Nos beijamos e a partir dali, muitas coisas dentro de mim iriam mudar!
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Era estranho pra mim, a sensação de acordar ao lado do Felipe, e não mais vê-lo como um caso qualquer. Agora ele era o meu namorado. Eu fiquei admirando-o dormir e refletir sobre os principais problemas que iríamos enfrentar. A tia Kátia, mãe do Felipe e irmã da minha mãe, jamais suportou a ideia da minha condição de gay. Ela me respeitava me tratava com carinho... Mas quando me via ao lado de um homem, tinha pavor. A metade da minha família era como a tia Kátia.
Se eu e o Felipe, quiséssemos alavancar um romance sério, teríamos de estar preparados para encarar nossa família. Aproveitei que ele dormia feito um anjo, e fui até a cozinha preparar nosso café. Sabe que tava sendo gostoso pra mim, ter alguém pra cuidar, amar e encher de carinho. É Nando... Quem diria! Levei o café até o quarto.
- Hei! Acorda dorminhoco. Olha o que eu fiz pra nós dois. – ele aos poucos, se espreguiçava na cama e acordava lentamente.
- Bom dia meu amor! Nossa! Você preparou tudo isso?
- Sim. Eu queria te surpreender, e mostrar que sei me virar. Do meu jeito, mais sei me virar. – eu rir.
- Poxa amor, assim eu fico mais xonado por você, sabia? Eu jamais esperava isso...
- Bobo... Toma o seu café, pois temos de voltar cedo para o Rio. Meu pai quer essa maldita encomenda dele, antes do meio dia.
- Que carinha é essa hein? – ele tocou em meu rosto, vendo a minha expressão de preocupação.
- Você sabe o que vamos enfrentar, não sabe? Eles não vão concordar com nosso relacionamento. Somos primos! Temos o mesmo sangue. Se já é difícil para um gay namorar outro cara comum, imagina namorar o próprio parente e ainda por cima, ter de encarar a família?
- Eu disse a você que nós estamos juntos. A minha mãe adorava você, e a sua mãe me adora. Enquanto nossos pais... Bom, eles têm aquelas caras de maus, mas não mordem.
- E a aquela loira nojenta?
- A Paloma?
- Esse troço aí mesmo. Já ligou para ela, informando que vocês precisam conversar? Ai, eu odeio aquela vadia.
- Tá com ciúmes é? Pode ficar tranquilo... Assim que chegarmos ao Rio, eu vou conversar com ela, e terminar nosso namoro.
- O que foi que você viu nela hein senhor Felipe?
- Quer mesmo saber? – ele franziu a testa.
- Agora mais do que nunca! – eu olhei sério para ele.
- Bom, digamos que a Paloma tenha... Um par de coxas grossas, seios fartos, uma bunda empinada...
- CHEGA! Então quer dizer que você ainda baba por aquela piranha? Vai ficar com ela!
- Calma! Eu só falei isso pra te provocar. Claro que ela é uma mulher linda, mais seu corpo é mais quente, vibrante, e é com você que o meu tesão explode.
- Não senti firmeza!
- Põe a mão aqui em baixo do edredom. – eu fiz o que ele pediu, e o Felipe estava com o pau duríssimo.
- Seu tarado. – eu dei um tapa no ombro dele. Só pensa nisso? – eu ri.
- Viu só? O felipinho responde logo, quando você está perto.
- Seu bobo. Anda, se apresse com este café.
- Eu te amo Nando. Promete que nunca vai me deixar e nem me trocar por ninguém?
- Você é o homem que eu amo. Hoje eu percebo que sem você, eu não consigo viver. Sou louco por você Felipe.
Nos beijamos, e ele jogou a bandeja num canto, e me puxou para cama. Felipe não desgrudava da minha boca, e arrancava a minha roupa de forma selvagem. Ele já estava em ponto de bala, e eu devorei o seu corpo. Chupei ele todinho, e sentei em seu pau. Fizemos amor tão gostoso, do nosso jeito maluco, inexplicável, enlouquecedor. Eu o fiz gozar em minha boca. Queria sentir o gosto dele. Como eu amava o Felipe! Fomos tomar banho juntinhos, e um resolveu dar banho no outro. Trocávamos olhares dentro do Box. Acariciávamos a pele um do outro, como se nosso reflexo, fosse a nossa alma. Por mais que eu demorei a entender os meus sentimentos, no fundo, eu sabia que ele era meu, e que eu era dele.
Nos beijamos suavemente... Ele me abraçou forte, aqueles braços pesados e musculosos... Aquele abraço foi uma forma do Felipe dizer: “eu estou com você, e nós estamos juntos”.
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Seguimos estrada ao som de muita música pop. No caminho, nós dois íamos contando nossas travessuras de criança, e muitas delas, fizemos até juntos.
- Você lembra aquela vez que a minha mãe quase pega nós dois no quarto? – eu disse, me acabando de rir.
- E da vez em que eu sufoquei a Natasha com uma almofada, porque ela sem querer, envenenou o meu gato.
- Eu me lembro disso Felipe. Nossa você ficou com tanto ódio da minha irmã.
- E eu que espalhei para colégio inteiro que o seu pau era pequeno, só porque você não quis transar comigo no dia do meu aniversário de 13 anos. – eu quase morri de rir, quando falei aquilo.
- A escola interia zombou de mim, e você, mais do que ninguém, sabia que era tudo mentira. Hoje você até reclama do tamanho dele.
- Coisas de crianças... E sei do seu potencial. Eu e aquela vaca né? Que nomezinho mais cafona: Paloma. Aff... Que péssimo gosto!
- Você tá mordidinho de ciúmes. - ele riu da minha cara.
Meia hora depois, e finalmente chegamos em casa. Meu pai já esperava ansioso, e antes mesmo de ele falar comigo e com o Felipe, pegou a encomenda, e partiu com o carro.
- Credo! Ele nem falou com a gente direito. – eu reclamei. – Oi mãe! Chegamos, e estamos morrendo de fome. – eu gritei da sala.
- Oi meus filhos. Eu fiquei tão preocupada com vocês dois ainda mais depois da chuva forte que caiu ontem à noite.
- Pois é tia... Tivemos que dormir por lá mesmo.
- Que bom que está tudo bem. Vão tomar um banho para almoçar.
Obedecemos, e tomamos um bom banho para eliminar o cansaço da viagem. A mesa já estava posta, com um cheirinho maravilhoso vindo da cozinha.
- Uau! Mãe, eu amo bife de panela.
- Ela fez pro queridinho dela. – minha irmã fez cara feia.
- E você priminha? Como tá? Namorando muito?
- Não Lipe. Só pegando...
- Que papo é esse dona Natasha? Só pegando... Eu Hein!
- Ai mãe, é modo de falar.
- Fica de olho nela mãe. – eu provoquei.
- Engraçadinho.
O almoço foi maravilhoso, a comida estava uma delicia, mas eu precisava conversar logo com a minha mãe. Não podia deixar pra depois.
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- O que vocês dois querem me contar, que nem esperaram eu servir a sobremesa?
- Mãe, senta aí?- eu pedi sério.
- Aconteceu alguma coisa? – ela olhou para o Felipe.
Eu respirei fundo, e comecei a falar...
- Mãe, desde pequeno, eu e o Felipe sempre nos dávamos muito bem. A gente cresceu juntos, e acabamos despertando um carinho muito forte, um pelo outro. Esse carinho se...
- Fala Nando. Eu estou ansiosa.
- Eu e o Felipe estamos namorando mãe!
- O QUÊ? Você e o Felipe? – ela gaguejou. – Vocês estão loucos? Não pode ser! Vocês estão loucos?
A minha mãe começou a gritar, e eu não entendi o estado dela. Eu sabia que a noticia iria chocar, mas confesso que foi uma reação estranha...
- Eu preciso sair. Não se aproximem um do outro. Vocês não podem. – ela estava desnorteada. Eu e o Felipe não entendíamos nada.
- Pera aí mãe. Aonde você vai? Eu ainda não acabei. Mãe! – era tarde demais. Ela já havia saído.
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Três horas depois, eu pedi para o Felipe ir até a casa da Paloma,para os dois conversarem; momentos depois, a minha mãe retorna com o rosto inchado de tanto chorar.
- Cadê o Felipe?
- Ele acabou de sair. Onde a senhora esteve?
- E a sua irmã? Onde ela está?
- A Natasha também saiu mãe. Vamos conversar melhor.
- Você e Felipe não podem ficar juntos. Isso seria abominável!
- Mias por quê? Mãe, você nunca foi preconceituosa em relação a isto. Me aceitou numa boa, no dia em que eu me assumi pra você... Que papo estranho é esse?
Ela estava abatida, e eu não entendia nada daquela reação.
- Você quer saber o motivo?... Você e o Felipe não são primos... Vocês dois são Irmãos!
- Hã? – eu congelei completamente.
CONTINUA...