O segredo de um Anjo - 3

Um conto erótico de Yuri
Categoria: Homossexual
Contém 1614 palavras
Data: 14/05/2014 15:20:57
Última revisão: 14/05/2014 15:23:20

— Satoru — disse Jun'Ichi quando chegou a hora de se separarem. Cada um iria pegar uma trilha que levava para suas casas. — Satoru, você acha mesmo que alguém de cabelos vermelhos pode fazer mal a nós? — ele estava preocupado. Seus olhos não saiam do rosto do amigo que pensou muito antes de responder.

— Jun — começou Sato com cautela. — Todas as visões da Vovó Chika se realizaram, então, por que essa não se realizaria também?

— Hum... — Jun fez um movimento com a cabeça (todos gostam de dizer “sim” com a cabeça, um velho costume). — Posso te pedir uma coisa? — o rosto de Jun'Ichi queimou quando Satoru veio até ele. Sem esperar por nada, ele foi abraçado por Satoru.

— Não era bem isso — disse ele, mas não o soltou.

— O que é então? — quis saber o outro cheirando o lindo cabelo volumoso de Jun.

Para conseguir fazer isso, ele teve que colocar a mão sobre os ombros de Satoru e abaixa-lo na altura ideal. Quando o rosto dos dois garotos estavam na mesma altura, separados por apenas alguns centímetros. Jun'Ichi olhou para os lados. “Não tem ninguém, essa pode ser minha única chance”, pensou ele entrelaçando os dedos no cabelo do amigo. Satoru ficou imóvel, se deixando levar pelo outro. Os olhos verdes de Jun'Ichi agora brilhavam como se ele fosse chorar, mas longe disso. Seu coração martelava com tanta intensidade que poderia sair a qualquer momento. Prendeu o ar na garganta e colocou a outra mão na cintura de Satoru. Jun'Ichi estava preste a fazer a coisa que mais queria, há anos. Os olhos de Satoru se fecharam por alguns segundos. “O que está esperando? Sua chance é essa!”, pensou Jun'Ichi com ele mesmo, depois de recuar dois centímetros para trás.

— Jun... Jun! — gritou Satoru quando abriu os olhos. O amigo já estava longe. — Jun'Ichi! — gritou ele mais uma vez. Jun se virou para trás, olhou por breves segundos o rosto confuso de Satoru, depois começou a correr. Virou para a esquerda e as árvores floridas o cobriram.

Enquanto isso, Satoru ficou parado olhando ele sumir. Sua boca estava aberta e ele piscava sem entender nada. Finalmente cedeu ao controle de não se apaixonar por Jun e agora ele correu sem o menor sentido.

Mais tarde, quando Satoru acabara de comer. Foi para o quarto dormir. Em alguma hora da noite, acordou com seu pai ao seu lado. Pelo que ele falava Satoru estava gritando enquanto dormira. Certamente estava tento um pesadelo. O suor descia por sua testa branca. Seu pai colocou a mão sobre seu rosto. Assustado ele disse ou gritou...

— Por Buda, filho meu, você estava queimando em febre!

Satoru colocou a mão sobre o rosto, além de molhado estava muito quente. Era a pior febre de sua vida. Seu rosto ficava mais pálido a cada minuto.

— Chamem Masaki — gritou Takeshi (o pai de Satoru) do quarto do filho. Masaki era o médico do clã Fujiwara.

Minutos depois o médico chegou (Satoru já perderá a consciência e voltou a dormir), mas não pode fazer muita coisa, mesmo dando as ervas para baixar a temperatura, ela continuava a mesma, e subindo lentamente. E era certo que: a acerta altura Satoru iria morrer de hipertermia se não conseguissem controlar a temperatura.

— Filho — cochichou Takeshi colocando mais um manto sobre o corpo quente e tremulo de Satoru.

Ninguém sabia o motivo da febre que veio do nada e estava levando Satoru com ela. Vendo que ficar choramingando ao lado do filho não iria ajudar. Takeshi foi até a sala onde havia mais dois médicos. Ele passou por esses e foi para uma sala privada, lá dentro estavam reunidos vários membros do clã Fujiwara.

Todos falavam sobre o estado de saúde de Satoru: o futuro Oyabun (chefe), com uma preocupação particular. Uma vez que Takeshi não tinha mais filhos e também não tinha uma esposa. Takeshi já estava velho de mais para ter outro herdeiro, se Satoru morresse com certeza o clã Fujiwara iria se dividir.

— Precisamos achar uma cura — disse alguém no meio da confusão.

— Se for à vontade dos Deuses não podemos fazer nada para salvá-lo — contradisse outra pessoa.

— O que precisamos é de um sucessor para assegurar a paz entre nós — falou Masao se colocando de pé. Todos olharam para Takeshi em silêncio.

— Meu filho, seu futuro Oyabun, ainda está vivo — começou Takeshi. — Se continuar a dizer que devemos colocar alguém em seu lugar, será acusado de traição.

Masao se sentou e não falou mais nada. Todos ficaram calados olhando para o chão.

— Não veem senhores? — perguntou Katsu. Ninguém pareceu entender, ainda mais depois de ele ter entrado sem ninguém tona-lo, ele continuou: — Há mais de mil anos não temos um Nefilim com asas entre nós, e nos esquecemos de que o portador de asas sagradas, passa por um ritual para transformar-se em um verdadeiro anjo. O pequeno Oyabun está no meio da transição, agora. Olhem! — ele colocou vários pergaminhos com escrituras sagradas e proibidas no centro da roda de homens. — Está tudo ai!

— Katsu-Sama, o mais sábio entre nós, o mais poderoso Nefilim depois de mim e de minha prole — disse Takeshi estudando os pergaminhos sem entender muita coisa. — Você sabe que providencias deveremos tomar para salvar a vida do meu único filho e herdeiro do clã Fujiwara?

— Oyabun-Sama — disse Katsu, olhando para todos, depois voltou a fitar o Oyabun. — Vai além dos meus conhecimentos a arte de mil anos atrás, e não existe nenhum outro Nefilim dentre todos os clãs, que têm asas para relatar como fazê-lo, Satoru-San é único dentre nós e estará sozinho nessa transição.

Takeshi fez uma reverencia com a cabeça. Os olhos quase se encheram de lágrimas, mas como Oyabun se conteve.

— Deixe-me pensar sozinho — pediu Oyabun olhando para baixo. Formou-se uma fila de frente para ele e todos fizeram reverencias ao passar por ele e sair logo depois.

— Takeshi — exclamou Katsu quando só estavam os dois na sala. — Chika-San, a que possui visão do futuro incerto, sabia que Satoru-San seria um garoto especial entre os demais, quem sabe agora ela também não possa ajudar — sem esperar pela resposta Katsu saiu depois de uma reverencia.

Vovó Chika foi acordada no meio da noite, e levada até a casa de Takeshi. A par da situação, ela levou algumas ervas que achou necessárias. Logo depois de ver que Satoru estava pegando fogo, Vovó Chika preparou um chá com ingredientes que ela nunca revelou a ninguém.

Correu até a cama de Sato e despejou o liquido quente em sua boca. Mal sabendo o que fazia Satoru tomou o chá.

— Agora temos que esperar para ver se a febre diminui — explicou Vovó Chika se retirando do quarto.

Cerca de duas horas depois, Satoru começou a gritar e se debater sobre a cama. Suas asas estavam doloridas e saíram sozinhas depois de anos. Ele não estava ciente do que fazia, apenas se levantou com a ajuda das asas e voou até a janela. Takeshi e Vovó Chika foram os únicos a entrarem no quarto e ver a cena.

Era magnífico, contra a luz do luar estava o corpo de Satoru prostrado na janela. Suas asas se moviam atrás dele, suavemente, calmas. Tinham uma cor cinza, nas pontas era quase pretas.

Vovó Chika, de repente, notou que já vira essa cena há 18 anos, quando o Oyabun levou seu filho recém-nascido para receber sua bênção. Ela viu exatamente essa cena e descobriu então que Satoru era especial e que deveria ser preparado para a vida difícil que teria como um Nefilim de asas.

Antes que pudessem impedir. Satoru levantou voou para fora do quarto, depois de uma longa batida de asas. Quando chegaram à janela o garoto já estava longe.

Satoru ainda não estava ciente do que fazia, era como estar em um sonho. Parou em alguém lugar longe de casa. Sentiu novamente a dor e começou a gritar, enquanto suas asas debatiam umas nas outras. O sangue correu suas costas quanto às asas saíram. Ele levou sorte não estar ciente do que acontecia, ou a dor seria pior.

Enquanto o sangue escorria, duas coisas brancas saíram no imenso furo que se formou em suas costas. Era impossível, mas estava crescendo novas asas nas costas de Satoru. Em trinta de cinco segundos lá estavam elas. Agora não eram cinza, eram brancas como o arroz ou a neve. Além de serem muito maior, também eram mais suaves. Como plumas de um ganso.

Satoru voltou em si quando as asas se levantaram para o céu. A dor e a febre já passaram. Agora ele estava novo em folha. Com asas 10 vezes mais belas.

— Satoru Sato?! — por isso Satoru não esperava. Jun'Ichi estava a alguns passos dele. Sem saber o que fazer, ele recolheu as asas, nunca as mostrou a ninguém além de seu pai, Jun'Ichi nunca as viu antes.

Deixe-me explicar como Jun'Ichi chegou ali. Ele estava correndo em direção à casa do amigo, depois de receber a notícia que Satoru Sato adoeceu. Abandonando o medo que tinha da floresta, correu sem temer nada. Quando estava atravessando o rio ouviu gritos, logo notou que eram do amigo, então mudou o curso e correu para onde viam os gritos. Ao ver um redemoinho de vento, se escondeu atrás de uma árvore. Dali ele viu as velhas asas caírem e as novas aparecerem. Depois que tudo se acalmou tomou coragem e chegou mais perto do amigo.

— Jun, o que faz aqui? — perguntou Satoru depois de esconder as asas.

_______

Ola pessoas. O conto fica por aqui, mas se quiser ler outra história interessante segue o link ai, abraços:

Redenção do amor... http://www.casadoscontos.com.br/texto/

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 0 estrelas.
Incentive Yuri Satoru a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Foto de perfil genérica

amei....a descrição do aparecimento das asas ta sensacional,deu pra imaginar direitinho...

0 0