Maria estava atrasada. Greve de ônibus. Não podia perder o emprego. Eram apenas oitocentos reais líquidos por mês. Dava para pagar a pensão e comer. Só. A dona da pensão foi gentil em emprestar o seu carrinho anos noventa. O freio falhou. Maria foi parar na traseira de um Siena 2013. Agora o que estava difícil ficou complicado ou seria o inverso. O carro de Maria, nada sofreu, mas o Siena...
José tinha trocado de carro fazia dois dias. Ainda não fora segurado. Olhou para Maria e o carro.
Não precisava ser vidente para adivinhar. Ali não havia seguro nem dinheiro. Maria, no entanto fez questão de dar o seu telefone, o endereço da pensão e onde trabalhava.
- Faz o orçamento e me liga.
- Alo Maria. É o José da batida. Fiz o orçamento. O mais barato ficou em seis mil e trezentos reais. Da para pagar em até cinco vezes.
- Olha não sei como fazer, mas vou dar um jeito. Mas ganho oitocentos por mês.
Vendo que daquele mato não ia sair coelho, José ligou para a pensão, para ro trabalho, falou com amigos e amigas. Todos garantiram que Maria era de fé. Poderia levar dez anos, mas ele iria receber o que lhe era devido.
- Alo, Maria. Tive uma ideia. Se você topar fica bom para mim e para você. Quer ouvir?
- Quero.
- É o seguinte. Eu tinha uma diarista que vinha duas vez por semana fazer a limpeza do meu apartamento, lavar a roupa, passar. Deixar tudo em ordem. Pagava para ela seiscentos reais por mês. Se você topar, pegar este serviço por onze meses, a divida estará paga.
Faziam quase quatro meses que Maria ia religiosamente ao apartamento do José: quartas a tarde depois do expediente e sábados. Estava gostando. O primeiro mês fora difícil. Agora, vinha com alegria. Trazia flores para alegrar o ambiente. Algumas vezes se surpreendia cheirando a roupa do José antes de lavar. Ele era muito cavalheiro e brincalhão. Divertido.
Nesta quarta tocou a campinha, que até então estivera muda. Na porta uma linda mulher. Elegante.
Loira. Imponente.
- Boa noite. Sou Carin a namorada do José. Você deve ser Maria, a que bateu no carro dele.
- Isso
- Posso entrar.
Sábado pela manhã Maria não estava mais com toda aquela disposição para trabalhar.
- Bom dia Maria. Você está triste? Já tomou café? Senta aqui comigo antes de começar a limpeza.
- Sua namorada é muito bonita.
- Ex namorada. Rompemos na quarta.
- Desculpe.Lamento.
- Não precisa se desculpar. Fui eu que terminei. Estou gostando de outra. Não posso ficar enganando a Carin.
- Isto é.
- Vou sair. Volto pelas onze horas.
Perto do meio dia Maria , que estava passando roupa no quartinho, sentiu um cheiro bom.
- Maria, vamos almoçar.
Jose pegou a moça pela não .Levou a sala. A mesa posta, flores, vinho.
José puxou a cadeira
- Mademoiselle, sivoplê.
- Bife, arroz e ovo. Minha comida favorita.
- Um brinde.
- Não estou acostumada a beber.
-Maria, quer namorar comigo?
- Namorar?
- Sim, você é a moça pela qual me apaixonei.
- Sim. Sim. Sim.
No próximo mês eles fazem o melhor dos namoros. Vão ao cinema, comem pipoca. Caminham de mãos dadas no parque. Se beijam. Se beijam muito. Quem via eles se beijarem, já ficava com falta de ar. Imagina os dois? Veem novela juntos. Torcem pelo mesmo time.
Neste sábado pela manhã Maria chegou cedo com flores. José ainda estava na cama. Ela o acorda com um beijo.
- Bom Dia, amor. Enquanto você toma banho, eu faço o café.
Os dois sabem que não dá mais para segurar ou irão explodir.
Maria não sabe se fez e tomou café com José. Lembra que se beijaram muito. Quando acordou do transe estavam os dois sem roupa na cama.
- José seja carinhoso. É minha primeira vez.
Há muito tempo que José sabia de Maria não era só pura de alma, mas de corpo também. Ele tinha alguma experiência. No tempo do colégio havia estado com duas prostitutas.. Carin, também lhe proporcionara alguns momentos bons. Como ela não virgem, a experiência de Jose não valia nada para este momento.
O que ele deveria fazer? Penetra-la fortemente de uma vez ou ir devagarinho, cm por cm. Decidiu pela segunda opção. José se dedicou inteiramente a Maria. Passou a língua na orelha da amada. Depois enfiou ela toda lá dentro. Pode ver e sentir como Maria se arrepiava toda. Desceu mordiscando o pescoço. Os seios tiveram uma parada estratégica. Ele chupou cada um deles. Passou a língua no mamilo. Mordiscou. Tinha mesmo a vontade de morder. Devorar. Engolir tudo tal o tesão.
Foi descendo. Maria tinha os pelos todos naturais. Instigantes. Desafiadores.
José sentiu o perfume. Rosas. Jasmins. Cravos. Um jardim. A visão era da aurora, o sol nascendo. Tinha o frescor do sereno da manhã. José sabia que havia chegado a hora. Se posicionou para o grande momento. Maria, deixou explicita a sua cumplicidade. Com a sua mão indicou o melhor caminho para que pudessem viver as primeiras estocadas do amor transformado em sexo. Ela estava indicando o caminho que deveria ser tomado. José seguiu com o plano pré-concebido. Devagar e sempre. Mas, viu o medo e a dor no rosto da amada. Abortou a decisão. Afastou seu aríete. Tomando impulso investiu poderosamente.
- Estava consumado.
Maria estava chorando. De dor? De Felicidade? Certamente os dois.
José a abraçou firme. Ficou quietinho. Sem Mexer. Preenchendo todos os espaços do território conquistado. Só sentindo o calor daquele momento. O calor de Maria.
Ficaram abraçados até que Maria começou abraçar José com contrações vaginais rítmicas. Ele imediatamente compreendeu a mensagem. Assumiu o comando. Com as mãos esfregava o clitóris enquanto penetrava a Maria. Sem ensaio. Sem prévia combinação. Sem nenhum roteiro, eles correram juntos até a linha de chegada. Foi uma apoteose. Eram corpos, mentes, sentidos e desejos num ritmo alegro para um gran finale. Finalmente os fogos explodiram num show de prazer.
Exaustos dormiram.
Depois, tomaram um banho. A paixão voltou a se reacender. Aliás, em tinha apagado. F oi de novo na cama, depois no sofá. Na mesa da cozinha enquanto o almoço queimava. No quartinho. Maria foi se soltando. Ficando desinibida e criativa. De quatro. Cavalgando. Jantaram sexo a noite toda. Era dormir, acordar e amar. Amar, dormir e acordar para amar mais.
- José. Te amo. Estou dolorida. A minha razão diz nada mais, só Hipogloss. Mas, a minha tesão diz, mais, mais, mais. Te amo muito. Quero mais você dentro de mim. Muito, muito mais.
- Também tô assim. Acho que saiu toda a pela dele. Mas ele vê você e quer, quer, quer você.
- Quantas vezes nós fizemos, José?
- Deixa eu ver? A primeira e a segunda na cama. Depois duas no sofá, na mesa da cozinha. No tapete ... À noite. Esta agora. Foram doze. Como não gosto de número par temos que ir a treze.
- Quinze amor, eu acho que treze dá azar.
- José, você não usou camisinha. Se eu engravidar?
- Dai a gente casa daqui a sete meses. Você de noiva com barrigão. Se você não engravidar, casamos mês que vem. Assim posso engravidar você. Mas, agora quero ir até a tua pensão. Buscar tuas coisas. Quero viver o resto da minha vida contigo.
Maria achou pouco. O mínimo seria a eternidade.
Mas topou ir à pensão, pois queria fazer uma despedida da sua cama em grande estilo.