Sua boca na minha, nossos corpos colados, o som da sua respiração ofegante, seus dedos em mim, o cheiro do nosso sexo. Assim foram nossas noites juntas naquela semana, não conseguia ficar longe dela por um segundo. Mas além disso, sua risada, o jeitinho que ela tentava me tocar sem que ninguém percebesse suas intenções, nossos beijos escondidos, os seus olhos brilhando ao me ver, o cheiro do cabelo dela, tudo isso me fazia ficar mais e mais apaixonada por Vivi a cada dia.
Só havia passado uma semana desde o nosso encontro na cachoeira, a primeira vez que nos tocamos, que fizemos sexo. Na primeira vez foi assim, sexo, sem significado, sem esperar nada em troca, só pelo simples prazer. Agora era diferente, a cada noite que passávamos juntas sob o pretexto de estarmos estudando, meu amor por aquela menina crescia, a cada carinho, cada momento que era só nosso, queria tocá-la, fazer amor.
Até aquele momento ninguém havia desconfiado da nossa relação, aos olhos de todos éramos amigas inseparáveis, às vezes até fazíamos comentários sobre os meninos da cidade na frente da minha avó, pra afastar qualquer suspeita que ela pudesse ter das nossas noites "estudando".
Como eu já disse pra vocês, era nosso primeiro relacionamento com outra mulher, eu já havia tido um relacionamento sério antes e Vivi já havia namorado duas vezes, mas nossos namorados sempre foram homens, então eu estava um pouco confusa sobre a nossa relação, até aquele momento já havíamos dormido juntas 5 vezes, fora isso, passávamos o dia juntas e a noite íamos pra sua casa jantar e aproveitar pra ficarmos sozinhas. Por isso, eu não sabia se já estávamos em um relacionamento sério ou não, como seria quando eu voltasse pro Rio, se íamos namorar firme, sem nos relacionarmos com outras pessoas, ou se era só uma coisa passageira, um romance de férias que não tinha futuro. Tudo isso estava me deixando muito insegura, até resolvi tomar a iniciativa e perguntar a ela o que significava tudo aquilo ou se simplesmente não significava nada, e dependendo da sua resposta eu ia pedi-la em namoro, criei coragem e fui até a casa dela aquela noite.
Vivi saiu da casa dos meus avós no final da tarde, a mãe dela havia pedido que ela fosse até o supermercado comprar umas coisas para abastecer a geladeira já que ela ia ficar na casa do namorado um ou dois dias, nos despedimos com um abraço e Vivi saiu, eu havia tentado ao máximo não ficar estranha durante o dia, não queria que ela percebesse a minha insegurança e tivéssemos que ter aquela conversa na casa da minha avó. Jantei, tomei banho, me arrumei e como de praxe, me despedi dos meus avós dizendo que ia à casa da Vivi e que iria dormir lá, os dois já amavam Vivi, então nem se importaram fazendo todas aquelas perguntas da primeira vez.
Quando cheguei à casa da Vivi, bati na porta e ela veio atender só de toalha, aquela visão me deixava louca, não sabia o que acontecia comigo toda vez que via aquela mulher a sós, era como se todo o tesão acumulado durante o dia quisesse sair naquele momento, mas me contive. Dei um beijo no seu rosto e entrei. Ao sentar no sofá, ela me pediu pra esperar que ela ia trocar de roupa e já voltava, mas eu fui logo falando: "Precisamos conversar". Não sei dizer qual a expressão do rosto dela naquele momento, se era tristeza ou espanto, só sei que seu rosto ficou vermelho e o sorriso desapareceu instantaneamente do seu rosto.
- Ai meu Deus! Eu já esperava que isso fosse acontecer. Você se arrependeu, não foi? Você não quer mais ficar comigo. - Disse Vivi, mal contendo o choro. Vê-la daquele jeito fez meu coração partir em mil pedacinhos, corri e a abracei, dei um beijo na sua boca, com toda a paixão que eu mal podia conter.
- Nunca! Eu nunca me arrependeria de ter você. Na verdade é justamente o contrário, eu preciso saber o que é isso tudo, o que nós estamos fazendo aqui. É só uma paixão momentânea ou você me quer do seu lado? Como sua namorada? Você quer ficar com outras pessoas? E quando eu for embora, o que vai acontecer? Você me ama? - Eu não conseguia parar de falar, veio tudo a mente em um segundo, eu precisava saber, se ela não me quisesse como sua namorada, então eu acho que não a gente não daria certo, eu não aguentaria tê-la todas as noites sabendo que poderia ser a última.
- Eu te quero do meu lado pra sempre, Ceci. Eu te amo, como eu nunca amei outra pessoa. Não é só pelo sexo maravilhoso que nós temos juntas, eu te quero como minha companheira, quero ficar do teu lado. Eu não quero que você vá embora, mas eu não posso impedir que você vá, eu também tenho que voltar pra SP no final das férias, eu não sei o que a gente vai fazer. - Agora ela estava chorando, agarrada a mim, eu só queria ter a minha menina, então sem pensar eu falei.
- Eu vou morar com você, em SP, você quer? Eu sei que é tudo muito rápido, afinal nós estamos juntas só há uma semana, e se daqui a uma semana você não me amar mais? E se eu me tornar desinteressante? Mas eu não quero adivinhar, eu quero descobrir contigo. Me deixa morar contigo, Vi.
- Claro, Ceci! Vai ser a melhor coisa do mundo! Você me deixa tão feliz!!
Eu mal conseguia conter a minha felicidade, me ajoelhei e perguntei:
- Você quer namorar comigo, Viviane?
- Nada me faria mais feliz, Cecília!
Me levantei e a beijei, acho que foi nosso beijo mais demorado, não sei quantos minutos ficamos ali nos beijando, só sabia que não queria deixá-la ir nunca mais. Não sabia o que ia fazer quando voltasse pro Rio, a faculdade, meus pais, meu estágio, ia ter que deixar tudo pra trás, ia ser difícil, mas por ela eu estava disposta a fazer tudo.
Peguei a sua mão e subimos pro seu quarto, a coloquei de frente pra mim, ainda enrolada na toalha, com os cabelos molhados, ela estava linda, ela sorriu e deixou a toalha cair, era a visão do céu. Seu corpo nu, seus pelinhos, seus seios rosados, suas curvas. Ainda olhando pra ela e sem a tocar tirei a roupa, a blusa, o sutiã, minha saia, ficando só de calcinha, me aproximei dela e a beijei assim, com nossos seios se tocando, era uma das melhores sensações de estar com ela, beijá-la e sentir seus seios duros contra os meus. Fui beijando e descendo minha mão pros seus seios, enquanto ela puxava meu cabelo com carinho. Desci minha boca pros seios e chupei um e depois o outro, os mamilos estavam tão durinhos. Quando me preparava pra descer e chupá-la ouvi um barulho no andar de baixo, sua mãe gritava seu nome e ao que indicava o barulho dos passos estava vindo pro seu quarto, não sabia o que fazer, onde me meter, a minha única reação foi ficar ali parada com cara de quem acabou de levar um soco na cara. Mas Vivi estava muito mais esperta do que eu, pegou a toalha, se enrolou, pegou minhas roupas do chão e jogou dentro do seu guarda roupa e sem pensar duas vezes me empurrou junto, e eu entrei no guarda roupa e fiquei ali sem a mínima noção do que estava acontecendo, em como uma promissa noite de amor havia se transformado no mais horrendo clichê de todos os tempos, só que ao invés do marido era a mãe quem descobria a cena e a amante era eu, a namorada. Parecia um pesadelo! Fiquei ali quietinha e tentando entender o que o que as duas estavam conversando, mas a única coisa que eu consegui ouvir foi a porta do quarto batendo e em seguida uma Vivi atônita me tirando de dentro do guarda roupa.
- Minha mãe brigou com o namorado, ela vai dormir em casa hoje. Ela me perguntou por você e eu disse que você não ia dormir aqui hoje, que estava com cólica e preferia dormir em casa, você tem que ir pra casa, Ceci! Me desculpa! Eu não consegui pensar em outra desculpa, tudo aconteceu muito rápido.
- Ah, ok! - Foi a única coisa que eu consegui responder, peguei a roupa e me vesti em silêncio, Vivi tentava se explicar dizendo que devia ter dito que eu ainda não havia chegado ou mil uma desculpas que pudesse me fazer dormir ali aquela noite, mas depois daquele balde de água fria eu pensava que dormir em casa não era uma ideia tão ruim agora, até quando teríamos que ficar assim? Escondidas? E quando eu fosse morar com ela, o que iríamos dizer pra todo mundo? Acho que tudo isso não havia passado ainda pela minha cabeça, não havia pensando nas implicações em ter um relacionamento com alguém do mesmo sexo e pelo visto a Vivi também não. Enquanto me vestia, Vivi foi ver aonde estava a mãe dela, ela voltou e disse que a mãe estava no banho, então sai pela porta da frente, antes de sair murmurei: "Tchau, a gente se vê" Acho que era a única coisa que conseguia dizer naquele momento, pela cara da Vivi acho que ela esperava um beijo, ou ao menos uma despedida mais calorosa. Caminhei de volta pra casa e contei pra minha avó que ao chegar lá senti cólica e achei melhor voltar pra casa. Fui direto pro meu quarto e deitei na cama, tudo o que eu conseguia fazer era pensar que tudo o que a gente havia conversado meia hora antes agora não tinha valor nenhum, chorei até que adormeci.
