- Eu estou tão mal quanto você. Você acha que vai ser fácil pra mim, transformar este amor que eu sinto por você, em um amor fraternal? Eu quero morrer!
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- A gente não merece isso! – Felipe chorava como uma criança, totalmente inconformado. A dor que estava sentindo era tão grande, que mal conseguia raciocinar. – Fala pra mim o que vai ser de mim sem você? Se soubesse o quanto eu te amo. Eu sempre te amei, desde adolescente. Eu não quero que você vá embora ad minha vida. – eu senti muita pena do estado dele, mas eu também estava ferido, afinal, eu queria olhar dentro dos olhos dele, e dizer que nunca vou deixá-lo e beijar intensamente a sua boca, mas eu tive que me controlar.
- Talvez seja mesmo, o destino não querendo que a gente fique juntos. Dói tanto aqui dentro... – eu desabei, não consegui segurar o choro. – Vai ser muito difícil para mim, ter que olhá-lo como um irmão, pois não é este tipo de amor que eu sinto por você. Eu estarei em pecado todos os dias, pois vou te desejar na minha cama todas as noites, a todo o momento.
- Então é isso que você quer? Terminar comigo? – ele fez voz de choro.
- Não sou eu, são as circunstâncias ao qual a vida nos proporcionou.
- O que eu faço com o amor que sinto por você? Me fala! – ele gritou.
- Eu não sei. Eu não sei o que pensar o que falar... – respirei fundo e olhei para ele. – Não termine mais com a Paloma... Fica com ela e seja feliz! É assim que tem que ser daqui pra frente.
- Não diga isso. – ele se aproximou do Nando.
- Não insista Felipe! Não podemos mais... Seja feliz.
- Não faz isso comigo.
- Tchau.
Eu tive que ser forte, para fingir ser tão duro com o amor da minha vida. Meu Deus! Que dor eu estava sentindo. Eu o entreguei para outra pessoa... Eu havia perdido a minha vontade de viver. Eu sair da praia e andei sem rumo pelas ruas, deixando que a brisa do vento tocasse no meu rosto e o céu estrelado iluminasse os meus passos. Imaginar que eu não iria mais sentir o gosto da boca dele, o cheiro dele... Me dê forças Senhor!
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TRÊS HORAS DEPOIS...
- Onde você esteve meu filho? Eu fiquei preocupada.
- Nada poderia acontecer comigo, do que dor que eu estou sentindo agora. Fica tranquila. – eu fui frio com a minha mãe. Eu mal conseguia encará-la. Eu não queria falar com ela. Fui para o meu quarto, e nem me dei conta de que eu havia me jogado debaixo do chuveiro com a roupa do corpo. Deixei aquela água lavar toda ferida que estava dentro de mim. Chorei muito, tudo que eu tinha pra chorar. Eu precisava ser forte e seguir adiante. Não ia ser fácil, mas eu precisava seguir adiante. Deitei em minha cama, e revirei de um lado para o outro, até eu consegui dormir.
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- Onde você andou? – perguntou a mãe do Felipe.
- Não fala comigo! – ele seguiu para o quarto, e ela veio atrás.
- Eu sou sua mãe! Me respeite!
- Respeitar? O quê? O que a senhora fez? E por falar em mãe, nunca me contou que a mãe do Nando é a minha mãe de verdade, não é? Que espécie de mãe é essa? Que faz o próprio filho acreditar que a sua tia, na verdade foi quem pôs você ao mundo? Eu estou com nojo de você, com raiva!
- O que está fazendo?
- Saindo desta casa. – ele pegava suas roupas e enfiava dentro de uma mala.
- Pare já com isso Felipe! O seu pai não vai permitir uma coisa dessas.
- Eu sou maior de idade, e mando na minha vida. Eu não fico mais nesta casa! Eu quero ficar longe de você! – ele estava com ódio.
- Eu sou sua mãe! Meu filho, vamos conversar.
- Não me toca! Você não tinha o direito de estragar a minha vida. E fique sabendo, que eu não boto os pés nesta casa nunca mais.
Ele terminou de arrumar suas coisas, sob os gritos e impedimentos dela, mas nada adiantou. O Felipe estava determinado a sair de casa. Como havia ganhado um pequeno apartamento do pai, quando fez 18 anos, era para lá que ele ia.
- Você não pode fazer isso! – ela tentava segurar ele, mas Felipe era bem mais forte.
- Me larga! Eu vou viver a minha vida, do meu jeito. – ele se soltou dela, e seguiu seu destino.
A partir dali, a vida do Nando e do Felipe não seriam mais as mesmas. Eles teriam de se acostumar com suas novas condições e deixar que o tempo se encarregasse de curar a dor de ambos. Isso se fosse possível!
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UM MÊS DEPOIS...
Ao contrário do Felipe, que possuía um local para se refugiar, o Nando teve de permanecer com os pais, mas o convívio era muito complicado. Ela quase não dava uma palavra, e nem mesmo um sorriso. Já havia um mês que ele não falava com o Felipe, e no inicio não conseguia tirá-lo da cabeça, mas com as atividades da faculdade, foi ocupando o seu tempo.
- Oi amigo, como você está? – o Victor perguntou.
- Tocando a vida. – eu respondi sério.
- Que tal se a gente pegasse um cineminha? Hã? – o Gui tentou animar o grupo.
- É uma ótima ideia! Tens uns filmes legais em cartaz. Podemos marcar hoje à noite. – o Paulo também tentou me animar.
Os meus três melhores amigos me apoiaram desde o inicio, mas para mim, algo perdeu o sentido. Eu não era mais o mesmo. E a minha alegria se perdeu com o vento. Eu não queria fazer mais nada.
- Galera, vão vocês. Eu vou terminar o trabalho do Professor Cláudio.
- Nando, para com isso. Você vai sim! Poxa, cadê aquele Nando alegre, que não suportava ficar em casa? Você não é desse jeito. – o Gui me advertiu, mas eu não estava com saco pra sair.
- o Guilherme tem razão. E tem muito tempo que não saímos os quatro. Somos o não somos o quarteto fantástico? Quando um tá triste, os outros também estão. Nando... Olha pra mim, você precisa viver. Eu sei que tudo isso Ra você ainda é muito difícil, mas você precisa viver meu amigo. – disse o Paulo.
- Viu só? Todos os seus amigos estão com você. Pronto! Não haverá mais cinema. Vamos para aquela boate GLS maravilhosa que adoramos.
- Hoje não Victor.
- Hoje sim! E nem adiantar questionar. Às nove da noite, passamos em sua casa.
De tanto insistirem, os meus amigos conseguiram me arrastar pra algum lugar. Eu sentia uma falta tão grande dele... Bom, a noite chegou e eu já estava arrumado aguardando eles chegarem. Minha mãe me olhava, doida pra puxar conversa, assim como o meu pai. Eu não queria falar nada. A buzina tocou lá fora, e eu fui até o portão. Eram eles. Saí sem dizer uma palavra.
- Nossa, como está gato hein? Se eu não fosse hétero, te pegava hoje. – O Victor fez uma gracinha.
- Sobe aí amigo. Hoje a noite é nossa!
Fomos para a tal boate e chegando lá, a multidão fervia ao som de eletro. Seguimos para o andar de cima, para ficarmos mais a vontade, e eu queria beber, beber muito.
- Me esperem aqui. Vou pegar algo forte pra mim. – me dirigir até o balcão e pedi um Uísque duplo. Dei uma sondada no local e percebi muita gente bonita.
Vejam só... Quem é vivo sempre aparece.
- Arthur! – eu me virei. – Nossa, que surpresa!
- Pois é! Eu fiquei esperando uma ligação sua, e pelo visto...
- Se você soubesse como anda minha vida... Mais e aí? Como você tá?
- Estou louco pra ficar com você. E desta vez, pra valer!
O Arthur estava lindo; ele era lindo! Eu até que senti uma atração muito forte por ele, mas depois que...
- Que cara é essa? Você parece triste.
- Bobagens. E você Arthur, namorando?
- Estou esperando por você. Eu coloquei você em minha cabeça e não consigo mais tirar. Muito tempo que a gente não se vê, mas mesmo assim, eu ainda me lembro daquele beijo gostoso...
Ele se aproximou para me beijar de novo.
CONTINUA...
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Oi queridos! Nossa que difícil para o Nando e o Felipe hein? Que bom que estão gostando do conto. Muita coisa triste e alegre ainda vai acontecer. Cometem muito. Beijosss, seus lindos! Boa leitura...