O FRUTO Cap. 08
(Gente. Desculpem-me por qualquer confusão com os nomes dos personagens. Mas isso tem um motivo que explicarei mais para frente. Matheus, Matheo e Marcus serão envolvidos em uma trama maior –spoiler- Kkk)
-prefiro essa-
Matheo tinha surgido sabe-se lá de onde e segurava uma cueca Box toda preta...
-Essa aqui vai ficar melhor em você, -falou me jogando a cueca para mim- Ia adorar ver o contrate dela em sua pele- Falou com um sorriso nos lábios.
Peguei a cueca e olhei para ele. Matheo estava vestido com uma calça de corte reto e uma camisa gola “V”vermelha, alem de estar de vans vermelho. Algo dentro de mim se inflamou, mas não de excitação como sempre acontecia quando o via... Eu estava com medo! Por algum motivo Matheo me deixou nervoso. Era uma sensação estranha, algo dentro de gritava para que eu me afastasse dele...
Ficamos alguns momentos em silencio e ele ainda sustentava o olhar de tarado para mim, ignorando Matheus descaradamente. Afastei-me de Matheus, precisava respirar “Eu quase beijei meu melhor amigo” Pensei. Olhei de relance para Matheus, ele estava vermelho de raiva, (mas continuava lindo) Ele tinha se movido para minha frente, cortando o transe entre mim e o jovem Digory. Matheo pareceu não se importar. Ouvi uma risada e imediatamente meu coração acelerou.
Eu precisava de espaço. Era até irônico, em um momento da minha vida eu não tinha ninguém que me quisesse (não que eu não fosse atraente, só que eu era do tipo “romântico incurável” Quanto mais impossível o amor, melhor ele era e é para mim) E em outro tinha três caras, lindos dando em cima de mim (todos com “M” no nome ¬¬).
Virei de súbito para sair da loja, quando Matheus quebrou o silencio – O que você quer?- Perguntou ele, de maneira pouco amigável. Estava tão nervoso que derrubei um manequim que estava atrás de mim. Claro que o barulho foi enorme, e todos na loja pararam para ver meu vexame (pra variar, a loja estava lotada) Abaixei tentando levantar o manequim quando minha visão fica turva e uma frase brota em minha mente:
“- Não me venha com piadas, jurei mantê-lo vivo e só! Não tenho sentimento algum por ele...”
“De onde veio isso?” Pensei.
Continuei abaixado quando senti que algo estava errado. Em um momento estava bem (alem do embaraço de ter dois gatos disputando quem deles me veria de roupas intimas é claro) Mas algo mudou em minha cabeça. Começando pela minha visão, que começou a embaçar. De repente, tudo era um borrão. Senti-me tão fraco, tão desorientado, como se alguém estivesse me puxando para baixo. Olhei para minhas pernas e vi uma cena que fez meu coração gelar.
Havia uma criatura, muito parecida com duende, agarrada a minha perna. “Como você chegou aqui?!” Pensei
A criatura era de um marrom velho, como se estivesse desbotando, e tinha as mãos pequenas, mãos não, garras e bem afiadas, seu corpo parecia como o corpo de um morcego, peludo e magro, tinha até pequenos chifres também em cor de terra. As suas garras estavam enfiadas na minha perna, vi meu sangue escorrer por entre seus dedos demoníacos. Senti outra pintada mais forte quando a criatura me mordeu. Ela sugava meu sangue como se eu fosse uma espécie de bolsa de sangue e ele fosse um vampiro daqueles que vemos em series de TV. Respirei fundo
“Isso é só minha cabeça me pregando uma peça” Pensei. Virei para Matheus que ainda encarava Matheo, e ele olhava diretamente para minha perna.
“Espera aí! Ele está vendo isso também?”
Senti um peso em minha perna e percebi que a criatura agora tinha dobrado de tamanho, antes o ser era do tamanho de um filhote de gato, mas agora estava com o tamanho de um cachorro. Minha visão ficou turva e senti meu corpo ceder...
“vou morrer” Pensei. Quando tudo escureceu...
Senti um toque em minha testa e isso foi o suficiente para me despertar. Aquele toque me fez relaxar e esquecer o que estava acontecendo e onde eu estava. As mãos do Matheo eram quentes e firmes, mas macias e isso bastou para me fazer sentir melhor. Olhei para seus olhos, e me vi refletido em duas bolas de cristal cinza escuro, como nuvens de tempestade. Senti um calor que percorreu todo meu corpo, minha visão entrou em foco e a tontura passou tão rápida quanto veio. Senti meu corpo ser envolvido por braços longos e grossos. Seus músculos eram firmes, mas macios, como se fosse uma criança passei os dedos em seu braço do pulso até o ombro enquanto seu semblante continuava carregado de preocupação
-Você está bem?- Matheo perguntou, seus olhos demonstravam uma preocupação tão grande que quase me fizeram beijá-lo ali mesmo.
-claro que não!- Matheus falou de forma brusca me tirando do encanto. Percebi que nossos lábios estavam próximos, que minha cabeça estava em sua coxa e que meu melhor amigo estava em minha frente, fitando a cena com o olhar de pura decepção... Levantei e v i que todos na loja nos olhavam aquela cena digna de novela mexicana. Um vendedor veio perguntar o que tinha acontecido, e se eu precisava de auxilio medico. Expliquei que foi só uma tontura, por causa dos remédios que eu tomava (que eram cada vez mais fortes) Olhei pra minha perna e vi pequenos furos nela, mas nenhum sinal de sangue. “Isso foi só uma ilusão mesmo?”
Já estava na frente da loja quando Matheo me segura pelo braço me fazendo girar e dar de cara naquele peitoral lindo, me alinhando e abraçando-me na frente de Matheus;
-você está bem mesmo?- Perguntou apertando cada vez mais o abraço.
Eu: -estou sim, acho que é fome- Falei já com as bochechas coradas.
Matheo: - então vamos comer! Eu pago- Falou rindo e aliviando o resto de tensão que eu ainda sentia
Ia responder quando Matheus surge e entra em minha frente (tinha até esquecido dele)
Matheus: - vamos comer sim, mas não precisamos de sua caridade, muito menos da sua companhia -
Falou e segurou minha mão desfazendo o abraço, me puxando para dentro de seus braços, deixando minhas costas bem coladas em sua frente. Como se mostrasse para Matheus quem era o macho dominante.
Antes mesmo que eu pensasse em reclamar ele praticamente me rebocou para longe de Matheo...
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::VERSÃO DO MATHEO::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Ódio! Era o que eu sentia.
O babaca do Matheus tinha praticamente carregado David para longe de mim, tive que lutar contra o instinto de matá-lo ali mesmo. Estava tão concentrado em não matar ninguém que nem percebi quando Daniel se aproximou...
Eu: - cuidaram dele?- perguntei seco.
Daniel: - Claro, era só um “pressagio”- falou com voz de desdém.
“Presságios” eram “Darcos” de uma classe pouco elevada. Em geral, presságios Tinham a capacidade assumirem a forma de pequenos animais como cães, gato e mesmo morcegos. Alimentam-se de sangue. Dessa vez demos sorte, presságios andam em bandos, o “Fruto” não escaparia só com pequenos cortes na perna se fossem mais de um.
Ainda bem que era só um desgarrado, assim foi fácil congelar a pequena criatura e empurrar o bloco de gelo, enquanto amparava David. Mas mesmo assim eu sabia que demos sorte, pelo menos desta vez... Ter o “fruto” ali em publico era como acender uma fogueira no meio da selva à noite, David atraia legiões de “Darcos” sem nem ao menos perceber. A missão era simples, manter-se longe dele e protegê-lo de qualquer ameaça. Estava escondido dele quando senti que o pequeno “darcos” tinha se aproximado do “fruto”. Usei a provocação como desculpa pra me aproximar. E impedir que David passasse pelo que passou. Claro que eu não tinha resistido. Provocá-lo era o máximo!Adorava ver a cara dele quando ficava envergonhado, suas bochechas ficavam tão vermelhas quanto seus lábios. E isso era o maximo que eu me permitia, não queria me apegar a nada, nem ninguém. Amar alguém era uma fraqueza para mim, da qual eu não estava pronto para ter.
Mas nada é como a gente quer...
Marcus estava escondido nas sombras próximo de David, o que não me confortava, já que ele assumira para mim que se sentia atraído pelo meu David.
“Meu? De onde tirei isso?” Pensei...
Lembrei do nosso nada feliz encontro no dia anterior;
:::::::::::::::::::::::::::::::::LEMBRANÇA::::::::::::::::::::::::::::
Eu e Marcus discutíamos sobre o mais recente Don de David. A super-velocidade era uma característica básica de qualquer sobrenatural, mas todos os “frutos” anteriores não tinham tais habilidades. Isso poderia ser um problema no futuro...
Não sei como, mas David conseguiu escutar nossa conversa sem ser notado (o que era um feito enorme) Era proibido que ele soubesse sobre isso antes da hora... Então agimos rápido com um golpe só (com uma enorme dor no peito) eu desmaiei David enquanto pensávamos em uma saída daquela situação. A contra gosto, concordei com a idéia de Marcus e chamamos Daniel para nos ajudar. Daniel tinha a habilidade entrar na memória de qualquer pessoa e mudá-las como quisesse. Escapar disso era quase impossível.
Até mesmo Caius (o mais velho de nós) temia essa habilidade dele. Ele retirou essas memórias de David e eu o levei para seu chalé.
O deitei na cama e retirei suas roupas. Aquela pele tão branca, os lábios vermelhos. Seu rosto estava tão sereno, quase me esqueci da importância dele para tantas pessoas, eu o queria só para mim. Seu cheiro me inebriava e estar tão perto assim dele é uma tentação, até de mais. Admito que fui um canalha e roubei um beijo dele...
Quando nossos lábios se tocaram, me senti em êxtase, “um simples selinho como este era capaz disso?” foram apenas alguns segundos, mas meu corpo acendeu como uma arvore de natal. “Preciso beijá-lo acordado, preciso dos lábios dele...”
::::::::::::::::::::::::::::::FIM DA LEMBRANÇA::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Sai do meu devaneio quando Marcus sorriu alto para mim.
Daniel: - Seu tarado!- Falou ainda sorrindo – Como tu beijou ele dormindo?-
Daniel tinha outra habilidade especial, a de me tirar do serio.
Eu: - leia minha mente mais uma vez e prometo que faço você se afogar em sua própria baba - Ameacei
Daniel: - Calmo aí, senhor esquentado. Se você tivesse visto o que seu “concorrente” (fez a aspas com os dedos enquanto falou isso) estava pensando em fazer com o fruto, aí sim teríamos um maremoto aqui- Falou obviamente divertindo-se com a situação.
Aquilo era o meu limite, precisava afastar aquele cara de perto do David. Ele era meu! Meu amor... Nem que para isso eu precisasse matá-lo.
Continua....
RWFG: Obrigado!
Ru/Ruanito & Diamandis Del Rey: Quem vocês preferem que fique com o David? (teste kkkkkkk)
juh#juh: Você ainda não viu nada!
