"Não podemos segurar nossos impulsos por muito tempo..."
Guilherme - Quem é você? - E veio em minha direção, e olha no fundo dos olhos - Hein cara? ... Responde - Ele começa a me balançar
Eu hesitava em responder, pois eu acabar é de aprender a conviver com outros garotos, porém sem que eles me tocasse, na verdade, eu tinha medo de todos
Por apenas um acontecimento... com apenas oito anos de idade, meu pai já havia morrido, e minha mãe se envolveu com um cara chamado "Luiz", ele era mais novo que ela.
Minha mãe temia, que sua presença me deixasse mais triste com a perda de meu querido pai, poucos meses após começarem a saírem, ele começou a tentar me conquistar de qualquer jeito
Sempre trazia as melhores roupas, e brinquedos... até mesmo vídeo game... isso fez com que eu começasse a gostar, um pouco desse rapaz, eu já até o chamava de pai...
Porém, numa noite de quarta, começou os horrores que eu jamais imaginava ter que passar, ele começou a usar chantagem...
Luiz - Hey garoto...
Eu - O que foi pai?
Luiz - Você quer jogar este joguinho novo que comprei? - Disse ele pegando uma sacola, e tirando o jogo de dentro dela...
Eu - Eu quero, eu quero papai... - eu vou em sua direção para pegar o jogo... mas...
Luiz - Então você tem que fazer uma coisa pro seu papai... - Ele disse abrindo o zíper da calça... - Você terá que chupar garoto...
Eu - Eu não quero, é nojento... - Eu me afasto...
Luiz - Ok... então você não poderá jogar vídeo game mais...
Ingênuo como toda criança, é obvio que optei em faze ló, para não correr o risco de ter que parar de jogar vídeo game...
Mas a cada ano que passava foi piorando, quando completei apenas 13 anos ele me violentou de uma tal maneira que tive que o denunciar para minha mãe...
Não acreditando, ela instalou câmeras por toda a casa, e finalmente conseguiu a prova que precisava para botar Luiz na cadeia...
Depois desse acontecimento, me exclui de toda a turma, eu tinha medo de todos os garotos, por mais fraco que parecesse, eu os temia
Sempre achando que eles poderiam querer fazer a mesma coisa que meu padrasto.
Certo dia, conheci Viviane, ela tentou me juntar a turma, e notou que eu recusava todos os comprimentos dos garotos, então ela me convidou a ir em sua casa, e me perguntou:
Viviane - Migo, sei que não é de minha conta, mas o que está acontecendo? Posso tentar ajudar você?
Sem aguentar mais prender tudo aquilo dentro de mim, comecei chorar e contei tudo para ela, todo meu sofrimento... E claro, eu disse que sentia uma certa atração pelos meninos, mas que eu os temia...
Para me ajudar, Vivi começou a me levar em festas, casa de amigos, e aos poucos fui me enturmando, mesmo tendo um pouco de receio que sobrou do passado.
Sempre que algum garoto me segurava, eu ainda continuava com o mesmo medo de antes...
Patrícia - Gui, solta ele...
Viviane - Guilherme, solta ele, eu imploro...
Guilherme – Não, enquanto ele não me revelar o seu nome...
Eu - Eu.... Eu preciso ir... - Eu me solto, e saio correndo pra minha casa
Sem se importar com Patrícia e Viviane me chamando...
Quando cheguei em casa, subi direto pro meu quarto, e me tranquei ....
Mãe - Filho, o que houve? ... Por que voltou tão cedo? ... Responde...
Eu - Mãe... Me deixa... quero ficar sozinho....
Meu medo era maior do que meu sentimento naquele momento, mesmo sabendo que o Guilherme era o garoto dos meus sonhos, literalmente... Quando ele me balançou tive as péssimas lembranças do passado...
Começo chorar baixinho, eu não queria que minha mãe me ouvisseViviane – Você tá maluco? - Ela dá um tapa no rosto do Gui
Guilherme - Oxe, mas o que eu fiz?
Patrícia - Gui, aquele garoto que você balançou não costuma ter contato com outros homens...
Guilherme - E por que?
Viviane - Se eu te contar, você promete que não irá sair por aí espalhando?
Guilherme - Prometo...
Viviane – É o seguinte, ele foi violentado pelo padrasto dos oito anos de idade até os treze, isso fez com que ele pegasse um certo trauma de meninos e homens... eu e a Paty estávamos quase conseguindo fazer ele esquecer tudo...
Patrícia - É verdade, ele já saia com os amigos dele, e já os cumprimentava normalmente ... - Ainda bem que elas não contaram que me atirava pra cima de alguns também '-'
Guilherme - Poxa eu não sabia... Eu só queria saber o nome dele.... porque....
Patrícia - Por que?
Guilherme - Esquece... tenho que falar com ele, irei pedir desculpas...
Patrícia - De modo algum... nós se desculpamos por você, sua presença pode fazer mal a ele...
Guilherme - O que? Até parece... tenho que ir...
Viviane - Bico calado viu...
Guilherme - Partiu... - Ele foi se embora, voltando para sua casa....
Marta - filho? por que chegou cedo?
Guilherme - Nada mãe... não estou me sentindo bem... Vou subir... - Ele sobe pro quarto...
Silvia – Que é Gui, por que essa cara?
Guilherme - Me deixa... - diz ele colocando a mão na cabeça...
Silvia - Você está bem?
Guilherme - Sim, só estou com um pouco de dor de cabeça...
Silvia - Me deixa ver - Ela toca sua testa - Caramba mano, você está com febre... vou pegar remédio pra você
Guilherme - Não precisa, estou bem - Ele entra no quarto... - Droga...
Enquanto isso, na minha casa, eu começava a suar frio... e ao mesmo tempo fiquei quente, como não queria incomodar minha mãe, chamei minha irmã, e pedi ajuda a ela...
Irmã - Claro maninho, irei pegar os remédios pra você, pera aí...
Eu - Ok...
Mãe - Filho...
Eu - Que?
Mãe - Seu amigo está aqui...
Eu - Que amigo? - meu coração começou a bater mais rápido, de medo certamente...
Mãe - O Vitor...
Então me acalmo...
Eu - Mande o subir...
Vitor era meu único amigo, era um dos poucos no qual eu cumprimentava sem medo algum, no começo nem foi assim, mas ao longo do tempo, ele conseguiu me atrair para seu lado
Ele também saberá do que aconteceu comigo, exceto a parte na qual tenho atração por meninos, se soubesse, me evitaria com certeza...
Vitor - Rick, você está bem cara?
Eu - Estou sim man, por que essa pergunta?
Vitor - Tipo, tá mó calor lá fora, e aqui dentro... e você aí todo enrolado... tá doente?
Eu - Acho que sim Vitor... - Ele se senta perto de mim...
Vitor - Poxa, desejo melhoras mano...
Eu - Valeu cara...
Irmã - Aqui está o remédio... - Ela me entrega - Oi Vitor
Eu - Obrigado maninha
Vitor - Oi Sofia... continua fofinha como sempre - Ele aperta as bochechas dela, coisa que ela detesta...
Irmã - Aí ... já vou saindo hein - Ela sai logo em seguida
Vitor - Oxe... - ele olha pra mim...
Eu - Que foi?
Vitor – Você está tremendo... o que aconteceu? Não vai me dizer que...
Eu - Não aconteceu nada cara
Vitor - Sei... Mano, eu sei que, quando algum menino te toca, você fica tremendo... Anda me diz quem foi o indivíduo, que eu arrebento a cara deleFiquei uns instantes em silêncio, e apenas ri... - do que você está rindo?
Eu - nada...
Vitor - Posso dormir aqui hoje?
Eu - Não, é melhor não...
Vitor - Por que cara, você ainda tem medo né?
Eu - Sim...
Vitor - Olha... Sei que foi horrível, mas acho que você deveria aprender a confiar nos outros... Não deixe que aquela imagem do Luiz passe para todos os homens e meninos desse planeta...
Eu - Eu sei... Mas não consigo...
Vitor - Você gosta de vídeo game?
Eu - Não...
Vitor - Por que?
Eu - Isso me lembra o Luiz...
Vitor - Ah... - Ele fica com uma cara de garoto decepcionado...
Eu - Tudo bem Vitor, eu jogo vídeo game com você...
Vitor - Isso... - Ele abre a mochila, e tira o vídeo gameQue tipo de jogo você gosta?
Eu - Luta...
Vitor - posso conectar o game na TV?
Eu - Sim... Olha Vitor, você pode dormir aqui... Mas... Pode ser na sala?
Vitor - Tudo bem...
Eu - Ótimo... Vou ir pedir pra sua mãe...
Vitor - Não precisa, eu já falei com ela...
Eu - Ela deixou?
Vitor - Sim...
Eu - hum...
Ficamos a noite inteira jogando, já fazia tempo que eu não jogava, pode descontar a raiva que eu tinha nos personagens do jogo... Enfim, me senti mais leve...
Quando fomos dormir, já era tarde, acabei capotando e dormindo ali mesmo na cama, ao lado do Vitor...
No dia seguinte, acordei e quando percebo que dormi com ele tomo um susto...
Eu - Vitor... Vitor - Eu o acordo...
Vitor - O que foi... - Ele abre os olhos levantepuxa cara, me desculpe, acho que acabei pegando no sono...
Eu - Eu também...
Vitor - Vixi, você está bem?
Eu - Sim...
Vitor - Quem desligou o game?
Eu - Provavelmente minha irmã...
Vitor - Cara, tenho que ir... Me desculpa por isso - Ele guarda o vídeo game...
Eu - Sem problemas
Vitor - Até daqui a pouco - Ele vai embora...
Então arrumo minha cama, e vou tomar meu banho...
Quando termino de me arrumar desço, e vou lembrando de quando eu acordei e me vi ao lado dele, por que eu não fiquei com medo?
Será que o Vitor me passou sensação de segurança?
Mãe - Dormiu bem meu filho?
Eu - Sim mãe... - Eu me sento na cadeira e fico pensativo...
Mãe - Você e o Vitor e divertiram muito né?
Eu - Sim....
Mãe - Eu tive que levantar pra desligar o vídeo game...
Eu - Desculpa mãe... Eu não queria dar trabalho - Ela me abraça
Mãe - Todo bem meu filho, fico feliz que esteja se recuperando do trauma...
Eu - É.... Acho que sim... Tenho que ir mãe
Mãe – Ok Meu filho...
A caminho da escola me encontro com minha amiga Viviane, e vamos juntos para lá, ela não tocou no assunto de ontem...
Guilherme – Mãe! Mãe! ...
Marta – Que é meu filho? Por que essa gritaria toda?
Guilherme – Mãe... Tomei uma decisão...
Marta – Que decisão meu filho?
Guilherme – Eu irei mudar de escola?
Marta – Oxe, por que?
Guilherme – Ué, não era a senhora que queria que eu fosse pra uma escola onde eu realmente aprendesse alguma coisa?
Marta – Sim... Mas...
Guilherme – Então, vamos comigo...
Marta – Você irá faltar aula pra isso? De jeito nenhum... Eu irei sozinha então...
Guilherme – Claro que não, tu nem sabe qual escola estou me referindo... Ah mãe, deixa eu ir, por favor...
Marta – Ok, na volta iremos passar no mercado...
Guilherme – Isso....
Gui e sua mãe vão, pra qual escola? Consegue adivinhar?
Marta – Bom dia direto, eu gostaria de saber se tem alguma vaga disponível
Diretor – Pra qual série?
Marta – Segundo ano...
Direto – Deixa eu ver aqui – Ele pegou umas folhas... – Hum, temos apenas uma vaga... você está com os documentos?
Marta – Sim, aqui está?
Diretor – Irei precisar da declaração da outra escola também...
Marta – Poxa, eu não trouxe...
Diretor – Sem problemas, colocarei o nome do seu filho na lista... e você me traz outro dia, se possível amanhã!
Marta – Tudo bem diretor
Diretor – Guilherme Gutierres?
Guilherme – Eu mesmo...
Diretor – Me chamo Paulo... Você começa amanhã, no segundo C, sala 345 no segundo prédio... Seja bem-vindo!
Guilherme – Muito obrigado...
(CONTINUA)
Bom, está é a segunda parte do conto, espero que ela não tenha chocado muito vocês.
Assisti um filme muito lindo com Gabriel essa semana, e recomendo a todos, o nome é Beautiful Thing (Delicada Atração)
Vale a pena conferir
Beijos :D