Capitulo 1
Respirei bem fundo antes de pôr os pés naquele lugar, era assustador ver que a mesma escola que eu estudei quando tinha três anos agora estava completamente irreconhecível para mim. Cada passo que eu dava eu via como aquilo tudo tinha mudado, como eu tinha mudado. Mesmo eu tentando me acostumar com a ideia de que ia estudar ali agora a minha ficha ainda não tinha caído. Quando eu estudei no “Colégio Poter Mendes's” com três anos, o colégio era apenas um prédio antigo pintado de azul e cinza, muito úmido e com um rigoroso sistema de regras, que eu ainda com três anos podia sentir o quão duro as regras eram. Agora esse mesmo colégio estava maior, melhor e infinitamente mais duro com as regras, assim eu ouvir falar. Mas tinha um acrescento nessa melhoria toda, antigamente a escola ficava localizada no centro da cidade, mas agora estava quase na parte rural da minha cidade. Ouvi, li e vi nos diversos meios de passar informação para o cidadão que o Sr. Poter Mendes batalhou durante anos para comprar uma área que estava vaga há mais de trinta anos, a área equivalia a dez vezes o maior estádio de futebol do Brasil. No fim de tudo isso é claro que ele conseguiu a área e a construção do seu novo colégio durou aproximadamente seis anos. Resolvi ir andando do portão principal até o prédio da diretoria (depois de várias brigas e recomendações), meus irmãos não saíram do carro para me acompanhar nessa aventura, aliás, eles até me chamaram de louco. Queria conhecer o lugar onde eu ia passar o ano todo, sim! O “Colégio Poter Mendes's” era internato e isso era o que mais me deixava nervoso, nunca tinha estudado em uma escola assim. A caminhada era longa, olhava para frente e conseguia apenas ver a trilha feita pela passagem de carros e infinitas árvores, olhava para trás e ainda conseguia vislumbrar um pedaço do grande portão negro polido na entrada. Continuei a minha lenta caminhada, eu não era um garoto exatamente em forma, na verdade eu era pequeno, muito branco e magro. Uma miniatura dos meus irmãos, meus cabelos ruivos caiam nos meus olhos a cada dois passos e isso era um pouco irritante. Estava admirando um coral de pássaros recostado em uma árvore de tronco grosso e frondosa, com os olhos fechados e escutei um barulho. Voltei a andar, no começo eu não sabia o que era, mas a medida que o som ficava mais próximo só deu tempo para eu virar meu pescoço alguns centímetros, olhar o carro que vinha na minha direção e pular para fora da trilha.
A trilha não era muito larga e por isso não tinha como o carro parar e nem frear, já que ele vinha em uma velocidade elevada. A única alternativa sobrou para mim, quando pulei para fora da trilha eu não percebi que a área da mata era de declive, então eu fui rolando até parar dentro de um pequeno riacho de águas geladas que por ali corria. Sabia que eu tinha ralado meus braços e aranhado minhas pernas. Quando a água gelada fez contato com a minha pele quente eu dei um grito, o riacho em si não era fundo e eu sabia nadar, mas aquela água não ajudava em nada. Não adiantaria gritar, chorar ou ficar apavorado eu sabia que não ajudaria em nada. A distancia de uma ponta para outra do riacho não era muito grande, fui para a ponta de onde eu tinha vindo rolando, vi os inúmeros aranhões vermelhos em minha pele extremamente branca e choraminguei. Ficaria cheio de marcas! A escalada não foi tão difícil, mas foi bem demorada. Minha roupa estava pesada por causa da água, e como eu já disse não sou muito forte. Controlei-me bastante para não passar a mão no meu cabelo sujando-o, com esse gesto, de terra e folhas secas, mas foi inevitável. Quando enfim cheguei até a trilha, não tinha mais sinal de carro e eu estava absurdamente cansado, não sabia o quão longe eu ainda poderia está, por isso eu continuei a andar.
Quando cheguei no prédio da diretoria já estava escuro e eu estava tremendo de frio, a temperatura tinha abaixado drasticamente. As roupas ainda estavam encharcadas e o meu tênis fazia um barulho feio quando eu pisava. Vi o carro que meus pais, meus irmãos e eu viemos e andei um pouquinho mais rápido. O prédio tinha a mesma cor de quando a escola era na cidade, azul e cinza, fiquei agradecido quando uma lufada de ar quente me rodeou quando eu adentrei a diretoria. Quase imediatamente eu fui sufocado por vários pares de braços.
– Meu filho! – Minha mãe foi a primeira a falar, me virou até encarar meu rosto e depois me puxou para um abraço apertado – Olhe como seus lábios estão roxos! Estava tão preocupada com você, meu pequeno.
— Marlee – Repreendeu o meu pai, mas não de uma maneira rude, mesmo na repreenda meu pai era amoroso e carinhoso com minha mãe – Deixa o garoto respirar e explicar por que ele está todo molhado.
Olhei para os meus progenitores e sorri. Foi só eu fazer isso e eles ficaram visivelmente alegres. Eles se lembraram que os meus irmãos já estavam conversando com o diretor a alguns minutos e só faltava eu. Enquanto andávamos eu ia contando o ocorrido, eles ficaram bastante bravos quando eu contei a parte do quase atropelamento. Meu pai me parou antes de eu entrar na sala do diretor e mandou eu tirar a minha camisa, meio a contragosto eu tirei, tinha vergonha do meu corpo. Ele tirou seu agasalho de algodão e estendeu para mim, hesitante eu a peguei e a vesti. Ficou imensamente grande em mim, mas em compensação estava muito mais quente. Minha mãe sacou um pente de dentro de sua bolsa e penteou o meu cabelo de maneira que ele não caísse mais nos meus olhos. Gentilmente meu pai apertou meu ombro e me conduziu até o diretor. Meus irmãos já estavam ali e viraram as cabeças quando ouviram o barulho da porta e sorriram. Quando eu disse que eu era uma miniatura dos meus irmãos eu não estava mentindo, afinal nós eramos quadrigêmeos. Sim, gêmeos! Mas no meu caso eu era apenas parecido com eles no rosto, por que o corpo era totalmente diferente. Enquanto eu era todo magro e branquelo eles eram fortes, cheios de muculos e bronzeados. O diretor, um homem de meia idade com os cabelos bastantes grisalhos indicou a cadeira na sua frente para eu sentar. Dei o primeiro passo e um som irritante de borracha em atrito ecoou pela sala.
— Acho melhor tirar o meu tênis – Balbuciei as palavras tolamente, apontando para eles. Alguns segundos depois estava descalço e sentado de frente para o diretor.
Ele explicou como era o funcionamento da escola, falou minunciosamente das regras, onde nós iriamos ficar hospedados. Eu pensava que iriamos ficar em dormitórios com um colega de quarto, então imagine a minha surpresa quando eu escutei que cada aluno ficava em um próprio chalé. Percebi que eu não fui o único a ficar surpreso, meus irmãos também ficaram. Por mais o diretor não prolongou o assunto, se levantou e mandou a gente acompanhá-lo. Acho que na minha presa para achar a diretoria por causa do frio eu não vi nenhum aluno, mas agora eu via. Garotos e garotas caminhando lentamente pela imensidão verde que rodeava a escola, via quando várias garotas (e alguns garotos) paravam o que estavam fazendo para admirar os meus irmãos, que abriam um sorriso extremamente sexy cada vez que eles notavam que estavam chamando atenção. Para mim ninguém nem olhava de esguelha, mas já estava acostumado a ficar na sombra dos meus irmãos. Andamos por bastante tempo, eu era o último da fila e estava andando muito mais lento do que o resto do pessoal. Nos já estávamos na área dos chalés e foi quando eu escutei o barulho, primeiramente eu pensei que fosse outro carro, mas não, depois eu olhei para cima e para a floresta para ver se era algum animal, mas também não era. Foi então que eu percebi que o barulho vinha de um chalé que estava a minha direita.
Um dos meus maiores defeitos é a curiosidade, desde de pequeno sempre fui assim. Minha mãe sempre diz que a primeira coisa que eu falei foi “O que é aquilo?” mas eu sei que ela está exagerando, mas, mesmo assim, eu fui andando até aquele chalé. A estrutura era intrinsecamente de pedra e madeira, na frente do chalé não tinha nada, apenas a porta e som estava um pouquinho mais alto, parecia até com... gemidos? Arregalei os olhos quando constatei que eram gemidos mesmo, quase virei e fui embora, mas uma punhalada forte de curiosidade me atacou e eu rodeei o pequeno chalé até os fundos e foi quando eu encontrei a janela aberta com apenas uma fina costina de tecido balançando languidamente ao vento. Meu coração martelava no peito de uma maneira frenética, eu me sentia um pervertido, sabia o porquê daqueles gemidos, mas, mesmo assim, eu queria ver. Posicionei-me em embaixo da janela e lentamente eu fui subindo até que vi.
Engoli em seco quando vi que eram dois garotos, um moreno e um mais loiro. O moreno estava por cima, seu quadril subia e descia de uma forma cadenciada, o loiro aranhava a costa do moreno cada vez que ele remetia seu quadril para frente com força, os gemidos eram frutos daquele ato. Eu me sentia tão sujo, tão baixo, eu nunca tinha feito aquilo, tanto espiar quanto está na cama transando com alguém. Não sei quando tempo eu fiquei ali, mas eles mudaram bastante de posições. Eu estava duro como uma pedra e minha consciência gritava desesperada para o meu corpo, mas o mesmo não se movia. Quando me movimentei um pouquinho, por que a quele posição estava extremamente desconfortável meu osso da perna estalou, o som em si era insignificante, mas no meio da mata fechada e silenciosa o som foi ampliado cem vezes. Vi com o canto do olho quando os dois rostos viravam naquela direção, sai correndo.
Uma utilidade para o meu corpo esguio e pequeno era que eu podia correr bastante, o único problema era com a falta de sapatos, as raízes, algumas pedras pontiagudas e algumas com limo castigavam os meus pés. Sangue rugia nos meus ouvidos, tentava fazer o mínimo barulho possível. Vi, com o canto do olho, um feixe de luz que percorria toda a extensão da mata que rodeava aquela cabana, quando eu pré senti que o feixe de luz ia denunciar a minha posição, eu desmoronei no chão e me rastejei até um nicho de galhos e folhas que ali se localizava, segundos depois eu vi os pés das pessoas que estava espiando.
– Você tem certeza que era uma pessoa, James? — Uma voz masculina, mas, ao mesmo tempo, suave, perguntou – Eu vi algumas penugens vermelhas – Penugem? Ele chamou meu cabelo de penugem? – Pode ter sido um animal.
– Animais não tem olhos verdes, Lion! – A segunda voz, supus que fosse o tal James, era mais grossa, primaria, animalesca – Eu vi claramente dois olhos humanos nos olhando.
Eu nem ousava respirar, muito mesmo me mexer. O arrependimento me atingia de uma maneira extrema, me castigando. Nem estava com tanto medo assim, mas estava começando a ficar com frio e meu nariz já estava começando a ficar irritado por causa da friagem. Pedia mentalmente para que eles fossem embora e discutissem em outro lugar. O agasalho do meu pai já estava encharcado por causa daquela terra molhada e eu queria muito expirar. Depois do que pareceu serem seculos eles foram embora para o chalé, fiquei ainda alguns minutos naquela posição dolorida e depois que eu vi que eles definitivamente já tinham ido eu rastejei para fora do buraco e sai correndo o mais rápido que podia. Corri, corri e corri nem sabia para onde estava indo, mas estava correndo. Quando enfim vi de novo a trilha e estava correndo naquela direção eu me choquei com sei lá o que e cai no chão sem folego.
Fiquei largado ali no chão, estava cansado, dolorido, com frio. Quase dormir naquele chão duro olhando para o céu estrelado, mas um rosto ficou no meio da minha visão. Primeiramente pensei que fosse o tal James que tivesse me achado e iria me matar agora, mas não, a voz era diferente.
— Ei! Você está bem? — Não conseguia focar naquele rosto muito bem, estava com sono e o frio que antes era ruim agora estava tão agradável – Responde, ei! Se você não falar eu vou achar que você está morto e se você estiver morto eu vou ter que confessar que tenho medos dos mortos, mas se você não estiver morto você tem que jurar segredo. Se alguém descobri que tenho medo de mortos eu estou frito, olha o meu tamanho!
— Cala a boca! — Falei e depois dei uma risada bem-vinda, a maneira apresada e concentrada como ele falou toda aquela frase foi tão engraçado – Eu não estou morto, e também não sou fofoqueiro, seu segredo está seguro comigo.
— Ufa! Pensava que teria que te matar... — Deu uma pausa significativa e só isso já foi motivo para eu rir ainda mais, ele continuou a falar - ... Caso não estivesse morto, sabe como é.
Ele me estendeu a mão para mim e eu (ainda rindo) acetei-a. Já em pé fiquei momentaneamente embasbacado com beleza do garoto, ele só estava com um short fino de malha, tênis e nada mais. Um arrepio subiu pela minha coluna quando eu constatei que eu devo ter me chocado com aquele peito musculoso, também reparei na diferença de altura que nos separavam ( minha cabeça ficava na altura do peito dele). Ele era bonito, extremamente bonito, ai Deus! foco Evan, ele provavelmente deve ser hétero e namora a garota mais gostosa e bonita da escola.
— O que você estava fazendo na floresta a essa hora? — Ele olhava fixamente para mim, comecei a ficar nervoso. Não era muito bom com mentiras e será que ele acreditaria se eu dissesse que estava correndo de dois caras porque eu os vi transando? É, provavelmente não. Foi por isso que fiquei parado e apenas dei de ombros – Já que você não me disse o motivo eu devo especular a causa. Você estava brigando com um bando de lobos selvagens que vivem nas redondezas, muitos deles aranharam sua pele, isso explica os aranhões. Você também rolou pelo chão em uma busca desenfreada pela sobrevivência, isso explica o estado de suas roupas. Como modo de vingança você matou o líder da matilha e depois para profanar o corpo e disser que você não tinha medo do resto da alcateia, você mergulhou sua cabeça dentro do estômago do logo chefe, explicando assim essa cor vermelha em seus cabelos. Acertei?
— Não! — Eu já estava me contorcendo de tanto rir, ele falava com uma convicção tão grande que em um momento durante esse interminável discurso eu cheguei a acreditar que eu tinha feito aquilo tudo – Os aranhões eu consegui em uma queda, assim como a sujeira das minhas roupas e cabelo. E falando em cabelo, isso não é sangue – Apontei para o emaranhado sobre a minha cabeça – Eu sou ruivo natural, assim como toda a minha família.
Ele chegou mais perto de mim e imediatamente as minhas risadas ficaram presas na minha garganta, seu cheiro era um convite para o sexo (o que?! Evan, controle!) levantei um pouco mais a minha cabeça para poder olhar ele nos olhos e os mesmos dançavam divertidos, sua boca estava desenhada em um sorriso preguiçoso de divertimento e eu estava começando a achar que o motivo de tanta diversão era eu. Calmamente ele levou a mão até o meu cabelo, olhei hipnotizado o cadenciamento de seus músculos nesse movimento. Um suspiro entrecortado escapou pela minha boca semiaberta quando ele tocou no meu couro cabeludo, meus dedos coçavam para se entrelaçar em seus cabelos também, mas eu permaneci imóvel.
— Eu nunca tinha visto um ruivo – Sua voz estava baixa, apenas um sussurro e isso me encheu de desejo puro, nunca alguém, apenas com a voz me despertou desejo. Na minha antiga escola eu era chamado de “Rei de Gelo”, o motivo desse apelido era bem fácil de saber, quando alguém tentava ter comigo algo mais que amizade eu ficava parecido com uma estátua de gelo, frio e imóvel. Mas aquele garoto estava mexendo comigo de outra maneira, meu núcleo gelado estava fervilhando de tesão – Não um original, quero dizer.
— Tudo tem sua primeira vez – Consegui dizer, estremeci quando seu nariz fez contato com a pele da minha orelha e depois foi descendo até o meu pescoço, minha pele estava tão sensível e quente que segundos depois meus gemidos estavam bem audíveis. Como aquele completo estranho estava fazendo aquilo comigo? Eu nem sabia o nome dele e nem ele o meu. Não consegui segurar mais minha vontade de entrelaçar meus dedos em seu cabelo, ele também suspirou quando minha pele tocou a sua. Ele levantou a cabeça e me fitou, seus olhos negros estavam brilhando, mas agora não era mais de divertimento, estavam queimando de desejo, seus braços rodearam a minha minúscula cintura e em um gesto reflexivo minhas pernas entrelaçaram a sua. Estávamos com a respiração acelerada e rasa, com os narizes em contato e as bocas separadas por meros centímetros – Ainda nem nos conhecemos, não sou deses que transam com qualquer coisa que ande e respire.
— Não tem problema, finge que eu sou uma estátua. — E começou a beijar o meu pescoço, suas mãos passeavam pelo meu corpo e como eu também estava naquela brincadeira, comecei a passar a mão nele também e (Jesus!) ele era cheio de músculos avantajados e firmes. — E a propósito meu nome é Júnior.
— Prazer Júnior – Será que essa frase foi propicia para o momento, já que estávamos prestes a transar e coisa e tal – O meu é Evan.
Uma de suas mãos que estava repousada na base da minha costa desceu um pouco mais e rompeu a barreira que as roupas proporcionavam, sua mão forte apertou a minha nádega direita e um dos gemidos mais libidinosos da minha vida, e foi quando eu me toquei que aquele garoto que estava prestes a transar com um estranho não era eu, não mesmo. Tirei sua mão de lá e ele me olhou, eu não conseguiria fazer aquilo, simplesmente não conseguiria. Pensei que ele ia ficar bravo ou coisa do tipo quando eu contasse isso para ele, mas não, até que ele foi bem compreensível. Ele me pôs novamente no chão e me perguntou onde era o meu chalé, ainda bem que eu conseguia me lembrar o número. Disse “Z31” e fomos andando, ele não tentou nada mais sexual, mas as vezes eu o sentia me olhar por tempo demais, mas em compensação um silencio nos oprimiu durante metade da caminhada, então eu resolvi quebrar o gelo.
— Você não sente frio não, Júnior? — Eu com o agasalho do meu pai estava quase tendo começo de hipotermia e ele sem camisa desfilando na maior naturalidade. — Serio cara, eu juro que estou quase congelando.
— Se quiser eu posso te esquentar – Podem me chamar de atirado, sem pudores, o que quiserem, mas foi só ele disser para eu parar de andar virar para o lado e me atirar em seus braços, que imediatamente me envolveram apertadamente. Envolvi seu rosto anguloso com minhas duas mãos e aproximei lentamente minha boca da dele. O beijo dele era melhor do que eu tinha imaginado, sua língua invadiu minha boca como um deus adentra o seu templo de adoração, ele chupava meu lábio inferior e depois mordia, não era inexperiente no assunto beijo, mas ele me arrebatava, me deixava mole e com a cabeça leve. Meus dedos estavam entrelaçados em seus cabelos e eu o puxava para mais perto de mim, eu queria tanto ele que chegava a doer.
Mas o que estava acontecendo?! Quem era aquele cara?! E o que ele tinha feito para que eu agisse daquela maneira sem pudores?! Essas e várias outras perguntas giravam em minha cabeça em um turbilhão, mas acabavam sendo drenadas pelo meu tesão. Ele também estava sofrendo as consequências daquele beijo. Meus pulmões estavam apertados e meu peito estava dolorido, mas o beijo era mais importante. Eu inspirava o que ele respirava e ele fazia o mesmo, estávamos presos nesse circulo vicioso e eu definitivamente não queria rompê-lo. Minha costa também estava começando a incomodar, afinal, ele tinha me apoiado em uma árvore que ficava próximo a trilha, seu membro duro ficava em atrito com a parte interna da minha perna e não tinha como não sentir prazer, era tão bom. Foi ele quem interrompeu o beijo, sério! Meu membro pulsava doloridamente e uma agitação povoava o meu estômago. Ficamos nos encarando bom um tempo extremamente longo, seus lábios estavam inchados e vermelhos e eu sabia que os meus também estavam.
— Você é tão gostoso, Evan – Ele disse, sua voz estava rouca e o monstro do desejo e da luxuria que morava dentro de mim se agitou furiosamente, clamando por liberdade, mas eu ainda não estava para transar, beijar era uma coisa, transar é pessoal demais. Ele parou a minha luto pelo controle do meu corpo quando começou a falar novamente – Queria comer você de todas as formas possíveis, deixar você vulnerável apenas para mim e ficar completamente cansado metendo em você.
As suas promessas quase viraram realidade, eu também queria sentir ele dentro de mim, queria que ele me marcasse, me deixasse tão cansado e realizado. Apenas com a expectativa desse acontecimento o meu membro pulsou mais forte. Esse cara estava mexendo comigo de maneiras que eu não sabia explicar, ele estava mexendo com as minhas estruturas e eu estava caindo aos pedaços.
Mas em um momento isolado de sanidade eu pedi para ele me levar até o meu chalé e me deixar a só, queria ter um tempo para pensar. Mas não foi isso que eu tive, quando cheguei na porta do meu chalé os meus pais me deram uma tremenda bronca e só saíram de lá depois que eu estava devidamente vestido, banhado e de barriga cheia. Sabia que aquela escola iria me reservar muitas aventuras, afinal eu tinha uma curiosidade quase inumana. Qualquer coisa que despertasse meu desejo de saber eu ia lá e dava um jeito de descobrir, esse meu defeito já me colocou em muito situação embaraçosa e perigosa. A situação dos garotos transando me veio a mente e imediatamente meu rosto esquentou e eu fiquei vermelhíssimo e depois a imagem de Júnior inundou os meus pensamentos, levei meus dedos até os meus lábios inchados e um sorriso bobo se formou ali. Acho que foi só quando eu estava me preparando para dormir que eu cai na real, eu teria um espaço apenas para mim. Sem pais, sem irmãos, sem regras, apenas para mim. Então deixei a minha cama em estado de pré arrumação e fui explorar o chalé. A frente era aberto, não era como o chalé dos garotos que estavam transando, na frente tinha uma porta de correr de vidro e para eu ter um pouco de privacidade eu poderia abaixar uma cortina preta de tecido grosso, achei o máximo.
Tinha um banheiro, uma cozinha pequena (meus pais fizeram questão de rechear a dispensa, armários e geladeira com comida), uma sala com um sofá para duas pessoas, um divã na cor azul, e toda uma aparelhagem tecnológica para o meu entretenimento. Sentei no tapete macio e olhei maravilhado quando constatei que todos os CDs e DVDs que eu gostava já estavam devidamente arrumados. Sobre uma minúscula mesa de centro (minúscula mesmo, era apenas um cano dourado com um disco de vidro sobre o mesmo) tinha um papel com toda a minha programação durante a semana por um ano inteiro, o melhor de tudo, os sábados e domingos eram livres. Sorri animado com essa ideia.
Levantei, já com os olhos pesados de sono, fechei a porta da frente na chave, abaixei a cortina e fui desligar as lampadas dos cômodos que eu visitei, terminei de arrumar a minha cama rapidamente e me deitei, segundos depois eu já estava dormindo.