(...)
Quando cheguei no aeroporto, nem meu pai, nem minha mãe estavam lá. Havia um senhor com cerca de trinta anos, alto, costas largas, cavanhaque, moreno de sol, vestido com um terno que acentuava seus músculos, segurando uma placa com o meu nome. Era o novo motorista da família...
2ª. TEMPORADA! NOVO TÍTULO: SOU ABUSADO
Parei diante daquele homem e fiquei fitando-o esperando alguma reação. Diante da sua inércia, falei já irritado:
- Pegue minhas malas, ande, o que está esperando!
Ele me olhou de cima a baixo, aparentando estar confuso.
- Desculpe-me... você... Bruno... você é o jovem Bruno Magalhães?
- E quem mais eu poderia ser?- respondi irritado.
Segui seu olhar e só então entendi seu espanto: eu usava minha roupas de periguete louca. A tristeza e revolta de ter que abandonar a fazenda do meu tio às pressas, feito uma leprosa, fizeram-me esquecer que ali, na minha cidade, eu teria que manter as aparências. Não poderia mais usar aquele tipo ridículo de roupa: um short bem curto que deixava minhas coxas lisinhas e torneadas a mostra; um top curto e largo que mostrava minha barriguinha durinha e, se eu fizesse algum movimento mais brusco, revelava o contorno dos meus seios. Com raiva voltei a vestir o sobretudo que usava durante o vôo, apesar de estar com calor agora, e sai andando. O pateta do motorista veio atrás. Foi engraçado perceber seu jeito abobado, parecia que nunca tinha visto uma “menina” como eu...
Resolvi ir ao banheiro jogar uma água no rosto para tentar relaxar e esquecer as tristezas que atormentavam meus dias.
Já dentro do banheiro baguncei um pouco os cabelos para livrar-me um pouco da aparência feminina. Mantive meu sobretudo totalmente abotoado e tentei controlar os gingado dos meus quadris que, de uns tempos para cá, rebolavam involuntariamente.
Pelo espelho percebi um movimento estranho atrás de mim. Parecia que alguém havia batido com o próprio corpo na porta, dentro de um dos reservados. Pela greta da porta podia ver as solas dos sapatos da pessoa que estava lá dentro... mas, espera aí... para eu ver os sapatos da pessoa daquele jeito ela teria que... estar ajoelhada com os pés virados para a porta! E o que uma pessoa faria ajoelhada no banheiro não era difícil de imaginar!
Entrei na cabine do lado e, sem fazer barulho, subi em cima do vaso sanitário. O que vi era exatamente o que imaginava: um senhor de terno, de aparência distinta, ligeiramente calvo, mamava com fúria e volúpia a pica grossa, reta, dura e enorme de um jovem comissário de bordo. Que inveja senti daquele coroa! A pica do comissário brilhava dos fios de porra que já expelia e da saliva daquele careca! Estava muito gostoso assistir aquele boquete. O coroa enfiava todo o pau do jovem na boca, fazia movimentos de sucção com desenvoltura, envolvia-o todo com a língua, sugava seus ovos de uma só vez, punhetava-o e lambia-o alternadamente e, ambos, não emitiam nenhum som. Quando aquele pau delicioso esporrou, pensei que estava vendo uma miragem. Eu contei: foram sete jarros de porra farta que voaram da cabeça daquela tora para a cara e a boca daquele velho. O coroa não se satisfez. Continuou chupando e sorvendo até a última gota da porra daquele lindo rapaz! Estavam tão entretidos que nem perceberam que eu os flagrava por cima da divisória. Que cena linda! Fiquei profundamente excitado. Sem ter consciência comecei a me tocar... mas, cai na realidade a tempo e fui embora dali.
Lá fora, o motorista me esperava com a minha bagagem, visivelmente já recomposto do susto.
- Eu quero lhe pedir desculpar, Sr. Bruno. Meu comportado foi repreensível e não se repetirá. Espero que não perdure nenhuma mal entendido entre nós.
Lerda e excitada com a cena que acabara de presenciar, não soube o que responder. Fitava a genitália do meu motorista vendo o impacto que seu pau fazia sob a calça de tecido e começava a fantasiar pensamentos libidinosos. Mas, aí me lembrei que estava em casa e que em casa a gente se comporta.
- Não sei à que você se refere. Ande, pegue minhas malas e vamos embora. Quero rever minha família logo. Tenho pressa. Ande, seu inútil. Agilize-se!
Localizamos o carro e não trocamos nenhuma palavra durante o trajeto. Mesmo com o ar condicionado ligado sentia calor e fui obrigada a abrir meu casaco. Devido ao jeito esparramado que me sentava, minha blusa subiu um pouco marcando e mostrando um pouco dos meios seios. Pelo retrovisor vi que o motorista me observa. Achei uma insolência, mas fiquei calada, digo calado.
Distraído, comecei a relembrar da cena do banheiro. Lembrei daquele crioulo doido que tirou minha inocência e daquele menino dos estábulos que tirou minha pureza. Lembrei também do meu primo e do meu tio que me usaram, da Regininha de quem senti inveja e, com saudades, me lembrei de Tião... por mais incrível que possa parecer. Saí da fazenda, mas sentia que ainda tinha uma ligação muito forte com todos aqueles homens. Nossa história ainda não tinha terminado, eu podia sentir claramente.
Chegamos em minha casa. Casa, nada. Nunca fui pobre. Era uma grande mansão. Com jardins, piscina, chalé para hóspede e etc.
No vestíbulo o velho mordormo George me cumprimentou com satisfação. Ele era como um avô para mim. Sua família trabalhava para a minha há mais de três gerações e nos dávamos muito bem.
- Sentimos muito a sua ausência nesta casa, Bruninho. A alegria agora está de volta! Seja bem-vindo, meu querido.
- É bom estar de volta, George! Fico feliz em revê-lo. Onde estão meus pais?
- O sr. e a sra. Foram almoçar no clube e ainda não retornaram. Mas, Alfredo está em casa.
- Inferno! – foi tudo que disse e saí andando. Alfredo era meu irmão. Ou melhor, meio-irmão. Meio! Isso fazia toda a diferença. Era filho do primeiro casamento do meu pai. Meu pai se divorciou e casou com minha mãe. Meus pais moravam na minha casa. Eu acho que Alfredo deveria morar na casa dele. Mas, enfim, era com a gente que ele morava.
Subi a grande escadaria e fui para o meu quarto. Com alívio me livrei do sobretudo que usava e procurei em minhas antigas roupas no closet uma adequada para uma tarde quente de primavera.
A porta se abriu de supetão. Alfredo entrou. Estava maior do que eu me lembrava. Sua barba estava por fazer. Os músculos de seu peito marcavam a regata que ele usava. Seu short de corrida deixava a mostra suas coxas bem musculosas e com poucos pêlos. Pêlos loirinhos que brilhavam ao sol. Suas panturrilhas também pareciam ter crescido. Estavam suado, mas não fedia. Ao contrário, senti o cheiro familiar de seu perfume. Seu perfume sempre me irritou, mas como era um viado agora foi impossível não olhar para Alfredo com outros olhos.
- Bruninho, que bom que você voltou! Sentimos muito a sua falta! Venha cá, me dê um abraço.
Bom, educação é algo que sempre tive e não se nega um abraço. Por mera questão de civilidade fui até ele e o abracei, acho que demorei um pouco mais que o necessário para me desvencilhar dos seus braços fortes, mas estava gostoso sentir seus músculos me apertarem e... deixa pra lá.
- Andou crescendo e perdendo as roupas, maninho?
Com assombro tomei consciência novamente da roupa ridícula que usava.
- Foi aquela peste do nosso primo que me atormentou de todas as formas possíveis. Uma de suas artes foi estragar minhas roupas. Todas elas.
- Você ficou engraçado vestido desse jeito. Ficou meio... sei lá... esquece.
- Diga. Já começou a falar, agora termine.
- Não, não... esquece.
- Fale! – gritei com firmeza – por favor, sussurrei – me recompondo.
- Está diferente. Ficou mais... bom, está mais bonito.
A sinceridade de meu irmão, digo meio-irmão me desarmou.
- Você acha mesmo? - perguntei humildemente. Nunca fomos muito próximos, devo admitir que por implicância da minha parte, de modo que nunca ouvi gentilezas como essa vindo dele.
- Sim, eu acho. É claro que o papai não vai gostar de te ver assim, mas eu gostei. E... bom, quando a gente estiver sozinho em casa e você quiser usar essas roupas que nosso primo estragou... ah, vai ser legar te ver vestido assim – ele disse isso esboçando um meio sorriso.
- É, não sei... vou pensar... quem sabe... não sei... – fiquei meio confusa, sem saber direito se havia entendido todos os nuances daquela reposta.
- Posso te dar mais um abraço? Eu realmente vejo que senti mais a sua falta do que eu imaginava.
Não neguei, afinal, repito, fui muito bem educado. Seus braços me prenderam num abraço quente e gostoso. Estava um pouco mais apertado que o normal, porém eu gostei. Quando eu quis soltá-lo ele não deixou e continuou me apertando firme. Sua mão desceu para a minha bunda. Fiquei extremamente assustado. Sua mão entrou no meio da minha bunda. Eu nem conseguia reagir. Quis sair e me debater.
- Fica quietinho, ok? Relaxa. Eu já sei de tudo. Nosso primo me contou. Você de santinho só tem a cara, né danado! Sempre te achei gostosinho, meio chato, mas gostosinho. Agora que eu sei que você curte, nós iremos curtir juntos.
Sua boca me envolveu num beijo muito molhado. Desesperada correspondi ao beijo. Sua língua me fez esquecer toda a amargura que tinha vivido. Estava frágil e indefesa nos braços do meu meio-irmão e estava gostando.
- Tenho que sair. Estou fazendo um estágio durante as férias. Mas, a noite eu virei aqui... se você quiser...
Ele tocou meu rosto com as mãos e saiu. Cada vez mais abobada, comecei a me trocar sem reparar que a porta estava aberta. O motorista entrou com a minha bagagem e viu meus seios expostos.
- Minha Nossa Senhora! Meu Padre Cícero! Que belezura!
Olhei para ele com raiva!
- Como se atreve seu impertinente! Suma daqui! – ele correu assustado para fora do quarto e eu, finalmente, voltei a sorrir. Como é bom estar em casa!