Ao chegarmos fomos recebidos pela Letícia já na entrada.
Letícia – Bom dia meninos!
Eu – Bom dia Letícia, como está?
Ricardo – Bom dia!
Letícia – Estou bem, especialmente quando vejo uma das nossas crianças sendo adotada.
Ricardo – Estamos tão felizes com a adoção do Bê. Você nem imagina.
Letícia – Tenho uma noção de como deve ser. Antes de entramos, quero dizer algo.
Eu – Pode dizer.
Letícia – Quero somente agradecer. Depois que vocês começaram a frequentar o abrigo, o clima aqui dentro mudou completamente. Mesmo com todo o amor que minha equipe e eu dávamos as crianças, parecia que não era suficiente, elas ainda tinham tristeza no olhar. A partir daquele sábado que vocês apareceram aquelas crianças ganharam um novo brilho no olhar. Vocês deram a elas o que mais precisavam, um pouco de amor. Vou ser eternamente grata.
Ela terminou de dizer aquelas palavras em meio as lágrimas. Nós ficamos muito emocionados em saber que ajudamos um pouco aquelas crianças. Ricardo e eu nos aproximamos e a abraçamos como forma de gratidão.
Letícia – Acho que vocês querem ver uma certa pessoinha.
Eu – Demais!
Letícia – Vamos até o escritório.
Ela nos guiou até o escritório enquanto uma de suas assistentes foi buscar o Bê.
Ricardo – Não temos intensão de deixar de visitar o abrigo, Letícia. Sei que agora tem a equipe de voluntários da empresa do meu pai, mas nós temos muito carinho por estas crianças e por você. Sempre poderá contar conosco.
Letícia – Fico feliz em ouvir isso. Também tenho um grande carinho por vocês.
Conversamos mais um pouco até alguém bater na porta.
Letícia – Entre!
Pela porta entrou a assistente da Letícia com o Bê nos braços, ele ainda dormia.
Assistente – Ele estava na cama ainda. Acordei ele, mas no caminho até aqui ele pegou no sono de novo.
Letícia – Esse menininho tem um sono pesado que eu nunca vi.
Todos nós rimos com aquilo.
Ele estava lindo no colo da moça. Peguei ele nos meus braços e fiquei admirando seu rostinho delicado, seu suspiro profundo, como eu amava aquele garoto. O Ricardo veio por trás e nos abraçou.
Ricardo – Nosso filho, amor.
Eu – Nosso!
Aquela cena ficou gravada em minha mente como um dos momentos mais emocionantes da minha vida. O Ricardo, eu e o nosso filho, nossa família.
Letícia – Precisamos eternizar este momento lindo. Vamos tirar a primeira foto da mais nova família.
Acomodamo-nos num canto da sala e tiramos a primeira foto com o Bê como nosso filho. Em seguida ele acordou, ainda um pouco assustado com todos ao seu redor ele iniciou uma carinha de choro.
Eu – Bom dia meu amor! Não precisa chorar, sou eu, o tio Luca.
Ele coçou o olho e fixou o olhar em mim na tentativa de me reconhecer.
Ricardo – Cadê o garotão do tio?!
Ele sorriu e nos abraçou. Aquela sensação que o abraço dele nos proporcionou foi indescritível.
Bê – Tio Luca! Tio Ricardo!
Ricardo – Hora de acordar.
Bê – Estou com sono ainda.
Eu – Temos uma surpresa pra você.
Bê – O que é?
Olhei para o Ricardo dando permissão para contar a novidade.
Ricardo – O que você acha de ir morar com a gente?
Bê – Eu quero! Eu quero!
Ele pulava em meu colo de alegria.
Bê – Eu posso? Eu pedi pra tia Lê, mas ela disse que não podia.
Ficamos surpresos ao saber que ele já tinha interesse me morar conosco.
Letícia – Semana passada depois que vocês foram embora ele chorou demais querendo ir junto. Não disse nada para não criar esperanças em vocês e nele.
Eu – Está certo!
Ricardo – Só que agora você pode ir morar com a gente.
Bê – Posso?
Letícia – Claro que pode, meu amor.
Bê – Eba!!!
Todos rimos ao ver a alegria dele.
Bê – Quando posso ir?
Ricardo – Viemos te buscar para ir hoje.
Bê – Eu quero ir.
Subimos até o dormitório para juntar as coisas que ele queria levar. Quando tudo estava pronto foi o momento de despedida. Todas as crianças e assistentes vieram se despedir do Bê, mas logo prometemos que viríamos vistá-los sempre que possível. Deixamos o abrigo de mãos dadas como uma família.
MESES DEPOIS...
Seis meses se passaram desde a adoção do Bê. Só posso dizer que esses meses foram maravilhosos. Em nenhum momento tivemos problemas com ele em relação à adaptação, muito pelo contrário, ele sempre foi uma criança muito comportada e obediente. Claro que às vezes fazia manha como qualquer criança de três anos, mas nada exagerado. Com o passar do tempo explicamos a ele sobre a adoção e a minha relação com o Ricardo, ele nunca fez objeção alguma sobre Ricardo e eu sermos casados, até mesmo por que ele não entendia direito. Uma psicóloga acompanhava ele semanalmente para trabalhar essa questão.
Foi engraçado o dia que ele chamou o Ricardo de pai pela primeira vez. Estávamos deitados no nosso quarto e o Bê já havia dormido. Aquela noite seria nossa, já que desde que o Bê chegou não tínhamos mais tanto tempo para fazer nossas coisinhas. O Ricardo estava em cima de mim beijando meu pescoço quando escutamos ele gritar. Nos vestimos depressa e corremos para o quarto dele.
Bê – Pai! Pai!
Ele gritava e chorava profundamente. O Ricardo pegou ele no colo para acalmar o seu choro.
Ricardo – Calma!
Bê – Tive um pesadelo, pai. Um bicho estava debaixo da minha cama, ele queria me levar pra longe de vocês.
Ricardo – O pai está aqui e ninguém vai tirar você da gente.
Deitamos na cama até ele pegar no sono. Cutuquei o Ricardo que estava quase caindo no sono.
Eu – Ele te chamou de pai.
Ricardo – Nem acredito no que eu ouvi.
O Ricardo estava com os olhos marejados de emoção. A partir daquela noite o Bê começou a nos chamar de pai, eu era o pai Lu e o Ricardo era o pai Rick. Perdermos uma noite de amor, mas ganhamos algo muito melhor em troca.
O Pedro e o Paulo se casaram há poucos dias, eles estão em lua de mel. Logo que voltarem já planejam entrar com o processo de adoção, pois ficaram com vontade depois que adotamos o Bê. O Gustavo está mais feliz do que nunca com o neto, os dois não se largam quando se encontram. Descobrimos recentemente que ele e a Letícia estão saindo. Fiquei surpreso com a notícia, mas feliz pelos dois. O Ricardo também ficou contente, mas senti que ele ficou com uma pontinha de ciúmes do pai.
Hoje é um dia chuvoso e frio aqui em Curitiba, como sempre esta época. Neste exato momento estou escrevendo no meu quarto enquanto ao meu lado estão as duas pessoas mais importantes da minha vida. O Ricardo está brincando com o Bê de vídeo game enquanto compartilho com vocês um pouco da minha história. Sei que vamos encontrar muitas dificuldades pela frente, isso até me deixa com medo, mas ao vê-los brincando alegremente aqui ao meu lado esse medo desaparece. Com eles e por eles enfrento qualquer coisa, faço tudo pelos amores da minha vida.
FIM?
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Olá pessoal!
Chegamos ao fim de mais um conto. Estou feliz e triste ao mesmo tempo. É quase impossível não se envolver com os personagens quando se escrever um texto, comigo não foi diferente. Como disse anteriormente, este conto não é verídico, mas alguns itens são baseados na vida real. O nome Luca é uma mistura do meu verdadeiro nome, as características do personagem são baseadas nas minhas, realmente moro em Curitiba e é isso...rsrsrsrsrsr. Sou e vou ser eternamente grato a vocês pelo carinho que recebi, meus sinceros agradecimentos.
Quero dizer também que decidi fazer uma terceira temporada, mas ainda não tenho previsão para postar. Vou passar alguns dias em off para me dedicar ao TCC. Assim que tiver um tempo livre vou começar a postar o "Segunda chance".
Alguem93 - Obrigado pelo carinho. Bjos
Ribeiro1996 - Obrigado pelo carinho. Bjos
Edu19>Edu15 - Obrigado pelo carinho. Bjos
Peludodf - Até agora não vi a justificativa por você não ter comentado o cap 34. Estou esperando...kkkkkkk. Viu como postei antes do 7 de setembro...kkkkkkkkkkkkkkk. Vou sentir falta do seus coments. Gostaria muito de conversar com vc. Se tiver skype me add...lucamonteiro88
Abraços amigo!
stylo - Obrigado pelo carinho. Bjos
DW-SEX - Estou esperando seus contos, amigo. Obrigado pelo carinho. Bjos
Rôh - Obrigado pelo carinho. Bjos
(Al) - kkkkkkkkkkkk...no meu coração tem espaço para muitos amigos...kkkkkkkkkkk. Obrigado pelo carinho. Bjos
Perley -Realmente a adoção por casais homo é bem complicado. Uma pena mesmo, eles preferem que as crianças se amontoem nos orfanatos...triste realidade. Obrigado pelo carinho. Bjos
FabioStatz - Obrigado pelo carinho. Bjos
M. Bahia - Amigo do S2!
Augusto3 - Está perdoado, mas não suma. Obrigado pelo carinho. Bjos
esperança - Obrigado pelo carinho. Bjos
diiegoh' - Obrigado pelo carinho. Bjos
Drica Telles(ametista) - Minha querida...que Deus te abençoe eternamente. Obrigado pelo carinho. Bjos
Bjos e abçs!