11. Um salvamento.
Mike correu para a casa da Prefeita. A chuva acalmara por alguns instantes, o que foi bom, pois assim ele pode ver que a pele já estava regenerada, a cor preta e o cheiro ruim se foram com as águas.
— Temos que conversar — disse ele entrando na casa, sem permissão. A mulher observou o rapaz, (mal sabia que ele tinha uns 800 anos) se sentar no sofá, de boca aberta.
— Você vem ou está difícil? — perguntou ele quando a mulher ainda tentava a em pensar algumas coisas.
— Primeiro: quem é você? Segundo: o que faz aqui?
Ela não se sentou. Ficou em pé com toda a cautela desse mundo.
— Vai querer uma conversa fiada ou recuperar sua prefeitura — agora sim ele falava a língua dela. Com um olhar tenso ela o mandou continuar. Quando ele disse que estava ali para invadir a prefeitura ela perguntou:
— E o que você ganha com isso? Quer ser meu sucessor ao cargo?
— Deixe de asneira mulher — disse ele em um tom áspero, quase grosso. — Eu tenho meus motivos próprios. E acredito que quando os militares acharem as falsas notas fiscais da creche, você não terá mais chances de se recandidatar no próximo ano... E sabe o que fazem com políticos corruptos nesse estado. Acho que você não vai gostar da forca — ele falava por experiência própria —, quando o pescoço não se quebra é pior ainda não ter ar nos pulmões.
A Prefeita ficou calada. Se perguntando como ele sabia do falso investimento e também se pergunta: "se ele sabe de tanta coisa, por que não me obriga a nomeá-lo prefeito?".
— Já disse que tenho meus motivos — disse ele lendo os pensamentos dela.
— E o que tem em mente? Vai atacar de frente, como se fazia na idade média para recuperar um castelo?
— Exatamente — Mike se inclinou para frente, passou a língua sobre os lábios. A essa altura a Prefeita já estava completamente encantada com a beleza do jovem. Ele tinha um cheiro tão gostoso que tava vontade de chegar mais perto, ou tirar-lhe a blusa e cheira-la para sempre. — Você, reuni alguns homens, eu entro por trás e pego minha coisa, que está lá dentro, e destruo qualquer evidência do crime.
— Parece ser uma boa ideia, mas não acho que vamos conseguir destruir o exercito.
— E não precisa. Só precisa limpar seu nome o resto vem com o tempo. Temos um acordo?
— Sim! — exclamou ela com uma voz solene como se tivesse feito algo milenar que seus avôs e bisavôs também tivessem feito e que agora era sua fez de continuar como prefeita.
Meia hora depois, uns 50 homens estavam na frente da prefeitura. Deixe-me explicar como era o prédio: tinha 10 andares, e doze salas por andar, salas grandes, era o maior prédio da pequena cidade, a parte da frente era feita de vidro, como na delegacia e todo o restante dos prédios públicos. Bem na frente havia um chafariz de dois anjos cantando, e de suas bocas sai uma água calma, em volta tinha-se muitas flores. Não pense que são flores comuns, eram flores exóticas. Bom, agora que já tem uma imagem do lugar, fica mais fácil imaginar 50 homens frente a ele. Era um grande volume, mas os militares eram em mais, é claro.
— Senhora Prefeita — falou o chefe de polícia na frente dos outros. — Estamos todos aqui!
— E se eles atirarem na gente? — perguntou o mesmo homem que levou um murro na cabeça no capitulo anterior. Ele estava com medo.
— Calado! — reprimiu o homem que lhe deu o murro. E fizera a mesma coisa agora.
— Comecem — disse a dama da cidade, olhando para os lados em busca de Mike. Ele não estava ali.
Foi então que uma chuva de pedras caiu sobre as paredes de vidros. O barulho dos cacos ecoou por algumas ruas perto dali. Do lado de dentro só se via vidros, pedras e alguns homens feridos. Logo que toda a frente foi para ao chão, os 50 homens invadiram a prefeitura. Os mais descuidados como Caio (o que só levava murros do amigo John), cortaram-se ao passar pela porta criada pelas pedras.
Um instante depois os soldados estavam lutando com os civis, não com armas, pois ninguém queria acabar na forca por matar um inocente. Usavam a força bruta para conter a população. Quando o General entrou no meio da luta Mike apareceu na porta dos fundos da prefeitura. Ele a derrubou e sumiu para dentro, como se nunca estivesse ali.
Você deve estar se perguntando: como ele achou o corpo de Nico tão facilmente? Bom, primeiro: ele leu todos os pensamentos da prefeita, e sabia exatamente onde ficava cada coisa dentro do prédio, mesmo nunca estando lá. Segundo: quando chegou perto o suficiente, ele entrou na cabeça de alguns soldados e conseguir rastrear onde eles colocaram a razão do seu viver.
Sabendo onde ele estava e quem estava com ele (apenas James estava na sala) só precisou de velocidade para passar entre os soldados e os civis que se matavam no braço.
Uma coisa com que ele não contava era: dois soldados ao lado da porta da sala. Estes estavam com armas e receberam ordem de atirar em qualquer um que se aproximasse, até mesmo no General, se, ele tentasse chegar ali.
Mike parou no final do corredor, uns 5 metros longe dos homens. Assim que o viu, um deles deu um tiro. Não conseguiram ver a bala indo na direção do morto-vivo, já Mike, viu com clareza ela deslizar-se pelo ar, vinha tão devagar que deu tempo de piscar algumas vezes e colocar a mão na frente ao peito — como um jogador de beisebol, que espera um lance. E finalmente ela chegou tão leve e sem nenhum efeito, ele a segurou entre os dedos. Quando os homens viram a cena, Mike deu um grande sorriso torto.
— Que desgraça é essa? — perguntou o cara que atirou, ele falava consigo mesmo.
— Um frio — disse o que estava do lado. Diferente do colega, este já havia visto um vampiro antes.
Sem dizer mais nada, ambos pegaram as metralhadoras, penduradas no pescoço, e atirar sem dó. Era impossível ver o que aconteceu, mesmo assim aconteceu. Mike corria na direção dos homens, deslizando de todas as balas. Era tão rápido que ficou impossível ser atingido.
"Esses desgraçados não podem sobreviver". Pensou ele enquanto corria. O objetivo da rebelião era: ocultar sua identidade. Não deixaria apenas dois homens estragarem tudo. Ele poderia apenas entrar na cabeça dos dois e fazer tudo sumir. Mas está noite ele se esqueceu da promessa feita a Nico.
Mike passou pelos dois homens e bateu a cabeça contra a parede.
"Que idiota", pensaram eles.
Não tinha lógica uma pessoa ser tão rápida, não conseguir parar a tempo de se chocar contra a parede. Pensando por esse lado eles ergueram as armas uma vez mais, pois sabiam que havia algo mais.
Mike se virou e tirou o pó do seu cabelo perfeito. Fez isso tão rápido, que nossos olhos humanos jamais vão ver como ele conseguiu pentear o cabelo em menos de dois segundos.
Atrás deles a parede caia na rua.
Depois de limpo, ele caminhou até os soldados. Não usou sua velocidade inumana, ele foi lentamente para provocar o máximo de medo nos homens.
Ao lado deles, Mike os levantou pelo pescoço, como se eles fossem duas galinhas magricelas. Os encarou individualmente, por fim, os levou até o buraco que havia criado com a cabeça. Ah sim, ele não parou de propósito, desde o inicio pensou em joga-los do prédio, mas não havia janela naquela andar.
— Por favor, não! — implorou um deles, estavam chorando tanto que não sei quem disse isso, mas foi em vão.
Mike olhou para baixo e lançou um deles buraco abaixo. Quando o soldado atingiu o chão, sua cabeça se abriu como uma melancia que se parte, o sangue banhou a rua.
— Você pode ir — disse Mike colocando o homem no chão.
— Obrigado — disse o coitado correndo para o final do corredor. Quando deu três passos percebeu que havia se mijado todo. Seu uniforme estava todo ensopado.
Mike olhou para o céu, a chuva voltara a cair sobre Fizadih. Passou o dedo sobre uma sobrancelha e nos lábios. Virou-se para trás e entrou na mente do homem.
O soldado parou na curva do corredor. Seus olhos ficaram sem foco. Quando percebeu já estava correndo na direção de Mike, não, não. Na direção do buraco. Acelerou o passo e passou pela abertura como um verdadeiro atleta olímpico. Se jogando com os braços para frente como se fosse mergulhar. Sua cabeça também fez um estouro e abril como uma abóbora podre que cai no chão.
A luta continuava nos andares inferiores e logo estaria ali, Mike tinha que ser rápido.
O vampiro deslizou até porta da sala. Levantou o pé e o bateu na madeira, tudo foi para o chão. James, que ouvira os tiros, já sabia que alguma criatura sobrenatural havia chegado e também sabia que os homens estavam mortos e que chegara sua vez.
Com passos rápidos, Mike correu até ele. Sem esperar por nada, levou a mão até James, nesse momento o cientista pegou sua água benta e a jogou contra o rosto do vampiro. Imediatamente rosto de Mike queimou, ele caiu no chão e descobriu que havia dor pior do que ser queimado pelo sol. O liquido atingiu os olhos de Mike, que imediatamente ficaram brancos, não as cores do seu temperamento, mas um branco de cegueira, Mike estava cedo.
— Então você é o macho da relação, eu sabia que o lobo não estava sozinho, os exames mostram um tipo de DNA, como não era de Lobo só poderia ser de um vampiro. Eu sempre achei fascinante, dois inimigos naturais renegarem seus instintos pelos sentimentos. Pena que agora vai passar o resto de sua curta vida sozinho. Mas eu posso dar um jeito nisso — James pegou a estaca que guardou em baixo da mesa. — Vou acabar com seu sofrimento!
Com o pedaço de madeira nas mãos, James andou até o corpo de Mike e abriu sua blusa, com todo o cuidado para não tocar a pele derretida do inumano. Estava com a mão sobre a cabeça, quando Mike o segurou pelo pescoço, o jogou contra a parede e socou a mão dentro da sua garganta, deslizando os dedos sobre o corpo do cientista, da garganta a barriga, abrindo tudo que encontrava pela frente. Depois deixou o corpo cair.
Sem ver nada, ele teve que usar os sentidos para pegar o corpo de Nico e sair do prédio sem que ninguém o visse. Bom, vocês já sabem como termina a batalha. A prefeita é presa.
Mike nunca foi atrás dos documentos ilegais da prefeita, na verdade ele rezava para o General encontra-los e manda-la para a forca, em particular Mike odiava corrupção e nunca iria ajudar uma pessoa que estava envolvida nesse tipo de coisa.