca tinha reparado em seu corpo, ou nele pra falar a verdade até porque não me interessava nenhum pouco por ele, ou por seu sexo. Ele era branco, tinha cabelos pretos, e olhos verdes, era da mesma altura que eu, talvez mais alto um ou dois centímetros. E o que impressionava agora, era o seu membro ali, pendurado, e ele sem nenhum traço de vergonha no rosto. Depois dele tirar a cueca, me pediram pra beijar sua bunda. Eu sempre me considerei hétero, até aquele momento só havia ficado com mulheres, e inclusive já tinha ensaiado algo com Amanda, mas não tinha rolado ainda. Mas pior que a chacota por beijar a bunda de um homem, era o sentimento que eu tinha para com ele. Eu não suportava aquele menino, ele queria mesmo me vencer. E saber que todos me zoariam era foda... Mas deixei de lado, pensei que não deixaria ele ganhar de novo, e pronto. Beijei. Depois de beijar, olhei pra cara dele, e ele ainda não esboçava nenhuma reação. Achei que ele iria me zoar, mas não, continuou do mesmo jeito. Então a coisa ficou pesada. Pediram pra Alice me masturbar. Eles eram todos viciados em American Pie, só pode! Ela que já estava quase nua na frente de todos e humilhada o suficiente depois de ter os seios apalpados, e tudo, e simplesmente mandou um dedo pros veteranos e saiu da disputa. Então a vez voltou para Filipe, e nessa hora eu agradeci dele ter chegado primeiro... O Marcos, veterano que comandava disse o seguinte:

_ Mais uma vez vocês são os melhores. Estiveram juntos na final dos 2 trotes, e agora de novo. Já devem ter até algum romance ne?! - todo mundo riu- Já que é assim... Mijão da um beijo, um beijo não, um BEIJÃO DE LÍNGUA no Mendigo.

Minha ficha demorou a cair, até ter certeza de que mijão era o Filipe, e Mendigo era eu. Eu olhei pro Filipe que estava pelado do meu lado, e por um momento não sabia o que fazer. E se ele me beijasse? Eu teria que retribuir? Ou melhor, eu queria retribuir? Eu olhei pra ele, os olhos dele foram se enchendo de lágrimas. A situação estava ficando pior. Ele iria chorar ali na frente de todo mundo. Ele olhou pra mim, e foi aproximando. Minha mente borbulhava, eu não sabia o que fazer. Mas já tinha decidido que iria beijá-lo também. Eu tinha decido, e ele também. Ele chegou próximo ao meu rosto, e gritou um sonoro "VOCÊ VENCEU MENDIGO". Vestiu a cueca e saiu. Todos me aplaudiram, e eu fui considerado o campeão do trote esse ano. Eu ganhei o direito de não participar do trote na festa, poderia ir feito gente haha, e ainda poderia passar nos calouros.

Amanda, Alice, e Pedro ficaram satisfeitos, pois não sofreriam tanto, já que eu poderia defendê-los. E a semana foi de ansiedade pela festa. Se o Filipe não me odiava, agora era fato. Ele me encarava, como se fosse me bater a qualquer momento. Às vezes estava no meio da aula, e deparava com ele me encarando. Eu estava começando a pensar que ela era um psicopata. Quando ele me prova exatamente isso. Na quinta, eu estava na fila da cantina, esperando a minha vez, quando ele chega, me encarando. Vai até mim, e me joga um copo de refrigerante. Eu fiquei ensopado, e ele saiu como se nada tivesse acontecido. Os veteranos começaram a me chamar de mendigo de novo, e minha cara foi no chão. Naquele dia voltei mais cedo pra casa, pois não dava pra ficar naquele estado. Na sexta eu estava tão puto que se eu o visse, eu o matava. Decidi não ir pra faculdade. Mas mandei uma mensagem pro APA (é estranho, mas é como chamava o grupo de mensagens no meu celular que tinha eu, Amanda, Alice, e Pedro.) falando que iria dar o troco e muito bem dado na festa.

E assim fiz. No sábado acordei super animado, por saber que daria os maiores trotes no Filipe. Já tinha pensado em coisas horríveis. Tais como mandar ele ficar de gatão e tomar leite numa tigela de cachorro. Pensando bem, eu não sou tão mau. rs. Mas fui pra festa, e todos me cumprimentaram, e saudaram ao campeão do trote. APA, já estavam na festa, e todos sujos de algo que parecia um grude, e com diversas coisas pregadas ao corpo, desde penas até areia. Vi todo mundo, menos Filipe.

Depois de uma hora de festa, eis que chega Filipe, todo bem vestido, não deixou ser pintado na entrada, e não sei como entrou. Ele na maior cara de poucos amigos, quando os responsáveis pelo trote, o chamam, e começam a zoar com ele, -dai por diante o diálogo foi ficando mais tenso:

_ Filipe, chegou pra ser a calourinha do Doug hoje?

_Você sabe que hoje ele vai mandar em você ne?! Vai ter que fazer tudo o que ele quiser!

Eu realmente tinha pensado nisso. Mas vê-lo naquela situação não foi legal. Lembrei de quando ele encheu os olhos de lágrimas na semana passada. E disse:

_ Não velho, aproveita a festa. Fica de boa ai, vou deixar você de boa.

_ Me deixar de boa? Quem você pensa que é? Só porque é o "campeão do trote" acha que manda em mim? - o Filipe realmente tava louco. Ou era.

_ Não velho, relaxa. - foi a única coisa que consegui dizer.

_ Relaxa não. Vai! Me mandar fazer o que você quer! O que você quer? Me beijar? Vem, me manda te beijar. É isso que queria desde o início né veado.

Nessa hora tinha se formado um círculo ao nosso redor. E eu nem tive tempo de responder, quando os veteranos o pegaram, e começaram a jogar tinta, e o grude que falei. Então Marcos, um dos veteranos, o que comandava O mestre mandou disse:

_ Você vai obedecê-lo. Doug, escolhe um homem pra ele beijar agora. HOJE ELE VAI SER A MOCINHA DA FESTA.

Eu não queria fazer isso. Nem nos meus sonhos mais sádicos, eu pensei nisso. Pensava em passar vergonha nele, mas não assim. Então olhei pra ele, e ele tava lá, todo sujo, e com todo mundo batendo palma, e gritando "Filipinho, viadinho. Mijão, viadão". Os olhos do Filipe, são as únicas coisas que me lembrarei pra sempre. Ele não estava com raiva. Ele estava conformado sabe. Ele não era mais aquele cara que chegou todo cheio de si. Ele olhou pra mim, e mandou um "vai, faz o que você quiser. Ganhou de mim, manda em mim, vai, acaba com minha dignidade". Se ele tivesse batido na minha cara, teria doido menos.

Eu fui até perto dele, e falando pra todo mundo ouvir:

_ Já que eu sou o campeão e faço o que eu quiser nessa porra - e todo mundo começou a gritar -, e você falou pra eu acabar com sua dignidade... Eu não vou acabar só com a sua, vou acabar com quem criou isso também. Marcos, vem aqui e beija ele.

Nessa hora todo mundo começou a gritar mais ainda, o Filipe que estava com cara de cachorro sem dono, se transformou e começou a rir, e a gritar pro Marcos vir, que ele iria lhe ensinar a beijar. E o Marcos, ficou possesso de raiva, e partiu pra cima de mim, com mão no ar pra me socar. Então, acontece o que não esperava. Filipe entra na frente, e diz:

_ Marquinhos, é pra me beijar, e não ao Mendigo. - O povo já não gritava mais. Só deu pra ouvir o baque surdo que foi o murro na cara do Filipe. Murro que era pra eu receber.

_ Saiam vocês dois daqui seus veados. - o Marcos estava roxo de raiva - E Douglas, toma cuidado. A gente confiou em você, e você fez merda.

Eu olhei pro Filipe que ainda tava no chão, mas sentado e rindo. Estendi a mão. Ele segurou, se firmou e subiu. Ele estava cambaleando, por causa do murro que pegou em cheio na sua têmpora, e eu o ajudei a manter-se de pé, e fomos pra saída. Não lembrei da Amanda, nem da Alice, e muito menos do Pedro, só queria sair dali, e de toda aquela atenção que recebia.

Assim que saímos da casa, Filipe se solta, e senta.

_ Olha não é porque você zoou com os caras lá, que somos amigos.

Mesmo tonto, ele ainda era um imbecil.

_ Olha, você jogou refrigerante em mim, eu beijei sua bunda, e agora poderia ter uma fila de caras pra te beijar, ou sei lá o que, então, POR NADA.

_ Cara quanto ao refrigerante... Desculpa. Eu só estava com muita raiva de você. Eu sou muito competitivo, e perder pra você foi o cúmulo. Obrigado.

_ Nossa, então sua mãe te ensinou a palavrinha mágica. - Percebi que no fundo, só nos estranhamos porque éramos iguais - Eu te entendo. Mas não joguei refrigerante, em você, e não te deixei passar vergonha em plena calourada. Então eu sou uma pessoa bem melhor que você.

Quando ele começou a rir de novo, eu até me assustei. Ele levantou as mãos, em sinal de rendição e disse:

_ OK! Você venceu, Senhor soberano. Você é melhor que eu. Eu sou um escroto ridículo. E o que você fez foi muito bom agora. Mas se o cara viesse pra me beijar, eu foderia com a sua vida!

Eu nem tinha pensado nisso... E se o Marcos gostasse? hahaha

_ Nem tinha pensado nisso, seu mijão.

_Mijão não! Filipe. Seu mendigo.

_Mendigo? Quem é esse? Sou Doug.

_Então Doug... Amigos?

_Amigos! Amigos Lipe.

_Quem é Lipe? Que intimidade é essa?

_ Você me chama de Doug, então eu te chamo de Lipe.

_ Ok, to muito dolorido pra discutir. Vamos embora?

_ Vem comigo, você tá acabado. haha E olha que foi só um soco. MolengaGalera, essa foi a parte 1 do conto. Foi para apresentar todos pra vocês. Nos próximos a tensão, e o tesão vai aumentar. Mas pra isso, preciso saber o que estão achando. Então deem a nota que vocês acham que merecem, e comentem aqui o que acharam. Tchau. Até o próximo.