Ele se aproximou para me beijar de novo.
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- Não Arthur. Hoje não. – eu o empurrei. A boate tava lotada, o som muito alto e as luzes refletiam nosso rosto. Eu sabia que ele não ia desistir.
- Você está de compromisso com alguém? Porque toda vez que eu me aproximo, você se afasta. Eu não sou qualquer cara, que sai, trepa e cada um pro seu lado. Eu estou buscando um relacionamento sério. E gostei de você desde aquele dia na praia. – ele tocou em minhas mãos e me encarou.
- É que... Eu não estou bem. De verdade! Eu sei que você não é qualquer cara, e te acho muito agradável e divertido. É que eu estou numa fase meio complicada, e no momento, preciso de um tempo só meu. Você entende?
- Tudo bem. Eu entendo. Podemos ao menos ser bons amigos? Ou nem isso eu mereço de você?
- Claro que podemos! Imagina se eu ia deixar de ser seu amigo. Você quer se juntar a mim e aos meus amigos? Estamos no andar de cima.
- Se eles não se importarem.
- Claro que não. Vamos. – eu o puxei pelo braço, e fomos ficar com a galera. No fundo, eu sabia que ele não tinha se dado por vencido, e que ainda iria insistir em ficar comigo, mas eu não conseguia esquecer o Felipe.
- Gente, deixa eu apresentar o meu amigo Arthur. Bom, este é o Guilherme, este é o Paulo, e este é o Victor. – ele foi cumprimentando cada um.
Até que ele era mesmo um rapaz bem alegre. Claro, o Arthur era muito rico, e isso era visível pelas roupas de grife que ele usava, porém tinha uma simplicidade muito admirável. Meus amigos o adoraram. Claro, o Victor como gostava de homens, ficou louquinho por ele.
- Nossa, que bacana. Você é empresário! – o Victor perguntou entusiasmado! O Arthur apenas acenou com a cabeça, e pediu licença para buscar mais bebida, deixando-nos a sós.
- Amigoooo! Que Deus grego! Onde você o conheceu. – me perguntou o Victor.
- Esse viado não aguenta ver uma cueca, que fica assim. – brincou o Gui.
- Uma cueca não meu querido, e sim o que tem dentro dela. – todos riram.
- Na verdade, ele é louco pra ficar comigo. Nos conhecemos na praia.
- E o que você está esperando? Eu não perderia tempo.
- Victor! Eu acabei de descobri que o homem da minha vida é na verdade o meu irmão, e você tá querendo me empurrar para outro?
- Amigo, eu só quero que você não se sinta sozinho. Eu sei que esta historia ainda machuca você, mas não poderá viver numa prisão sem fim!
- Eu tenho de concordar com o Victor. – disse o Paulo. Nando, já que nós não conseguimos mudar o destino, não será por isso, que iremos parar a nossa vida.
- Eu sei que vocês estão certos, mas é que eu ainda amo muito o Felipe.
- Felipe? Quem é Felipe? – o Arthur apareceu bem na hora.
- É uma longa história, que aqui não é o momento para ser contada. – eu falei sério.
Curtimos o resto da noite, com papos divertidos. Por um momento, eu me peguei sorrindo, tentando esquecer as últimas turbulências da minha vida. O Arthur contava casos engraçados, e arrancava gargalhadas da galera. É... Ele tinha o dom da conquista.
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UM MÊS DEPOIS...
Havia dois meses que eu não via o Felipe. Achei melhor assim, ao menos, eu sofria menos, e pensava nele um pouco menos. Acho que também ele devia ter me esquecido um pouco, pois não trocamos nem uma ligação. Bom, de lá pra cá, eu fui pondo a minha vida em ordem, mas a relação com a minha família ainda permanecia conturbada. O Arthur tornou-se o meu amigo, e ficávamos cada vez mais próximos. Muitas vezes saímos juntos, almoçávamos juntos, e claro, ele tentava algumas investidas, mas eu sempre recusava. O nosso convívio estava sendo gostoso e eu aprendi a admirá-lo cada vez mais.
Naquele sábado, combinamos de ir até a praia pegar um sol. O Guilherme ficou de nos encontrarmos depois.
- Aqui está bom? – disse ele, posicionando o guarda-sol na areia.
- Está ótimo. – eu disse.
- Você pode fazer a gentileza de passar protetor nas minhas costas? – ele me olhou.
- Claro Arthur! – como eu disse antes, ele não era malhado, mas possuía um belo corpo, com todas as suas definições.
Sentamos em nossas cadeiras e curtimos o sol lindo que se formava.
- Se ficar me olhando deste jeito, vai me deixar sem graça. – eu disse.
- É que você tem um par de pernas grossas e essa bunda roliça... Parabéns pelo corpo.
-E muita gente ainda pensa que eu faço academia.
- Você deixa excitado qualquer homem que curte outro homem.
Eu fiquei mega sem graça com o comentário dele. Eu não sabia nem o que dizer, e foi salvo pela chegada inesperada do Gui.
- Oi galera. Nossa, peguei um trânsito horrível! Ainda tive que procurar lugar para estacionar.
-Oi Gui. E o resto da galera, não veio com você?
- Não. O Victor tinha prova hoje, e o Paulo foi visitar a namorada.
- Eu pensava que todos vocês fossem gays. - enalteceu o Arthur.
- Não. Os únicos gays do grupo são o Nando e o Victor.
- Ele é louco pela minha irmã, Arthur. – eu provoquei o Gui.
- Vamos entrar na água? – perguntou o Arthur.
- Vai você. A água deve estar gelada, e eu só vou depois. – eu disse a ele.
- E você Gui?
- Vou cair depois. Vai lá cara!
O Arthur saiu, e deixou eu e Guilherme a sós.
- Eu esperei ele sair pra te contar uma bomba. Aliás, nem sei se devo te contar.
- Claro Guilherme! Conta logo. Sabe que eu odeio rodeios.
- É sobre o Felipe...
- Aconteceu alguma coisa com ele? – eu não consegui disfarçar a minha preocupação. – Desembucha!
- Eu fiquei sabendo que ele vai se casar com aquela tal de... Paloma!
- Casar? – eu entrei em choque. Aquilo me abalou de tal forma...
- Eu sabia que você ia ficar assim. Ó! Hoje é para aproveitar o sol, nada de tristeza. Eu só te contei, porque havia me dito que nada mais do que ele fizesse, faria diferença pra você.
- É, eu sei disso! Mas é que... Casar? Com ela?
- È a única namorada que ele tem.
Eu não tinha como negar a minha tristeza. Era óbvio que eu estava abalado. Aquilo pra mim era uma sentença de que, eu e o Felipe não nascemos pra tá juntos. Ficamos pouco tempo na praia, pois eu logo inventei uma dor de cabeça. Na verdade, eu queria chegar em casa e me jogar no travesseiro, e chorar. Foi o que eu fiz. Fui para o quarto e chorei muito. Eu ainda pensava nele como namorados. Eu ainda podia sentir o gosto da boca dele na minha, os olhos vibrantes que ele tinha quando me encarava... Seu sorriso, quando ele me pegava no colo e me jogava no tapete da sala... Eu não conseguia esquecê-lo. Eu dei alguns beijos no Arthur, mais era a imagem do Felipe que vinha em minha cabeça... Agora ele vai se casar com ela, vai ter filhos, vão construir uma família... Meu Deus, o que eu faço com este sentimento?
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- Oi Felipe.
- Você aqui no meu apê? Entra Gui.
- Pois é cara. Eu fiquei sabendo que você está morando sozinho... E aí? Como você está?
- Estou bem. – na verdade, ele não estava bem, pois havia emagrecido muito. Não conseguia ter tempo de preparar comida, e muitas vezes, passava da hora de comer.
- Tá gostando da nova casa?
- Bom, pelo que você pode ver, está uma bagunça, mas é que eu não tenho tempo de arrumar.
- Felipe, eu vim aqui para te falar do Nando.
- Eu não quero saber dele. Faz dois meses que ele não me dá uma ligação. Não veio me visitar. Por acaso já voltou à vidinha de pegador que ele tinha?
- Felipe, o Nando está sofrendo muito. Se você quer mesmo saber, ele está vivendo como um pássaro numa gaiola. Ontem eu contei a ele que você vai se casar.
- Não devia ter feito isso Guilherme!
- Como não? O fundo, eu sei que vocês ainda se amam, mesmo sendo...
- Nem conclua sua frase. Esta palavra se tornou um inferno pra mim.
- Eu vim aqui, pra te falar, que ele te ama. E não é como irmão. O Nando ainda ama você, então por isso, ligue ao menos pra saber como ele está.
- Eu não vou fazer isso. E além do mais, a Paloma está me completando em tudo, e to muito feliz com ela.
- Ok! Eu preciso ir. Se cuida cara! Eu gosto muito de ti.
Felipe fechou a porta, e pegou no celular. Queria ligar e sentir a voz do Nando. Dois meses que não se viam, se tornou uma eternidade. Ele não conseguiu resistir ao seu coração, e ligou para ele.
- Alô! – quase não saia à palavra.
Eu não podia acreditar! Era ele. O Felipe! Meu coração acelerou, bateu forte. Minha voz travou, até sair um breve:
- Oi.
CONTINUA...
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Gente, no próximo post, respondo a todas as perguntas. Beijos e boa leitura...